Capítulo 4

1229 Words
Agatha empurrou Emily quando chegaram no apartamento de Bianca e ela entrou aos tropeços. — O que é isso? — Bianca perguntou olhando de uma para a outra. As duas trocaram olhares nervosos. — Pergunta a ela! Eu tenho que voltar para o trabalho. — Saiu batendo a porta. — O que você fez agora? — Briguei na escola. — Pelo amor de Deus! — reclamou estressada. — E aí vem pra cá? — Se quiser eu vou embora. — Não me responda, mocinha! Emily suspirou e sentou no sofá. Ela passou a mão no canto da boca e fez careta. Tinha um corte. Pelo menos machucou mais do que apanhou... — Eu não vou ficar em casa. Tenho que resolver uma coisa na loja. Você vai comigo e nem adianta reclamar — falou quando Emily abriu a boca para rebater. — Não tenho culpa se fica se engalfinhando na escola. Sem poder discutir, ela foi com a avó. Com um grande bico, mas foi. Teve que ficar na loja esperando enquanto Bianca resolvia as coisas que tinha que resolver. Estava sentada na cadeira e tinha os braços esticados na bancada e a cabeça em cima do braço. Estava entediada de ficar ali esperando. — Sua avó está te alugando hoje? Emily levantou a cabeça e sorriu ao ver Laura. Guilherme estava com ela e olhava a menina com a testa franzida. — Sim. Me arrastou pra cá. — Está tudo bem? — o loiro perguntou. — Está. Por quê? — Parece machucada — Laura falou. — Ah... — Claro que está machucada! Andou brigando igual um bicho na escola — Bianca apareceu falando isso. — Vó! — É mentira? — Não briguei igual um bicho! Apenas me defendi! — Grande merda! Rolar no chão pra mim é coisa de bicho. Emily revirou os olhos. — Brigou na escola? — Guilherme perguntou. Emily balançou a cabeça confirmando. Não olhava na direção do garoto. Ele e Laura trocaram olhares. — Por quê? O que aconteceu? — Foi defesa. Laura e Bianca trocaram olhares e as duas se afastaram deles. — Com quem brigou? — A Raissa. Guilherme observou o rosto dela por um momento. Estava com o lábio um pouco inchado e tinha um pequeno corte na sobrancelha. — Isso não foi por causa de ontem, foi? — Também. Eu acho. — Não quero você se machucando por esse assunto. — Está tudo bem. Ela foi expulsa da escola. — Mas isso não é garantia de que não vai te fazer m*l. — Deixa ela tentar. — Emily é sério droga! Essa menina é maluca. Não quero que se machuque. — Te garanto que ela está pior do que eu. Guilherme revirou os olhos com a resposta. — Você não entende mesmo, não é? — Gui, você se preocupa demais! — E você de menos! — O que ela pode fazer contra mim? O que pode fazer, já fez hoje e muito m*l por sinal. É uma covarde, esperou eu virar as costas e me atacou, mas não deixei barato. — E o que vai acontecer com você na escola? — Estou suspensa por três dias. O loiro suspirou. Não devia ter deixado Emily se meter nessa história doida. Agora se sentia culpado pelo que aconteceu com ela. — Ela te mandou algo? — Até agora não. — Ótimo. Então deve ter dado certo. Até porque ela ficou furiosa. — Eu acho que isso não acabou... Emily olhou o rosto dele. Estava com a testa franzida e não olhava na direção dela. A menina suspirou e não falou nada. Não queria brigar com ele. Tinha certeza que a Raissa ia desistir. Com certeza estava proibida de sair de casa por um longo período e isso era perfeito. **** Semanas se passaram e nenhum dos dois teve notícias da Raissa. O que para Emily era ótimo, mas Guilherme continuava falando que ela ainda ia fazer alguma coisa, só não sabia com qual dos dois seria. — Está insistindo muito nisso. Ela não falou mais nada e sumiu. Deve finalmente ter desistido. — Ela não desistiu. — Como tem certeza disso? Guilherme deu de ombros. — Só uma sensação. — E o que você acha que vai fazer? — Não sei e isso que me preocupa. — Duvido que faça algo contra você. Se for mesmo fazer, vai ser comigo. — Por isso estou preocupado. Os dois ficaram em silêncio se olhando. Estavam na lanchonete do clube. Fazia muito calor e resolveram aproveitar o dia. — Não se preocupe comigo. Sei me defender. — Eu sei que sabe, mas isso não me faz relaxar. — Estou bem, Gui. Ele não respondeu e ficou olhando para o lado oposto ao dela. Estava com uma terrível sensação de que algo ia acontecer, mas não fazia ideia do que. —Vamos na piscina então? — Emily chamou e assim ele olhou para ela. Sorria largamente e fez ele sorrir também. — Ok. Os dois entraram na piscina e ficaram conversando. Não demorou um garoto se aproximou dos dois olhando Emily. Sorria ironicamente olhando para ela. — Oi Emily. — Oi. — Cadê a Raissa? — Vai se ferrar! O garoto riu animado. — Esse é o cara que fez você rolar no chão aquele dia? — Apontou para o Guilherme. — Vai cuidar da sua vida, Mauro! — falou estressada. — Tudo bem. — Levantou as mãos e saiu de perto deles. — Quem é esse? — Guilherme perguntou. — É um o****o que estuda comigo — respondeu emburrada. Guilherme olhou o menino de novo. Ele estava distante, mas não tirava os olhos de Emily. — Ele gosta de você. A menina riu. — Não. Ele só gosta de me perturbar. — Pelo jeito que te olha, acho que gosta sim. — Você está vendo demais. — Não estou não. Emily olhou o rosto dele. Estava sério olhando o garoto do outro lado da piscina. A menina sorriu. — Está com ciúmes? — Que? — Ciúmes. — Claro que não! — Mas pensando bem ele até que é bonitinho, não acha? — Jura? Emily sorriu. Ele estava mesmo irritado! — Eu acho. Guilherme revirou os olhos. — Mas você é mais bonito. O loiro olhou o rosto dela por um momento e então desviou o olhar. Obviamente lembrou do dia que beijou a garota e principalmente lembrou do beijo em si. Emily se aproximou dele. Também lembrou a mesma coisa que ele. Guilherme ficou tenso e deu uns passos para trás. Logo encostou na parede da piscina. Não estava muito distante. Emily parou próxima a ele, mas não muito. — Você... pensa naquele dia? Guilherme olhou o rosto dela e não falou nada. — Eu penso. Achei que foi melhor do que pensei que seria. — Você imaginava isso? Ou está falando da reação da Raissa? Emily riu. — Estou falando do beijo. O loiro engoliu em seco e se forçou a continuar olhando-a. Queria desviar o olhar e se possível sair correndo dali, mas se segurou. Por que ela tem que ser tão direta? — Emily! Os dois olharam para quem chamou. Do lado da grade da piscina, Bianca estava parada encarando os dois com as mãos na cintura. Não estavam tão perto, mas para Bianca era como se estivessem abraçados e o garoto viu isso no olhar de fúria que lançou a ele.  
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