Hermione estava agarrada em Draco, não queria se afastar por enquanto. O loiro fazia carinho no cabelo dela. Estavam em silêncio, mas não se sentiam m*l com isso. Agora estavam só aproveitando o momento agarradinhos.
Draco deu um beijo demorado na cabeça de Hermione.
— Você está bem?
Hermione negou com a cabeça e o loiro respirou fundo.
Alguém bateu na porta.
— Oi.
— Pai... Posso falar com você?
O loiro olhou Hermione e ela acenou. Ele a beijou nos lábios e levantou da cama.
— Que foi? — perguntou assim que abriu a porta.
— Pode levar o Enrico em casa?
Draco olhou para trás e Hermione concordou com a cabeça.
— Já vou, tá?
— Está tudo bem?
— Sim. Eu já vou descer. Vai se despedindo dele.
— Tá bom... — Saiu dali confusa.
Draco fechou a porta e se aproximou de Hermione novamente.
— Vai ser rápido... Eu já volto.
— Tudo bem.
Draco beijou a testa dela e saiu do quarto.
Quando chegou na escada, viu Clara e Enrico juntos. O loiro acariciava o rosto dela, que sorria serena. Draco desceu as escadas lentamente olhando os dois. Pareciam realmente apaixonados...
— Podemos?
— Claro — respondeu Enrico.
Clara deu um selinho nele e olhou seu pai. O loiro segurou o braço de Enrico e perguntou onde ele mora. Clara sorriu, nunca imaginou uma cena dessas em sua vida.
Os dois sumiram e a menina suspirou. Ela subiu as escadas correndo e seguiu até o quarto de sua mãe. Quando entrou no quarto, se aproximou lentamente.
— Mãe o que aconteceu?
Hermione virou de frente pra ela. Estava parada perto da cama.
— Não é nada, filha...
— Como nada? Você parece triste.
— Eu só preciso colocar os pensamentos no lugar.
Clara sentou na cama e acariciou a cabeça de sua mãe. Hermione sorriu levemente.
— Fica em paz, mãe...
Assim que ela falou isso, Hermione sentiu uma coisa quente em sua testa. Entre a mão da menina e a testa dela, brilhou uma luz branca e em menos de dois segundos ela se apagou. Hermione piscou confusa e Clara tirou sua mão do rosto dela.
— O que aconteceu? — Sentou na cama.
Draco apareceu no quarto e olhou de uma para outra.
— Você está bem?
— Parece que sim... — Franziu a testa. — Como você fez isso?
— Fez o que? — Draco se aproximou.
— Estou me sentindo tão leve.
— Que bom — disse Clara.
— O que você fez?
— Lembra a luz que vocês viram aqui aquele dia? — Os dois acenaram. — É essa paz que eu sinto.
— Não quero que faça mais isso.
— Mas você ficou bem....
— Não importa. A gente não sabe o que é isso.
— Se fosse r**m não teria ficado bem.
— Não use isso de novo Clara.
A menina olhou de um para o outro. Os dois estavam sérios a olhando.
— Tudo bem...
Clara saiu do quarto e fechou a porta. Hermione respirou fundo e olhou Draco. Estava com cara de quem não entendeu nada do que aconteceu ali.
— Que foi?
— Pode me explicar?
Hermione contou a ele o que aconteceu.
— Nossa. Ela é incrível, não é?
— Draco por mais que isso seja incrível... Eu fico preocupada. A gente não sabe o que é.
— Mas eu acho que ela tem razão. Se fosse r**m você não estaria assim.
— Assim como?
— Mais animadinha... — Se aproximou e sentou na cama bem próximo a ela.
— É, mas...
Draco a puxou para mais perto a segurando pela nuca.
— Shh! Fica quietinha fica... — A beijou antes que pudesse protestar.
***
Os dias foram passando e depois de todas as festas, Clara já tinha que voltar a Hogwarts. A família foi até a plataforma do trem deixar a menina.
— Olha lá o que você vai fazer com aquele menino hein!
— Pai! — repreendeu com as bochechas rosadas.
— Não quero ser avô antes da hora.
— Draco!
— Estou falando alguma coisa errada?
Clara colocou as mãos no rosto.
— Está deixando sua filha constrangida!
— Mas eu não quero ser avô agora.
Hermione respirou fundo.
— Não se preocupa pai. Isso não vai acontecer tão cedo.
Draco sorriu vitorioso.
— Ainda bem.
Hermione revirou os olhos.
— Agora eu vou entrar.
— Tudo bem. — Deu um beijo na testa dela.
Hermione balançou a cabeça em negação e depois beijou sua filha também. Clara abraçou Ethan e quando virou as costas para os pais, viu Enrico se aproximando.
— Bom dia.
— Bom dia — responderam juntos.
— Pode vir comigo dois minutos?
— Pra que?
— Quero te apresentar aos meus pais.
Clara olhou Hermione, que acenou.
— Tudo bem...
Os dois se afastaram e Draco ficou olhando.
— Que foi?
— Minha filha é tão novinha...
Hermione caiu na gargalhada.
— Deixa de ser bobo! Ela é tão centrada que duvido que aconteça o que você pensa.
— E o que eu penso?
— Que ela vai se entregar ao menino na primeira oportunidade.
— Espero que esteja certa.
— Bobo.
Clara seguiu Enrico e em pouco tempo estavam parados em frente ao casal. A mulher era loira e tinha olhos azuis claro. Olhava Clara com um sorriso no rosto. O homem tinha cabelos negros e olhos verdes, como os de Enrico.
— Então, como tinha falado com vocês. Essa é a Clara. Minha namorada.
— É um prazer te conhecer, querida. — A mulher estendeu a mão a ela. Clara apertou.
— O prazer é meu.
— Tem bom gosto meu filho — o homem falou e Clara sorriu sem graça.
— É claro que eu tenho. E sou exigente escolhi a melhor de todas.
Os dois sorriram quando Clara desviou o olhar com o rosto vermelho.
— Vamos marcar de você jantar lá em casa algum dia.
— Claro. É só chamar — respondeu sorrindo.
— Melhor vocês entrarem — disse o homem. — Vê se estudem e não fiquem só de namorico por aí.
— Pai! — Enrico repreendeu.
Os dois se despediram do casal e entraram no trem. Eles encontraram uma cabine vazia e entraram nela.
— Gostei dos seus pais.
— Que bom.
Foram metade da viagem trocando carícias e beijos. Até que alguém bateu na porta da cabine. Os dois olharam. Enrico ficou sério no mesmo instante e Clara pediu para a pessoa entrar.
— Desculpa atrapalhar vocês...
— Não atrapalhou.
Enrico revirou os olhos.
— Queria falar uma coisa com você... Posso?
— Claro. — Olhou Enrico. — Você se importa se eu for ali fora um minuto?
— Não.
— Obrigada.
Clara levantou e saiu da cabine com Alex. Enrico tinha a cara amarrada e braços cruzados. O que será que esse ruivo i****a queria?
— Que foi?
— Eu andei pesquisando umas coisas sobre aquele cara...
— Achou alguma coisa?
— Pouca, na verdade o que achei foi o que você disse.
Clara suspirou.
— Acho que só tem aquele livro sobre isso.
— Não é possível, deve ter mais coisas. Vamos procurar na biblioteca.
— Não acho que deixariam algo como isso na biblioteca.
— Talvez na área reservada...
Alex ficou em silêncio a olhando.
— Você quer entrar na área reservada?
— Sim.
— Ótimo, lá vamos nós levar sermão...
Clara riu.
— É por uma boa causa. E a gente não vai ser pego.
— Como sabe?
— Pedi a Alyce para pegar a capa do pai dela...
Alex a olhou de boca aberta.
— Você pediu pra ela roubar a capa?
— Não. Pedi só um empréstimo...
— Sem ele saber?
— É claro. Acha que ele deixaria usar assim? Ainda mais sem saber pra que.
— Verdade.
— Vai dar tudo certo.
— Depois a gente pensa como fazer.
Clara concordou.
— Pode voltar pro seu... Namorado.
— Ok.
Alex suspirou e foi embora sem olhar para trás. Clara entrou na cabine de novo e sentou ao lado de Enrico. O loiro colocou o braço em volta do pescoço dela.
— Está tudo bem?
— Sim.
— O que ele queria?
— Enrico...
— Vai ficar de segredinho com ele?
— É coisa dele. Eu não posso dizer.
Enrico suspirou.
— Você confia em mim, Nico?
O loiro sorriu de lado.
— Nico?
Clara concordou com a cabeça.
— Eu confio em você, mas como disse, não nele.
— Basta confiar em mim.
— Tudo bem... — Puxou o rosto dela de encontro ao seu e a beijou.
Chegaram ao castelo e todos os alunos seguiram para seus aposentos. Clara, Alex e Alyce estavam em um cantinho separado dos outros alunos que conversavam no salão comunal.
— Você pegou, Alyce?
— Sim. Quase fui pega pela minha mãe. Se ela tivesse visto eu estava frita porque ela não descansa até você abrir a boca.
— E a sua abre fácil né... — Alex falou sarcástico.
— Cala sua boca!
— Parem! — Clara brigou com os dois. — O que importa é que conseguiu e deu tudo certo. Vamos planejar o dia de entrar lá. Quero o quanto antes achar alguma coisa.
— Ok.
Os três conversaram mais um pouco até que tiveram que ir dormir, pois estava tarde.
No dia seguinte todos os alunos estavam tomando café da manhã em suas mesas. Clara, Alyce e Alex foram os primeiros a chegar. Queriam marcar logo a entrada na biblioteca e não poderiam conversar isso na aula.
— Vamos hoje à noite. As 2hrs da manhã. Não têm ninguém acordado...
— Se alguém pegar a gente estamos fritos! — disse Alyce.
— Quer ficar de fora dessa?
— Eu posso?
— Se quiser o Alex vai comigo... Não é Alex?
— Vou sim.
— Então eu não vou dessa vez. Vocês pegam tudo que encontrarem e eu ajudo a ler.
— Combinado.
Começou a encher o lugar e eles pararam de falar sobre isso. Clara deixou a colher cair no chão e abaixou para pegar. Alex abaixou junto com ela e conseguiu ver que usava o cordão que ele deu. O ruivo sorriu.
— Que foi?
— Está usando o cordão — disse colocando a mão nele.
— Por que não estaria?
— Não sei... — Na cabeça dele, imaginava Enrico dando ataque por causa disso.
Na mesa da Sonserina Agnes olhava a cena. A menina sorriu de lado e olhou Enrico.
— É mesmo bonito, não é?
— O que? — perguntou sem dar muita atenção.
— O colar que o Weasley deu pra sua namorada.
Enrico, que olhava sua comida, levantou a cabeça e olhou na direção da mesa da Grifinória.
Os dois conversavam normalmente.
— Do que você está falando?
— Ué você não viu? Ela não te mostrou?
— Não...
— Observe então. — Sorriu maliciosa enquanto Enrico não tirava os olhos de Clara e Alex.
Depois de comer, foram para as aulas. Clara ao mesmo tempo que queria prestar atenção, pensava em sua entrada na biblioteca e o que acharia sobre seus poderes.
Nem percebeu quando a aula terminou. Só se deu conta quando os alunos levantavam de seus lugares e saiam da sala. Levantou também e saiu. Assim que apareceu no corredor, deu de cara com Enrico.
— Está me esperando?
— Sim.
— Por quê?
— Não posso?
— Pode. — Franziu a testa.
— Vamos, temos mais aulas. — Segurou a mão dela.
Clara ficou desconfiada. Tinha algo errado nele.
Os dois seguiram seu caminho e se sentaram um ao lado do outro. Dessa vez Clara prestou atenção no que o professor falava, mas Enrico a observava o tempo todo.
— O que você tanto olha?
— Não posso te admirar?
— O que tem de errado com você?
— Não tem nada de errado.
— É claro que tem! Você está muito esquisito!
— É impressão sua.
— Tá — respondeu nervosa e continuou olhando pra frente.
— Bonito colar...
Clara olhou para baixo e viu o coração.
— Sim, é lindo.
— Quem te deu?
— O Alex — respondeu simplesmente.
— Presente de natal?
— Sim.
— Hum... — Virou o rosto para a frente e olhou o professor. Clara revirou os olhos.
— Vai ficar nervosinho por causa disso?
— Não importa — respondeu seco.
Clara suspirou e não falou mais nada, pois iam acabar levando bronca do professor por conversas paralelas.