Família quase unida

2202 Words
Clara estava em seu quarto sozinha. Deixou Ethan no dele dizendo que estava cansada e que mais tarde contava a ele mais histórias sobre Hogwarts. Era mentira, obviamente. Ela queria continuar lendo o livro. ..... O bruxo achou que tirando o poder do menino, faria com que se tornasse o mais poderoso de todos os tempos. E que iria governar e mandar em todo mundo. Só que ele não sabia como retirar o poder do menino. Então o enganava para que ficasse ao seu lado e fizesse o que ele queria. Muitos bruxos morreram por causa das mentiras que esse homem contou ao garoto. E cada vez piorava a situação, pois quanto mais ódio o garoto tinha, mas os poderes se manifestavam. E nem sempre era bom estar perto dele quando estava irritado. Poderia lhe custar a vida. Clara engoliu em seco. Será que é por isso que aquelas abelhas aparecem quando está irritada? Os grandes e poderosos bruxos da época quiseram interferir nos planos daquele homem maléfico. Mas o garoto era muito poderoso e confiava demais nele. A guerra começou quando tentaram convencê-lo de que estava fazendo a coisa errada. Que não era certo m***r pessoas a preço de nada. Mas ele estava com o coração tomado pelo ódio e só sabia ouvir o bruxo que julgava ser seu amigo. Durou anos a perseguição, pois o garoto jurou m***r a cada um que entrasse em seu caminho e dissesse o que fazer. Ele sabia de tudo. Ou julgava saber... — Clara? A menina fechou o livro com força. — O que é isso? — Nada, mãe. É um livro que peguei na biblioteca. — E é bom? — Na verdade, é meio cansativo... É para aula defesa contra as artes das trevas. — Sei. Filha... — Sentou ao lado dela na cama. — Você sabia dessa história do seu pai... Por que não me contou? — Eu achei que ele contando ia ser melhor, pois assim você veria que ele se arrependeu. — Mas ele não contou. — Eu sei... — Suspirou. — Ela entrou na frente. Desculpa mãe. — Você tinha visto isso antes? — Sim. — E por que não me disse antes que ele fizesse, filha? — Mãe eu não posso ficar contando tudo que vejo. Eu não sou dona do mundo ou do tempo. Não posso controlar a vida das pessoas e muito menos mudá-las. Hermione ficou pensativa. — Você está certa. — Perdoa o meu pai, mãe... Ele está sofrendo tanto. — Eu ainda estou muito confusa, filha. — Sei disso... — Você viu alguma coisa com a gente? Clara ficou um tempo observando sua mãe em silêncio. Hermione a olhava curiosa e apreensiva. — Sim. — Pode dizer? — Posso aconselhar... Hermione suspirou. — E o que você aconselha? — Ouça seu coração e não o orgulho forte que grita dentro de você. As duas ficaram em silêncio se olhando. — Todos estão falando disso, mas será que ninguém entende o que eu sinto com essa situação? Não é fácil perdoar esse tipo de coisa. Quem me garante que ele não vá fazer de novo? — Eu? Hermione sorriu e Clara suspirou. — Que foi? — Você sempre consegue arrancar alguma coisa de mim! As duas riram. — Mas dessa forma eu fico mais tranquila. — Então pode confiar. — Clara sorriu. Hermione se aproximou e a abraçou apertado. — Tem alguma novidade? Clara desviou o olhar. — Epa! Pode contando, mocinha! O que aconteceu hein? — É uma longa história. — Quero ouvir tudinho. Clara, sem muita opção, contou tudo a sua mãe. Hermione a observava em silêncio. — Você é muito madura, sabia? Se fosse outra garota, ia escolher ele. — Eu só não acho certo fazer isso. — Não é mesmo. Meu orgulho. — A abraçou. — Mãe! — disse envergonhada. — Mas você gosta dele, filha? — Acho que sim. — Acha? — perguntou rindo. — Ele é muito complicado. — Sei. Eu te entendo... As duas riram. — Mas seja lá o que aconteça, estou com você, tá bom? — Obrigada. — Clara sorriu. — Seu avô está lá em baixo. — Já vou descer. Hermione saiu do quarto de sua filha e seguiu para o seu. Sentou na cama e abraçou as pernas. Se continuasse pensando nessas coisas, seu cérebro ia dar um nó! Clara desceu as escadas e seguiu até a sala de estar. Seus avós estavam sentados no sofá. Narcisa tinha Ethan no colo, o menino era bem apegado a ela. Clara se aproximou e quando Lucius a viu, sorriu. Ela retribuiu. Depois de cumprimenta-lo, sentou-se junto com eles. — Como está a escola? — o homem perguntou. — Muito bem! Eu adoro cada aula! — Todas? — perguntou rindo. — Sim. — Geralmente a gente tem uma matéria de que não gosta. — Mas eu gosto de todas. Narcisa deu uma risadinha. — Ela realmente não puxou ao Draco. As duas riram. — Eu ouvi isso! — O loiro apareceu de braços cruzados. — Ah, meu filho. Você não era r**m na escola, mas também não era ótimo como a Clara é. — Mas ela puxou a inteligência da mãe. E a sorte dela foi essa... Todos riram quando ele disse isso. Depois de um tempo sozinha refletindo, Hermione desceu as escadas e se aproximou lentamente. Todos riam felizes. Ela se aproximou e observou a família. Nunca imaginou a família Malfoy assim. Na verdade, se alguém contasse a ela em outro tempo, ela diria que era mentira. — Estava dormindo? — Assim que Draco perguntou, Hermione percebeu que todos a olhavam. — Sim... — mentiu. — Está tudo bem com você? — Narcisa perguntou. — Sim. Clara a observava sem desviar os olhos. — Vamos jantar? — Ethan perguntou. — Estou com fome... — E quando você não está? — Clara perguntou sarcástica. O pequeno lhe deu língua. Após o jantar, Lucius e Narcisa foram embora. Clara seguiu para seu quarto, queria continuar sua leitura. Mas quando viu seu pai a seguir, percebeu que não ia terminar agora. A menina entrou no quarto sendo seguida pelo pai. — Como estão as coisas em Hogwarts? — Bem. — Ninguém deu em cima de você? — Não... Draco a olhou desconfiado. — Não minta. Eu sei que sim. — Não é mentira, pai. As pessoas me acham estranha. — Por quê? — Não sei... — Deu de ombros. — Isso é inveja porque você é especial! — Mas eles não sabem de nada. — Mas sentem e ficam assim. Clara caiu na gargalhada e Draco sorriu. — Estava com saudades. — Eu também. — Pode me dar certeza de uma coisa? — De que? — Se eu e sua mãe vamos ficar bem de verdade. — Olha pai... Como eu sempre vejo, existem dois futuros... Um que sim e outro que não. — Sei... Mas você não sabe qual vai se realizar, né? — Não. Porque depende de vocês. Mais precisamente de você. — De mim? — Sim. Prove a ela que a ama e que não quer ficar longe. É claro, se for de sua vontade isso. — É claro que é! — Então corra atrás. Depois das festas, não vou estar aqui e ela vai voltar pra casa da vovó. — Ela te disse isso? — Não, mas eu sei que ela não quer dividir a gente. — É... — Não se preocupa, se você realmente quiser e mostrar que não vai fazer mais isso, ela vai te perdoar. — Eu nunca mais vou fazer isso! Clara sorriu. — Eu sei. Draco sorriu e a puxou para um abraço. O loiro saiu do quarto e Clara pegou o livro. ..... O garoto julgava saber tudo, pelo simples fato de poder ver o futuro. Assim era muito mais fácil para ele se proteger dos ataques. Demorou, mas um dia teve uma visão de seu suposto amigo o traindo. Por estar com tanto ódio e usando os poderes para o m*l, as visões começaram a diminuir. Pelo menos em relação a ele próprio. E quando questionou se era realmente certo m***r, teve a visão da traição. Furioso, foi tirar satisfação com o homem, mas já era tarde. Ele tinha feito tudo certinho e o prendeu depois de deixá-lo inconsciente. Sabia os pontos fracos do garoto e ia usá-los contra ele. Sua família. Era tudo que ele mais valorizava. O homem prendeu toda a família do garoto e o chantageou. Como não queria o m*l de sua família, ele fez tudo que foi mandando. Só que o homem não contava que o menino veria o seu fim e se calaria. Claro que ele não contaria como seria sua morte, só falava coisas que ele queria ouvir. Coisas como: você será respeitado por todos, pois terão medo de você. Ou: você será o mais poderoso de todos. Como o homem estava cego pelo poder, nem percebeu que o menino mentia. A guerra terminou quando por fim os bruxos que queriam pegá-lo armaram uma cilada e ele caiu. Como não se deu por vencido e se achava forte, tentou m***r um dos irmãos do garoto quando percebeu que tinha sido enganado. E o próprio menino o matou. Quando percebeu o que o homem pretendia fazer com seu irmão, ele ficou cego de raiva. No mesmo instante uma luz n***a envolveu o corpo dele fazendo todos que estavam no lugar se assustarem. Ele se aproximou do homem e murmurou coisas que ninguém compreendeu. Assim que terminou de falar, o bruxo caiu no chão se contorcendo, a luz n***a o envolveu também. O homem gritava em agonia, mas o garoto não queria parar. Iria até o fim custe o que custar. E ele foi. Só que quando o homem morreu, o menino entrou em uma depressão profunda, pois ele sentiu a alma do homem sair do corpo dele e nesse momento compreendeu o peso de m***r alguém. Lembrou de todas as outras que matou e com isso ficou depressivo. Clara fechou o livro em suas mãos. Que luz n***a será essa? Ele tinha tudo igual ao dela, como prever o futuro e aparecer coisas inexplicáveis quando estava feliz ou nervoso. Mas ela não tinha essa luz n***a. Mas tinha a branca... O que será aquilo afinal de contas? Será que tem respostas nesse livro? E se pesquisasse sobre o garoto? Ah! Ela precisava saber. Pesquisaria sobre Joseph Moore. No dia seguinte saiu com seus pais e irmão para as compras de natal. Ethan queria tudo que via e esperneava até conseguir. E não era Hermione que dava... — Você vai fazer esse menino ser mesquinho quando adulto! — disse furiosa. — Por que negar se ele pode ter o que quiser? — Pelo motivo que eu acabei de falar! — Ele não vai ser assim. — Imagina! — falou cínica. Clara respirou fundo e cutucou seu pai. Draco a olhou franzindo a testa e a menina ergueu as sobrancelhas. — Tudo bem. Vamos fazer do seu jeito. Hermione o olhou desconfiada. — Por quê? — Ué... Se você diz que isso é ruim... Faremos do seu jeito. — Hum... Após um dia cansativo de compras e choros de Ethan, eles finalmente voltaram para casa. — Eu não aguentava mais ouvir ele chorar — Clara reclamou cansada. — É, mas ele tem que entender que não é dono do mundo. Está muito novo pra se consumista assim. Clara e Draco riram. — Eu não sou condsumista! Todos explodiram em gargalhadas e o pequeno fez bico. — Eu tenho certeza que ele ficará na Sonserina quando for a Hogwarts... — Hermione disse rindo. — Por que você acha? — Draco perguntou inocente. — Porque ele é você escrito! — Saiu da sala rindo. Draco cruzou os braços a olhando sair rebolando. Clara deu uma risadinha. — Você concorda com ela? — Na verdade, sim. O loiro resmungou e fez bico. — Tá vendo! Tal pai tal filho! — Apontou para o menino que estava do mesmo jeito que ele e o fez rir.  Depois de colocar Ethan na cama, o loiro ficou o observando um pouco. Era realmente parecido com ele. No fundo sabia que Hermione tinha razão. Não podia permitir que seu filho ficasse igual a ele no passado. Mimado e egoísta. Seguiu para o quarto e quando entrou, encontrou Hermione sentada na cama. Fechou a porta atrás de si sem desviar os olhos dela e se aproximou lentamente. Hermione também não tirava os olhos dele. O loiro se aproximou e sentou na cama de frente para ela. Os dois ficaram se olhando em silêncio. Por mais que Hermione o amasse, não conseguia tirar essa mágoa de dentro de si. Em pouco tempo Draco se aproximou bastante dela e segurou seu rosto com uma das mãos. Ele se aproximou lentamente e a beijou. Hermione retribuiu e o beijou de volta. Lentamente Draco deitou por cima dela na cama sem desgrudar os lábios. Se beijaram por um tempo até que o loiro se afastou um pouco para respirar. Ambos respiravam rápido tentando recuperar o fôlego. — Você quer? — Draco sussurrou perto dos lábios dela. — Quero. Assim que ouviu a resposta, a beijou intensamente.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD