Conselhos de mãe

2067 Words
Draco fechou a cara ao ouvir o que Hermione tinha lhe respondido. Ela respirava rápido e o encarava séria. Alguém bateu na porta. — Quem é? — Hermione perguntou. — Caleb. — Será que você pode? — Fez um sinal com a mão para Draco se afastar. O loiro saiu de perto dela, Hermione seguiu até a porta e abriu. — Bom dia. — Bom dia — respondeu sorrindo. — Precisa de alguma coisa? — Acho que esqueci um papel aqui ontem. Não o acho em lugar nenhum. — Entra. O moreno entrou na sala e se deparou com Draco, que tinha cara de poucos amigos. — O que tem no papel? — É um envelope laranja. Hermione revirou os papéis na mesa procurando. Enquanto isso Draco e Caleb se olhavam sem desviar. Ambos com os rostos sérios. — Aqui... É esse? — Entregou a ele. O homem abriu o envelope e leu. — É sim. Obrigado. — De nada. — Até mais. — Mais tarde está combinado? — perguntou fazendo Draco a olhar de boca aberta. — Claro. — O homem sorriu. Ele deu uma última olhada para Draco e saiu da sala. — Que m***a foi essa? — perguntou histérico. — Para de gritar! Você não está na sua sala! — Você flerta com um cara na minha frente e quer eu fique normal? — perguntou feroz. — Pelo menos eu faço na sua cara! Não sou como você que faz por trás — disse cínica. — Você não vai sair com ele! — Quem disse que eu vou sair? Draco a olhou surpreso. — O que vai fazer? — perguntou alto. — Vou fazer o que a gente não fazia a tempos! Draco a imprensou contra a parede com fúria. Hermione bateu as costas. — Está maluco? — Segurou os braços dele com força. — Não ouse fazer isso, Hermione! — disse com raiva. — Você pode e eu não? — Que m***a! Acabei de falar o que aconteceu! — E daí? Você fez não foi? — Fiz, mas... — Então pronto! Eu vou fazer e acabou! Agora vai embora! Draco a beijou com fúria quando respondeu assim. Hermione deu tapas no peito dele e tentou empurrá-lo, mas não conseguiu. Ela relutou bastante contra, mas aos poucos foi se acalmando e correspondeu o beijo dele. No início feroz e agressivo, mas depois doce e calmo. O loiro se afastou respirando ofegante e ficou com a testa colada a de Hermione. Ela tinha os olhos fechados e segurava os braços dele com força. Em pouco tempo começou a chorar muito. Draco a abraçou forte. — Vai embora... — disse entre soluços. — Me perdoa... — sussurrou. — Me deixa em paz... Draco fechou os olhos com força e sentiu lágrimas quentes descerem de seu rosto. Estava com a cabeça apoiada na de Hermione. Por que ele fez isso? Por quê? Ficou um tempo abraçado com ela chorando. Hermione estava como uma criança, chorava de soluçar. Sentia seu peito apertado, como se esmagassem seu coração. Por que ele fez isso tudo com ela? Por que fez sofrer tanto? E o amor que ele sentia? Sumiu? Morreu? Depois de tantos anos ele resolveu ser o que era antes? Será que é isso? — Eu quero ficar sozinha. — Hermione... — Me respeita, Draco! — falou alto. O loiro engoliu em seco. — Tudo bem... Hermione olhou o chão. Draco deu um beijo demorado na testa dela e depois seguiu até a porta. Ele a olhou antes de sair. Hermione continuava olhando o chão enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto. O loiro apertou a porta com força e foi embora. Aquela visão o estava deixando m*l. E tudo aquilo era por sua causa. Hermione não conseguiu trabalhar depois desse ocorrido. Ficou realmente muito abalada. Queria tanto que fosse mentira. Que fosse um pesadelo e que ela acordasse logo. Foi direto para a casa de seus pais. Quando chegou, entrou correndo para o quarto e se jogou na cama. Chorava muito e sentia raiva de si mesma por estar chorando assim. A mãe dela entrou no quarto e se aproximou. Hermione estava encolhida na cama agarrada a um travesseiro. — Filha... O que foi? — Por que perdoou meu pai? — Do que está falando? — Ele me disse que te traiu. As duas ficaram em silêncio se olhando. — Foi isso que aconteceu entre você e seu marido? — Sentou na cama ao lado dela. Hermione concordou com a cabeça. — E ele te contou? — A amante dele me mandou uma carta. Aí perguntei e ele confirmou. — E ele disse por que fez isso? — Disse hoje. Me obrigou a ouvir. — Hum... E o que ele disse? Hermione contou tudo a sua mãe. Desde a petrificação, a flertada com Caleb e o beijo. — Minha filha você o ama. — E daí? Ele não! — Por que diz isso? — Porque ele me traiu, mãe! — disse nervosa. — Mas seu pai também fez isso e eu sei que me ama. Você acha que não? Hermione ficou em silêncio olhando o rosto de sua mãe. A mulher a olhava serena. Como se fosse a coisa mais óbvia do mundo o que tinha perguntando. — Eu acredito que sim... — Antes de saber dessa história você tinha certeza, não é? Hermione suspirou e concordou com a cabeça. — Então não mudou agora que sabe, pois é a verdade. Ele só teve um momento de fraqueza e nós não estávamos nos melhores momentos do casamento. — Falando assim parece fácil. — E qual a dificuldade? — Meu orgulho, talvez? — Orgulho não leva ninguém a lugar algum. Aliás, leva ao fundo do poço. — Mãe a gente passou por tanta coisa... Como ele pôde? — Minha filha! Vocês estavam em crise! E homem é um bicho bobo quando está assim chateado e carente! Eles não usam a razão. — Só os hormônios... — disse fazendo a mãe rir. — É, por aí. Tente conversar. Dê outra chance a ele, o que acha? — Eu marquei de sair com o Caleb... — Saia com o Caleb. — Ué, mãe! Decida! — Minha filha, você pode fazer o que quiser! É só seguir seu coração. Hermione a olhou nos olhos calada. Os conselhos que recebia agora fez ela se lembrar sua velha amiga Valentina. Aquela senhora sabia convencer a fazer o que ela quisesse... E tudo com palavras sabias. Mas infelizmente o tempo passa e a hora de cada um chega. E quando a de Valentina chegou, Draco que ficou a seu lado a amparando. Que d***a! E agora o que ela fazia? *** Draco chegou em casa arrasado. Além de ter estragado tudo, agora perdia Hermione para aquele cara metido a galã. Que burro! Se a Clara tivesse o poder de voltar no passado e não de prever o futuro, ia voltar e dar uma boa coça em si mesmo antes que fizesse essa besteira. Por falar em Clara, como sentia falta de sua menina. Eles sempre foram muito próximos e quando ela ia para a escola, ele sentia muita saudade. Ao entrar em casa, Draco se surpreendeu quando chegou a sala. — O que...? — Como você está? — Péssimo! — O que aconteceu, meu filho? — Narcisa perguntou se aproximando. Assim que ela o abraçou, ele começou a chorar feito criança. A mulher o apertou em um abraço confortante que só uma mãe sabe dar. — Eu sou um idiota... — Não fale assim de si mesmo, Draco. Você não é i****a. — Sou sim... Fiz por onde para perder a mulher que eu amo... — Você não perdeu ainda. — Por que acha isso? — Ela te ama, meu filho. Vai perdoá-lo. — Como tem certeza? — perguntou manhoso. — É só você reconquistá-la. — Isso é muito difícil... Ela não me quer por perto. — Respeite o tempo dela, filho. — Mas ela está querendo sair com outro cara, mãe! — disse alto. — Meu filho, às vezes as pessoas têm que passar por situações para verem o que é melhor para elas. Deixe ela sair com ele. Ela vai perceber que não é isso que ela quer. — Como vou dormir sabendo que ela tá nos braços de outro? — Deixe as coisas correrem naturalmente, Draco. Ela vai perceber. — Queria que a Clara estivesse aqui para me dar certeza... — Duvido que ela te contaria. Draco resmungou baixo. — Melhor você descansar. — Tudo bem — respondeu contra vontade. *** Clara estava em silêncio olhando a mulher a sua frente. Desde que entrou na escola, se perguntava como ela estava viva. Seu rosto era enrugado demais... Parecia ser muito velha. — Desde quando faz isso? — Não tem muito tempo... — Você nem sabe o que é, não é? — Não. — Então como brinca com isso? — Não estava brincando. Eu só me sinto calma. — Calma? Hum... Interessante. — Você não vai me trancar em uma sala e testar meus poderes como um rato de laboratório, vai? A mulher deu uma gargalhada alta. — É claro que não, querida. Só estou alertando que pode ser perigoso. — Por quê? — Você é uma bruxa diferente, Clara e sabe disso. — A menina desviou o olhar. — São raros os casos de se usar magia assim tão forte sem a varinha — disse a encarando séria. — Mas também existem riscos, pois não sabemos a proporção e intensidade desses poderes. E você está numa idade que precisa controlá-los. — Eu não controlo? — Por enquanto sim. — O que isso quer dizer? — Não é nada. Melhor voltar pra aula. Não vai querer perder nada, não é? Sua mãe surtaria se te visse fora da sala de aula — disse rindo e fez Clara rir também. — Com certeza surtaria. — Vamos. As duas seguiram de volta para o salão para que Clara pudesse comer algo. — Diretora...? — Sim? — Pode guardar segredo sobre o que viu? A mulher sorriu. — Não se preocupe, querida. Está bem guardado. — Piscou para ela e foi embora andando lentamente. Macgonagall era uma mulher estranha. Depois de comer, ela seguiu para a próxima aula. Não sabia o motivo, mas sentia que estava sendo observada. Procurou pela sala e viu Enrico a encarando completamente sério. E assim que viu que ela o olhava, desviou os olhos. E agora essa? Quando terminou a aula, ela se apressou em chegar perto dele e perguntar. — O que você tem? — Não tenho nada — respondeu seco. — Por que está falando assim comigo? Todos os alunos já tinham saído da turma. Só tinham os dois ali dentro agora. — Por que você foi correndo falar com o Weasley de manhã? Ele que implica comigo e recebe paparicos? — Que paparicos? Eu não papariquei ninguém! — Não é o que estão falando por ai! — E o que estão falando? — Que você o levou pra longe e conversaram sobre o que aconteceu, ai ficaram bem próximos e se beijaram! — disse alto. Clara arregalou os olhos. Ela devia ter muitos inimigos nesse castelo, só pode... — E você acreditou nisso? — Por que não acreditaria? — Você é um i****a! — Eu? — Sim! — Você que beijou ele depois de estar namorando comigo! — Primeiro: eu não beijei ele e segundo: eu não estou namorando com você. — Não? Ah não mais, né? — perguntou feroz. — Não estávamos namorando. — Pensei que estivéssemos... — Você não perguntou se eu queria. Os dois ficaram em silêncio se encarando. Olhos verde no azul. — Achei que quisesse, pois sempre ficávamos juntos. — Mas você não perguntou. — Meninas são tão complicadas... — Revirou os olhos. — Está tudo bem. Você acredita em tudo que falam por aqui. Acho que foi até melhor assim... — Virou as costas para ele. Enrico segurou firme o pulso dela. — Desculpa... É que eu fiquei louco de pensar que você o beijou... — Dá próxima vez me pergunte e não me acuse antes de saber. — Desculpa... Clara suspirou. — Tudo bem. Enrico sorriu. O loiro se aproximou e colocou as mãos na cintura dela. Em pouco tempo atacou sua boca sem deixá-la pensar. Ele adorava fazer isso... — Quer namorar comigo, senhorita Malfoy? — perguntou mordendo o lábio dela.     
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