Manuella
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Depois do café da manhã, papai concordou em cuidar dos meninos para que eu pudesse me encontrar com Wesley, Hadassa e Ayla. Para ser sincera, estou meio nervosa.
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Obvio que tem toda aquela parte sobre como eu posso ou não ter fantasiado sobre Wesley? Sim, bem, eu subestimei totalmente isso. Toda vez que estou perto dele, o que não é frequente, graças a Deus, fico estranha e me torno uma maluca. Oro seriamente para não fazer papel de boba.
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Dando-me uma conversa mental, finalmente me forço a sair do Tahoe. Uma vez fora do carro, fico cara a cara com a casa dos meus sonhos. É uma bela casa, absolutamente linda, com revestimento de telha cinza, persianas brancas, molduras ornamentadas e guarnição branca ao redor das portas duplas da frente. Quando estou prestes a pisar na varanda, as portas da frentese abrem e Wesley sai.
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— Manu, obrigado por nos ajudar em tão pouco tempo. — Ele se move para me abraçar, e eu congelo. Ele nunca me abraçou antes e a repentina demonstração de carinho me pega desprevenida. Quando ele percebe minha reação, rapidamente recua.
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— Entãooo, esse é o seu carro? Muito móvel para uma mãe de dezoito anos, não?
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— Eu acho. É uma necessidade ao transportar duas crianças de seis anos ao futebol, a piscina e karatê. Era isso ou uma minivan, e nenhuma ofensa às mães em todos os lugares, mas não, obrigada. É suicídio social para alguém da minha idade. Não que eu tenha muita vida social, mas ainda assim. Seria bom renunciar ao carro da mamãe, caso eu saísse com os amigos. — Percebendo o sorriso em seu rosto e o fato de eu estar divagando, paro enquanto estou à frente e calo a boca.
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— Bem, seja qual for o raciocínio, combina com você. Você assumiu um papel enorme e se aproximou dos meninos depois de sua mãe... — Ele segue, não querendo realmente terminar essa frase. Perder nossa mãe há três anos foi um golpe para todos que a conheciam, e ainda é uma importante fonte de tristeza sempre que falam sobre ela.
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— Olha, se cuidar de Hadassa está muito além do que você já está fazendo, eu entendo totalmente...
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— Não, está tudo bem. Eu já conversei com os meninos sobre isso e eles estão animados. Além disso, é apenas durante um periodo, certo? — Minha voz sai mais grossa que o normal, como se fosse forçada.
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— Sim, talvez mais cedo se eu conseguir encontrar uma babá antes disso. — Ele se move em direção a casa com a mão esquerda e continua.
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— Por favor, entre.— Wesley pressiona a palma da mão nas minhas costas, o dedo mindinho se conectando com a pele que está exposta disparando pequenos golpes de eletricidade na minha espinha, enquanto ele me conduz para sua casa.
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Só vejo a família Wilson em feriados ou ocasiões especiais e só estive em sua casa uma vez, no batismo de Hadassa. Chegando ao hall de entrada, a casa é tão deslumbrante quanto eu me lembro. Está decorada com um tema de fazenda com tons calmantes de cinza e marfim por todo o piso principal.
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— Oi Manu, não acredito no tamanho que você está! Eu não te vejo há anos. Desde que você tinha quinze anos, certo? Você é uma jovem tão bonita agora, sua mãe ficaria muito orgulhosa.— Ayla caminha até mim enquanto segura Hadassa e me dá um abraço lateral.
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Eu a abraço de volta, passando a mão no nariz de Hadassa enquanto me afasto.
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— Ei. Sim, a última vez que te vi foi no funeral da minha mãe. Então, você tem ajudado Wesley com Hadassa?— Eu lhe dou um sorriso triste e tento mudar de assunto.
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— Sim eu tenho, venha, vamos para a cozinha tomar um café enquanto conversamos.
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— Você disse a palavra mágica, café. — Levanto minhas mãos para o céu em louvor.
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— Mostre-me o caminho e eu seguirei. — Eu ri enquanto acompanho o ritmo.
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Entramos na cozinha toda branca com equipamentos em inox, uma enorme ilha de mármore e uma linda lareira na frente da copa. Totalmente instragamavel.
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— Sente-se, vou fazer um café. Como você quer o seu?— Ayla entrega Hadassa a Wesley e me aponta para um banquinho.
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— Bom, eu tenho dois nuances. Nesquik da dolce gusto e tambem café preto sem nada. Como eu já tomeu meu nesquik hoje, vou aceitar o café. — Eu rio depreciativamente.
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— Menina, eu entendo. Confie em mim. Sinceramente, não sei como você faz isso com dois meninos. Estou ajudando meu irmão há um mês e não me interpretem m*l, amo minha sobrinha, mas não tenho pressa de ter um bebê tão cedo. — Ela me dá um sorriso enquanto empurra simultaneamente uma xícara de café em minha direção.
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— Seu pai tem muita sorte de ter você, Manu.
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— Não havia outra escolha. Minha família precisava de mim e eu não podia dizer não a eles. — digo, encolhendo os ombros.
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— Nem todo mundo pensa da mesma maneira que você, Manu, — Wesley rosna, me prendendo com seu olhar pensativo.
Merda. Acho que cheguei a um ponto dolorido.
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— Eu sinto muito. Não quis dizer nada ofensivo, — peço desculpas rapidamente, sem perceber que poderia ter esfregado as deficiências de sua ex horrível na cara dele.
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— Não ligue para o Sr calças m*l-humorada, Manu. — Ayla acena com a mão para Wesley.
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— Agora, vamos falar sobre o cronograma. Hadassa acorda às sete da manhã, almoço ao meio dia, cochilo ao meio dia e meia, jantar às cinco e meia e vai para a cama às sete. Wesley sai para o escritório às oito e quarenta e cinco da manhã e retorna às cinco e meia da tarde. Ou seja, a menos que ele esteja fora da cidade para negócios. Como isso funcionará com o cronograma que você tem com os meninos?
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— Thiago e Diogo acordam às seis da manhã em ponto, o que significa que geralmente acordo às cinco ou cinco e meia da manhã. Se eu quiser chegar à frente do horário. Se estiver tudo certo, podemos estar do lado de fora as seis e quarenta e cinco e chegar aqui a tempo do horário de Hadassa.— Tomo um gole de café e continuo com minha linha de pensamento.
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— Todos nós poderíamos tomar café da manhã aqui e partir para nossa atividade diária, seja fora de casa ou algo aqui no quintal. Voltaremos para a hora da soneca, seguidos de atividades de aprendizagem e jantar. — Ayla e Wesley concordam, então eu continuo.
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— Eu poderia preparar o jantar, mas os meninos e eu não precisamos comer aqui, se for demais. Além disso, tenho certeza que papai começará a sentir falta da minha comida.
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— Qualquer coisa nesta cozinha está à sua disposição Manu, incluindo a comida, então não tenha vergonha disso. A cozinheira está em licença maternidade, então eu sei que Wesley apreciará toda a ajuda que você puder dar quando se trata de cozinhar, aquele homem pode queimar água. — Ayla bufa quando bate o joelho.
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— De qualquer forma, fique à vontade para levar algo para casa para Arthur, assim você matará dois coelhos com uma cajadada só.
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— Você realmente é a moderna Mary Poppins.— Wesley deixa escapar, meio admirado e meio em descrença sarcástica.
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— Eu não sei sobre tudo isso, mas meu curso universitário é de Psicologia Infantil, então acho que é da minha natureza. — Eu pisco e aponto para Wesley.
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Eu pisquei? O que diabos há de errado comigo? Sinto minhas bochechas queimarem sob seu escrutínio. Fale sobre ser socialmente estranha. Virando-me rapidamente enfrentando Ayla, tentando esconder meu constrangimento. Ayla olha de um lado para o outro entre Wesley e eu, estreitando os olhos. Algo pisca em seu rosto, mas se foi antes que eu pudesse verificar a emoção por trás disso.
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— Para qual faculdade você vai, Manu? É fora do estado ou local?
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— Uma faculdade local. Papai disse que procuraria cuidar dos meninos antes de eu começar, mas eu ainda queria ficar perto. Você nunca sabe quando eles vão precisar de mim. — Eu brinco com um fio de cabelo, pensando nos gêmeos.
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— Francamente, acho que preciso desses garotos tanto quanto eles precisam de mim, eles foram minha âncora durante todo o processo de luto, eles me deram um propósito para continuar e eu poderia dizer honestamente que seria uma pessoa difeRenante hoje, se não fosse por eles. — Limpo uma lágrima rebelde e peço desculpas.
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— Eu sinto muito, não quis ser deprimente e me emocionar com vocês. Se a programação parecer boa, posso estar aqui com os meninos na segunda de manhã.
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— Você não é deprimente, Manu. Eu acho que ela é perfeita para Hadassa, não é Wesley?— Ela fala se virando pra ele.
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— Sim.— É isso. Isso é tudo o que recebo. Uma resposta me avisando que eu tenho o emprego, Deus espero que o resto de nossas interações não sejam assim. Estranhas.
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Depois de discutir salários e outras coisas, colocamos em dia o pouco da minha vida social que estou disposta a compartilhar, o que não é muito. Sejamos honestos, eles não ficariam emocionados em saber a verdade sobre minhas atividades extracurriculares, passamos rapidamente para a vida de Ayla no litoral. Ela aparentemente está namorando um advogado importante e está apaixonada. Parece que pode haver um casamento em um futuro próximo.
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— Foi tão bom recuperar o atraso, mas tenho que voltar antes que os meninos queimem a casa sob a vigilância do papai. — Percebendo que horas são, coloco meu copo vazio na ilha e saio do banquinho. Eu rio.
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— Volto segunda de manhã, por favor, ligue se algo mudar entre agora e depois.— Eu aceno para Wesley e ando em direção a sua irmã quando saio.
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— Espero ver mais você Ayla, foi tão bom passar um tempo juntas.— Com um abraço e um aperto, estou do lado de fora, pronta para abalar o constrangimento do encontro desta manhã.