Wesley
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Outra segunda-feira, outra xícara de café, colocando uma cápsula na máquina de café, tento decifrar as emoções que passam por mim. Finalmente pousando em uma mistura de emoção e nervosismo, tentando explicar os sentimentos.
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É a primeira vez que deixo Hadassa com alguém que não seja da família ou um profissional, de modo que poderia muito bem ser a fonte dos meus nervos, mas de onde vem à emoção?
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Uma visão de Manuella pisca em minha mente. Deus, ela é deslumbrante. Eu não lembrava dela ser tão bonita, seus longos cabelos negros e penetrantes olhos cinzentos são o suficiente para deixar qualquer homem de joelhos.
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Mas ela é tão jovem, p***a. Dezoito anos, para ser exato. Dou-me um tapa mental, empurrando todo e qualquer pensamento da beleza de Manu para fora da minha mente.
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Mudando de assunto, repasso a programação que ela me mandou ontem à noite. Parece que eles vão para o Jardim Botânico em vez do zoológico, Hadassa vai gostar de ver todas as lindas flores e eu gostaria de poder estar lá para ver sua reação.
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Eu nunca tive nenhum passeio com Hadassa antes. Não sou bom em planejar esse tipo de coisa e Natasha nunca foi de planejar atividades para nós ou mesmo estabelecer um cronograma para nossa filha, apesar de ser a principal cuidadora de nossa casa.
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Eu não acho que havia um osso maternal no corpo daquela mulher.
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O que diabos eu estava pensando ao casar com ela?
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Uma batida na porta me traz de volta para o aqui e agora. Me aproximo e abro, vendo duas crianças de cinco anos e uma Manu sorridente.
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— Bom dia. — Eu limpo minha garganta.
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— Esqueci de lhe dar uma chave no sábado. — Depois de acenar para todos entrarem, pego a chave reserva da gaveta e entrego a Manu.
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— Sinta-se livre para ir e vir quando quiser. Como faria em sua casa, vou escrever todos os detalhes e instruções de login do sistema de segurança em uma folha de papel. Se possível, tente memorizar essas informações e queime-as quando terminar. Não quero que alguém possa facilmente se apossar disso.— No momento em que estou entregando a Manu, Hadassa começa a tagarelar através do monitor do bebê.
— Parece que nossa pequena está acordada. — Manu sorri, virando-se para enfrentar os gêmeos.
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— Meninos, sentem-se na bancada, vocês têm trinta minutos de tempo na tela enquanto eu ajeito Hadassa e o café da manhã é servido.
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— Uhuuuuul! — Os meninos aplaudem, enquanto puxam seus aparelhos de suas mochilas, deixando-me admirado com a facilidade com que ela assumiu o controle da situação.
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Estou prestes a dizer a ela como estou impressionado, mas quando percebo ela já foi para o quarto de Hadassa, Ok. Preciso ser igualmente eficiente e me preparar para o trabalho.
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— Thiago, Diogo, estou indo para o meu quarto, gritem se vocês precisarem de alguma coisa. — Saio da cozinha com o maior sorriso, as coisas podem estar apenas melhorando na família Wilson.
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Quarenta minutos depois, entro na cozinha e inspiro profundamente o cheiro de ovos e café tira um gemido audível de mim.
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— Cheira bem aqui. Ainda resta alguma coisa para o querido papai? — Ok, isso foi estranho eu nunca me chamei de papai antes. Claro, sou o pai de Hadassa, mas não é como se os gêmeos fossem meus e Manu, sua mãe.
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— Sim, deixei um prato no balcão, está coberto com papel alumínio para mantê-lo aquecido. Há ovos, Bacone torradas francesas.— ela responde sem perder o ritmo.
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Talvez ela não achasse esse deslize tão estranho quanto eu? Deus, espero que não. Primeiro dia e eu já tive que me repreender duas vezes.
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— Obrigado, mas você não precisa cozinhar para mim também, você sabe. Eu estava apenas brincando.
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— Não se preocupe, não faz diferença cozinhar mais, já que estou fazendo o suficiente para quatro pessoas.— diz ela quando começa a carregar a máquina de lavar louça.
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Não querendo tornar as coisas mais estranhas, pego o prato e sento-me à mesa sem mais comentários. Estou prestes a lamber o prato de como tudo é bom quando Manu coloca uma caneca de café na minha frente.
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Ela é perfeita. Ela não é apenas linda, ela também é incrível com Hadassa, pode cozinhar muito bem e ainda me fornece café? Claramente, propus à mulher errada.
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Batendo-me mentalmente de novo, lembro que Manu não só tem dezoito anos, como também é sobrinha e filha dos meus melhores amigos. O pensamento de fazê-la minha não é apenas proibido, é impossível.
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Eu tenho que manter minha cabeça sob controle e fazer algo para sair dessa névoa de Manu em que estou.
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— Você não tem que esperar por mim ou cozinhar, isso não é parte de seu trabalho.— Murmurando, eu continuo.
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— Eu não te contratei para brincar de casinha, você é babá de Hadassa nada mais nada menos. — Acabei de soar como um completo babaca, mas Manu precisa saber desde o início que existem limites que, sob nenhuma circunstância podem ser ultrapassados.
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Este não é um romance em que o pai solteiro se apaixona pela babá gostosa.
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— Isso é um café da manhã, não uma declaração de amor eterno. — Ela revira os olhos e balança a cabeça.
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— Não é realmente difícil e não há razão para essa atitude, Wesley. — Manu circula um dedo na minha direção.
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— Eu deveria ter colocado uma pílula para relaxar naquele seu café, da próxima vez saberei melhor. — Com uma piscadela, ela vira as costas para mim e segue em direção a entrada da cozinha.
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Bem, olha aqui, Manu tem um pouco de ousadia para falar.
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Aproveitando a oportunidade para fugir sem mais confrontos, eu me movo em direção à cadeira alta de Hadassa e planto um beijo em cima da cabeça dela.
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— Adeus, minha pequena. Espero que você tenha um dia maravilhoso.—Eu passo em direção aos gêmeos, eu simultaneamente agito seus cabelos e falo alto o suficiente para Manu ouvir.
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— Isso vale para o resto de vocês também, avise-me se precisar que eu traga alguma coisa para casa. — Casa. Como se este fosse o lar deles também.
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Antes de tornar esta manhã mais estranha, vou para garagem e entro na minha range rover, ligando o rádio enquanto acelero para o trabalho.