Dulce María (A PROTAGONISTA ESTÁ LEMBRANDO DO PASSADO)
Eu nada mais era que uma menina, uma princesa,criada no castelo mais longínquo, na torre mais alta, no quarto mais alto.
Fui criada para ser uma esposa, não uma dona de casa, mas uma esposa desses troféus, com 50 mil empregados, sendo um exemplo de esposa perante a sociedade.
Era a menininha do papai, aquela que ele criou em berço de outro com tudo do bom e do melhor, hoje eu vejo que no meu mundo aquilo não era amor de pai, e sim um investimento, esposas troféus são uma fortuna, tanto para criar uma quanto para manter.
Sim, eu era uma princesa, uma patricinha com roupas caras, celulares caros, unhas majestosas com fios de ouro 18 quilates.
Um passarinho preso em uma gaiola de cristal com detalhes em ouro que eu chamava de família, posso dizer a vocês que me lembro com tristeza meu aniversário de 15 anos, foi a maior festa de todos os tempos, meu pai precisava exibir o diamante bruto dele para ganhar um bom valor de casamento.
Foram três anos de negociação, tres anos vendo minhas amigas da escola saindo, indo a festas, cinemas e shopping;
Eu só podia sair de casa com a minha mãe do lado, minhas amigas só podiam vir a minha casa se a visita fosse controlada, nada de garotos, nada de festas, nada de nada.
No meu aniversário de 18 anos meu pai disse que eu estava noiva, que iria me casar em breve, eu me enchi de felicidade, e imediatamente minha e eu fomos comprar o enxoval, tudo de algodão egipcio, com as nossas iniciais, nosso noivado foi noticiado aos quatro cantos eu Dulce Maria Sanches filha de Orlando Sanches o dono do cartel norte del valle, iria me casar com o filho caçula de um homem poderoso do Rio de janeiro, Rogério dos Santos dono do morro do dendê.
Eu não entendia muito bem o que era morro, aliás eu não sabia o que meu pai fazia.
Depois de um tempinho de noivado eu e meu noivo começamos a nos falar por mensagem, graças a meus estudos eu falava portugues e inglês.
Tiago Augusto meu noivo era um perfeito príncipe, me mandava mensagens de bom dia e boa noite, me falava que estava ansioso para me ver, mandava fotos do nosso triplex na barra da Tijuca. eu indicava os móveis que eu queria ele comprava para a nossa casa.
A primeira vez quando nos vimos senti meu coração parar de bater, ele era o homem mais bonito que já vi, atencioso, prestou atenção em tudo que eu disse, ele sabia os meus gostos, lembrava de cada detalhe.
Eu era só uma menina, e achei tão romântico ele fazer as escolhas por mim, era como mágica ele sabia o que eu ia pedir antes de eu mesma saber o que eu queria comer, engraçado como com o tempo as coisas mudaram de uma forma monstruosa.
O homem que eu chamava de príncipe morreu atropelado, duas horas antes do nosso casamento, ele estava me traindo com uma das damas de honra, na nossa suite nupcial, meu pai o pegou no flagra e ele fugiu e foi atropelado assim que chegou na rua. Eu soube desse pequeno detalhe sobre a traição dele anos depois.
No dia seguinte, eu ainda chorava pela morte do meu príncipe agarrada em meu vestido de noiva, quando descobri que iria me casar com o irmão mais velho dele, Damon, ali começaria o meu martírio.
Dizem que o primeiro amor e aquele infantil, de fantasia, aquele que você encontra nos livros para crianças, o segundo é aquele mais arrebatador, aquele que te ensina a nunca mais acreditar em promessas ditas no calor de corpos unidos, aquele que te ensina o que é ir no céu conversar com os anjos, e momentos depois te apresenta o chicote do demônio no inferno.
Me casar com Damon foi o meu inferno.
Eu só tenho uma palavra para descrever Damon a primeira vez que o vi: Medo
Não houve tempo de eu conhecê-lo, ou de me preparar, meu pai me chamou no escritório e lá estavam, meu Pai, Damon o pai dele e o Juiz de Paz.
Não havia nada de romântico ali, era simplesmente uma negociação financeira, Damon olhava para mim e eu podia sentir o ódio em seus olhos, e foi extremamente rude, assim que assinamos os papéis do casamento, minhas malas foram postas no carro de Damon e saímos dali.
Aquele homem era rude, grosseiro, nem ao menos me dirigiu a palavra, me jogou em um quarto de hotel e me deixou sozinha, por três dias, ele me culpava de uma situação que eu não entendia o que era, eu não queria aquele casamento, no momento a única coisa que eu queria era chorar meu príncipe morto, ele apareceu no quarto de Hotel, bêbado e dormiu no sofá.
Eu me sentia um ratinho no canto do quarto com tanto medo, longe da minha família, com aquele bruta montes que m*l falava comigo, me ignorava totalmente, então fugi, voltei para casa dos meus pais e implorei para ficar, implorei para me deixarem ficar, mas Damon chegou atrás de mim, meia hora depois e fomos para o Brasil
Depois disso fomos para o Rio de janeiro