CAPÍTULO 04

1428 Words
NOAH MONTEIRO O rosto daquela mulher, o sorriso, até mesmo a voz e seu toque, não saem da minha cabeça, estou me sentindo bem confuso, sempre fui muito reservado e só tive uma namorada quando era bem novo, também nunca fui mulherengo, tinha minhas necessidades, mas nunca tratei nenhuma mulher como objeto. Entretanto, nunca fiquei tão fascinado por alguém a primeira vista, isso é bem novo. — Seu pai disse que estaria aqui.— olho para trás e Flávio se aproxima, ele é meu melhor amigo desde criança, me ajuda na contabilidade da fazenda. — Como ela odeia cavalos, sei que o estábulo seria meu refujo.— murmuro alisando meu companheiro desde quando era um adolescente, um cavalo bem grande, de pelo preto e brilhante. — O Marco está maior, diria até bombadinho.— ele o avalia com seus olhos esverdeados. — Ele e meus os outros cavalos, cuido como se fossem meus filhos. — Mudando de assunto, soube da herdeira da fazenda De Lins, ainda estou surpresa com Bernardo ter tido uma filha fora do casamento.— o olho confuso. — Como sabe disso? — Suzane fez questão de espalhar para toda Ouro Preto.— solto uma respiração pesada. — Olha, essa mulher é um ser terrível. Pode ser sua irmã, mas é um ser de merda.— ele ri. — Por isso me afastei daquela família, meu pai e minha mãe mimaram muito Suzane, ela está insuportável, as vezes me questiono se sou irmão dela mesmo, ou se sou adotado.— me fasto do cavalo e começo a caminhar para fora do estábulo. — Tive o prazer de conhecer essa moça. Se chama Gabriela Castro, foi adotada por uma família que mora com ela na fazenda; — E a moça é bonita? — Além de linda, é extremamente simpática, mas parece que pode ser acida quando provocam.— Flávio me olha confuso. — Como assim? — Suzane ontem a noite foi a fazenda dela, querendo comprar e deu de cara com essa Gabriela. Como conhece sua irmã, ofendeu a moça de tudo quanto é jeito e ainda por cima falou da mãe biológica dela. Gabriela a colocou pra fora a arrastando pelos cabelos.— Flávio arregala os olhos e logo depois começa a ri. — Queria muito ter visto essa cena, ganharia meu ano. — Ela chegou com puro ódio nos olhos e com o cabelo todo bagunçado, meu pai se segurou para não ri na cara dela.— ajeito o meu chapéu escuro. — Agora fiquei com mais vontade de conhecer essa moça, já virei fã dela. — É, mas essa moça não conhece Suzane e seus limites, ela cutucou a onça com vara curta e com certeza, sua irmã vai cair matando em cima dela.— Suzane odeia perder e para conseguir o quer, é capaz de muita coisa e isso me preocupa. — Mas acho que ela deve ter encontrado uma adversária a altura. Ela sabe que você a conheceu e ainda por cima conversou com essa moça?— questiona. — Não, e estou pouco me fodendo pra isso, eu estava indo para a cachoeira e por acaso essa moça estava lá, começamos a conversa mas foi por poucos minutos. — Ficou encantado pela moça, da pra ver no seu olhar.— está tão evidente assim? — Infelizmente, sou casado. — Com uma mulher terrível e que você não ama. Noah, você foi forçado, não seria surpresa se a traísse. — Ela é sua irmã, como pode falar disso?— ele para pra me olhar e diz; — É exatamente por conhecer, Suzane, que jamais julgaria se a traisse, ou até mesmo pedisse o divorcio.— balanço a cabeça em negação. — Por mais merda que meu casamento seja, seria errado da minha parte fazer isso, sabe como eu sou.— ele revira os olhos. — Um chato que prefere perder a liberdade do que manda aquela mulher ir pro inferno e a família Mendes se f***r. — Você faz parte dessa familia.— ele da uma leve tremida no corpo e murmura; — Não me lembre de coisa r**m, por favor. — Noah!— em falar em coisa r**m. — Suzane, porque está gritando? — Não me esperou de novo para tomar-mos café juntos.— ela olha para o irmão com cara de nojo.— O que esse viado faz na minha casa? — Já chega! Não fale assim com seu irmão de novo!— falo alto. — Não se preocupe, Noah, já não me importo mais com o que essa vaca fala. — Não vai entrar na minha casa e... — Essa é a minha fazenda, e eu sou o dono dela, quem entra aqui ou deixa de entrar, quem decide isso, sou eu. E Flávio faz a contabilidade da fazenda. — Você é meu marido, tudo que é seu, é meu, amorzinho, incluindo toda essa fazenda, e em breve a De Lins também. — Ainda com essa ideia i****a? — i****a? Hoje vou a Belo Horizonte, ver meus pais e convence-los a me ajudar nesse problema, aquela bastarda vai me pagar pelo que me fez. — Ela deveria ter te socado, pra ferrar ainda mais essa sua cara de cobra feia.— Flávio alfineta e Suzane ameaça avançar nele, mas eu entro na frente. — Vai defender ele?! Flávo está insultando a sua esposa. — Você começou.— a vejo bufar. — Não é atoa que mamãe e papai o desconhecem como filho, além de viado, é um sem classe alguma.— logo em seguida, ela sai pisando firme aparentemente com raiva, — Deveria denunciar sua irmã, isso é homofobia.— ele ri. — Um dia farei isso, mas quero esperar a oportunidade certa. Mas para tirar o veneno dela de nós, precisamos beber. GABRIELA CASTRO — Olha quanta coisa essa fazenda fatura no mês, é um preço de um apartamento chique em Copacabana.— murmura meu irmão olhando os relatórios. — Isso é bom, mostra que a fazenda está indo muito bem, só temos que manter assim ou ser ainda melhores.— folheio as anotações no caderno de Bernardo, Albert disse que era sobre a fazenda e que as mesmas eram bem importantes. Estávamos no escritório que é enorme, todo em branco e preto com moveis bem rústicos e envernizados. Teto de gesso rebaixado e chão de madeira. — Mana, onde você foi mais cedo? Não tomou café conosco. — Fui até a cachoeira, e lá encontrei um cowboy muito do gostoso.— Henrique para de mexer nos papéis e passa a me da atenção. — Como assim? Me atualize por favor. — Eu estava na cachoeira quando ele chegou, a voz dele parece de um trovão firme, alto e forte. Belos olhos azuis, um sorriso arrebatador, barba grande mas bem aparada e todo alto e definido.— ele ri. — Uau, que coisa mais linda, mais, me conte mais. — Conversamos um pouco e antes de nos despedir-mos, ele apertou a minha mão e senti uma sensação tão gostosa. — Qual o nome dele?— meu sorriso se desfaz na hora. — Noah Monteiro, ele é marido daquela maluca que veio aqui ontem.— meu irmão arregela os olhos. — Mas que merda, que balde de água fria. — Nem me fale, o homem lindo e simpático como aquele, ter como esposa uma cobra da pior espécie. — As vezes pode ser só um casamento de aparências, pessoas com dinheiro fazem muito isso. — Mesmo assim, ele é casado, sendo aparências ou não, Noah Monteiro é proibido pra mim.— ódio. — Mas essa cobra é uma sortuda, deve ser tudo dormir do lado de um homem como esse e acordar tendo a visão de um deus grego.— mordo meus lábios só de imaginar. — Infelizmente ele não é para nós. — Fale por você, é o mínimo que aquela vaca merece depois de insultar a todos nós e a sua falecida mãe. Um par de chifres.— balanço a cabeça em negação. — Eu posso ser uma pervertida, mas me coloco no lugar da mulher, não gostariam que fizessem isso comigo. Fora que quero distancia de problemas, ainda mais com essa mulher. — Depois do que fez ontem com ela?! Dúvido que ela vá te deixar em paz, Suzane Monteiro vai ser uma pedra no seu sapato. — Se ela é uma, eu sou duas, então é melhor esse vaca ficar no lugar dela, se não, vai conhecer um lado meu nada agradável. Venha com tudo, p*****a, que a Gabi aqui, vai lhe dar em dobro.
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