Lucas deixou Victor falando sozinho, o que ele queria era exatamente uma confusão, uma cena, e esse gosto ele não daria a Victor.
- Quanto tempo você acha que vai levar para Isabella perceber que o lugar dela é comigo? Veja bem o que você pode oferecer a ela, e o que eu posso oferecer. E eu não estou mencionando a história que tivemos juntos.
- Qual história? A que você a abandonou e nunca mais voltou?
- O que você sabe sobre isso? Eu jamais a abandonei, mandei dezenas de cartas para o endereço de minha mãe, Isabella nunca se deu ao trabalho de responder, por isso parei de procura la, eu nem sei por que estou explicando tudo isso a você.
- Pronto, agora devo acreditar que Isabella é a mentirosa e você o mocinho? Voltarei ao trabalho. Passar bem.
Ao voltar ao salão de longe Victor viu sua noiva na beira do balcão apontando e visivelmente vociferando.
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- O que você faz aqui Serena? – Perguntou Victor
- Vim conhecer sua querida Isabella, eu que te pergunto o que você faz aqui?
Isabella assistiu aquilo com um embrulho no estômago
- Serena, deve haver algum engano, eu e Victor nos conhecemos desde crianças, mas não temos nenhum tipo de relação – Disse Isabella incomodada
- Isabella você não deve explicações a essa maluca, Serena vamos para o apartamento agora, você virá por bem ou eu terei que arrasta la?
Serena saiu sem maiores problemas, a cena que pretendia fazer foi um sucesso.
- O que você tem na cabeça? O que veio fazer aqui?
- Outro dia você chamou o nome dela enquanto fazíamos amor, eu deveria deixar para lá?
- Você com certeza se confundiu, nunca mais a procure, ameace ou chegue perto dela, fui claro? Na próxima vez eu não terei clemência, nunca mais se aproxime dela com seus shows, guarde isso para a imprensa. Não me faça de bobo, o que você procura nesse relacionamento você terá, mas não se intrometa em meus assuntos. Não cheguei a essa posição sendo burro querida. Não me provoque.
O caminho até o apartamento foi tomado de um silencio profundo.
Serena nem ameaçou chorar, havia entendido muito bem o recado. No fundo a rejeição a magoou, e por mais que ela tentasse se convencer de que aquilo não tinha efeito, por se tratar de um golpe, a indiferença de Victor a atingia como mil facas.
Ao entrar no apartamento Victor nem sequer olhou nos olhos de Serena, foi direto ao seu escritório.
- Quero uma reunião, agora! Venha até o apartamento.
Trinta minutos depois um de seus detetives chegou.
- Por que não tenho nada relevante em minhas mãos para acabar com esse infeliz?
- Senhor a vida dele é limpa, não tem dívidas, passagens pela polícia, o cara é um chato.
- Ele precisa ter um passado, e vocês precisam achar, eu não quero recorrer a métodos mais violentos.
- Entendido senhor, algo mais?
- Outra coisa, o paspalho me disse algo interessante hoje, quando mais novo eu enviava cartas regularmente a Isabella, ele afirmou que ela não as recebeu, que ela contou algo sobre eu ter desaparecido. Investigue isso, comece por minha mãe. Essa velha está escondendo algo.
Victor inquieto com o que Lucas havia falado pegou um de seus carros, saiu sem um rumo certo, estava com raiva e confuso. Pegou se dirigindo até a casa de Isabella.
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- Juninho quem será na porta? – Disse Rafaela
Ao abrir a porta Rafaela finalmente vê seu irmão, depois de todos aqueles anos.
- Victor? Meu Deus! Quanto tempo meu irmão! chegou a um tempo e nem pensou em ver sua irmã?
- Resolvi não arriscar, mamãe me expulsou quando fui vê la, Isabella me odeia.
- Que bobagem, me dê um abraço!
Rafaela abraçou seu irmão, e percebeu que ele não passava de um homem perdido. Assim como ela, ele tinha medo.
- Bem, Victor... esse é o seu sobrinho, Juninho.
Os olhos de Victor se encheram de lágrimas, a forma como sua irmã o tratou, diferente de todos ela não pensou em escorraça lo.
- Rafa, adorei vê la, inclusive podemos bater um papo amanhã em meu escritório, o que você acha? Leve Juninho, mandarei um motorista busca la. Um almoço talvez?
- Certo, combinado.
- Me diga, onde está Isabella?
Rafaela apontou para o quarto.
Victor entrou sem ser anunciado, Isabella se preparava para finalmente dormir, e foi pega de surpresa.
- O que faz aqui? - Disse Assustada
- Calma, eu vim em paz! Só me ouça, ok?
- Ouvir mais o que? Suas ideias de me colocar como sua amante? De me oferecer a d***a do seu dinheiro como se eu fosse uma p********a? Você só se aproxima de mim para me magoar!
- Me perdoe por favor, só me escute, é importante.
- Bom, você tem seu tempo.
- Isabella, você precisa entender que eu jamais a deixei sem notícias, como eu poderia? Te mandei dezenas de carta, você nunca me respondeu.
- Eu jamais recebi uma carta sua, jamais! Eu te esperei Victor, tanto quanto era possível, dia após dia, vivi com a expectativa de que você apareceria para me salvar. Como você nunca veio, eu mesma tive que me salvar.
- Eu te prometo uma coisa, eu vou entender o que houve. Vou provar a você, eu te amo e sempre te amei, cada passo que eu dei foi por você.
- Certo, até a atitude de pedir outra mulher em casamento?
- Isso foi pensado pelo meu assessor, eu apenas fui t**o em aceitar.
- Ela foi me confrontar, parece gostar de você.
- Ela gosta do que posso oferecer a ela.
- Certo, e por que não usou seus recursos para vir até mim?
- Pensei que você não queria saber de mim, só decidi ser mais incisivo agora.
- Você consegue se ouvir? Nada do que você diz faz sentido, você é incapaz de dizer a verdade, incapaz de admitir seus erros. Esse Victor eu não conheço.
Victor se aproximou de Isabella, que dessa vez não hesitou. Ele pegou a mão dela e colocou em seu coração. Isabella chorando muito pediu que ele parasse.
- Sinta Bels, o meu coração bate por você, eu farei o que for necessário para ter você de volta.
Isabella tinha uma reação aos toques de Victor, essas reações eram conhecidas dela, e só o fato de sentir o cheiro de Victor a confundia e a Perturbava, porém ela sentia que estava em casa, em meio àquela confusão.
- Por favor, me diga que vai me dar essa chance – Disse Victor sussurrando.
- Eu não posso te dar a oportunidade de me magoar novamente, e tenho o Lucas.
- Esqueça esse Lucas por um segundo, sou eu Isabella, grande amor da sua vida, sei tudo sobre você. Cada detalhe.
Victor encostou ainda mais seu rosto no rosto de Isabella
- Eu não vou beija la sem o seu consentimento, me diga o que você quer, se quiser eu me afasto agora.
Os braços de Victor envolvendo o seu corpo, o rosto dele colado ao seu, Isabella queria que ele a beijasse, mas aquilo bagunçaria mais ainda o seu coração.
Victor parecia querer devora la, e ao mínimo sinal positivo de Isabella, certamente o faria.
Ele a queria tanto que pensou que sua cabeça fosse explodir.
- Bels, você não pode negar a nossa conexão, eu quero você, e sei que você me quer também. Não resista, me diga, devo te beijar?
- Victor, não, por favor, não me confunda ainda mais.
- Ouça, eu voltarei, a forma como você se sentiu nos meus braços hoje, é apenas o começo.
Conforme prometido, Victor se afastou, mas não sem antes dar um beijo na bochecha de Isabella.
Saiu da mesma forma que entrou, sem aviso.
Naquela noite Isabella até tentou dormir, mas ela sabia que não conseguiria. Tentou ler, não conseguiu. Andou pela casa a madrugada inteira, parecia sentir o toque de Victor em sua pele. O que a assustava era que havia gostado, e que se ele tivesse insistido por mais alguns segundos ela teria cedido. Teriam feito amor ali mesmo, ela não teria pensado em mais nada.
Victor passou a noite em sua varanda imaginando o que teria sido sentir o corpo de Isabella contra o seu, ele imaginou por horas todos os toques e beijos, desejou do fundo de seu coração que Isabella estivesse se sentindo assim, desejou que seu rosto não a deixasse dormir, desejou que ela ainda conseguisse sentir o seu cheiro dentro do quarto. Desejou que o único pensamento dela fosse ele, assim como ele só conseguia pensar nela.
Ele pode sentir, e ela também, a história deles não poderia acabar daquela forma.
Victor estava determinado a descobrir o que havia acontecido com suas cartas, a usaria todo o recurso existente para saber quem havia sido o responsável. Ele era perfeitamente capaz de admitir o que havia feito de errado, mas jamais admitiria uma pecado que não cometeu.