Capítulo 5

891 Words
Depois de um tempo, Neguinho parou o carro na frente do lugar que eu fazia curso, e eu já fui descendo do carro, pegando minhas coisas no banco de trás. William ficou me olhando calado, enquanto o Neguinho mexia no celular, visivelmente já ficando puto com alguma parada. William: Deixa eu ir contigo, dinda? - me olhou fazendo um biquinho, e eu ri de lado. Rafaelly: Não dá meu amor. Dinda vai estudar pra poder ficar rica e comprar uma fábrica de bolachas pra tu, pô. Na mesma hora em que eu disse, ele deu maior sorriso, e se esticou na cadeirinha pra me abraçar. Abracei ele apertado, dando um beijinho em sua bochecha, e sai, ajeitando minhas coisas. Rafaelly: Tchau, n***o. - acenei pro Wellington, que me ignorou legal. Ala. Entrei ali aonde era meu curso, e já fui indo para a sala que eu estudava e pá. O curso já estava quase chegando na reta final, então logo mais, vou poder montar meu salão, com algumas economias que venho guardando a alguns anos. Sim, metade deste dinheiro que tenho guardado, foi o Neguinho que me deu, por conta daquelas fotos lá e pá. E o resto do dinheiro eu venho juntando do meu trabalho de atendente em uma loja de roupas e sapatos perto da favela. Trabalho lá a quase dois anos, e mesmo o salário não sendo aquelas coisas, tô conseguindo juntar uma grana boa pra c*****o, pô. Que isso...! Logo mais tô toda patroa com meu salão lá na favela, bombando pra c*****o, e ficando cada vez mais cheinha de grana! ****** Era quase oito da noite quando o Neguinho apareceu pra me buscar. Ele estava sozinho, sem o William dessa vez. E o moço estava com a pior cara do mundo. Parecia estar irritado pra c*****o com algum bagulho, e eu sabia que com ele nesse estado, não era bom ficar puxando papo. Neguinho é mó paz na maioria do tempo que passa comigo, com a minha mãe ou com o William, mas as vezes quando tá longe vira outra pessoa. Já vi ele agindo super grosso, arrogante a até agressivo com várias pessoas, inclusive com alguns caras do comando. Não sei se é porque ele não tem muita confiança, mas que as vezes dá medo dele... dá sim! Rafaelly: O que rolou em? Neguinho: Nada, pô. - respondeu baixo, ligando o carro. - Quer parar em algum lugar pra lanchar? Murmurei um 'aham', e ele só balançou a cabeça. Tava na cara dele que ele não tava de boa, então nem puxaria muito assunto com ele hoje, e nem ia ficar com minhas graças pra cima dele. Vai que o cara surta e desconta tudo em mim? Ala, ia dar maior m***a! Até porque se ele viesse dando um de maluco pra cima de mim, eu não ia abaixar minha cabeça não, e ele muito menos! Wellington parou em frente a uma lanchonete que tinha ali perto da onde eu fazia curso, e já foi descendo do carro. Deixei minhas coisas no banco de trás, e também sai do carro, indo atrás dele. A lanchonete ali não estava muito cheia, então sentamos em qualquer mesa ali. Eu continuava quieta na minha, me segurando pra não começar a falar, e ele, continuava com aquela cara fechada. Até que não em aguentei outra vez. Rafaelly: O que tá rolando, pô? - cruzei os braços. Neguinho: Nada! Já disse... Rafaelly: Ih Neguinho, te conheço, cara. Fala logo, em. Ele respirou fundo, se encostando na cadeira, e ficou um tempo olhando para o teto, até que baixou o olhar em mim. Neguinho: Só a Naysa enchendo a p***a do meu saco por conta de uns bagulhos ai. E a facção me cobrando altas paradas. - bufou, fazendo uma careta logo em seguida. - Tô cansadão já! Rafaelly: Naysa tá te cobrando no que? Neguinho: Sobre altas paradas, pô. Principalmente por conta das minas lá da favela que tô saindo. A maluca foi tentar bater na Camila hoje mais cedo porque viu que ontem sai com ela. Rafaelly: Gosto da Naysa, mas não gosto desse ciúmes descontrolado que ela sente por você. E olha que vocês dois nem tem nada, mas imagina se tivesse... Neguinho: E nem quero mais voltar a ter algo com aquela louca, tô fora de problema, pô, na moral. - suspirou, e eu fiquei quieta mais uma vez. Sou colega da Naysa, gosto bastante dela, mas acho super desnecessário esse ciúmes doentio dela com o Neguinho. Uma que os dois nem tem nada, e Neguinho nem quer aproximidade, é só o William que liga eles dois, mas ela insiste em colocar na cabeça, que eles ainda vão se casar, e ter mais filhos. A própria fanfiqueira! Ala. Mas serin mesmo pô, Naysa as vezes parece louca. Da até um certo medo de em que até que ponto essa loucura e esse ciúmes dela podem chegar. Quando o carinha apareceu dali da lanchonete, fizemos nossos pedidos ali. Pedi logo dois hambúrguer e uma porção de batata frita, com dois copo de coca, aproveitando que quem iria pagar, era o Neguinho. E já ele só pediu um misto quente com um café com leite. Ficamos em um silêncio do c*****o esperando a comida, e quando chegou, já logo fui comer, pois estava morrendo de fome, pô. Dá não.
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