No palácio da alcatéia Lua de Prata Maruí observava o por do sol com um semblante triste, a sua vida era tudo menos feliz, ele se sentia preso pelo fardo de ter que reinar e ainda mais sobre a pressão da sua mãe.
Caminhando lentamente ele vai até a mesinha perto da sua cama, tirando uma caixa da gaveta ele abre e pega uma fita de cabelo azul, enrolando a fita na sua mão ele leva a fita ao nariz e inala o doce aroma que havia nela, os seus dedos passando com delicadeza pela fita.
Maruí nunca disse o que sentia por Elena, ele a amava desde a primeira vez que a viu, e ele se lembrava bem daquele dia.
Flashback on
Maruí andava pela floresta distraído, naquele dia ele havia brigado com a sua mãe, de novo, e o motivo era seu irmão, como sempre, então para se distrair ele resolve dar uma volta, ele se sentia bem na floresta afinal, ela era uma extensão do seu corpo. O ar puro invadia os seus pulmões lhe trazendo a paz que ele tanto necessitava. Em quanto caminhava de longe ele observava uma menina com uma cesta nas mãos, os seus cabelos negros reluzindo sobre a luz do sol, quando ela percebe sua presença se esconde atrás de uma árvore.
_Não vou machucá-la, - diz ele aproximando-se lentamente - Eu me chamo Maruí.
Lentamente Elena coloca a cabeça para fora e observa Maruí, então sai de trás da árvore.
_Eu sou Elena. - diz ela o olhando.
_Prazer Elena, o que faz aqui?
_Estou colhendo ervas para ajudar a minha mãe. Maruí estava encantado com o som da voz de Elena, tão suave e delicada, ele se via preso no seu olhar.
_Elena! - grita alguém de longe.
_É a minha mãe, tenho que ir. - diz se virando e correndo, na sua presa o seu cabelo se solta deixando a fita para trás, Maruí olhava de longe os cabelos de Elena balançarem ao vento, era a coisa mais linda que ele já havia visto na vida. Elena havia ido embora e levado um pedaço do coração de Maruí com ela.
Flashback off
Aquele era seu maior tesouro, Elena o fazia se sentir bem, ela tratava-o como uma pessoa normal sem as pompas de um rei Alfa. Ele guarda a fita novamente na caixa a pondo no lugar. A pesar da sua idade Maruí ainda não havia encontrado a sua companheira, na realidade ele nem a procurou, no seu coração ele tinha a esperança de que fosse Elena, mas quando ela completou os seus dezoito anos o seu lobo não a reconheceu, isso ainda o incomodava terrivelmente. Maruí se perguntava no seu coração o que faria se um dia Elena encontra-se o seu companheiro, era uma pergunta que ele não tinha resposta.
***
Mork observava Elena caminhar alegremente para sua cabana, como se nada tivesse acontecido com ela. "Ela enlouqueceu?" pergunta a Drago, "Ela só é generosa, um coração puro", responde Drago deixando Mork ainda mais chateado.
Olhando para Elena ele sabia que ela realmente não nutria mágoa pelas palavras ríspidas que ouvirá mais sedo, mas no seu peito ainda queimava a vontade de voltar lá e destruir aquelas pessoas. "Eu apoio essa ideia", diz Drago. Mork suspira pensando que se fizesse isso deixaria Elena triste, então ele percebe o seu pensamento e fica frustrado, ele havia prometido que nada ficaria no seu caminho para a vingança, mas o laço de companheiro com Elena o estava distraindo dos seus objetivos.
_Tem algo errado? - pergunta Elena sentindo a sua agitação.
_Preciso fazer algo, - diz abrindo um portal - Não saia de casa até eu voltar.
Mork passa pelo portal deixando Elena só com os seus pensamentos.
Assim que ele sai do portal no topo de uma montanha, ele puxa uma grande lufada de ar, mas seu peito ainda queimava, como se faltasse algo muito importante.
"É ela, não pôde fugir do laço de companheiro", diz Drago na sua mente.
_Já disse que não quero uma companheira. - responde irritado por ter que voltar naquele assunto novamente.
"Não vou ficar sem ela"
_Estamos muito bem sem uma companheira Drago.
"Foi graças a ela que saímos daquela maldita prisão"
Mork não queria discutir com o seu lobo, ele sabia que Drago poderia ser irracional quando queria. Ele não era imune a Elena, pelo contrário, quando estava.perto dela era como se todas as peças se encaixarem, e ele sentia vontade de esquecer tudo e se prender somente a ela, mas a amargura no seu coração não permitia, a sua vontade por vingança era grande de mais para ser esquecida, ele havia esperado muito tempo para se vingar dos seus inimigos, a sua mãe merecia ser vingada, e isso era exatamente o que ele faria.
_Precisamos achar uma forma de romper o selo. - diz a Drago.
"Não vejo como".
Enquanto estava perdido nos seus pensamentos Mork sente um forte aperto no seu peito e sem que ele controlasse lágrimas rolam por seu rosto, ele olhava suas lágrimas assustado, não sabendo de onde tinha saído aquele forte desejo de chorar.
"É ela, ela está triste", responde Drago.
Mork nem se lembrava da última vez que havia chorado, e naquele momento sentiu raiva de Elena por fazê-lo reviver um sentimento segundo ele de fraqueza.
_Mas que droga! - grita irritado, sem poder fazer algo a respeito ele abre um portal e volta novamente para a alcatéia Lua de Prata. Assim que ele sai, vai até a cabana de Elena e a cena a sua frente era de cortar o coração.