Dor

963 Words
Mork olhava com olhos arregalados para Elena, ela estava caída no chão em posição fetal chorando descontroladamente, ele aproxima-se lentamente dela sem saber o que fazer. O seu corpo tremia violentamente, soluços profundos escapando da sua garganta. Ela se sentia completamente perdida, como se o mundo estivesse desabando ao seu redor. As lembranças dolorosas invadiram a sua mente, trazendo à tona todas as feridas que ela tentava esconder. Mork a observava alheio aos seus pensamentos torturantes, sem outra alternativa ele se senta no chão e a puxa para seu colo. _O que ouve? Por que está chorando assim? - a sua voz era firme ao falar com ela, ele não havia sido criado para ser gentil, então tudo o que naquele momento ele podia lhe oferecer eram pequenos tapas nas suas costas. _Eu não entendo, o que fiz para que me odiassem tanto! - diz com a voz embargada, um soluço saindo dos seus lábios que tremiam levemente, o seu estado era lamentável, os seus olhos estavam vermelho e levemente inchados. _Não ligue para eles. - diz tentando acalmá-la, ele podia sentir a sua dor e isso o estava incomodando muito. _Eles pensam que não dói, mas dói, já basta eu ser abandonada por minha família, até os que eu cuido me desprezam. - ver Elena daquela maneira acendeu a irá de Mork, ele se afaste e se levanta. _O que foi? - pergunta ela ainda chorando. _Me diga quem fez isso com você que trarei o seu coração ainda batendo. - um arrepio percorrer o corpo de Elena quando ela ouve a voz de Mork, a sua voz havia mudado ficando mais rouca e os seus olhos estavam brilhando azuis. _Não quero que faça isso, eu estava apenas triste. - diz ainda com lágrimas escorrendo por seu rosto.Apesar de todo o seu sofrimento ela não desejava o mau para as pessoas daquela aldeia. Mork suspira tentando controlar a sua raiva, mas bastou apenas um olhar em Elena para saber que um dia ele faria aquela aldeia pagar um alto preço por suas lágrimas. "Confessa que gosta dela" diz Drago "não é isso, desejo apenas vingança por aqueles que não podem se defender" responde "quero ver até quando vai acreditar nisso" diz Drago. _Venha comigo. - diz ele se virando e sai do da cabana. Elena segue Mork com um pouco de receio, ela sabia que ele era poderoso e temia ser machadada por ele. _Venha - diz passando pelo portal, Elena passa o seguindo, quando saem do outro lado eles estavam no alto de um penhasco com a vista para uma aldeia logo a baixo. _Onde estamos? - pergunta confusa. _Aqui é a alcatéia Lua n***a. - diz simplesmente. _Lua n***a! _Sim, eles não são diferentes de vocês Elena. _São sim, sei que são bárbaros e que foi um deles que matou o rei alfa. - as palavras dela eram ditas com tanta convicção que Mork a ouvia perplexo. _Achei que você era diferente deles, mas acho que estava errado. _Do que esta falando? - pergunta confusa. _Da alcatéia Lua de Prata, você se apressou em julgar um povo que você nem conhece, devido ao que já ouviu, você logo deduziu que eles eram culpados. - Elena sentia o peso das palavras de Mork e se sentiu envergonhada com a sua atitude. Realmente ela não estava agindo diferente deles. _Me desculpe, sabe eu sempre fui rejeitada na minha matilha, fui adotada por uma curandeira quando era criança, sempre ouvi todo tipo de coisa que você pôde imaginar - diz se lembrando com um olhar triste. _Por ter sofrido tudo isso você devia ter mais empatia com esse povo. - diz apontando a alcatéia. _Eu sei, mas hoje eu estava no meu limite, lamento que tenha presenciado aquela cena. _Não tem problema você chorar Elena, ninguém é forte o tempo todo. - a suas palavras deixam Elena surpresa, ela nunca esperava ouvir algo assim dele. A noite estava linda, apenas a lua iluminado a aldeia lá em baixo Elena permite que os seus pensamentos vaguem enquanto observa a aldeia. _Por que está sendo bom comigo? - pergunta ela de repente. _Não estou sendo bom, eu não conheço essa palavra, só queria que você parasse de chorar. - diz de forma ríspida. Ele estava se arriscando ficando tão perto de Elena, mas também não queria ficar preso aos sentimentos que fluíam dela, ele havia sentido tudo, seu desespero, a dor do abandono e por último a ingratidão, Mork sabia por experiência própria que a ingratidão era o pior. _Mas por que? _Estamos ligados por um feitiço esqueceu! Não quero ficar fora de mim por estar sentindo os seus sentimentos. - as palavras de Mork eram duras e foram direto para o frágil coração de Elena, agora ela entendia o seu cuidado. _Pode me levar de volta. - pede num fio de voz, ela segura o choro tentando manter o seu resto de dignidade. _Claro. - diz abrindo o portal novamente, Elena passa sem olhar para trás deixando Mork só com os seus pensamentos. "Você é um i****a" diz Drago bravo. "Não começa, temos muito a fazer" Quando lembra de tudo o que havia passado a raiva de Mork se assente, ele só descansaria quando alcança se a sua vingança, ele olhava a sua alcatéia e o seu peito se apertava, a muito eles sofriam por causa da realeza, mas isso mudaria Mork estava convencido a restaurar a glória da sua alcatéia, nem que fosse a última coisa que ele faria na sua vida. Mas a lembrança da expressão triste de Elena vem a sua mente, e ele pega-se imaginando o que faria com ela, ele não desejava magoá-la, mas também entendia que no seu mundo não havia espaço para uma criatura doce como ela.
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