A dor que atrai

1751 Words
   Olívia admirou Jensen por um longo tempo, notou todas as suas nuances, notou toda a sua beleza e seu jeito bruto de agir e falar, e por hora até arrogante. Ethan por sua vez, sempre leve e sorridente.   - Ethan vamos parar em algum hotel fuleiro, certamente precisamos de um banho.   - Sim Jensen – Olívia, você está bem?   Olívia ainda não tinha digerido a morte de seu padrinho, o silêncio parecia correto, ela havia perdido o único familiar que lhe restava.   - Tudo bem, só um pouco cansada.   Lágrimas escorreram por seus olhos.   - Olha, é difícil perder alguém, ainda mais da maneira que foi... Mas seja forte, e conte com a gente. – Disse Ethan   Jensen olhou para Ethan como se quisesse bater nele   - Digo, conte comigo! Peço desculpas pelo Jensen, ele não foi domesticado.   Olívia ri sem intenção, gostava do jeito de Ethan, e por alguns minutos se sentiu bem.   - Olívia, venha até o hotel com a gente... Podemos nos distrair um pouco, beber umas cervejas, o que você acha? – Disse Ethan - Acho melhor não, bem, não é um bom dia. – Disse Olívia   - Não é um bom dia para se estar sozinha, eu insisto, venha conosco.   Olívia aceita, m*l não iria fazer. Tragédia por tragédia, ela já havia vivido muitas. Mas sabia que iria sobreviver. Era o que ela fazia, sobrevivia!     Olívia entrou no carro de seu tio, quis chorar um pouco mais, mas sabia que de alguma forma ela o veria novamente. Como ela vê seus pais, em sonhos.   Chegaram finalmente a um hotel fuleiro no meio da estrada, os mesmos com os quais Olívia estava acostumada.   Sem dar chances para despedida Ethan entrou no quarto desesperado para tomar um banho e tirar todo o sangue pelo seu corpo.   - Olívia fique aí, eu já volto! Eu não suporto sangue...   Sem que ela pudesse responder Ethan entra no banheiro.   A situação fica no mínimo desconfortável Jensen prontamente pega uma cerveja e senta em um banco velho na varanda e a encara por alguns momentos. Nem se lembra de oferecer algo para ela beber.   - Bem, eu já vou indo... Eu e tio Bob estamos em um hotel aqui perto, bem estávamos... Eu já vou indo – Disse Olívia, confusa.   - Você não prometeu para o bobalhão do meu primo que iria ficar aqui? Detesto pensar que minha companhia seja tão r**m assim. – Disse Jensen   Observando a postura arrogante, Olívia achou por bem devolver a antipatia na mesma moeda.   - Eu prometi ao Ethan sim, mas preciso de um banho. Mas você tem toda razão. – Disse Olívia   - Sobre o que Atkins? – Disse Jensen, proferindo o sobrenome do qual Olívia tanto se orgulhava como se fosse um palavrão.   - Você está correto em pensar que sua companhia é r**m, por que de fato ela é.   - Avise ao Ethan que eu volto logo. Jensen se levantou do banco, e encarou Olívia nos olhos. Deu três passos a frente e quase encostou o seu corpo no dela. Olívia não baixou a guarda e o encarou também, o calor que eles sentiam não era normal. Os olhos verdes de Jensen atravessaram Olívia, assim como os olhos castanhos dela chegaram a derrete lo.   - Você vai mesmo voltar? Está arrumando uma desculpa para fugir?   - Fugir de quem? De você? Eu conheço o seu tipo.   - Meu tipo? Eu conheço seu tipo Olívia!   - Então eu começo: Você é aquele tipo de caçador, arrogante, sabe? O tipo “Não preciso de ninguém, posso dar conta de tudo” e no final sempre é ajudado. Você tem o coração mole, mas não demonstra para não perder a postura do macho alfa que pode conseguir o que quer piscando os olhos. Do tipo que traça toda garçonete na beira das estradas, e que acha que todas as mulheres do mundo se jogarão aos seus pés, do tipo solitário! Nunca aceita estar errado, que demonstra desprezo por quem nem conhece direito e não dá a ninguém a menor chance, por que no fundo, você sabe que você é um saco!   Jensen chega mais perto ainda, quase encostando o seus lábios aos de Olívia, ele olhou profundamente em seus olhos, após isso falou perto de seu ouvido.   - O seu tipo é de uma menininha que viveu uma vida de aventuras, porém sempre sendo acompanhada, não sabe o que é sofrimento real, por que sempre é poupada disso por alguém, e quando está sozinha não sabe o que fazer. Trata todo mundo com gentileza por que quer que todo mundo lamba as suas botas, apesar de que é tão linda que não precisaria disso. É uma chata, arrogante e tem mania de achar que está sempre correta sobre análises de quem você não conhece! – Jensen terminou de falar, e baixou mais ainda o tom de sua voz e terminou dizendo – Acertei Atkins?   Olívia sente suas pernas estremecerem, o calor continua subindo pelo seu pescoço, ela não sabe o porquê não se afastou.   - Ah entendi Jensen, eu sou bonita então? Um elogio vindo de um poço de arrogância até que faz bem para o ego.   Olívia se afasta abruptamente de Jensen sem se despedir, entrou no carro de seu tio e finalmente partiu para o hotel.   Chegando ao hotel Olívia começou a sentir uma dor excruciante em seu braço, ao tirar a camisa observou um vergalhão, acreditou ser algo do impacto do dia, hematomas eram normais, disse para ela mesma.   Ao entrar no banho se pegou pensando em Jensen, seu corpo tão próximo ao dela, o pensamento a faz tremer, um frio percorreu a sua espinha naquele momento. A sensação do hálito quente dele em suas orelhas ainda a assombrava, mas não do modo que ela gostaria. Olívia queria sentir repulsa por Jensen, mas ele só conseguia lhe provocar desejo. Até quando se comportava feito um homem primata.   Ao sair do banho Olívia sentiu seu braço arder, pareceu mais estar pegando fogo, ela decidiu colocar água gelada sobre a marca, de nada adiantou. Logo ela percebeu que entre a vermelhidão se formou um Símbolo, símbolo esse que ela já havia visto.   Olívia estranhou a estampa, se tratava do símbolo capa do diário de seu pai, e também poderia ser observado em um colar que ganhou de sua mãe no seu décimo quinto aniversário. A Marca doía mais do que tudo, ela já não sabia o que fazer.   Decidiu voltar e pedir ajuda ao Ethan, ele poderia saber do que se tratava.   Ao chegar ao hotel Lamasa, Olívia observa Ethan sentado na varanda de seu quarto, ele sorri quando a vê estacionar o carro.   - Olha, pensei que Jensen havia te espantado com todo aquele bom humor...   - Ethan, preciso de sua ajuda!   Olívia aponta o seu braço para que ele veja a marca avermelhada.   - Suba aqui, depressa! – Disse Ethan     Dentro do banheiro Jensen havia sofrido os mesmo sofismas, uma marca havia aparecido em seu braço. Ele se contorcia de dor, mas diferente de Olívia o seu orgulho não o faria admitir. O único estranhamento para ele se tratava do símbolo que havia se formado. Símbolo esse, que ele não conhecia.   Mas há cinco minutos a marca havia parado de arder, e simplesmente a vermelhidão desapareceu, restando apenas o símbolo.   Ele colocou sua camisa de flanela com mangas longas e saiu do banheiro, com cara de poucos amigos.   - Jensen, venha ver isso – Disse Ethan   Jensen lançou um olhar quente para Olívia que o observada de volta com o mesmo tipo de olhar, Ethan não percebeu que estava no meio do fogo cruzado.   - Você lançou algum feitiço em mim! Bruxa! – Disse Jensen se Aproximando   - Do que você está falando? Eu vim mostrar ao Ethan esse sinal que apareceu em meu braço, isso não tem nada a ver com você! Ele estampa o diário do meu pai, e também um colar que minha mãe me deu!   - Ah sim, e você pretende me convencer de que esse sinal apareceu no meu braço do nada? Logo depois de você quase me beijar na varanda?     - Quase te beijar? Você está maluco? Como você pode ser tão presunçoso!   - Chega vocês dois! Mostrem-me as marcas, e parem de discutir feito duas crianças mimadas. Que cena h******l para se ver...   Jensen mostrou a Marca, Olívia e Ethan ficaram chocados.     Ao comparar as marcas não restavam dúvidas de que era perfeitamente iguais. Ambos contaram suas histórias e a partir daquele momento o sentido não se fez muito presente, não conseguiram saber o porquê a marca poderia doer e parar de doer em questão de minutos. Não sabiam como ela havia aparecido, presumiram ser alguma maldição lançada pelo Rugaru. Porém precisavam ter certeza.   - Certo, vamos partir do ponto de que essa mulher não me enfeitiçou com magia n***a, o que explica algo surgir do nada?     - Meu Deus Jensen, você é terrivelmente insuportável! Eu não lancei feitiço nenhum, mas se pudesse lançaria um para você calar essa sua boca!     - Enquanto as crianças brigam eu vou fazer algumas pesquisas. Vocês conseguem sobreviver na varanda sem se m***r por algumas horas?   - Eu voltarei para casa! Adeus!   - Você não vai a lugar algum Atkins até eu saber o que você fez comigo! Você entendeu?   Ethan revirou os olhos, já havia visto essa cena em alguns filmes. E era tão claro para ele que aquilo não passava de um flerte, que chegava a ser constrangedor estar ali. Tratou de entrar para iniciar suas pesquisas.   - Eu não sabia que você queria ficar tanto assim perto de mim Atkins, você poderia ter dito... Não precisava me amaldiçoar!   - Eu jamais iria desejar esse destino para mim, sua presença é totalmente insuportável Jensen. Acho que é você quem não consegue ficar longe de mim, te conheço há uns cinco minutos e você chegou tão perto que eu pensei que fosse me devorar!   - E eu posso chegar ainda mais perto... É só você dizer!   Olívia sabia que estava flertando, sabia que Jensen era insuportavelmente lindo e que até a voz dele mexia com algo dentro dela. Mas sabia que baixar a guarda para esse caçador iria lhe custar caro.   Jensen por sua vez queria beija la e todas as vezes que ela falava algo ele fitava seus lábios, ele poderia ficar olhando por horas sem nunca se cansar. Ele entendia que se a beijasse ali ela venceria. E mesmo sabendo disso, por Deus... Como ele a desejava!
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