Olá Omaha

3023 Words
Capítulo 1. Olá omaha O dia começado nublado, como todos os outros começavam desde o dia denominado como a grande dor. Olívia , se arrastou até a sua cozinha, que agora parecia tão vazia sem sua mãe preparando panquecas e seu pai cantarolando uma música r**m de rock clássico. Olívia engoliu um suco de laranja que estava na geladeira há uns três meses, e sem muita vontade se arrastou novamente até o quarto. Não importavam as horas, nem os dias, o sofrimento jamais passava e ela se sentia angustiada. Começou a temer que talvez a solução fosse à apatia, mas ela não estava acostumada com isso. Com a morte sim, com a apatia não. O telefone começou a tocar - Fala tio Bob, - Olívia minha querida, como você está? - Bem. Um suspiro ultrapassa a ligação, suspiro de dor e preocupação, Bob estava perdido. - Tio Bob você descobriu algo? Aquele modo de viver, mesmo que com o filtro de núcleos colocado por seus pais Amber e John, não poderia ser escondido, era sangrento e por mais que eles quisessem viver sob uma perspectiva normal como coisas nunca se normalizavam. Olívia ainda se lembra do primeiro vampiro que viu, se lembra da sensação que teve ao ver que seu pai, um exímio caçador de monstros, enfiar uma estaca no coração daquele homem. No inicio não entendeu muito bem do que se tratava,  Uma convicção de que seu pai era um bom homem a invadiu. Não havia espaço para questionamentos. Lembrava-se de também da primeira vez que caçou com seus pais, um ninho inteiro. Lembra-se de ouvir sua mãe repassar as táticas com ela muitos de vezes. Também não houve questionamentos, quinze vidas humanas foram salvas. Não houve um dia sequer que Olívia não se sentisse abençoada, porém temia sempre que as luzes se desligavam e todos iam dormir. O seu pai sabia mais do que queria contar, ela sempre soube. E sua mãe queria preserva lá do óbvio. Claro que mais tarde Olívia viria a descobrir, mas mantiveram em oculto o que podia. Olívia nunca teve medo, se sentia poderosa perto das outras crianças, sabia que existiam monstros dentro do armário, não precisava de histórias para dormir, nunca precisou se enganar.   - Eu conte tio Bob, preciso saber ... - Liv você precisa saber que não tenho certeza, mas há indícios de novos avanços em Omaha, não posso garantir que sejam os vampiros, você sabe ... Mas podemos mandar alguns filhos da mãe para o inferno, o que você acha?   - Em quanto tempo pegamos a estrada? - Passo aí em quinze minutos.   Olívia arrumou sua mala, pegou uma faca prateada de seu pai, nem sabe quando ela surgiu, só sabe que é uma herança antiga de sua família. Olívia pegou também a corrente que sua mãe lhe deu em seu décimo quinto aniversário e o diário do seu pai. Seu padrinho Bob entrou pela porta já apressado   - Vamos Liv! Seja mais rápida! Para quem estava em posição você não acha que está demorando demais? Esse envelope caído no chão, do que se trata? Quando Olívia se vira ela vê um envelope branco caído no chão, fechado com cera e selado com o brasão de sua família. - Tio Bob, eu não consigo. - Mas você sabe do que se trata Liv? Você sabe? - Essa carta estava no meio do diário do meu pai, mas eu não tive coragem de abri La. - Olívia Atkins, você precisa abrir! E se para algo importante endereçado ao seu pai? Ou algo que ele mesmo deixou para que víssemos? Nunca saberemos! Ás vezes está em cima das respostas ... Sei que é difícil, mas você precisa ser corajosa. Você quer que eu abra? Olívia sente as lágrimas invadirem seus olhos, ela sabe o que precisa fazer, mas sabe que não quer fazer. Tio Bob jamais entenderia o peso folha de papel. Jamais entendreia todo o sentimento e toda a dor. Mas não pelo que todo mundo pensa, não porque talvez seja algo r**m, ou uma simples lista de mercado ... Mas por que seriam as últimas palavras de seu pai ou de sua mãe. A partir daquele momento não surgiria nada de novo, só existiriam lembranças! E isso ela não pode aceitar. - Tio Bob eu estou com medo de abrir, e vou ser bastante sincera, nem sei se quero. O que pode ter aqui? Tudo o que meu pai me deixa no diário, por que ele deixaria uma carta? - Liv, fica o seu critério ... Mas acho que você deveria ler encerrar o capítulo. Olívia guardou a carta dentro do diário do seu pai, enterrou as palavras de seu padrinho para esquece las. Ela entendia a gravidade do seu ato, mas não podia  evitar. Mas se sentiu sufocada, em grande parte, por que ela tinha a sensação de que estava silenciando como palavras de seus pais, só que também pensava que não pode surgir novidades e que após isso, mesmo que ela passasse a vida caçando monstros, nada preencheria o vazio da falta de novidades. O relacionamento materno e paterno tão bem sucedido até o momento da morte de seus pais será que se apagou? Ela se perguntava constantemente. Bob e Olívia entraram no carro naquela e partiram para acabar mais uma vez com o que estivessem perturbando a ordem natural das coisas. E era assim a vida que ela vivia, foi assim que ela cresceu. Mas assim seria até a sua morte? Amor ela jamais teria? E o amor sólido de seus pais, viveria com alguém? Morreria por amor?     Um flashback a pegou de surpresa Barulhos altos ecoavam dos outros cômodos, seu pai entrou em seu quarto naquela noite ensanguentado. - Acorde Olívia, agora! - O que houve pai? Que barulhos são esses? - Vá até a sua mãe na garagem, entre no carro. - Mas e você? - Eu vou ficar e resolver, é o que sempre fazemos. Olívia não questionou, confiava em seu pai mais que em tudo nesse mundo. Olívia correu para a garagem da casa, passando por uma passagem no corredor ao lado do banheiro, passagem essa conhecida apenas por seus pais e por ela. Ao chegar à garagem escura Olívia procurou desesperadamente por sua mãe, havia apenas uma poça de sangue no chão e o corpo de um vampiro. Quando pensou em voltar para dentro da casa sua mãe tapou a sua boca e a levou para dentro do carro. - Liv, vou estacionar o carro na rua de baixo, voltarei para ajudar o seu pai. Mas você precisa me prometer que não voltará aqui! Dirija até a casa do seu tio Bob. Olívia estava assustada demais para discutir com sua mãe, e sem questionamentos dirigiu o mais rápido que pode até a casa de seu padrinho. Olívia Bateu na porta de Bob desesperada. - Liv o que houve? - Tio, eu não sei bem ... Algo invadiu nossa casa, mamãe me mandou vir aqui, ela voltou para lá. Não sei o que houve, tinha muito sangue. Precisamos voltar.   Bob pegou sua mochila desesperado e ele e Olívia entraram no carro naquela noite. - Querida, preciso que você fique aqui! - Não, eu vou entrar ... Vocês precisam de ajuda! - Por favor, Liv, fique aqui! Confie em mim! Olivia esperou no carro, minutos se tornaram horas  ... Ela permanecia sem conseguir chorar. Quando seu padrinho saiu de dentro de sua casa cabisbaixo, ela sabia o que havia acontecido. - Liv ... - Disse Bob com lágrimas nos olhos. - Não precisa dizer nada, eu entendi. A lembrança daquele momento a deixava desesperada, então sempre que surgia ela tratava de espantar. ____________________________________________________________   - Tio como você consegue escutar tantas músicas ruins em sequencia? - Pega leve Liv, elas me mantem acordado.   O clima nunca pesava quando estava com seu padrinho, nunca houve um silêncio constrangedor quando estavam juntos, nunca houve necessidade de preencher esse silencio com palavras. Era sempre leve. - Ok, estamos com nossos traseiros sentados no carro há horas, e você não me contou absolutamente nada sobre o caso. Onde estão? Quantos são? - Até onde segui com minha pesquisa são uma família, seis vampiros no mínimo. Alguns animais foram encontrados com o sangue drenado, gado morrendo, coisas normais. Porém um fato me chamou atenção... Foram encontrados quatro corpos com a carne comida até os ossos. - Nossa isso não se parece nada com vampiros, desde quando esses malditos comem carne humana? Seria uma mutação? - Não sei Liv, vamos ter que checar. O engraçado é que segundo minhas pesquisas, a família de vampiros está alocada nesta cidade há sete anos. A única queixa até então era com animais e gado. - Certo, e por que exatamente eles começariam a se expor dessa maneira? Eles iriam atrair a atenção de muitos caçadores. - Foi o que pensei. Só tem uma coisa Olívia - Nossa, me chamou pelo nome, o que foi? - Você precisa se controlar, não vamos chegar lá enfiando estacas nos vampiros, você entendeu certo? - Robert, monstro é monstro! Como vamos deixar um bando de sugadores de sangue andando livres na cidade? - Qual parte de “Eles vivem há sete anos na cidade e nada assim foi visto” você não entendeu? Até onde sabemos, estavam se alimentando apenas de animais. Precisamos ter certeza. - Tio, quando eu tinha cinco anos de idade você me disse que monstro é monstro e que todos mereciam um tiro na testa. Isso aconteceu quando eu disse que estava com medo de que houvesse algum monstro escondido no meu armário, na semana seguinte você me deu uma arma. Então me fala o que mudou? - Liv, entenda... Eu estou velho criança, já vi e vivi muitas coisas nessa vida de caçador. O seu pai contou a você sobre o metamorfo de Buford? - Como assim um metamorfo? Metamorfos são lendas! - Você não sabe de nada, e sempre discuti com seus pais por isso. Eles mantiveram segredo sobre algo que não tinham nenhum controle. - Eu sei bem que meu pai caçava mais coisas do que deixava transparecer. - Enfim, o metamorfo salvou a minha vida e a vida do seu pai. Imagina se entrássemos atirando sem ouvir o cara? Nessa vida aprendemos que nem todos são maus. - Tio Bob vou te respeitar, mas pra mim monstro é monstro. Ainda mais um vampiro!   Bob e Olívia foram para um hotel de beira de estrada para comer alguns chesse burguers e descansar um pouco. O quarto era medonho e pequeno, mas nada novo que saltasse aos seus olhos. Apesar de ter tido uma família, uma casa e endereço fixo, vivia nessas caçadas, andando para lá e para cá em quartos piores do que esse. A cortina era azul escuro, o sofá estampado e com tantas manchas que era impossível diferenciar qual seria a sua cor original. Havia uma mesa e uma pequena geladeira, além de duas camas de ferro. O quarto parecia ter saído de uma cena de um filme de terror Trash, Mas Olívia amava a sensação que aquilo lhe passava. Estranho certo? Como um quarto sujo e velho poderia lhe passar alguma sensação boa? A realidade é que lá não moravam os fantasmas de seu passado. Não havia a lembrança de seu pai cantarolando, muito menos de sua mãe com o avental dizendo “É tão bom sermos um pouco normais, ontem estava coberta de sangue hoje estou assando bolinhos, Majestoso!”. . Aquele quarto lembrava as aventuras que haviam passado com pessoas que ali já não estavam mais, chegava a doer um pouquinho, mas não como em casa. - Vamos lá tio, me passe à pesquisa... Quero me aprofundar. - Ok, mas vou cochilar. Se eu fosse você faria o mesmo.   Olívia pesquisou por horas, mas não encontrou absolutamente nada que correspondessem as fotos das vítimas. Algo parecia não estar bem.   “Por Deus Olívia, algo não se encaixa! Por que um vampiro deixaria apenas o osso de uma pessoa? Seu padrinho está ficando completamente pancada”. - Ela pensou. Olívia passou a folhear o diário de seu pai, que antes lhe parecia tão secreto, então escondido. Nunca em vida ela poderia ler o seu conteúdo, parecia algo tão inerte que não foi sua primeira ideia, folheou sem ânimo, como se soubesse que não encontraria nada ali. Na página cento e cinquenta e sete surge algo interessante:      Rugaru Mutação faz do ser humano um exímio canibal, sua fome é assassina. A “doença” se manifesta aos trinta anos. Pode ser curado se o amaldiçoado não provar carne humana. Antes disso o infectado come todo o tipo de carne crua e ossos se movem de lugar. Super agressivo e ágil! Modo de m***r: Bala na cabeça, após isso colocar fogo no corpo. Ass.  John Atkins     Naquele momento os olhos de Olívia se iluminaram, ela pensou:   1.    Como meu pai foi capaz de esconder tanto conhecimento por tanto tempo?   2.    Como o meu pai era extraordinário!     - Tio Bob, acorde!   - O que pode ser tão importante Liv? Dê um tempo para esse velho aqui!   - Não são vampiros!   - Certo o que você encontrou?   - O diário do meu pai, fala sobre esse tal de Rugaru, e a descrição bate com as fotos e os corpos. Dá uma lida nisso “Fome por carne Humana” “Agilidade”, enfim acho que bate.   - Liv, A lenda do Rugaru é o que é: Uma lenda! Além do mais, o que dizem é que aparecem em Nebraska.   - Tio, fala para mim o que tem de normal em nossa vida? Se está no diário é real! Por que meu pai escreveria até como mata lo?   - Me deixa dar uma olhada nisso aí   Bob pegou o diário e começou a correr os olhos sob as anotações de John, parecia não acreditar no que estava lendo. A expressão era de incredulidade, Olívia jurou que ele chegou até a rir em certo momento.   - John, seu desgraçado filho da mãe!   Olívia ficou sem entender o motivo da expressão, ficou aguardando até que seu tio a explicasse do que se tratava tudo aquilo.   - Liv você vai ficar aqui. Você não pode vir comigo.   - Tio Bob, você enlouqueceu? Se for mesmo esse rugaru eu quero estar junto, aprender a mata lo. Por que você iria sozinho?   - Olívia, você pode deixar de ser teimosa uma vez em sua vida? Devo isso ao seu velho, ele disse que esse monstro existia. Eu duvidei lógico! Você conhecia o seu pai e suas apostas certo? Prometi que se encontrasse essa lenda eu a caçaria sozinho! E vou cumprir.   - John Seu filho da mãe! Você me pegou está feliz? Vou deixar sua garotinha em segurança! Olívia... Fique!     Olívia fingiu aceitar, porém a lembrança da passividade na morte de seus pais a incomodava. Não poderia cometer o mesmo erro duas vezes!   Chegando ao local Olívia se deparou com um galpão abandonado, segurando um calibre 38 carregado e no bolso a faca de prata de seu pai. Um frio percorreu a sua espinha, pediu p******o aos seus pais, suspirou e entrou.     Silêncio total, ela andou pelo galpão em meio a máquinas que pareciam ter sido abandonadas a um bom tempo, com a arma em punho percorreu o lugar. Até encontrar seu tio amarrado a uma pilastra desmaiado. Correu em sua direção para acorda lo. Quando tomou uma pancada na cabeça.   Ao abrir os olhos Olívia se depara com a criatura mais horrenda que já havia visto em toda sua vida, a boca cheia de sangue. Notou que Bob não estava mais ali.   - O que fez com ele? – gritou com raiva - Cale a boca, você será a próxima!   A raiva percorreu o seu corpo, sentiu como se tivesse levado um soco na boca. Mais um m****o de sua família morto? Novamente uma pessoa importante morta, por que não cheguei antes?   Finalmente Olívia chorou.   Toda aquela emoção reprimida passou a sair, e ela chorou desesperadamente enquanto assistia o monstro preparar se para devora La.   Por um momento penso que era melhor, não voltaria a viver só.   As portas do galpão bateram alguém havia entrado. Será outro rugaru?   O Rugaru saiu em disparada, procurando quem havia invadido o seu covil.     Quando Olívia vê um homem correndo em sua direção, ela não consegue reparar bem em seu rosto, estava tão exasperada com a situação. Sem ao menos se apresentar ou perguntar o seu nome o homem a desamarra e a pega nos braços. Naquele momento Olívia sentiu algo queimando sua pele por baixo da blusa em seu pulso. A dor passou em segundos, ela Imaginou ser adrenalina do momento, não deu atenção.   A cabeça de Olívia estava sangrando, provavelmente por conta da queda. O homem prontamente lhe deu um pano, a deixou na calçada próximo a um carro preto e sumiu para dentro do galpão.   Porém saiu em poucos minutos acompanhado de outro homem que parecia ser mais velho, e de aparência bem menos sombria.   - Mais um para nossa conta Jensen!   - É isso aí Ethan, estamos ficando bons. Vamos comprar uma gelada, hoje o dia foi de cão!   Olívia analisou os dois como se lesse um bom livro, Já sabia que o homem que a salvou atendia pelo nome de Jensen, um tipo atlético, com certeza com mais de um metro e oitenta e cinco, cabelos louro escuro e olhos verdes que pareciam desvenda La sem muito trabalho. O outro chamado Ethan tinha um tipo mais alegre, cabelos castanhos, bastante alto e sorridente.    - Oi, tudo bem? Você não nos conhece... Eu sou Ethan, e esse aqui é o Jensen. Qual o seu nome?   - Olívia, Olívia Atkins.   - Atkins? Filha do John certo? Poxa, seu pai nunca mencionou que tinha uma filha tão bonita. – Disse Jensen   - Pega leva cara! Olívia me diz uma coisa, por que veio enfrentar um rugaru sozinha?   - Eu não vim sozinha, vim com o meu padrinho Bob Dawson, enfim, deixe para lá.   - Onde ele está? – Disse Ethan   A pergunta a atingiu como mil facas.    
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