Sinais

1861 Words
- Olívia, Jensen, venham  até a biblioteca por favor – Chamou Amélia   Olívia e Jensen se levantaram do sofá para ir até a biblioteca, ansiosos com o que poderiam ouvir. Alguma vez algum de vocês já se imaginou na pior cena de um filme de terror? Então, era exatamente assim que Jensen e Olívia se sentiam, como se estivessem a ouvir a pior notícia de suas vidas.   Ao entrar na biblioteca encontraram Ethan e Amélia, pareciam preocupados, muitos livros estavam espalhados sobre a mesa, em páginas aleatórias, como se estivessem montando um quebra cabeças. A biblioteca seguia o mesmo estilo da sala em que estavam, paredes pintadas de um roxo bem forte, porém continha uma iluminação estridente, como se toda a luz da casa estivesse escondida ali. Diferente dos outros cômodos que tinham uma luz baixa, quase âmbar.   Ao entrar na sala Jensen, em sua atitude mais nobre até aquele momento pegou na mão de Olívia e entrelaçou seus dedos, aquele gesto apesar de para nós parecer completamente pequeno e insignificante, para Olívia significou o mundo, e ela retribuindo o gesto e segurou a mão de Jensen ainda mais forte.   - Diga tia, quantos dias temos de vida ? – Disse Jensen                                                 Revirando os olhos Amélia respondeu   - Espero que bastante Jensen, agora sentem se, a história será longa. Bem, vocês já conheceram a história, vocês têm alguma dúvida referente a profecia?   - Na verdade eu tenho algumas dúvidas, esse negócio de amor perpetuo, o que de fato significa? – Disse Olívia visivelmente com vergonha   - Exatamente o que você imaginou querida, até o fim de amanhã você e Jensen estarão tão apaixonados que não conseguirão respirar sem a companhia um do outro, mas pense pelo lado positivo pelo menos é um gato de olhos verdes! A situação poderia ser pior...   No mesmo momento Olívia ficou completamente corada, e o mesmo aconteceu   com Jensen que sorriu, porém parecia envergonhado. Olívia curiosa como era estava determinada a continuar...   - Amélia, preciso saber, isso faz parte de algum feitiço? Não parece natural.   - Pelo contrário, acho que vocês se apaixonariam do mesmo jeito, só levaria um pouco mais de tempo. E não, não se trata de um feitiço, ou maldição, e não, não pode ser desfeito. Na realidade isso foi proferido milhares de anos antes do nascimento de vocês, é como se tivessem sido feitos exatamente para atender cada desejo, sonho, esperança, ou irritação um do outro. Como se cada detalhe tivesse sido pensado para esse momento, pensem em todos os momentos e coincidências que os trouxeram exatamente até aqui, para estarem em menos de cento e vinte horas depois de se conhecerem de mãos dadas. Pensem por um segundo, se algum desses momentos tivessem sido milimetricamente diferentes, vocês jamais teriam se conhecido.   Jensen segurou a mão de Olívia um pouco mais forte, talvez fosse essa a sua maneira de dizer “Ei, vai ficar tudo bem”   - Tia, tem algum fim?  - Disse          - Não, por isso o perpetuo Jensen, que pergunta! Vou continuar, toda essa profecia tem a ver com uma faceta torta de Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher, aquela história de Eva enganar Adão para que ele comesse a fruta, e enfim, cometer o pecado original. A profecia foi criada para apagar esse pecado e impedir o apocalipse, que originalmente foi profetizado por conta do pecado. Como eu disse antes um dos selos se trata da libertação de Leviatãs, temo dizer que eles foram libertados. Toda essa chuva, calor onde deveria ser frio, frio onde deveria ser calor, eu já havia pressentido que havia algo errado. Agora chegamos a parte interessante de todo esse blábláblá, os desafios... Como eu disse mais cedo eles estão no inferno, só que errei sobre uma parte... O primeiro desafio está no inferno, o segundo na terra e o terceiro no céu.   - Ótimo, achava impossível entrar no inferno, agora colocaram o céu em pauta, vocês viram algum anjo andando por aí ultimamente? – Disse Jensen   Olívia achava aquela conversa toda tão absurda, apesar de saber que era completamente real. O máximo de contato que seus pais permitiam com o sobrenatural era com um bando de vampiros. Ao que parecia, tudo era possível, e aquela altura, ela acreditava até que fadas realmente existiam.   - Bem Jensen, existe um jeito de entrar no inferno pelo que pesquisamos – Disse Ethan   - Ethan isso não é o mais importante agora, vocês dois terão que decidir se querem cumprir esses desafios, o preço de vocês cumprirem é desconhecido, mas se não cumprirem a terra será aniquilada... – Amélia disse a última frase com um certo humor, o que revirava o estômago de Olívia, ela não conseguia achar graça. – Vocês devem refletir, pois há um ritual que deve ser feito para que os trabalhos sejam iniciados. E um dos itens é a lua cheia, que deve acontecer daqui a três dias.   - Ótimo mais pressão, como se já não estivéssemos pressionados o bastante com tudo o que já vem acontecendo.  – Disse Jensen   Ethan parecia estar tão longe, nem parecia participar da conversa. Sempre com uma caneta nas orelhas um livro nas mãos e uma cara de quem estava desvendando o maior dos segredos.     - Olívia, desculpe mas preciso perguntar, como seus pais morreram? – Disse Ethan   - Um ataque de vampiros em minha casa, na verdade eu não vi nada, fui acordada por meu pai, vi o que parecia ser um corpo de vampiro morto, depois  Disso corri até a casa do meu padrinho, quando retornamos era tarde demais.   - Olívia isso não faz sentido – Disse Jensen   - E por que não? Por que eu mentiria?   - Não estou dizendo que você está mentindo, mas a algo nessa história que não faz sentido. – Responde Jensen   - Vampiros não atacam casas, ainda mais de caçadores. O corpo que você viu, tem certeza que era de um vampiro? – Diz Ethan   -  Não posso dar certeza, apenas vi um corpo e presumi, como eu disse estava tudo escuro, confuso, eu só corri o mais rápido que pude para pedir ajuda.    - Outra pergunta, - Emenda Ethan – O diário de seu pai e o colar, onde estavam?   -  De baixo do assoalho, sempre ficavam escondidos. Mas a casa estava bastante remexida. O corpo do meu pai estava sobre essa tábua solta.   - Olívia, as criaturas que mataram seus pais não eram vampiros, e com certeza eles morreram protegendo alguma coisa. E eu arrisco dizer que para proteger o colar, e o diário. A pergunta é, por que? – Disse Ethan com convicção.   O Pensamento de Olívia correu até a carta nunca aberta, mas ela não estava pronta para contar esse detalhe. Era intimo demais.   - Olívia me conta tudo o que se seguiu depois da morte de seus pais.   - Meu padrinho Bob estava no encalço de um ninho de vampiros, porém esbarramos no rugaru.  Nunca havíamos imaginado que era outra criatura, porém a descrição do monstro estava detalhada no diário. Quem me disse que o ataque havia sido armado por vampiros foi o meu tio, e ele não parecia ter dúvidas.   - Talvez estivesse apenas tentando te proteger – Disse Amélia que já estava a muito tempo calada e parecia ouvir os pensamentos de Olívia. Bem, vamos dar uma pausa. Ethan vai descobrir como vocês farão para pegar o pergaminho do primeiro desafio no inferno, e vocês dois podem ir tomar um refresco na varanda, eu vou preparar o jantar, Olívia você gosta de pizza?   - Sim, e muito.   - Certo, o jantar fica pronto em trinta minutos, ou o tempo que o entregador demorar – Disse Amélia sorrindo   - Amélia você se incomoda se eu tomar um banho?   - Claro que não querida, o banheiro fica no andar de cima.   Olívia precisava de um banho, precisava usar aquele tempo a sós para pensar no que viria a seguir.   Ao entrar no banheiro batidas tímidas foram ouvidas na porta:   - Olívia   - Jensen? O que foi?   - Queria conversar um pouco.   - Agora que estou nua no banheiro? Certo parece um ótimo momento.   - Se quiser posso ficar nu também e a conversa fica um pouco mais equilibrada   - Sem gracinhas, você pode esperar?   - Vou ficar na porta.   E ele realmente ficou em frente a porta, parado como um dois de paus, Olívia que costumava falar com seus pais no banheiro não o fez, temia que Jensen achasse que ela estava pirando. Ao sair do banheiro enrolada na toalha, ele a olhou de cima abaixo.   - Dá para você colocar uma maldita roupa?   - Cara, eu estava tomando banho, e esqueci a d***a da roupa no quarto. Vou me trocar.   Jensen ia e voltava pelo corredor, pela porta entreaberta ele pode ver a silhueta de Olívia, ele achou então que ela estava fazendo de propósito.  Mas não, ela não imaginava que ele estaria feito um cão de guarda na porta do quarto. - Olívia, uma volta?   - Sim.   Andaram então até a parte da trás da casa, lá havia um balanço antigo e algumas árvores. Sentaram se na balança.   - Antes de tudo Jensen queria dizer que não tenho nada a ver com essa bagunça, eu não tinha conhecimento disso, e agora meio que te prendi a mim. Sei que sua ideia de romance não era essa. Talvez você até tenha uma pessoa. Eu realmente sinto muito!   - Olívia nunca tive nada sério com ninguém, o máximo que aconteceu foram uns beijos em uma outra caçadora , Joanne – Disse Jensen rindo – E acredito que ela me leve tão a sério quanto eu a levo.   E sobre isso Jensen estava errado, mas isso caro leitor esse narrador revelará mais tarde.   Jensen continuou   - Não me sinto preso a você, e na real, eu cansei dessa coisa gato e rato, não vou fingir mais que não quero muito te beijar, isso já está me consumindo. Dane se o motivo, isso realmente importa? Feitiço, maldição, profecia, para mim isso não importa.   - Mas e esses desafios? Entrar no inferno, isso parece loucura!   - Eu topo se você topar, mas se você disser que quer fugir na caminhonete e se esconder comigo lá no Alaska, eu topo também. Desde que eu esteja com você.  Os olhos verdes de Jensen  brilhavam como esmeraldas. Olívia nunca foi de tomar uma iniciativa, mas naquele momento ela sentiu que precisava, então se inclinou e o beijou, um beijo doce e urgente. Jensen retribuiu acariciando o seu rosto durante o beijo. Uma energia, como uma descarga elétrica, pareceu percorrer o corpo dos dois. Raios começaram a surgir no céu, seguido de vários trovões. E eles permaneceram ali, com os rostos encostados. Não tinham intenção de que aquele momento acabasse.   Da porta da varanda Amélia os observava. Sorriu por alguns instantes por poder presenciar Jensen, que era como seu filho, ter felicidade.    - Ethan, vamos fazer uma ronda pela casa, verificar sigilos e linhas de sal. – Gritou Amélia “Hoje, não haverá uma criatura sobre a terra, céu ou inferno que não saiba que a profecia será cumprida, temos que nos preparar” – Pensou ela.          
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