— Você sabia que somente homens profundamente apaixonados pensam nas suas garotas quando elas estão menstruadas? Isso é muito gentil da sua parte. Ela o provocou, sorrindo divertida enquanto lhe entregava um urso panda. — É novo, é um dos últimos que o papai me trouxe da última viagem. Você pode dar para sua namorada.
— Eu já te disse que ela não é minha namorada, e eu não estou apaixonado por ela, só quero lhe fazer um favor. Disse ele, pegando o ursinho de pelúcia, deu um beijo carinhoso em uma das bochechas da irmã e rapidamente se dirigiu para a saída.
— Avise-me quando você realmente se apaixonar, tenho certeza que você fará descer a lua e muitas estrelinhas do céu! Valéria gritou antes que Gabriel conseguisse escapar das suas piadas.
— Loucura, você nem sabe mais que histórias inventar! É melhor ir dormir. Já é tarde demais, para os bebês estarem acordados! Gabriel respondeu, praticamente saindo correndo.
— Posso ser um bebê, mas, eu sinto o seu amor, e já quero conhecer a minha cunhada! Amor, amor, amor! O meu lindo irmão apaixonou-se perdidamente! Compre alguns chocolates para ela, isso vai ajudá-la e ela certamente vai se apaixonar perdidamente por você! Os gritos foram acompanhados pelas risadas da jovem que percebeu como o olhar do irmão lhe revelava o sentimento que ele tentava esconder com todas as suas forças.
Gabriel saiu da casa dos pais, entrou no carro, pegou a avenida principal e, pouco antes de chegar ao seu destino final, fez uma última parada. Como a sua irmãzinha havia recomendado, ele comprou uma caixa de chocolate amargo e outra de chocolate branco, já que não sabia qual delas agradaria à mulher que estava prestes a encontrar. Ele voltou para o carro se sentindo estranho e, ao mesmo tempo, se proibindo de analisar as suas ações, não queria pensar em nada, estava apenas se deixando levar pelos seus impulsos.
Em pouco tempo ele estava deixando o carro na área de estacionamento de visitantes do prédio onde morava a sua assistente, chegou à recepção onde não teve absolutamente nenhum problema em ser atendido, pois o porteiro de plantão já o tinha visto com Luciana em diversas ocasiões.
Ele entrou no elevador com o bolsa térmica e as duas caixas de chocolates, e em segundos estava no andar indicado. Caminhou pelo longo corredor, sentindo o coração lutar para manter a calma. Ele parou em frente ao apartamento e, um tanto ansioso, tocou a campainha duas vezes.
A porta abriu-se e o rosto de espanto de Luciana ao vê-lo diante dela era uma bela imagem que por algum motivo naquele momento ela pensou que adoraria retratar.
— Senhor, o que o senhor está fazendo aqui? Nossa, que vergonha! Ela disse tristemente, tentando sem sucesso cobrir o seu pijama que estava tão gasto que alguns furos estavam visíveis espalhados no tecido.
— Eu estava passando por aqui e... Gabriel tentou encontrar uma desculpa válida para ter aparecido do nada sem ser convidado, não encontrou justificativa e diante daquela verdade preferiu não dizer nada. — Eu trouxe chocolates para você, a minha irmã diz que isso vai te ajudar com as cólicas, e essa bolsa térmica foi ideia dela para que você possa ter alívio mais rápido. Ele escondeu-se atrás de Valéria, para não revelar que era ele quem ansiava por vê-la e aliviá-la.
— Sua irmã? Não sei o que dizer, você é... As palavras de Luciana ficaram presas na sua língua, enquanto o seu coração batia forte contra o peito ao perceber aquele interesse no seu chefe.
— Sim, minha irmã mais nova, digamos que sou apenas um mensageiro no seu nome. Você gostaria de me convidar para entrar? Ele perguntou, tentando conter a vontade de cumprimentá-la com aquele beijo que ele queria dar nela há uma semana.
— Ah, sim, claro, vá em frente. Sinto muito que você tenha me encontrado vestida assim, mas esse é meu pijama especial para esses dias. Ela se desculpou, deixando-a passar, enquanto a suas mãos insistiam em esconder os buracos do pijama.
Gabriel entrou no apartamento, deixando os chocolates e o bolsa sobre uma pequena mesa que fazia parte da decoração modesta. Ele abriu as caixas de chocolate, tirou um chocolate preto e um branco, caminhou em direção àquela que estava um pouco corada por acreditar que estava tão m*al apresentada diante do chefe, aproximou-se o máximo que pôde dela e com os seus olhos fixos naquelas íris que naquele momento, brilhava.
— O seu pijama está perfeito, você está linda, assim, toda desgrenhada e esses buracos são muito oportunos, não poderia ter se formado num lugar melhor. Brincou um pouco, passando um dos dedos pelo minúsculo buraco que ela tinha bem no peito, deixando-o ver um pouquinho daqueles lindos p****s que ele tanto queria colocar na boca. — Não sabia qual comprar para você e resolvi comprar as duas. Ele comentou, levando o pequeno chocolate amargo até a boca da mulher que ainda não conseguia acreditar que ele estava ali na sua frente.
— Gosto dos dois, adoro chocolate em todas as suas formas. Obrigado.
— Não me agradeça, se um dia você conhecer a Valéria, você deveria agradecê-la. Ele falou suavemente, colocando o pedacinho de chocolate branco na boca da menina, que não conseguia parar de olhá-lo com espanto e amor.
Ver aqueles lábios com aquele sabor doce enquanto a suas íris o observavam daquele jeito especial, fez com que aquela vontade de beijá-la se multiplicasse por mil, então, ele aproximou o seu rosto do de Luciana, e lhe deu um beijo suave e apaixonado. O beijo dizia muita coisa. Que ele também pensava muito nela, que também sentia falta dela e que desejava beijá-la como um louco.
— Preciso encher esse ursinho de pelúcia com água morna. Ele sussurrou contra os lábios que pareciam um pouco pálidos devido às fortes cólicas que ela estava sentindo.
Luciana apenas assentiu, recebendo alegremente o segundo beijo da noite.
— Diga-me onde posso esquentar a água. Gabriel insistiu quando foi forçado a soltar a boca dela. Ele não queria fazer isso, mas ela não se sentia muito bem.
— Eu posso aquecê-la, e... Luciana sugeriu para que ele não se sentisse pressionado a fazer algo assim.
— Não, eu posso fazer isso, eu sei usar um micro-ondas. Ele confirmou, olhando para o utensílio que ficava num canto da cozinha. — Pode ir dormir, eu já vou. Ele ordenou, dando-lhe outro beijo fugaz nos lábios antes de ir esquentar a água.
Luciana parecia estar em choque, ela não tinha certeza se estava em outro planeta. Ela ficou ali, incapaz de se mover, até que o seu chefe, que a observava atentamente da cozinha, repetiu a ordem. Ela obedeceu ao seu comando, virou os calcanhares e, com um sorriso lindo e gigante que reservava apenas para si, caminhou até o seu quarto, entrando com uma vontade imensa de gritar de excitação. Ela correu até o armário em busca de outros pijamas mais apresentáveis, demorando mais do que o necessário para olhar um após o outro até escolher o mais bonito. No entanto, todas as suas intenções de mudança foram frustradas quando o homem que entra e fecha a porta a surpreende ocupada no armário, caminha na sua direção, agarra-a por uma das mãos e a leva para a cama.
— Você disse que esse é o seu pijama mais confortável para essa época do mês e que você não precisa trocar, mesmo com os buracos e tudo, fica muito fofo em você e, caso te faça se sentir mais confortável. Eu acho você linda. Um murmúrio muito quente saiu dos lábios dele, bem perto do ouvido dela. Ele a encorajou a se deitar, tirou os sapatos, o paletó e as calças, ficando apenas de cueca e camiseta para ficar mais confortável, sem hesitar deitou-se ao lado da menina que por dentro gritava cheia de emoção pelo que estava acontecendo.
Virando-se de lado e bem próximo dela, ele enfiou as mãos por dentro do pijama surrado que tanta vergonha causara à dona e colocou o ursinho de pelúcia quentinho, cuja missão era aliviar a dor que a mulher estava sentindo, bem na sua barriga dolorida.
Ele a mimava com grande dedicação, enquanto a sua mente e todo o seu ser experimentavam uma tranquilidade que nunca havia sentido antes.
— Você está começando a se sentir pelo menos um pouco melhor agora? Ele perguntou depois de alguns minutos segurando a bolsa na parte inferior da sua barriga lisa.
— Sim, e não só um pouco, estou começando a me sentir muito aliviada.
— É bom saber, vou contar para minha irmã que as ideias dela funcionaram. Ele sussurrou, passando lentamente o nariz pelos cabelos dela. — Vá dormir e descanse, tenho certeza de que você acordará se sentindo muito bem amanhã.
— Você vai embora quando eu for dormir? Perguntou Luciana com alguma dúvida no tom de voz.
— Você quer que eu vá embora? Questionou Gabriel, quase certo da resposta da garota, que se arrepiou por tê-lo tão perto.
— Não, eu não quero que você vá. Ela respondeu, exatamente o que ele esperava e queria ouvir.
— Então, não vou embora hoje à noite, vou embora cedo amanhã. Isso parece bom para você?
— Sim, isso é perfeito. Ela reafirmou o seu desejo de tê-lo por perto, quase grudado no seu corpo, sendo doce demais com ela, enquanto as suas mãos grandes permaneciam fixas pressionando o ponto do panda que parecia muito quente. — Isso é perfeito demais. Ela reiterou enquanto soltava um suspiro muito profundo que ela não conseguiu evitar, porque aquela noite era, sem dúvida, completamente e unicamente perfeita.