— Não. Eu tenho mil coisas para fazer esta noite. Luciana se forçou mais uma vez a rejeitá-lo, seu desejo também era intransponível, mas se deixar levar e correr poderia levá-la à automutilação. Ela se sentia delirante porque, no fundo, todas aquelas noites de proximidade, ela queria tê-lo ao seu lado, ter um pouco mais de tempo com ele para conhecê-lo e que ele a conhecesse.
Mas, ela tinha consciência que, ele a veria com outros olhos, que pensaria nela como mais uma para adicionar à sua lista de brinquedos esquecidos. Ela parecia muito estúp*ida por fingir algo assim, mas o amor que ela sentia por aquele homem a fazia sonhar acordada em ter uma oportunidade real com ele. — Vejo você amanhã na empresa, senhor. Disse a garota que abriu a porta rapidamente para tentar escapar novamente, mais do que do chefe, de quem ela realmente precisava fugir, ela precisava fugir da própria necessidade de se deixar levar.
— Não, nada de até amanhã. Não seja tão dura, se você sair e me deixar assim, eu vou procurar outra mulher. Gabriel implorou desesperadamente, enquanto encurralava mais a cintura dela para impedi-la de escapar. Depois de ouvi-la confessar o quanto queria estar com ele, ele não podia deixá-la ir e estava disposto a fazer qualquer coisa para evitá-lo. Ele não a deixaria ir sem antes causar travessuras e não apenas com a boca. Ele precisava de mais e estava disposto a tê-lo. Duas semanas recebendo apenas beijos o deixaram perto de um ataque cardíaco e a isso ele teve que acrescentar que a sua mão já estava dolorida de tanto ter que se satisfazer com as próprias mãos, todas as noites quando chegava no seu apartamento, e apesar de ter muitas mulheres na sua lista de contatos com quem ele poderia satisfazer os seus desejos, por algum motivo estava se tornando cada vez menos inexplicável para sua mente, que era apenas a boc*eta da sua assistente que ele desejava provar.
Luciana não respondeu nada, era impossível para ela fazê-lo, pois da sua garganta só saíam suspiros baixos, típicos do êxtase que a fazia tocar o céu, quando o seu chefe, em meio ao desespero de senti-la ainda mais um pouco, aproveitou que ela estava gostando tanto dos seus beijos, para guiar uma das mãos por dentro da calcinha dela, sentindo a sua pele sensível, acariciando com mais cuidado do que ele achava que poderia ter nesses casos, deliciando-se naquela sensação única que ele percebeu em cada canto da sua pele, era um tanto ilógico como o corpo dele e os seus sentidos ficavam alertas apenas por tocá-la, por senti-la tão molhada e tão imersa nas suas carícias.
—Viu, quanto você me quer? Você está muito molhada e a sua buce*tinha está ansiosa, Luciana Morante. Estamos aguentando essa p*orra de vontade há quase duas semanas. Já nos demos muitos, muitos beijos, que acalmam a ansiedade, mas, eu preciso de mais, você precisa de mais. Ele falou baixinho no ouvido dela, esfregando um dos dedos na intimi*dade dela, até fazê-la tremer. — Me deixa ir até o seu apartamento, ou venha você até o meu, e vamos passar a noite juntos, por favor, quero te despir e te sentir. Sem nenhum compromisso, sem nenhuma promessa, apenas com vontade de nos livrarmos dessa m*aldita vontade que temos.
Luciana mordeu cuidadosamente o lábio inferior, não só porque os dedos do seu chefe continuavam a fazer maravilhas na sua intim*idade, mas também pela sua voz suplicante, implorando-lhe que cedesse, pelos seus beijos que transbordavam todo aquele desejo que vinham acumulando todas essas noites de encontros secretos, onde o carro com vidros escuros se tornou cúmplice na hora de enlouquecer um com o outro, trocando beijos sem controle. Também pela sua fragrância masculina, a mesma que abre uma porta direta para todas as suas fantasias, pois em cada encontro ficam tão próximos um do outro que a suas roupas ficam impregnadas daquele aroma que a enlouquece, permitindo-lhe nas noites solitárias levantar a sua mente pensando nele. Todos juntos, causaram estragos na mente de Luciana e foram um incentivo para dar a sua resposta.
— Você quer passar a noite comigo? Por favor. Insistiu o homem cujo corpo clamava para ficar nu com aquela mulher e desfrutá-la sem medidas.
— Sim, eu quero... Suas palavras de aprovação foram abafadas quando o seu chefe, animado por ter conseguido convencê-la, captura o seu rosto com as duas mãos e ataca os seus lábios desesperadamente.
.....
No 6º andar as portas do elevador se abriram, revelando dois seres que estavam prestes a se devorar com beijos cheios de paixão. Imediatamente, as bochechas de Luciana ficaram com um tom rosado profundo ao notar os olhares travessos de várias senhoras que esperavam impacientemente para entrar no elevador. As mulheres mais velhas detalharam atrevidamente o belo homem que a acompanhava antes de voltarem os olhos para a jovem vizinha e piscarem para ela, como se estivessem lhe contando o quanto aquele homem era bonito.
Gabriel, nem um pouco constrangido, cumprimentou-o ansiosamente com um simples ''boa-noite'', agarrou a mão da sua assistente e, sem se importar com a curiosidade das velhas, encurralou-a contra uma parede e beijou-a com muita intensidade, antes de levá-la consigo, e sem mais nem menos, um casal de amantes malucos percorreu o longo corredor até chegar ao apartamento indicado, parando em cada esquina.
Quando aquela porta daquele modesto apartamento abriu-se e os recebeu, Gabriel, meio inspecionando o local sem prestar atenção nos detalhes, não teve tempo a perder, pois a boca da mulher que estava tão perdida quanto ele, era deliciosa demais para deixar ir.
— Este é o seu quarto? Ele perguntou, batendo as costas de Luciana contra a porta de madeira.
— Sim, esse é o meu quarto. Ela respondeu sem hesitar, confirmando que estava muito disposta a continuar independentemente das consequências. Ela não tinha dúvidas sobre as suas ações, porque para ser sincera, ela vinha se punindo todos os dias anteriores por rejeitá-lo, e se tivesse que aproveitar apenas mais uma noite, ela o faria ao máximo. Por isso decidiu que deveria ser no seu apartamento, para ter pelo menos uma lembrança de uma das melhores das suas noites, no seu espaço e na sua cama. Ela tinha o direito de decidir como, quando e onde, e esta tinha sido sem dúvida uma decisão consciente, resignando-se ao fato de que se depois daquela noite Gabriel continuasse com a sua vida como se nada tivesse acontecido, ela também faria o mesmo porque ela não viveria eternamente entusiasmada com uma vaga ilusão.
Quando eles entraram, cada peça da roupa de Luciana caía avidamente, e aquele homem que sonhava com esse momento há semanas, apesar da urgência, a curiosidade levou a melhor, então ele aproveitou para se deliciar com a sua visão pela primeira vez. Ele concentrou-se nas curvas nuas da mulher que naquela noite foi exatamente como veio a este mundo, exposta diante dos seus olhos mórbidos. Ele não pôde deixar de sentir correntes percorrendo a sua espinha, o seu coração acelerou como se quisesse avisá-lo de algo que ele decidiu ignorar. Ele não queria pensar em motivos, estava apenas focado em viver o momento, então os seus olhos estavam apenas encantados, viajando lentamente por aquele corpo nu que lhe dava a imagem que ficaria para sempre gravada na sua memória.
— Oh meu Deus! Mulher! Você é linda, você é linda demais, da cabeça aos pés, Luciana Morante. Ele exclamou com naturalidade, aproximando-se dela, deslizando lentamente uma das mãos pela pele da mulher que o olhava com olhos mais apaixonados do que nunca. Embora ela não pudesse deixar que cada detalhe do que ela pensava que seria a última noite juntos se somasse, o seu chefe ficou impressionado com aquela onda de sensações e emoções que, pela primeira vez, ele estava sentindo. Aquela noite, sem dúvida, foi a noite deles, pois juntos estavam imersos em seu próprio universo, onde todo preconceito e todo medo foram anulados, pois não havia palavras que pudessem expressar o que ambos estavam vivenciando, cada um à sua maneira. Consciente ou não, eles estavam aprisionando um pouco mais do outro nos espaços infinitos das suas almas.