Os dias continuaram as suas vidas e continuaram com os seus encontros onde se perderam ao ficarem sozinhos, em meio a beijos urgentes e apaixonados, que confessavam o quanto se desejavam. Todos os dias, logo no final da jornada de trabalho, como Gabriel pedia, Luciana ficava com qualquer desculpa até que todos os colegas saíssem, só para esperar o chefe.
Às 18h10, mais uma vez, o chefe, saiu do seu escritório e lançou um olhar cúmplice para a sua assistente, que naquele momento tentava enganar Vanessa, pois não queria sair sem Luciana, alegando que é uma péssima amiga por sair de casa mais cedo e não acompanhá-la nas horas extras.
Luciana focou rapidamente os olhos por um breve momento nas íris que a olhavam ansiosamente, implorando para que ela não demorasse porque precisava vê-la com urgência. A garota entendeu muito claramente a mensagem do seu chefe, então com um leve aceno de cabeça ela confirmou que ele deveria esperar por ela onde sempre se encontravam.
— Mas por que não posso esperar por você? Amiga, me diga como posso te ajudar. Se fizermos nos duas podemos terminar mais rápido. Vanessa propôs, tentando sentar numa cadeira com a intenção de não sair.
— Não é necessário Vanessa, sério, vá para casa descansar e conversamos amanhã. Agradeço muito a sua ajuda, mas vou demorar mais se começar a explicar o que fazer. Tenho falta de tempo para entregar esses relatórios. Explicou Luciana, tentando falar com calma para não ferir os sentimentos da amiga. Enquanto olhava pelo canto do olho para o seu chefe esperando o elevador, com evidente frustração ao pensar que aquela garota que lhe parecia inconveniente prejudicaria os seus planos. Então, num ato de impaciência ao ouvir a teimosia de Vanessa, ele decidiu intervir.
— Senhorita López, você tem a gentileza de ir embora, que a senhorita Morante me fez ficar m*al com alguns relatos por estar tão distraída! Ele foi um pouco severo ao se aproximar delas com passos largos. — Agora, quero tudo finalizado, corrigido e sem o menor erro na minha área de trabalho. Ele exigiu com a voz áspera.
A voz grossa de Gabriel ressoou nos ouvidos das duas mulheres, imediatamente, Vanessa, que nunca o tinha ouvido tão de perto, ficou preocupada ao vê-lo irritado e, porque a sua imponente figura viril se impôs diante dela, quando ele apontou um dos dedos para ela em direção ao elevador para que ela entendesse sem argumentos que deveria sair sem protestar.
A garota um tanto envergonhada apenas assentiu e caminhou escoltada por quem a seguia até chegar ao elevador. As portas do dispositivo metálico se abriram, Gabriel virou o rosto para a localização de Luciana, piscou para ela e deu-lhe um meio sorriso, mostrando-se satisfeito, pois não teria mais obstáculos para ver em poucos minutos a mulher que, como um louco, ele está comendo os lábios há quase duas semanas, sem conseguir avançar tanto quanto deseja.
Vanessa entra no elevador com o chefe, e para piorar, lá dentro encontram Jerônimo, o homem mais lindo, sensual e divertido deste planeta, com quem já teve a oportunidade de trocar palavras de vez em quando. E os seus olhinhos brilharam.
— Você vai sair mais cedo de novo, irmãozinho, que história você está tramando? Jerônimo questionou o irmão mais velho em tom brincalhão, sabendo exatamente o que ele está fazendo, ele não se deixa enganar.
— Não seja fofoqueiro. O que estou fazendo não é da sua conta, melhor, leve a senhorita López para casa, já é um pouco tarde. Ele ordenou, com a intenção explícita de que esta jovem desaparecesse rapidamente de cena, pois a sua presença rondadora estava atrasando ele.
— Não é necessário senhor, vou de ônibus. Respondeu Vanessa, ousando erguer os olhos e provocar um pouco os lábios da caçula Santana.
— Não tem problema, eu te levo, vamos. Jerônimo convidou com uma voz muito calma quando o elevador estava prestes a chegar ao primeiro andar.
— Senhor, muito obrigado, mas não quero causar nenhum transtorno. Argumentou Vanessa, um tanto incomodada por estar entre dois homens que, sem dúvida, poderiam deixar qualquer mulher nervosa.
— Não se ne*gue, não incomoda, primeiro agradeço a companhia. Respondeu Jerônimo, muito gentilmente, com um sorriso caloroso.
— Sério, senhor, não é necessário, eu... Ela continuou com a sua recusa, o que deixou Gabriel a ponto de explodir.
— Ele não tem problema em levar você! Mas que mulher teimosa, você vai com ele e pronto! Gabriel ficou exasperado diante da indecisão de quem olhava para o irmão. Ele percebeu isso, e em outro momento teria sido um problema, de acordo com as suas regras, se não houvesse problemas com saias na sua empresa. Mas, para quem sabe jogar as cartas, o fim justifica os meios, por isso incentivou o irmão a partir logo com Vanessa. O que eles faziam ou deixavam de fazer, ele realmente não se importava.
— Sim, senhor, como você ordena. Respondeu à mulher que pulou de susto quando a voz do seu chefe sênior mais uma vez ressoou com autoridade nos seus ouvidos. Sem saber como agir ou o que dizer, assim que as portas do elevador do primeiro andar se abriram, ela caminhou ao lado do rapaz que era um cavalheiro e não teve escrúpulos em esperá-la, guiá-la até o carro, abrir a porta para formalmente convidando-a para entrar. Sem demora ele correu para o seu lugar, agarrou as mãos no volante e partiu o mais rápido que pôde, para continuar sendo cúmplice do irmão na sua aventura amorosa. Aliás, foi essa a razão pela qual Jerônimo insistiu tanto para levar Vanessa para casa.
Depois de mais minutos do que Gabriel queria esperar, Luciana apareceu no local onde ele a esperava todas as noites, entrou no carro e mais uma vez, com pressa, desapareceram em busca de um pouco de privacidade longe de qualquer olhar.
Horas inteiras haviam se passado desde essa nova escapada, e a boca de Gabriel ainda estava completamente perdido, saboreando o doce néctar que percebia em maior quantidade todas as noites nos lábios da sua assistente. Relutantemente, ele interrompe lentamente o beijo, sendo mais uma vez forçado a agir como namorados adolescentes que se confortam com beijos desenfreados.
— Eu não quero deixar você ir, e sei que você não quer ir embora. Ele comentou, encostando a testa na de Luciana, suspirando fundo. Na verdade, ter que conter o desejo de estar com ela estava lhe custando muito, mais do que o normal para ser exato, porque, ele não entendia por que, simplesmente não deixava de lado aquele assunto com Luciana, e iria conseguir alguém que não hesitasse trans*ar com ele. Mas, isso não era mais uma opção, não depois de estar determinado a ter um segundo encontro com ela, ele ficou obcecado com essa ideia, como um i****a ele ficou acordado pensando nessa possibilidade, para agora deixar isso de lado. — Diga-me aonde você quer ir, e eu te levo, mas passe a noite comigo. Ele se viu implorando como se nunca tivesse pensado nisso.
Para Luciana, vê-lo e ouvi-lo assim parecia impossível, era quase irreal. Ela queria tanto acreditar na possibilidade de um relacionamento real com o homem que ela conhecia naquele momento que ela amava muito mais, e quando ele parecia tão carente da sua presença isso a fazia se sentir pelo menos um pouco importante para seus dias.
— Senhor, eu... A garota, que estava sentada de pernas abertas no colo do seu chefe, teve a suas idéias evaporadas quando a mão de Gabriel começou a acariciar delicadamente uma da suas bochechas antes de deixar um beijo casto nas suas bochechas.
— Você também me quer, certo? Gabriel perguntou, o que já estava muito claro para ele, ele não era burro, ele podia ver, na verdade, ela não estava escondendo nada dele, ele podia senti-la plenamente com a forma como ela respondia aos seus beijos, ela era tão apaixonada que ela se deixou levar de uma forma instantânea que o fez querer ficar colado naqueles lábios por horas intermináveis.
— Muito, quero muito. Respondeu Luciana, ao sair rapidamente do colo do chefe, despedir-se ansiosamente e tentar sair do carro antes de cometer algo imprudente com alguém que ela sentia que iria partir o seu coração.
— Hoje à noite não me diga não, vamos, saia daqui e tire esse desejo de mim. Gabriel a deteve, agarrando-a pela cintura, ele encurralou-a e com mais desejo do que nunca, ele ponderou a boca dela. — Não vamos pensar em nada, seja lá o que for. Por que você está se controlando, deixe isso de lado e... passe a noite comigo. Gabriel sussurrou contra os lábios, que mesmo preferindo não meditar no porquê, ele não pode ne*gar que beijá-los foi tornando-se o seu maior fascínio, tanto que se viu contando ansiosamente os últimos minutos antes de sair correndo ao encontro da mulher cuja boca come com tanto prazer como nunca havia experimentado com nenhuma outra.