Na manhã do dia seguinte, Melissa acordou um tanto desnorteada, sua cabeça doía, assim como seu corpo, seu estômago estava embrulhado e a boca seca, ela abriu os olhos, olhou ao redor, aquele lugar lhe parecia familiar, ao buscar em sua mente, se deu conta de que estava no apartamento de seu tio, ela não lembrava como havia chegado ali, Melissa sentou, em seguida levantou, sentiu uma dor muito forte em seu tornozelo, então gemeu.
— aí, o que aconteceu? — ela perguntou a si mesma, mas não tinha resposta, com dificuldade ela caminhou até a porta, ao tentar abri-la, não conseguiu — tio, tio, a porta não abre. — ela gritou, depois de uns minutos, escutou um pequeno barulho na fechadura, logo em seguida a porta se abriu. — por que estava trancada por fora?
— precisamos conversar Melissa e sério. — disse ele, em seu rosto havia um expressão séria e descontente.
— o que houve? — ela perguntou enquanto voltava mancando para a cama.
— não lembra de nada?
— lembro que estava na festa ontem e depois mais nada.
— pois bem, você encheu a cara, desconfio até que te drogaram, você não estava normal Melissa.
— o que eu fiz?
— você deu em cima de mim.
— não, eu tava bêbada, deve ter sido um m*l entendido.
— você passou a mão em mim Melissa.
— onde? — ela perguntou incrédula.
— onde não deveria jamais pensar em me tocar, e não só uma, duas vezes, também disse coisas...que não sei nem descrever.
— tio, pelo amor de Deus, desculpa, eu não sei o que houve, sequer lembro disso. — ela disse cobrindo o rosto de tanta vergonha.
— isso é até bom, por que se lembrasse, seria ainda mais constrangedor. — Melissa sentiu seu estômago embrulhar e o líquido se aproximar de sua garganta, mancando, rapidamente ela foi até o banheiro, lá ajoelhou em frente ao vaso sanitário e se colocou a vomitar. — logo Rafael apareceu ali para ajudá-la. — está bem?
— não muito, meu estômago está doendo e meu tornozelo também...acho que vou desmaiar.
— Melissa...Melissa. — ele a chamou, mais aos poucos ela foi perdendo as forças e apagou, por sorte acordou logo. — precisa tomar um banho.
— eu não consigo levantar. — o corpo dela estava mole e ela pálida.
— eu ajudo. — Rafael fechou a tampa do vaso sanitário, logo a colocou sentada ali e começou a abrir o zíper do vestido.
— não tio, não vai me ver pelada.
— pelo amor de Deus Melissa, não tem nada que eu não tenha visto aqui, quando era pequena você detestava roupa e vivia correndo pelada pela casa.
— quando eu tinha quatro anos, não sou mais uma criança.
— larga de bobeira. — ele abriu o zíper, logo retirou o vestido, a primeira coisa que ele reparou foi os sei0s, eram redondinhos, o bico rosado, médios, mas logo se repreendeu mentalmente por estar os admirando e desviou o olhar daquela parte, então pegou o chuveirinho e colocou sob a cabeça dela.
— está fria.
— melhor assim, vai se sentir melhor.
Ao fim do banho, ele a envolveu em um toalha, então a pegou no colo e a levou de volta para a cama.
— vou pegar algo para você vestir. — Rafael saiu do quarto, depois de pouco mais de dois minutos voltou trazendo uma camisa sua e a ajudou a colocar. — agora deita, vou buscar um remédio pra você tomar.
Mais uma vez Melissa estava no banheiro passando m*l, ele estava a ampara-la, o chateamento havia passado, era notável que ela não estava bem e que não havia feito aquilo de propósito.
— vem, vou te levar pra cama novamente. — ele a pegou no colo e a levou novamente para a cama. — liguei para o seu pai e disse que você está resolvendo uns assuntos comigo. — disse ele, Melissa estava encolhida sobre a cama, estava gelada, tremia de frio, ele pegou o cobertor, colocou sobre o corpo dela e sentou na beirada da cama. — tenho certeza que algum daqueles babacas com quem você se atracou te drogou mel, não devia beber daquela forma, tampouco com desconhecidos, por isso seu pai não te deixa sair.
— nunca mais faço isso, eu prometo tio.
— espero, quero que entenda que estou dizendo isso para o seu bem.
— eu sei, desculpa.
Pelo restante do dia Melissa esteve ali, deitada tentando se recuperar, Rafael cuidou dela muito bem, mas uma coisa começou a dar voltas em sua cabeça, ela havia tocado em seu membr0, mas não lembrava de nada, se era grande, pequeno, qual a sensação que havia sentindo ao fazer aquilo, foi então que ela viu ele entrar no quarto, estava sem camisa, tinha o cabelo úmido e usava um calça de moletom, de imediato os olhos dela foram na parte do corpo dele que estava pensando, apenas uns segundo olhando aquela parte e teve uma de suas perguntas respondidas, estava marcando na calça, então sim, era grande.
— como se sente?
— mais o menos, meio zonza ainda.
— quer que te leve pra casa.
— se eu chegar em casa assim meu pai vai pensar que estou doente ou sei lá.
— tem razão, e o seu tornozelo como esta?
— doendo bastante.
— deixa eu ver. — ele puxou o lençol que cobria as pernas dela e o analisou, estava inchado. — talvez seja melhor te levar ao médico, tive uma ideia.
— que ideia?
— uma hora ou outra seu pai vai te procurar, então coloca seu vestido, vou te levar no médico, vou dizer para seu pai que você se machucou fazendo umas fotos e pronto.
— obrigada tio, se meu pai ao menos imaginar o que fiz ontem eu não saio mais de casa nem pra banho de sol igual detento. — disse ela o fazendo rir.
— mas você, vê se não apronta também né, escuta, quando quiser sair, me avisa, te levo em algum lugar bom e com gente descente, vou dar uma chamada no Raul, te convidar para um lugar daqueles e ainda te dar bolo.
Após se trocar, Rafael a pegou no colo, então saiu a carregá-la, m*l conseguia colocar o pé no chão, andar não conseguia, logo após colocá-la no carro, ele deu partida em direção ao hospital. Já no hospital, Melissa levou cerca de quarenta minutos pra ser atendida, após fazer um raio X, o médico constatou ser apenas uma torção, que com gelo e anti inflamatórios iria se resolver.
Quando chegaram a casa de Melissa, ela respirou fundo, seu pai já estava em casa, o carro estacionado ali dizia isso, ela tinha medo que ele não acreditasse ou descobrisse a verdade, Rafael saiu do carro, a pegou no colo e caminhou em direção a porta de entrada, ao passar pela mesma, Marco que estava sentado no sofá, levantou rapidamente.
— o que aconteceu com você querida? — ele perguntou preocupado.
— estava fazendo um ensaio fotográfico, mas o pé dela acabou escorregando no salto e torceu o tornozelo. — disse Rafael.
— oh Deus, tenho que levar ela ao médico.
— eu já levei, não se preocupe.
— e o que houve?
— foi só uma torção, com gelo e anti inflamatórios vai resolver.
— graças a Deus.
— vou levar ela para o quarto, essa molecada chorou horrores, precisa descansar. — ele mentiu para justificar as olheiras e a cara de ressaca, Rafael subiu a escada, no corredor, ele foi até o quarto de Melissa, entrou e a colocou na cama.
— obrigada tio. — disse ela, logo em seguida o deu um abraço apertado.
— não esquece do que te falei.
— tá bom, pode deixar. — Rafael saiu, logo retornou a sala e se juntou a Marco.
— ela está realmente bem, não está?
— sim.
— não vai atrapalhar os trabalhos dela né? Ela ama tanto o que faz, não quero vê-la triste por isso.
— não se preocupe, ela não tem nenhum trabalho para essa semana, e ela vai se recuperar rápido, aproveitando que já estou aqui, queria resolver algo.
— claro, do que se trata?
— é sobre mel mesmo, daqui a dois meses tenho uma viagem para a Argentina, haverá um desfile lá e uma das modelos a quais quero levar, é Melissa, se permitir claro.
— claro que permito meu irmão, sei que vai cuidar dela tão bem quanto eu cuidaria.