Capítulo 6

1282 Words
Victoria Becker narrando: Nunca diga que tem algo r**m que não possa piorar. Pois tem sim. Eu já estava no final do terceiro mês de gestação, a barriga já estava aparecendo. Eu decidi criar meu bebê, estava com medo, mas tudo isso foi embora no momento em que ouvi seu coração bater pela primeira vez, foi tão emocionante. Eu já amava aquela coisinha pequena que crescia dentro de mim. As coisas estavam difíceis, meu pai estava se drogando muito mais do que antes, meu trabalho muito pesado e eu mais cansada que o normal. A médica disse que eu estava um pouco abaixo do peso e que poderia prejudicar a criança, disse também para eu pegar leve no trabalho e, se eu pudesse evitar o estresse, seria melhor ainda, mas como evitarei isso na situação em que vivo? A cada cinco passos que dou, algum problema aparece. Ontem mesmo, um comerciante chegou na minha casa exigindo que eu pagasse algo que meu pai havia roubado no seu estabelecimento, eu fiquei tão p**a. Mas não paguei de jeito nenhum, afinal não fui eu que roubei, ele que cobre a quem cometeu o delito. E para piorar acabei de descobrir que Joana irá viajar para estudar fora, ela irá para o Texas e são quase um dia de viagem de Los Angeles para lá. É muito longe para quem não tem dinheiro, nem transporte e muito menos tempo. Já choramos juntas e conversamos muito, ela está muito indecisa e não quer ir, pois não quer me deixar sozinha, isso é injusto, não posso estragar a chance dela ter um futuro. *Flashback on* — My boo — disse ela, se aproximando. Eu havia acabado de sair de uma consulta na qual ela tinha me acompanhado, estávamos conversando enquanto voltávamos para a casa dela. — Sim? — Tenho que te falar uma coisa — disse, parando de andar. — Fala — falei, me aproximando e segurando sua mão. — Meus pais querem que eu vá estudar no Texas — disse — Na Texas tech university, meus pais se formaram lá e agora eles querem que eu me forme também. Mas eu não quero deixar você… — Você quer estudar lá? — perguntei. — Sim, mas… — Sem, mas, se você quer, vá em frente — abracei-a — você sempre me apoiou em tudo que fiz e sempre esteve ao meu lado, agora chegou a hora de eu fazer o mesmo, vai atrás dos seus sonhos, ficarei bem. — Vic… — Joana, eu quero que você vá lá e estude para se tornar no futuro a pediatra que você tanto sonha — falei — futuramente quero ter consultas de graça quando for levar meu bebê. — Sua interesseira — disse, me fazendo rir. — É sério, quero que você seja feliz, nunca vou me perdoar se você ficar — falei olhando em seus olhos — vamos nos ver nas suas férias e ficaremos bem. — Tem certeza? — Claro. Nos abraçamos e deixei algumas lágrimas caírem, eu quero o melhor para ela e nunca iria me perdoar se eu a impedisse de ir realizar o que ela tanto deseja. Ainda mais tem os avós dela que são do Texas e que ela não os vê tem um bom tempo, eu seria muito egoísta se impedisse isso. *Flashback off* Ela irá viajar daqui a três dias, fizemos uma despedida adiantada, pois irei estar trabalhando e não poderei ir vê-la. A mesma também me deu todas as minhas economias que ela guardava, eu já tenho planos para esse dinheiro, irei usá-lo para pagar consultas e várias outras coisas relacionados ao meu bebê, não irei pensar no futuro, por enquanto irei me virar do jeito que posso. […] Coloco o moletom enorme antes de sair do quarto, esse foi um dos truques que uso para esconder a barriga para que meu pai não veja. Mas ele nem para em casa, já faz basicamente três dias que não o vejo, por um lado é bom, mas por outro fico preocupada. Tranco tudo e vou para o trabalho, todos lá já sabem afinal fica difícil de esconder deles já que o uniforme é bem justo, todos ficaram em choque, mas já se acostumaram. Tirando o meu chefe que disse que meus dias lá estavam contados, eu já sabia que isso iria acontecer, mas enquanto esse dia não chega, trabalharei. Sei também que posso ganhar um bom dinheiro por ser demitida, mas conhecendo George o mesmo irá fazer de tudo para eu não arrancar nenhum dinheiro dele. — Bom dia — falo assim que vejo Den. — Bom dia, minha buchudinha — disse, me fazendo revirar os olhos. Não conversamos muito, pois logo os clientes começaram a chegar, atendo alguns e a primeira coisa que fazem é olhar para minha barriga. Às vezes os vejo se questionarem sobre minha idade. Não ligo para isso, já me acostumei. “ A fitzy technology irá se expandir, uma nova filial está sendo construída na Holanda — disse a repórter na pequena televisão da lanchonete — o CEO Marius fitzy nos deu uma entrevista falando sobre seu investimento e vários outros assuntos comentados pelo empresário”. Olhei para a TV ao ouvir uma voz que eu já tinha ouvido antes e arregalei meus olhos. É ele, o cara da boate e pai do meu filho. Ele é dono da fitzy technology… meu Deus. O pai do meu filho é bilionário. — Esse homem é o sonho de toda mulher — ouvi uma das clientes falar. — Eu faria de tudo para sentar nesse homem — disse outra. — Sou mais o irmão dele, o Cristian — ouvi outra mulher falar. Sai de perto e andei até o Den com o pedido da cliente e o entreguei. — Parece que viu um fantasma — disse ele. — Não, eu vi a solução — falei. Se eu encontrar esse cara, ele pode me ajudar… pelo menos a cuidar do nosso filho. Assim, continuei a trabalhar, mas sempre com aquele homem em meus pensamentos. No horário do almoço, irei até a tal empresa, ele precisa saber quanto antes. Quando o horário de almoçarmos chegou, avisei que iria sair rapidinho e assim corri o mais rápido que pude, a empresa não era muito longe para minha sorte. Olhei para o grande letreiro “fitzy technology” o prédio era enorme, andei até a entrada indo em direção à recepção. — Bom dia — falei. — Bom dia — respondeu a recepcionista — o que deseja? — Quero falar com Marius fitzy. — Sr fitzy não está — disse. — Por favor, é urgente — supliquei. — Desculpe, senhorita, mas eu realmente não posso fazer nada. — Lídia, você sabe me dizer se meu pai já chegou? — disse um moreno dos olhos azuis parando ao meu lado. — Já, sim, Sr. Cristian — respondeu à moça. — Você é Cristian, fitzy? — perguntei, me lembro de uma das moças falar de um tal de Cristian, irmão do Marius. — Sim, o que deseja — disse. — Preciso urgentemente falar com seu irmão, por favor — implorei. — Meu irmão viajou — disse. — Tem algum número de telefone ou qualquer outro jeito de falar com ele? É urgente. — O que uma garçonete teria de tão importante para falar com meu irmão? — disse, me olhando de cima a baixo. — Vá embora, aqui não é seu lugar. Assim ele saiu e vi a recepcionista me olhar com pena, o que me deu na cabeça de vir aqui? E se Marius for igual ao irmão e também me humilhar? Assim fui embora daquele lugar, terei que passar por isso sozinha…
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