Capítulo 7

1140 Words
Victoria Becker narrando: Passagem de tempo... Os dias foram passando e com eles se foram meses. Minha barriga estava enorme e eu já estava com oito meses, fui demitida quando estava com cinco e infelizmente como eu já imaginava, o George arranjou um jeito de me demitir, não tive chance nem de receber meu salário daquele mês. Estou fazendo tudo que posso, mas é complicado quando se está sozinha, para ir para as consultas é difícil, mas com muito esforço vou, tudo pela minha menininha. Sim! Estou esperando uma garotinha que se chamará Helena. Ela cresce saudável, mas ainda é bem pequena para um bebê de oito meses. A médica disse que está tudo bem e que ela não corre nenhum risco, mas mesmo assim não deixo de ficar preocupada. Já tenho algumas roupinhas também, em uma das voltas das consultas passei em um pequeno brechó e vi algumas roupinhas para recém-nascidos, acabei não resistindo e comprando, ela irá ficar tão perfeita. Meu pai não percebeu a barriga ou estava chapado demais para perceber, mas agora não bastava tê-lo drogado, ainda tenho que aturar alguns “amigos” dele, sempre fico no quarto quando eles estão aqui, já que podem ver a barriga e comentarem. Sempre fico com medo de que algum deles invada meu quarto, normalmente vivo muito indefesa e assustada, meus hormônios vivem descontrolados. Mas nada disso se compara ao medo de quando finalmente eu for ter minha Helena, terei que passar por um parto sozinha, não terei apoio de ninguém. Às vezes choro muito e pergunto a Deus por que está me fazendo passar por isso, eu nunca fui uma pessoa r**m, nunca tratei ninguém m*l. Sou aquela pessoa que ajuda os velhinhos a atravessarem a rua, sou aquela pessoa que não vê m*l nas pessoas e que acredita que a humanidade ainda tenha salvação. Por que tenho que sofrer tanto? Por que pessoas boas sofrem enquanto as más sempre se dão bem? Faz um bom tempo que falei com Joana, mas sei que ela está bem e feliz. Os pais dela se mudaram para o Texas alguns meses depois, no dia da viagem deles, fui me despedir e, pelo telefone da mãe dela, conversei com minha amiga. Aquela foi a última vez. A mãe de Jô me deu algumas roupas dela que estão servindo muito bem agora que minha barriga está enorme, ganhei também algumas roupas de quando minha amiga era bebê e simplesmente amei todas. Sinto saudade dela e sei que ela também sente saudades de mim, mas temos que seguir nossos caminhos e quem sabe um dia nos encontramos novamente. […] Enfim, nove meses foram meses difíceis, complicados… foi um verdadeiro desafio. Uma mãe faz de tudo por seus filhos e eu fiz de tudo pela Helena, tive que passar por muitas situações difíceis, ainda passo, mas creio que no fim tudo valerá a pena. Quando estou deitada à noite para dormir e o cinto se mexer, meu coração fica acelerado, pois eu a amo tanto, minha pequena companheira. Só saiu de casa se for algo realmente necessário tipo as consultas e para comprar algo para mim, meu dinheiro está ficando pouco e isso me preocupa, um bebê gasta muito e eu não tenho como comprar nada para ela. Semana passada recebi uma encomenda pelo correio e era de Joana, uma caixa enorme com vários pacotes de fraldas e produtos de higiene para bebês, algumas roupinhas e também uma carta dela. ~~~~~~~~~~~~ Oi, my boo, estou morrendo de saudade e queria muito ter acompanhado sua gravidez, quero que saiba que sempre penso em você e que te amo muito. Pelas minhas contas sei que já está perto de você finalmente ter seu bebê em seus braços e eu queria muito estar aí para acompanhar tudo, mas infelizmente não poderei, saiba que estou mandando energias positivas para dar tudo certo, sei que essas coisas que te mandei não são suficientes, pois um bebê gasta muito, mas dará para alguns dias, irei te mandar mais algumas coisas depois. Sinto saudades de você todos os dias. De sua melhor amiga que te ama muito, Joana. ~~~~~~~~~~~~~~ Minha amiga não sabe que terei uma menininha, infelizmente, no dia em que falamos pela última vez, eu ainda não sabia o s**o da criança. Queria muito falar para ela, mas não tenho como ligar, nunca consegui um celular novo e acho que nunca conseguirei, também não sei o número dela. Hoje acordei com dores nas costas, acho que devido ao parto que está se aproximando eu esteja sentindo essas dores. Começo a arrumar a bolsinha que levarei para o hospital com as roupinhas de Helena, no canto direito do quarto puxo uma das madeiras do piso e de lá retiro uma caixinha onde deixo meu dinheiro guardado, ando até a bolsa e coloco a caixinha no fundo dela com as roupas por cima, coloco a mesma embaixo da cama. — Pronto, meu amor — falei fazendo carinho na barriga — mamãe já está com tudo pronto. Sinto uma dor na barriga e me curvo respirando rápido e pesado, suspiro e ando até a porta e como não tem ninguém em casa vou até a geladeira para tomar um pouco de água. Ouço passo do lado de fora e me apresso para entrar no quarto, sinto uma dor no meio do caminho e paro de andar, a pessoa abre a porta e não a conheço. — Olá, gatinha — disse o cara. — Sai da minha casa — falei e ouvi sua risada. — Seu pai me deu a permissão — disse — sabe o que ele me deu também? — Não, e não quero saber — falei. — Ele me disse que você era virgem e que trocaria sua virgindade por drogas — disse com malícia — mas vejo que a p*****a aí já não é virgem há muito tempo. — Vai embora — tentei correr para me trancar no quarto, mas o homem me segurou e me empurrou contra a parede. — Eu nunca fiz s**o com uma grávida — disse no meu ouvido enquanto passava as mãos na minha barriga — deve ser bem gostoso. Lágrimas começaram a sair dos meus olhos, preciso sair daqui. — Não faça isso, por favor — tentei o empurrar. — Quero você e eu vou ter — disse, cheirando meu pescoço. Mesmo com medo, junto toda a força que tenho e lhe dou uma joelhada, ele cai no chão se contorcendo, sem tempo para nada corro para o quarto e pego a bolsa da Helena e coloco algumas mudas de roupas minhas. Não posso ficar aqui se não ele vai me fazer m*l, começo a andar até a porta quando sinto algo descer pelas minhas pernas, olho para poça que se formou nos meus pés e arregalo meus olhos. A Helena nascerá.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD