Capítulo 5

1077 Words
Victoria Becker narrando: — Faz xixi nesse negócio aí — disse Joana, me entregando uma caixinha. — Eu nem estou com vontade de fazer xixi — falei, abrindo a caixa. — Liga a torneira do banheiro e observa a água caindo, você fará xixi tão rápido que o flash irá chorar no banho — disse Jô, me empurrando em direção ao banheiro. — Certo. Assim fiz, não fiquei nem trinta segundos observando a água que já me deu vontade de fazer xixi, rapidamente urinei naquele pequeno objeto e o deixei sobre a pia. — Fez? — perguntou e eu assenti. — então agora é só esperar. Voltamos para o quarto e nos sentamos na cama. — Não sei o que irei fazer se der positivo — falei chorosa — eu não tenho uma vida instável, não tenho dinheiro para dar uma vida pelo menos confortável para essa criança. — Calma, tudo tem um objetivo — disse me consolando — se der positivo, é porque estava nos planos de Deus. — Essa criança irá sofrer… Irei sofrer mais ainda por não poder dar o que ela quer — falei — Vai doer muito se um dia meu filho me pedir algo e eu não puder dar… — Calma, ainda não sabemos se é verdade — disse me abraçando — tudo na vida tem um objetivo, talvez isso aconteceu para que finalmente sua vida possa mudar, isso talvez seja apenas o começo da sua história. — Isso foi lindo… mas não queria estar passando por isso. Ficamos conversando até que finalmente a Joana levantou e foi em direção ao banheiro, combinamos que ela quem iria olhar primeiro, pois eu estava com medo. — Qual o resultado? — perguntei nervosa. — Positivo — disse, fazendo meu corpo gelar, só não caí porque estava sentada. — Isso só pode ser engano — falei, sentindo meus olhos encherem de lágrimas — eu não posso criar essa criança, não nas condições em que me encontro. Senti minha amiga sentar ao meu lado e me abraçar. — Sei que é difícil, por isso vou te apoiar na decisão que você tomar — disse afagando meus cabelos — se você quiser abortar, tudo bem, irei te apoiar, e se você quiser criar essa criança, ótimo, continuarei aqui te apoiando. — Te amo — falei. — Também te amo, my boo — disse. […] Dormi na casa dela e de manhã voltei para minha casa onde tomei banho e me vesti para ir trabalhar. A vida não para e não é fácil para ninguém, preciso pensar bem no que farei, se não futuramente posso me arrepender. Assim fui trabalhar, vomitei muito e trabalhei mais ainda. Saindo do trabalho, passei no mercado e comprei um pote de sorvete. Não me dou ao luxo de ficar comprando essas coisas, mas eu estava com vontade de comer. Que estranho, pensar que tem uma vida… um ser humano dentro de mim. No caminho de volta para casa penso na possibilidade de criar a criança, como seria? Será que eu seria uma boa mãe? Eu não sei cuidar nem de mim direito quanto mais de um bebê. Droga, isso é tão complicado. — Finalmente chegou — disse meu pai — estava onde? — Trabalhando, sabe o que é isso? — perguntei, indo em direção ao meu quarto. — Olha como fala comigo, sua v*******a — disse bravo — você deveria ter ido embora com aquela outra v*******a da sua mãe. — Pelo menos concordamos em algo — falei séria — ela realmente é uma v*******a, mas se a mesma tivesse me levado, eu teria ido de bom grado, pelo menos não precisaria ficar aguentando isso. Entrei no meu quarto batendo a porta. Abri a pequena janela de madeira do meu quarto para que o ar frio da noite entrasse, minha casa é bem pequena, são apenas uma sala, uma cozinha, dois quartos e um banheiro. Tudo simples, mas arrumadinha, era né… agora temos poucos móveis, já que meu pai vendeu tudo para comprar drogas. Até meu celular o mesmo roubou e vendeu… nunca mais consegui comprar outro. Sento na cama com as costas encostadas na cabeceira e abro o potinho de sorve de morango, levo a primeira colherada a boa e suspiro diante do seu maravilhoso sabor. Amo sorvete, mas com o pouco dinheiro que tenho isso acabou se tornando luxo e muitas vezes, quando não tenho dinheiro, acabo ficando apenas no desejo. Como aquele pote de sorvete todo e ali mesmo fico, só levanto para fechar a janela e depois deitar para dormir. […] Marius fitzy narrando: Ao longo dessas semanas que se passaram tudo ocorreu bem, muito bem. O novo software ficou pronto e foi lançado, o novo aplicativo de comunicação já conta com quase meio milhão de downloads em apenas três dias, isso por que temos um programa de segurança avançado. Hoje em dia é difícil encontrar aplicativos seguros e de boa qualidade, por isso sempre buscamos o melhor, e isso acaba nos tornando os melhores. Também recente acabei iniciando uma compra, quero expandir a fitzy technology para outros países e surgiu uma oportunidade de abrir uma nova filial na Holanda. Viajarei durante alguns meses para conseguir organizar tudo, estou feliz, tudo que sempre quis foi poder expandir meus horizontes e agora tenho essa oportunidade. Mas sinto que essa felicidade não está completa, me falta algo… será amor? Minha vida amorosa anda fracassada em comparação à minha vida financeira, a cada dia fico mais rico e não tenho certeza se estou feliz. Na verdade, fico feliz de ter dinheiro para comprar o que quero, mas será que dinheiro realmente traz felicidade? As pessoas com dinheiro vivem cercadas de amigos e de muitas outras pessoas, mas isso tudo é interesse no seu dinheiro. Quero só ver se, quando você não tiver nada, você irá ter tanta gente na sua vida. Minha vida é assim, cercada de pessoas interesseiras que fazem de tudo para extorquir meu dinheiro. Eu já quebrei muito a cara com isso e hoje posso dizer que para alguém me enganar tem que ser realmente bom e convincente, pois estou mais que vacinado contra esse tipo de gente. Quando você quebra a cara muitas vezes, aprende a confiar somente em você. Meu coração também nunca se apaixonou e deve ser por isso que meus antigos relacionamentos nunca deram certo. Minha mente também sempre está focada no trabalho e para mim, no momento, é só isso que importa.
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