Capítulo 4

1101 Words
Victoria Becker narrando: Chego na lanchonete que trabalho e vou diretamente pegar meu caderninho para notar os pedidos. — Bom dia, Vic — disse meu amigo Den, seu nome verdadeiro é Deniel, mas eu o chamo de Den. — Bom dia, Den — o cumprimentei. Para todos aqui, sou apenas uma garota que mora com o pai e precisa de uma grana, e não uma garota abandonada pela mãe que vive com um pai drogado e precisa de grana para ter o que comer e futuramente conseguir fugir do inferno que a vida dela se tornou. Mas chega de falar de problemas, quanto mais você fala, mais os atraí. — A mesa três está te chamando — disse Den. Rapidamente fui até um casal de idosos que estava me chamando. — Bom dia. — sorri. — o que vão querer? — Dois cafés e duas fatias de bolos de chocolate — disse a senhora. — Certo, já volto — voltei para o balcão onde entreguei o pedido para o Den colocar em uma bandeja. A lanchonete é bem grande, tem o Den e a Louise que preparam os pedidos enquanto eu e mais duas garçonetes pegamos os pedidos, também tem a anny no caixa. Hoje vejo que meu dia será bem corrido, pois logo pela manhã o movimento está bem grande. — Aqui Vic —me entregou o pedido. Após levá-los para o casal, vou atender uma mesa onde tem quatro adolescentes, eles me olham de cima a baixo antes de um deles sorrir de lado. — Bom dia, o que vão querer? — Você, gatinha — disse o loiro que estava sorrindo de um jeito estranho para mim. — Não estou fazendo parte do cardápio. — Falei séria. — Por favor, qual o seu pedido? — Queríamos você, mas já que não pode, traz para a gente três refris, três hambúrguer e uma porção de batata frita — disse o loiro. Assenti enquanto anotava. Quando virei de costas para sair senti passarem a mão na minha b***a, a raiva me consumiu, porém, se eu discutir quem irá sofrer as consequências serei eu… mês passado aconteceu algo parecido, a garota discutiu com o cliente e o nosso chefe Sr George ficou muito bravo, pois o cliente era alguém importante e quem saiu como errada foi a garota. Infelizmente esse é a sociedade em quê vivemos, uma mulher sofre assédio e ela quem é a culpada, o homem nunca sai como errado. Eu queria muito socar a cara desse garoto, mas infelizmente sei qual será minha consequência caso faça isso... e eu não posso perder meu emprego. Engulo toda a raiva que estou sentido e saiu dali como se nada tivesse acontecido. O pedido peço para outra garçonete levar e assim ela faz, o resto do dia passou normalmente, o movimento diminuiu na parte da tarde, então trabalhei menos. […] Algumas semanas depois… Termino de almoçar e logo sinto meu estômago revirar, o vomito sobe na garganta e corro na direção do banheiro. Eram quase duas da tarde quando paramos para almoçar, o movimento na lanchonete estava muito grande e só agora tivemos tempo para podermos nos alimentar. Já faz alguns dias que venho me sentindo estranha, meu corpo está estranho, venho vomitando muito e fico enjoada com frequência. — Meu Deus, Vic, o que você comeu? — perguntou Den se abaixando ao meu lado. — Não sei, devo ter algum tipo de intoxicação alimentar, pois venho me sentindo m*l ultimamente — falei dando descarga e levantando para lavar o rosto. — Logo você ficará bem — disse carinhoso. Depois disso voltamos ao trabalho, às vezes eu me sentia um pouco tonta, mas logo passava. Quando terminei meu expediente, sai da lanchonete e fui para casa onde tomei um banho e sai, pois hoje eu iria dormir na casa de Joana. Amanhã os pais dela voltaram de viagem e ela fica muito ocupada ajudando eles com as coisas da loja, também ficará mais difícil de termos tempo já que ela também está estudando e ajudará sua mãe na loja e eu também trabalho. Jô estuda para ser pediatra, a mesma não tem muitos amigos, mas me fala muito sobre uma tal de Eliza fitzy, disse que quer me apresentar para ela, é ainda disse que falam muito sobre mim e que marcaremos de um dia sairmos juntas. — Oi, Jô — falei assim que a mesma abriu a porta. — Oi, my boo — sorriu — entra. Entrei e vejo que ela estava vendo filme. — Coloquei o filme agora, eu estava terminando de fazer pipoca para a gente — disse ela. — Quer ajuda? — Não precisa, já estou terminando — falou animada — senta aí que vou à cozinha e já volto. Assim ela saiu e depois de alguns minutos voltou com um balde enorme de pipoca, começamos a comer enquanto assistíamos ao filme. — Esse filme é ótimo — disse ela, mas não respondi, pois do nada comecei a me sentir enjoada— Vic, você está bem? — Só um enjoou — falei — ultimamente estou me sentindo assim, hoje na lanchonete só faltei pôr as tripas para fora. — O que você anda sentindo? — perguntou curiosa. — Enjoo, tontura, ando vomitando muito e ultimamente ando me sentindo mais cansada do que o normal — falei, mas isso deve ser o stress e a falta de sono, meu pai anda se drogando mais que o normal, sumiu durante uma semana me deixando preocupada e o trabalho está me matando. — Não sei, isso está me parecendo outra coisa — disse ela. — O quê? — Gravidez — falou, me fazendo sentir um frio na barriga, isso não pode acontecer. — Sem chance, eu não estou — falei. — Mas você transou com aquele cara na boate — falou. — Mas você me deu o remédio — respondi, tentando me convencer de que aquilo não estava acontecendo. — Pode ter falhado, nenhum método contraceptivo é totalmente seguro — falou — Todo mundo que faz s**o corre o risco disso acontecer. — d***a, minha vida é uma m***a… como vou cuidar de uma criança assim? — falei — ela merece uma vida melhor… Eu não posso dar isso a ela. — Calma, não vamos nos precipitar. — disse. — Tem uma farmácia aqui do lado, vou comprar um teste e já volto. Disse ela, levantando-se da cama e saindo correndo sem chance de me deixar falar. Se isso for verdade, o que farei? Meu pai não pode saber disso de jeito nenhum, não quero nem pensar no que ele faria.
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