CAPITULO 4

1046 Words
Minha respiração estava pesada, e meu coração batia forte enquanto me preparava para a luta com Dante. Embora tentasse manter o foco, a imagem dele à minha frente, aquele abdome definido e a marca da cueca box que surgia no cós da calça social, era uma enorme distração, para dizer o mínimo. Havia algo naquele momento, naquele confronto, que me fazia questionar tudo o que achava que sabia sobre ele. Começamos a lutar, e imediatamente ficou claro que ambos éramos habilidosos no Krav Maga. Era uma dança perigosa, um duelo de golpes precisos. Nossas mãos se moviam em socos, cotoveladas e joelhadas, enquanto nossas pernas se entrelaçavam em chutes e rasteiras. Cada movimento era calculado, cada ataque era medido. "Você é fraca, Bambi," Dante debochou entre um golpe e outro. "Uma Piromalli nunca poderá ser uma Mancuso." Minha raiva aumentou a cada provocação, mas eu me mantive focada em minha técnica. Quando Dante errava, eu respondia com precisão, mostrando-lhe que não era tão fraca quanto ele pensava. "Você não é páreo para mim, Dante," eu disse com confiança. "Nem mesmo em seus melhores dias." Nós continuamos a lutar, em uma dança perigosa e intensa. Nossas respirações ofegantes ecoavam na sala, e nossos corpos estavam cobertos de suor. Era uma luta física, mas também uma batalha de vontades. Dante, com seu sorriso sarcástico, não perdia a oportunidade de debochar de mim. "Você luta como uma garotinha ," ele zombou, desviando de um soco. "É patético." Minha raiva aumentava a cada provocação. Eu respondia com golpes precisos, mas ele era ágil, e nossos corpos se moviam em harmonia, apesar da rivalidade. "Você não tem chance, Bambi," ele continuou a provocar. Eu recuperei o fôlego e o desafiei com um sorriso determinado. "Você vai se arrepender de ter dito isso, Dante." Nossa luta continuou, e a tensão no ar era palpável. Cada movimento era uma dança perigosa de ataque e defesa. Eu sabia que precisava provar meu valor, não apenas como uma Piromalli, mas como alguém que merecia respeito dentro da família. Então, em um movimento rápido, consegui derrubar Dante com uma rasteira, fazendo-o perder o equilíbrio e cair no chão. Eu o imobilizei, ficando por cima dele, um sorriso triunfante no rosto. Meu sorriso largo refletia a satisfação de minha vitória momentânea. "Você foi fácil demais," eu zombei, ofegante e suada. Dante, no entanto, não estava disposto a admitir a derrota. Ele me jogou para o lado e se colocou sobre mim rapidamente, seu olhar ainda cheio de desdém. Eu senti um misto de surpresa e irritação com suas palavras, e antes que eu pudesse reagir, Dante se aproximou de mim, seu rosto a centímetros do meu. Uma tensão carregada de eletricidade pairava no ar, e eu fechei os olhos, esperando pelo beijo que parecia prestes a acontecer. Mas então, ele sussurrou em meu ouvido, sua voz áspera e carregada de ironia: "Você sempre será um Bambi." Ele se afastou, deixando-me confusa e frustrada. No entanto, antes que eu pudesse processar o que acabara de acontecer, ele voltou para a luta. Desta vez, eu estava determinada a vencer. Dei outra rasteira em Dante, fazendo-o cair de frente. Eu o imobilizei, prendendo sua perna e aplicando pressão suficiente para fazê-lo sentir dor. "Desista, Dante," eu desafiei, minha voz firme. Dante, ofegante e lutando contra a dor, respondeu com teimosia: "Você não vai me vencer, Catarina." A tensão era palpável, e eu podia sentir a raiva fervendo dentro de mim enquanto continuava a exercer pressão sobre sua perna. "Você não tem escolha, Dante. Admita que perdeu." Ele cerrou os dentes, mas não cedia. "Não vou admitir nada." Ele resistiu, seu rosto contorcido de esforço e teimosia. Estava prestes a ceder quando uma voz autoritária ecoou na sala, nos interrompendo. "O que estão fazendo?" Era Don Salvatore com seu olhar sério fixado em nós. *** Don Salvatore entrou na sala de luta com passos firmes e o olhar penetrante de um líder experiente. Sua voz ecoou no espaço, quebrando o silêncio tenso. "O que raios vocês estão fazendo aqui? Agindo como dois selvagens?" Ele questionou com firmeza. Eu comecei a explicar, mas antes que eu pudesse terminar, Don Salvatore ergueu a mão, silenciando-me com autoridade. "Taci!" Ele ordenou em italiano, sua voz carregada de autoridade. Os outros três irmãos, Massimo, Luca e Matteo, se aproximaram e ficaram ao meu lado e de Dante, formando uma fila na frente de Don Salvatore. Era um gesto de respeito e submissão à autoridade do pai. Don Salvatore olhou severamente para cada um de nós, seu olhar transmitindo desagrado pela situação. "É inadmissível para um Mancuso..." Don Salvatore começou, dirigindo-se a Dante. "Mas, pai, ela..." Dante tentou se explicar, mas Don Salvatore o interrompeu com um olhar severo. "Você falará quando eu permitir, Dante." Disse Don Salvatore com firmeza. "Ela não é uma verdadeira Mancuso..." Dante tentou argumentar, mas Don Salvatore o cortou, desferindo um tapa no rosto dele, que encarou o pai com um olhar endurecido. "Agora, vista-se adequadamente. Temos uma reunião de negócios a caminho." Ordenou Salvatore com seriedade. Dante não teve escolha a não ser obedecer e saiu da sala, deixando-nos com o líder da família. Então Salvatore olhou para mim e para os outros três irmãos, Massimo, Luca e Matteo, e disse. "Vocês três, vão se preparar para a reunião com a Ndrina Crea em San Luca." Eles assentiram em respeito e se saíram para seguir as ordens do pai. "E você, Catarina..." Ele olhou para mim com um olhar mais suave. "Sim, Don Salvatore?" Respondi com respeito. "Federica!" Gritou Salvatore, chamando minha dama de companhia. Federica apareceu rapidamente, e Don Salvatore ordenou. “Leve Catarina para o quarto e ajude ela a tomar banho, pois ela tem um almoço agendado com as outras jovens das famílias que faziam parte da Ndrangheta.” “Como quiser, Don Salvatore.” Respondeu Federica que segurou em meu braço. "Entendido, Don Salvatore." Respondi, seguindo Federica, deixando a sala de luta para trás. Enquanto me dirigia para o meu quarto para me arrumar, eu sabia que a luta com Dante não havia resolvido nada entre nós. Havia uma tensão não resolvida, uma química estranha que eu não podia ignorar. E eu tinha a sensação de que as coisas entre nós ainda estavam longe de terminar.
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