Patricinha

1173 Words
Sombra narrando Esses dias eu to meio ausente do morro, to tendo que ficar quase todos os dias no asfalto, cheio de cao para resolver. Eu fui informado pelos meus vapor que tem gente nova no meu morro, eles disseram que era uma moça jovem e bonita. Não dei muita importância, pois qualquer mulher que aparece na frente deles, eles falam que é bonita. Ontem eu resolvi tirar a prova, eu tava voltando para a minha casa e bati na porta da casa da Flor, mas eu tive uma grande surpresa. A garota é bonita de verdade, ela é toda delicadinha, parece que foi desenha, mas também é muito atrevida, ela me afrontou sem se preocupar com as consequências. Além de me afrontar, ela bateu a porta na minha cara e pior de tudo foi que eu até gostei da ousadia dela. Eu devia ter pegado ela de jeito e mostrado quem manda aqui, mas eu acabei sorrindo do jeito atrevido daquela patricinha mimada. Hoje eu tive mais uns corre no asfalto para resolver e quando to voltando para o morro, vejo a Flor e a marrenta saindo do supermercado. Vou dirigindo devagar, acompanhando as duas caminhar, a marrenta é gostosa pra c*****o, ela tá com um vestido que tá me deixando duro, só de olhar. Eu vejo a marrenta fazendo uma careta para a dona Flor, vejo também que ela tá andando com dificuldade, deve ser por causa do sapato, a maluquinha colocou salto para ficar andando. Paro o meu carro um pouco na frente delas e desço para oferecer uma carona. A patricinha fica toda assustada, mas a Flor abre um sorriso quando me vê. Eu conheço a Flor desde criança, ela sempre cuidou de mim e da Laura, ela faz uma comida muito boa. - Menino, você quase matou a gente do coração. – a Flor fala me olhando com um sorriso brincalhão. Eu vou até a Flor, eu pego as sacolas das mãos dela, dou um beijo na cabeça dela, ela abraça a minha cintura. - Você tá tão magrinho, não tá comendo direito neh?! – ela fala toda preocupada e eu dou risada. A patricinha deixa escapar um sorrisinho debochado, eu viro o meu olhar para ela, a boneca percebe, fecha a cara e fica me olhando desconfiada, mas não fala nada. Eu fico ainda mais bobo com a beleza dessa marrenta. - Eu fico com isso. – eu falo pegando as sacolas da mão dela. A marrenta segura firme as sacolas, não querendo soltar e fica me olhando fixo, querendo me afrontar e me faz sentir coisas estranhas. - Nós estava esperando a sua visita. – a Flor fala chamando a nossa atenção. A patricinha solta às sacolas e olha estranho para a Flor, ela parece confusa e eu acho graça da sua carinha. - Eu passei por lá ontem à noite, mas a sua hospede não me deixou entrar. – eu falo olhando serio para a patricinha. A dona Flor da uma risadinha sapeca e olha para a patricinha, eu não consigo tirar os olhos dela, ela também me olha de um jeito provocativo. - Você não me disse nada menina. – a Flor fala calma. - Me desculpe Flor, não deu tempo. Agora, diga-se de passagem, que esse senhor não tem bons modos, pois além de bater na porta das pessoas tarde da noite, ainda quis mandar nas minhas roupas. – a patricinha diz toda autoritária desviando o seu olhar do meu e olhando para a Flor. A Flor cai na gargalhada, eu também não consigo controlar um sorriso que insiste em sair da minha boca. - Acho que eu me esqueci de te falar como ele era ou então mostrar uma foto dele. - a Flor fala com carinha de sapeca. Eu tenho comigo que a Flor fez isso de proposito, pois sabia o que essa marrenta faria por não me conhecer. - Quem ele é Flor?! – a patricinha pergunta meio espantada. - Ele é o Caio, chefe do morro. – a Flor responde e me olha com um sorriso sorrateiro no rosto – Ou melhor, o Sombra, como ele exige ser chamado. – ela termina me olhando seria. - Flor!!! – a patricinha diz brava com a Flor. - Relaxa menina, ele não vai fazer nada com você. Menino, ela é a minha nova filha. – a Flor fala sorrindo para nós. Eu estico a minha mão para cumprimentar ela, percebo que o seu olhar esta diferente, ela parece com vergonha agora. - Prazer, senhor Caio. – ela fala segurando a minha mão e me olhando nos olhos. Eu sinto um choque quando as nossas mãos se tocam, ela tem uma pele muito suave, nem parece gente. - Ele não gosta que chama ele pelo nome, menina. – a Flor fala debochando. Realmente eu não gosto que me chame pelo nome, isso é só para os íntimos, mas ouvir o meu nome saindo da boca dela, me deixou cheio de desejo. - Me desculpe, Sombra. – ela fala envergonhada e tenta tirar a sua mão da minha. - Eu ainda não sei o seu nome, patricinha. – eu falo sério sem tirar os olhos dela. Eu to vendo que ela ta sem jeito com a minha presença, agora que sabe quem eu sou. - É Jade... Jade Sanches. – ela fala e eu sinto que conheço esse sobrenome de algum lugar. Eu fico olhando para ela por mais um tempo, até que a Flor chama novamente a nossa atenção. - Eu tenho certeza que o meu menino vai cuidar muito bem de você. - a Flor fala olhando para nós com um sorriso de orelha a orelha. A Jade disfarça e fica me olhando com receio, eu não sei por que, mas sinto que realmente preciso cuidar dela. - Vamos, eu levo vocês de volta. - eu falo desviando o meu olhar. Eu abro o porta-malas, guardo as sacolas e abro a porta do passageiro, dando passagem para uma delas entrar. A Jade deu um passo para entrar, mas a Flor foi mais rápida e entrou na frente dela. - Desculpa menina, mas eu não gosto de ir na frente. - a Flor fala e fez um sinal para ela se sentar na frente. Eu acabo dando uma risadinha debochada, pois eu sei que isso é só uma jogada da Flor, ela quer empurrar a Jade para ficar perto de mim. Fecho a porta, faço sinal para a Jade dar a volta no carro, mas ela fica parada me olhando. - Eu me esqueci que preciso resolver um assunto antes de voltar para casa. - ela fala desviando o seu olhar. Eu percebo que ela tá mentindo, ela só tá tentando fugir de mim, usando essa desculpa esfarrapada. - Tudo isso é medo de ficar perto de mim?! - eu falo a provocando. Eu quero ver como ela vai reagir a minha provocação, antes de saber quem eu era ela tava cheia de marra, agora parece que tá com medo de mim.
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