Do deserto para a floresta, um sujeito caminhava encolhido em sua capa vermelha sem mostrar o rosto. Mesmo que precisasse estar atento à cada passo que dava, o sujeito não olhava para os próprios pés. Seus olhos estavam abertos, mas não enxergavam a realidade.
Na verdade, estava cego por conta dos próprios pensamentos.
Os dedos escondidos na capa, apertavam um envelope e uma carta.
Finalmente havia chego a hora de voltar para casa.
Entretanto, o seu retorno não deveria ser motivo de festança e alegria. O fato de ter recebido uma carta do reino de Aurillon era um aviso de que o perigo se movera no arbusto em que se escondia.
Alguma coisa iria acontecer.
De novo.
E dessa vez, estaria forte o suficiente para encarar.
Erguendo as pérolas azuis escuras que eram seus olhos, o sujeito encarava o horizonte como se enxergasse o seu objetivo de vida. Esperara por onze anos para ter aquele momento em suas mãos. Não soltaria por nada nesse mundo.
Fora por esse motivo que encerrara sua última missão e arrumara suas coisas para sair silenciosamente.
Cruzando a floresta até chegar nos campos agrários, o sujeito respirou fundo sentindo o orvalho na grama agraciar seu olfato. Nostalgia lhe enchera o peito, despontando um sorriso tímido em seus lábios.
Jamais esquecera-se do cheiro, do calor do sol, da vista dos trigos crescendo, do som dos pássaros, e do sol se pondo por detrás das montanhas. A paisagem do vilarejo de Grevers era inesquecível, pois eram dali que surgiam as mais preciosas lembranças que carregara consigo quando partira.
Agora que retornara, tais memórias lhe surgiam como uma cortesia.
Duas crianças passaram por si correndo, rindo divertidas em seu mundo. O sujeito as olhou vendo a si mesmo brincando em sua tenra idade. Ora essa, de fato sentia-se mais velho do que imaginava.
As casas de madeiras começaram a se tornar abundantes, o vilarejo crescera em sua ausência. Alguns envelheceram, outros nasceram e ainda assim toda a atmosfera em torno do vilarejo se mantivera.
O caminho do sujeito errante levaram-no para o oeste, onde evitaria o centro. Ao lado de uma pequena horta havia uma casa consideravelmente pequena.
Tal como se recordava.
O sorriso havia desaparecido quando sentira a súbita tristeza lhe tomar o peito. Naquelas paredes estavam as memórias de sua vida ao lado daqueles que tanto amava. Também guardavam as memórias mais doloridas de uma noite repleta de fogo e sangue.
A porta da casa fora aberta, e duas crianças saíram junto de um adulto indo até a horta. O sujeito escondera-se atrás de uma árvore passando a observar a interação.
Aquelas paredes haviam acolhido uma nova família. Novamente o sujeito sorria.
Dando as costas para a casa que uma vez lhe pertencera, encarara o silêncio da mata fechada.
A Floresta Uivante.
O que poderia haver entre as árvores era o pavor do vilarejo. Uma vez que a ameaça saíra dos arbustos onze anos atrás, o medo passou a acompanhar os humanos.
— Nos encontramos novamente — Sussurrava o sujeito, tornando a se ocultar na capa vermelha — Seus malditos.
Espreitando os olhos, o sujeito seguira seu caminho para o vilarejo o atravessando. Seu destino se encontrava por detrás das muralhas que cercavam o castelo de Aurillon.
Havia chego ao centro do problema.
Aproximando-se dos portões percebera que a segurança havia aumentado, se comparado quando partira. Os soldados que se encontravam parados em frente ao portão logo apontavam suas lanças para o sujeito encapuzado.
— Identifique-se, em nome do rei.
O sujeito erguera as mãos para fora da capa, sem mostrar o seu rosto. Porém, mostrara o envelope que segurara durante toda a sua viagem. Virando o selo real em vermelho para os guardas, esperou.
Surpresos em ver o selo, os dois guardas entreolharam-se e assentiram silenciosamente. Um deles olhara para cima e fizera sinal para outro soldado, que se encontrava em cima da muralha.
O sujeito encapuzado assistia a comunicação muda com prazer. Deveria imaginar que o rei teria se reerguido junto de seu exército para evitar calamidades.
Será que ele ainda detestava perder?
Levou algum tempo para que os portões principais fossem abertos, mostrando a figura de um sujeito vestido formalmente de preto. Não o reconhecera, e por isso manteve-se em silêncio o analisando de cima à baixo.
Usava óculos, tinha o cabelo branco repicado apesar de ser consideravelmente jovem. Polido em seus movimentos ao fazer uma reverência cordial e lhe dar passagem para entrar.
— Vossa majestade o aguarda, caçador de lobos.
Um sorriso malicioso surgia nos lábios do sujeito encapuzado, que se escondera ainda mais em seu capuz. O título de caçador de lobos atiçara a curiosidade dos guardas, que se inclinavam para ver quem era.
Não os jugaria. Caso estivesse em sua pele, faria o mesmo.
Assim que pusera os pés para dentro das muralhas, o sujeito fora guiado pelo pátio a fim de entrarem no castelo. Evitou olhar em sua volta deslumbrado, sua nostalgia lhe pedia que parasse um momento para averiguar o quanto tudo aquilo havia mudado.
Porém, a pequena gota vermelha em seu âmago pedia pelo foco e concentração para atingir seu objetivo.
E seria aquela voz que escutaria.
Durante o trajeto até a sala do trono, o sujeito sentia o olhar penetrante e desconfiado daquele guia. Olhava-o por cima do ombro, pelo canto dos olhos espreitados, como se desconfiasse de si. Agiria corretamente, porém estaria pronto para o caso de o sujeito atacar.
Eram notórias as suas intenções.
Toda sua postura era impecável, porém as intenções e desconfiança exalavam em seu corpo.
Se fosse uma criatura como aquelas, com certeza teria perdido uma luta consigo.
— Vossa majestade, vosso convidado chegara — Anunciava o guia, curvado para as portas fechadas.
— Entrem.
As portas foram abertas, e uma brisa suave recebera o sujeito encapuzado com graça. Novamente sendo guiado para dentro da sala do trono, aproximou-se da figura robusta e séria que se encontrava em pé.
O guia fizera reverência e se colocou de lado, podendo observar com amplitude cada movimento do encapuzado.
— Viestes mais rápido do que imaginei. — Comentara o rei descendo os poucos degraus do trono, para ficar diante do sujeito encapuzado.
— Não pude conter de minha ansiedade, uma vez que fui convocada a vir.
O rei sorrira.
— Nenhuma das cartas anteriores fora o suficiente para te trazer de volta ao reino. Parece que ainda sei qual o seu ponto fraco.
— De maneira nenhuma, vossa majestade, esse seria o meu ponto fraco. — Respondia o sujeito ainda encolhido. — Tampouco o deixarei descobrir qual é.
— Ei você! Mais respeito com o rei… — Vociferou o platinado.
Erguendo a mão em um pedido silencioso, o rei não desviara os olhos do capuz vermelho.
— Está tudo bem, Klyn. Essa é uma excelente resposta, afinal de contas, um caçador de lobos não deve baixar a guarda.
— Pois bem, aqui estou, vossa majestade. — O sujeito erguera os olhos azuis para o rei, não escondendo a ansiedade violenta que sentia— Quando começamos?
Receber o olhar penetrante daquela forma fizera o rei rir satisfeito. Segurando o ombro do sujeito, apenas lhe dirigiu um sorriso paternal.
— Fizestes uma viagem longa demais, deveria descansar. Pelo menos por hoje. Além disso, preparamos um jantar para celebrar seu retorno, quero ouvir as histórias das quais escrevestes em suas cartas.
— Se é de vossa vontade, então ansiarei pelo dia de amanhã a fim de começar o meu trabalho.
— Não se preocupe, nenhuma informação será omitida de vós. Terá toda a liberdade necessária para fazer o seu trabalho.
O sujeito encapuzado apenas curvara o tronco e a cabeça em reverência, e logo saíra da sala do trono.
Observando as costas do sujeito, Klyn espreitava os olhos e apertava os dedos em punho.
— Que sujeito mais insolente — Resmungava.
— Ora, qual o motivo de tamanha desconfiança? — Questionara o rei, quando as portas foram fechadas.
— Deveria ter mostrado de sua face como respeito ao rei. E ainda sair de tal maneira sem um soldado para o acompanhar… — Klyn virou-se exasperado para o rei — Como pode confiar em alguém tão suspeito, meu senhor?
— Suspeito? — O rei gargalhara logo em seguida, dando tapinhas no ombro de seu auxiliar — Ora ora, Klyn, me divertes com sua imaginação.
— Vossa majestade, levando em consideração as informações coletadas nos últimos meses, devemos ser cautelosos sobre quem entra e sai de Aurillon.
— Compreendo e concordo com a vossa preocupação, meu caro. — O rei tornara a encarar a porta fechada, e suspirara — Mas essa criança jamais desapontará o povo, pois faz parte dele.
— Faz parte do povo?
— Ah, não há necessidade de preparar um quarto para… — O rei parou, olhara para Klyn e então inclinara a cabeça — O sujeito suspeito.
— Ele ficará dentro do castelo? Vossa majestade, perdoe de minha ousadia, mas como pode permitir que tal sujeito fique no castelo?
— Compreenderá em breve — rira o rei — Atente-se ao jantar, pois devemos alimentar bem desse caçador de lobos.
Observando a saída do rei, Klyn não conseguira compreender a confiança que o soberano teria para com um viajante errante. Ainda assim, fizera uma reverência e fora cumprir com seu dever.
?
A noite chegara para o tormento dos ansiosos. O rei, a rainha, o príncipe e a princesa estavam ao aguardo do jantar no salão de visitas. Com o frio que chegara do outono, a lareira fora acessa para aconchegar da família real.
Klyn havia recém entrado na sala, aguardando a chegada do dito sujeito para que finalmente fossem levados até o salão do jantar.
Porém, ele estava atrasado.
Averiguando as horas em seu relógio de bolso, Krynt suspirava e evitava ao máximo transparecer sua irritação. Mas o sorriso e o olhar do rei, que parecia se divertir por algum motivo, lhe causava mais nervoso.
— Será que se perdeu no castelo? — Questionava a jovem princesa.
— Faço a mesma pergunta. Apesar de não termos mudado as coisas por aqui, pode acontecer de ter se esquecido como andar pelo castelo.
— Não há com o quê se preocupar.
Klyn arqueava a sobrancelha. A princesa era a única a manter a calma com a ideia do visitante. Príncipe estava ansioso, mesmo encostado na parede olhando a lareira, seus dedos batiam no braço cruzado. E o rei junto da rainha tinham um sorriso no rosto.
Havia qualquer possibilidade de o rei conhecer tal forasteiro?
Batidas na porta ecoaram. Klyn abrira a porta e segurou-se para não fazer careta quando vira o sujeito se esconder na capa avermelhada. Dera passagem para que entrasse, e logo sorrisos foram direcionados ao sujeito.
— Finalmente chegastes. Estava cogitando em enviar soldados em sua busca.
— Há quanto tempo! — O príncipe aproximou-se do visitante com um sorriso nervoso no rosto.
— Parece que vossa alteza crescera mais do que havia dito nas cartas— Respondia o sujeito encapuzado — Tornastes um belo rapaz.
— Ainda usa de tais vestimentas, pensei que teria vestido algo mais confortável — Cumprimentava a rainha, segurando as mãos do sujeito.— Aliás, não vi de sua bagagem.
— Não carrego uma comigo, atrapalham de minhas viagens.
— Certo, devemos prosseguir com o jantar pois quero ouvir de suas histórias.
Com o aceno do rei, Klyn abrira as portas e deixara que a família real saísse junto de seu convidado. Observando-o sair com tamanha facilidade o fizera rosnar baixo.
O sujeito parou de caminhar e direcionou o olhar suspeito, parecendo ter ouvido de seu rosnado.
Klyn espreitara os olhos e percebera que o sujeito reagira, pois segurara o cabo de uma adaga presa em sua cintura. Um movimento silencioso e quase imperceptível, mas que dava conta do recado.
Aquele olhar transparecia uma violência assustadora.
Sem dizer uma palavra, ou levantar quaisquer suspeitas, o sujeito tornara a seguir a família real para a sala de jantar.
— Tsc, tem bons instintos.
— Interessante, não é? — Klyn assustou-se ao ouvir a voz do príncipe atrás de si. — Vamos jantar, então.
— Vossa alteza…
— Vamos, vamos…
Empurrado pelo príncipe, Klyn imaginara que não somente o rei, mas como seu filho, estariam fazendo graça de si e de sua desconfiança para com o sujeito encapuzado.
Pigarreando, retomou sua postura profissional e formal quando entrara na sala de jantar. Permaneceria ali em prontidão, para que nenhum movimento daquele sujeito fosse perigoso para a família real.
Quando todos estavam em frente às cadeiras, a rainha apontara para o capuz vermelho.
— Não é pesada essa capa?
— O suficiente para me proteger do frio, vossa majestade.
— Oh sim, Klyn acenda a lareira. Aqui não há necessidade de se esconder, não é mesmo?
A rainha tratava do sujeito com a mesma familiaridade que o rei. Klyn suspirou ao se aproximar da lareira e adicionar alguns pedaços de madeira, ouvindo as serventes entrarem com a comida.
Acendendo o fogo, esperou alguns segundos para garantir que o calor espalhasse pelo cômodo gélido. Virando-se novamente para a mesa, surpreendia-se.
O sujeito abaixara o capuz, revelando os cabelos negros e compridos. Havia tirado do manto e o pendurara nas costas da cadeira, puxando-a para se sentar.
Uma mulher.
Uma bela mulher.
O sujeito encapuzado, era uma mulher.
Não o caçador, mas a caçadora de lobos.
O rei percebia o silêncio vindo de seu auxiliar, e erguera os olhos para fitá-lo. Em seguida, fitou a convidada que começara a responder as perguntas da rainha sobre suas viagens, enquanto eram servidos.
— Pensei que havia construído uma casa, vivendo em outro vilarejo.
— Oh não, muito bem pelo contrário, vossa majestade. Não devo criar raízes, pois os lobos podem usar contra mim.
— Parece ter adquirido muitos conhecimentos sobre os lobos —Comentara o rei, que logo erguia a mão calmamente ao ganhar o olhar ansioso novamente — Mas não vivera em função de caçá-los apenas, não é mesmo?
— Como assim, vossa majestade?
— Não se casastes? — Questionara uma princesa curiosa, inclinando-se sobre a mesa com os olhos brilhando para a caçadora.
— Não. Não tive tempo de pensar à respeito.
— Com certeza ficastes focada em sua luta, que não enxergara nada em sua volta — Ria o príncipe.
— Não é uma prioridade apenas. Creio não estar pronta para relacionamentos. Não enquanto não cumprir com meu dever.
Durante o jantar a família regojizou das histórias que a visitante contava. Klyn ouvira com atenção, pegando-se de surpresa por desejar saber mais de suas aventuras.
Pelo o que pudera observar, ela aparentava ter a mesma idade do príncipe, o que justificava a i********e entre ambos ao conversarem. Porém, ela parecia ter vivenciado muita coisa.
Acreditava que caçadores de lobos não existissem mais, que fossem parte de uma lenda antiga para acalmar os humanos sobre o medo dos lobos. E naquele momento, estava diante de uma pessoa que se autoproclamava caçadora.
Deveria acreditar?
O rei, assim como toda a família real, pareciam acreditar com imensa fé. Sendo súdito, deveria fazer o mesmo.
Ao final do jantar, apenas o rei e a mulher permaneceram na sala de jantar. Ela havia levantado-se e aproximado da lareira para observar as labaredas.
Agachada, penetrada em seus pensamentos.
— Eu sei que há muita coisa para se familiarizar — Comentara o rei ficando ao lado da moça — e que tenho muito a te contar sobre o que ocorrera conosco nesses onze anos.
— Lembro-me de vossas cartas, rei. Admito que desde minha chegada até o momento do jantar, aproveitei para espreitar alguns pontos da Floresta Uivante. Consigo sentir o cheiro deles por perto, mas estão sendo cuidadosos.
— Considerando o súbito ataque que sofremos, parece uma piada maldosa acreditar que uma alcateia estaria cuidadosa.
— Não é mesmo? — Ria a mulher, levantando-se para olhar o rei — Sempre imaginei que eles iriam voltar, caso sentissem o meu cheiro. Afinal, sou uma caçadora de lobos. Se eles experimentaram o sangue de meu pai, com certeza irão se familiarizar com o meu.
— Um grande motivo para que sejas cuidadosa em seu trabalho. Seu sangue é precioso demais para ser derramado. — O rei afagara a cabeça da moça, abaixando-se para que seus rostos estivessem na mesma altura — Mas o que me preocupa é esse olhar ansioso. Conheço sua sede de vingança, minha cara, mas vejo algo à mais.
A moça suspirara e sorrira levemente como se tivesse sido descoberta em seus planos. Relaxando os ombros, acariciou do próprio braço em insegurança.
— Senti a presença daquela pessoa na região da floresta próximo à torre leste. Admito que não sei o quão forte estou para lidar com ele nesse momento.
— O considera uma ameaça ao povo?
Retribuindo o olhar do rei, a moça pensou. Então balançou a cabeça negativamente.
— Eu não faço a menor ideia, vossa majestade. Mas caso tornem-se um perigo para o vilarejo, eu mesma o matarei.
O olhar determinado retornara para aquelas pérolas azuladas. Quando a moça saíra, Klyn retornara para dentro da sala de jantar encontrando o rei encarando o caminho que a moça fizera.
— Está tudo bem, vossa majestade? Parece preocupado.
— Essa garota crescera de tal forma que me faz sentir velho — Sussurrava o rei, abrindo um sorriso paternal — Se Kenyan estivesse vivo, com certeza estaria orgulhoso de sua Maybelle.
— Kenyan…? O caçador de lobos que dera a vida pelo príncipe? O famoso…
— O caçador de lobos que protegera Aurillon e Grevers de uma matilha — Completara o rei — E essa é sua filha mais velha, que vira o pai morrer para protegê-la.
Klyn também olhara a porta aberta, tão surpreso quanto antes sobre a identidade daquela moça. Agora fazia sentido a forma como ela reagira ao seu rosnado. Não somente isso, mas como compreendia o motivo de toda a família real acolhê-la tão calorosamente.
— Mas ela não se dirigiu à princesa — Comentara Klyn curioso para o rei.
— Cabe as duas resolverem essa questão, em seu devido tempo. — Respirando fundo, o rei erguera os ombros e a cabeça — Prepare os relatórios sobre as informações que adquirimos. Devemos deixar Maybelle à par sobre cada movimento dessa matilha.
— Sim senhor.
— E avise aos soldados para continuarem com o treinamento. É bem provável que a garota os use para ficar mais forte.
Assistindo o rei sair, Klyn ficou a se imaginar como seria a vida no reino com a chegada da caçadora de lobos. Apesar da família real parecer animada, algo lhe dizia que o caos poderia chegar com os dois pés na porta.
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Eu pensei que amanhã tudo ficaria bem
Mas quanto mais o tempo passa, mais fundo dói
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