CAPÍTULO 25

1671 Words
Maya Dormimos a noite inteira, pelo menos eu apaguei, acordo e não tem ninguém no quarto. Desço vou pra cozinha e encontro Sófia mexendo em um tablet e o Miguel tentando fazer alguma coisa. - Precisa de ajuda? - pergunto. - ah oi, bom dia... eu acho que não - fala se enrolando todo pra virar o ovo na panela. E a Sófia nem ousadia me da, no tablet ela está e nele ela continua. - De quem é esse tablet? - pergunto ao Miguel. - Da Sófia. - Como assim da Sófia, eu não lembro de ter comprado nenhum tablet pra ela. - Não lembra porque eu que comprei. - E porque você comprou? - Eu não posso da um ipad a minha filha? - E nem falou nada comigo? - Desculpa, não achei que você ia se importar, ja que a Sófia vive pendurada no sofá assistindo, ela agora vai poder assistir em qualquer lugar - eu ignoro pra não me estressar com isso. - Vou da banho nela - falo - Eu ja dei, você não percebeu que ela está toda arrumadinha? - Percebi, mas não sabia se você tinha dado banho. - Então vou aproveitar que você está ai e vou fazer o café dela. - Ela ja tomou, esse aqui é nosso - ele responde. - Você deu o que a ela? - A mamadeira dela que você me ensinou a fazer, eu pedi pra Dona Liza comprar o leite que a Sófia toma, estão todos ali - fala apontando pro armário - e ela quis pão, então eu esquentei e dei. - Me senti um pouquinho inútil agora - falo desanimada. - Você não foi inútil, você so não precisou fazer nada pra Sófia hoje. - É justamente isso que é estranho, eu que sempre tive que fazer tudo por ela? - Mas ela tem um pai, e eu estou aqui. - É estou percebendo - caiu a fixa agora que Sófia tem um pai e que ele também pode fazer as coisas pra ela, quando você é mãe e tem que se virar sozinha e depois encontra alguém que faz o que você fazia, é totalmente estranho, uma sensação de "ela não precisa mais de mim" Tomamos café e a Sófia aproveitou e tirou uma lasquinha dos dois. - A creche me respondeu - falo olhando o notebook. - Respondeu o que? - Que eles tem horário de visita hoje as 14:30, e vai colocar o nosso nome na agenda da creche assim que confirmamos. Você está disponível esse horário? - Eu posso sair sim, espero resolver tudo cedo. - Então vou confirmar nossa visita. Miguel deixou eu e Sófia na loja e ja foi trabalhar. Miguel - Bom dia Vivian - falo sem nem olhar pro lado. - Bom dia doutor, a senhora Érica está ai - fala mais baixo apontando com a cabeça pra frente, olho disfarçadamente e vejo ela sentada. - Dentro de alguns minutos eu ligo pra ca e você libera a entrada dela - falo e vou entrando na minha sala. Vou ajeitar minhas coisas antes dela entrar, porque ali eu sei quem vem bomba, tenho que pelo menos ligar o computador primeiro. - Vivian pode liberar a entrada da Senhora Érica - ela confirma e desligo. - Bom dia doutor - fala entrando na sala. - Bom dia - falo ja começando a observar ela. - Sou Érica Brandão, prazer - diz esticando as mãos. - Ja sei quem é a senhora e acredito que eu não preciso me apresentar, então vamos pular isso - falo apertando a mão dela de volta. - Bom doutor, eu preciso que o senhor me ajude. - Tenho até as 14:15 acho que é tempo suficiente pra eu saber o porque da minha ajuda. - Meu marido vem me ameaçando e ... - começa a falar. - Do começo - interrompo ela. - Nos conhecemos em uma festa de lançamento de joias, que na época era patrocinada por ele, eu estava trabalhando como garçonete, ele me viu e disse que tinha gostado de mim, depois que a festa acabou ele me procurou nos bastidores e me ofereceu dinheiro pra sair com ele e eu falei que não era p********a pra aceitar dinheiro pra sair com alguém. Depois disso todo lugar que eu estava ele aparecia, até meu apartamento ele descobriu. Ele foi me seguindo, até que eu comecei a ceder as cantadas dele e aceitei sair com ele. Depois de um tempo começamos a namorar, ele era perfeito, me dava presentes me tratava como uma princesa, depois de um ano ele me pediu em casamento, depois que nos casamos tudo desandou, ele recebia ligações tarde da noite, ele saia e chegava bêbado. Até que eu começei a reclamar e ele não gostou, quanto mais eu reclamava ele aumentava a voz pra mim, até que um dia ele chegou 5 da manhã bêbado, eu fui reclamar e ele me bateu a primeira vez, eu ameacei me separar dele, so que ele disse que não ia fazer mais isso. Depois de um tempo eu descobrir que estava grávida, ele ficou feliz e até parou de chegar tarde e de chegar bêbado, so que com três meses eu perdi o bebê. Eu fiquei tão triste e traumatizada que eu não queria sair e nem fazer nada com ele, tipo s**o. E ele voltou 10 vezes mais com que ele fazia e passou a me bater todo dia, eu falei que ia me separar dele e ele me ameaçava, pois ele tava pagando o tratamento da minha mãe, ele tava pagando a faculdade do meu irmão, a casa da minha família que a gente estava perdendo, ele pagou e colocou no nome dele e tudo que tinha tava nas mãos dele e foi assim todos esses anos. So que duas semanas atrás meu irmão se formou e foi embora do Brasil e minha mãe a uma semana e cinco dias atrás faleceu, assim que ela soube que meu irmão se formou ela foi embora. E eu não tenho mas nada a perder doutor, eu so quero minha vida de volta. - Eu so tenho três perguntas pra lhe fazer, dependendo da primeira resposta, nem farei as outras - falo e ela me olha. - Pode fazer doutor - ela responde. - Porque o advogado Miguel Rodriguez? - falo na terceira pessoa. - Porque o senhor é o único que tem coragem de bater de frente com ele, todos os outros advogados tem medo dele, por ele ser muito conhecido, e eu sei bem do seu trabalho e o senhor é um dos advogados mais competentes que temos aqui. - Alguém frequentava sua casa? e onde está as câmeras de segurança? - pergunto de vez. - So as empregadas tinham acesso a mim, so que ele ia demitindo elas e não sei onde elas estão e as câmeras so ele tinha acesso e provavelmente ele deve ter apagado tudo. - Obrigado, qualquer coisa entro em contato com a senhora - ela me olha meio confusa, mas levanta, me agradece e vai embora. - Vivian, pessa que o Felipe e o Rodrigo veham na minha sala agora. - Sim senhor - desligo o telefone. ... - Mandou chamar Miguel? - o Filipe fala. - Mandei, senta os dois ai - conto a história inteira a eles. - Uau - o Rodrigo diz apenas. - Vão nessa comigo? - pergunto a eles. - Obvio né Miguel - o Rodrigo diz. - Claro - Felipe fala. - Achem as empregadas que trabalhou nessa casa durante todos esses anos e vão atrás das imagens das Câmara de segurança. - Quem faz o que? - eles perguntam. - Quer que eu faça sorteio no dedinho é? me poupe, no que você acha que tem capacidade você vai. Os meninos saem e eu fico pesquisando mais sobre a vida do tão prestigiado pelo povo Alceu Brandão. Na internet so coisa boa e elogios para ele, Tenha medo desses. Fiquei horas pesquisando sobre ele e sinto meu celular vibrar. - Oi ? - Miguel, fiz meu jeitinho aqui e convenci o segurança do prédio me mostrar as gravações de lá - até imagino o jeitinho do Felipe - e não tem absolutamente nada, é como se as câmeras tivessem desligadas a anos. - Vai no inferno ou até mesmo atrás do capeta, mas ache alguém capaz de recuperar essas gravações. - É disso que eu gosto - o Felipe diz empolgado e desligo. Eu sei exatamente porque eu escolhi cada um deles pra me ajudar, e Felipe é perfeito pra achar coisas e principalmente achar pessoas pra resolver coisas. Assim que eu desligo, meu celular toca de novo. - Oi pai - Vem aqui em casa - É importante? - pergunto. - Mais que importante - vou aproveitar meu horário de almoço e vou lá. - Estou indo - Meu pai nunca me liga, tipo nunca, eu sei o que ele ta falando e como está pela minha mãe. ... - Finalmente você pisou o pé nessa casa - minha mãe fala. - Oi pra você também mãe, cadê meu pai? - No escritório. ... - Oi pai - falo entrando. - Preciso falar com você. - Eu estou aqui na sua frente. - Você precisa voltar pra aquela menina. - Que menina ? - A Carol - ele diz. - Não. - Eu não estou te pedindo. - Ja passou a época que o senhor mandava em mim. - Você sabe o quanto de dinheiro e patrimônio o pai dela tem? - Idai, você tambem tem e eu não me importo. - Você não imagina o quanto de dinheiro íamos ganhar com esse casamento, você vai voltar pra essa menina custe o que custar, o pai dela ta revoltado me ligando. - E dês de quando o senhor liga pro que alguém acha? E não sei porque está ligando tanto pro dinheiro dele se o senhor tem de monte. - Estamos falidos Miguel.
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