Miguel
- Como assim falidos? - pergunto.
- Miguel manter essa vida não é fácil e eu também fiz alguns investimentos errados e estou devendo uma gente.
- Como assim investimentos errados? Você estava apostando né pai?
- Estava.
- Você não tinha parado pai?
- Não é como se eu fosse parar do dia pra noite Miguel.
- Isso faz anos pai, você perdeu sua fortuna inteira? - pergunto.
- Não tenho quase nada mais.
- Você fazia parte dos homens mais ricos desse país, e você perde a sua fortuna pra jogo pai? Sério? Você acha que dinheiro nasce do chão? Se você gasta 100, você tem que lucrar 1.000, e não o contrário.
- Logo você me dando lição de moral Miguel me poupe, você é um pirralho.
- O pirralho aqui ta rico e cada vez mais esta ganhando dinheiro.
- Você vai casar com aquela menina e tirar a gente dessa m***a.
- Eu não vou casar com ela e consertando o que você disse, você está na m***a não a gente - falo e levanto.
- Você não vai ficar com aquela neguinha Miguel, não ficou anos atrás e não vai ser agora, ela além de n***a é pobre - fala com aquela voz asquerosa dele.
- Da minha vida cuido eu, a partir do momento que eu sair pela aquela porta eu me tornei o dono do meu nariz, eu não sou mais aquele menininho que você grita e eu abaixo a cabeça, eu agora tenho uma filha e eu não vou ser igual a você.
Você lembra que quando a gente fazia algo que pra você era errado, você tirava alguma coisa que a gente gostava muito ou ameaçava e falava a seguinte frase "Você fez m***a, agora você lide com as suas consequências".
Pois papai, não sou eu nem o Henrique que vai concertar a m***a que voce fez.
- Você é um ingrato, eu investir em você, eu conseguir oportunidades pra você, se é o advogado que é hoje, é por minha causa.
- Primeiro que eu nem queria ser advogado, e você sabe muito bem disso e você me deu oportunidades e eu agradeço por isso, mas o que eu tenho hoje é mérito meu, não seu.
- TUDO QUE VOCÊ E O HENRIQUE TEM HOJE É POR MINHA CAUSA - fala gritando e batendo no peito - Mas vocês são dois ingratos, vocês vão se arrepender amargamente por esta virando as costas pra mim.
- Se eu tivesse medo de ameaças eu não teria me tornado o advogado que você tanto queria, boa sorte ai na sua busca pela sua furtuna - falo e saio.
- Filho você vai almoçar aqui?
- Não mãe
- Por favor filho, eu fico tão sozinha nessa casa, seu pai não sai desse escritório, seu irmão foi embora e você nem pisa o pé aqui.
- Ta mãe, mas não vou demorar.
- Eu pedi pra fazer macarronada que você tanto gosta - fala toda empolgada.
- Quem fez?
- A Glória né filho.
- Tanto tempo que não vejo a Glória, não sei como ela trabalha aqui ainda e suporta vocês.
- Nossa Miguel, somos seus pais ainda.
- Por isso mesmo, conheço bem vocês e sei que vocês conseguem ser bem desagradáveis.
- Eu vou fingir que não ouvir
isso - entramos na cozinha.
- Ai meu filho, quanto tempo - a Glória fala.
- Oi Glória, como a senhora está? - pergunto abraçando ela.
- Estou bem e você meu filho? Cadê sua bebê?
- Estou bem na medida do possível, a Sófia está com a mãe, está enorme - falo mostrando uma foto dela.
- Meu Deus como ela é linda, está enorme ja - vejo que minha mãe disfarça e tenta olhar a foto também.
- Sim ja está com um ano, pode olhar mãe não mata não - falo virando o celular pra ela, e ela olha depois vira o rosto.
- E a Maya como está? - a Glória pergunta.
- A Maya está bem, ela abriu uma loja de lingerie.
- Uau, depois vou lá, ver se tem coisa pra veia - fala e eu dou risada.
- Ela mesmo que faz tudo, você que decide como quer e ela faz.
- Além de linda é talentosa - fala
- É - falo e sento
- Vamos passar nosso tempo juntos falando dessa mulherzinha? - minha mãe fala.
- Mãe se for começar eu vou embora.
- Você ja sabe o que eu acho sobre isso.
- Sei e não entendo - falo começando a comer a comida que a Glória serviu.
- E a Carol filho?
- A Carol não é mulher pra mim mãe.
- Como não, ela é bonita, é formada, é rica, é de boa família, o que falta?
- Amor, coisa que não existe.
- Como não existe Miguel, vocês estavam noivos.
- Por conveniência mãe, eu nunca amei a Carol, se a senhora diz que me ama tanto, para de existir nessa história. Meu pai eu nem considero mais, se a senhora continuar nessa nem aqui eu venho mais - falo.
- Essa menina é sua filha mesmo
filho? - finge que não ouviu o que eu falei e muda de assunto.
- Mãe esse assunto de novo?
- Eu ainda tenho esperanças que essa menina não é sua - fala e eu reviro os olhos.
- Seu preconceito que quer negar isso, a Sófia é minha filha, e é a coisa mais importante da minha vida, a melhor coisa que eu poderia ter feito, é a criança mais linda e mais carinhosa que eu poderia ter - ela fica parada por um tempo sem dizer nada.
- Deixa eu ver uma foto dela, eu nunca vi ela, so pelo que a Carol falava.
- Aqui ela - falo mostrando algumas fotos e vídeos da Sófia.
- Ela até que é bonitinha - fala.
- Ah mãe para, a Sófia é linda.
- Hum - fala não querendo admitir.
Pela primeira vez em um bom tempo eu conseguir sentar e conversar com minha mãe sem discutir, acho que a solidão ta amolecendo o coração dela.
Estou indo buscar a Sófia e Maya pra visitar a creche.
- Ta pronta?
- Tava so esperando você chegar, pega a Sófia ali - fala e eu vou pegar a Sófia.
Chegamos na creche e é realmente muito bonita.
- Eu sabia que era você, eu vi seu nome mas fiquei na dúvida - uma colega da faculdade fala comigo, ela fazia psicólogia la.
- Oi Simone, quanto tempo, você é a dona daqui? - pergunto.
- Não, faço parte da administração, essa é sua esposa? - pergunta se referindo a Maya.
- Ainda não - falo baixinho mas a Maya escuta e olha com cara f**a.
- Não não - falo.
- Oi, eu sou a Maya, mãe da Sófia.
- Prazer Maya, e essa princesa é a
Sófia - A Sófia ja não gosta e abre os dentes.
- Que sorriso lindo, vamos venham conhecer o nosso espaço - fala direcionando a gente pra entrar.
A Maya está encantada, eles são muito educados, e muito receptivos. E o principal a Sófia amou o lugar, escrevemos a Sófia e ela ja começa semana que vem.
....
Uma semana depois
Maya
A Sofia vai hoje pela primeira vez pra creche, ela parece que ja sabe está toda animada.
- Vamos? - o Miguel pergunta.
- Vamos, so pega minha bolsa la em cima.
....
- Tchau filha - eu e o Miguel falamos juntos e a Sófia da tchau.
- Qualquer coisa, qualquer coisinha mesmo, você pode ligar pra mim ou pro Miguel.
- Ta certo, mas pode ir despreocupada Dona Maya, a Sófia está em boas mãos.
- Ok, tchau filha - eu e o Miguel damos um beijo nela e saímos.
- Você acha que ela vai ficar bem? - pergunto pro Miguel.
- Claro que sim, eles são bem cuidadosos e a Sófia tava cagando pra gente - fala e eu acabo rindo.
- Eu vi, ela m*l quis da tchau.
O Miguel me trouxe e foi trabalhar.
Ja são 12:00 horas e eu vou pegar o dinheiro do almoço na minha bolsa e vejo que o celular dele está na minha bolsa e está cheio de chamadas perdidas.
Pego e ligo pro número da secretaria dele que está salvo.
- Até que fim seu Miguel, eu estou ligando pro senhor des das 7 da
manhã - ela diz eufórica.
- Oi, não é o Miguel, é a Maya a mãe da filha dele, ele esqueceu o celular aqui, ele não foi trabalhar?
- Oi senhorita Maya, ele não chegou aqui ainda e tem um monte de reunião pra ele hoje - ela fala e eu ja fico preocupada, e recebo uma chamada no meu celular.
- So um minuto Vivian que eu estou recebendo uma ligação no meu celular, pode ser algo importante.
- Ok senhoria, qualquer coisa manda notícias - desligo e atendo o meu.
- Oi?
- Senhora Maya?
- Sou eu mesma.
- O Senhor Miguel Rodriguez deu entrada aqui no hospital Santa luz e deu esse número como chamada de emergência - Meu coração gela na hora.
- O que aconteceu com ele?
- Ele deu entrada por acidente de carro.
- Estou indo pra ir agora - pego minha bolsa, deixo a loja com a Cida e saio.