Maya
Chegamos na casa do Miguel, depois de ir na minha casa buscar roupas pra mim e pra Sófia.
- Vamos logo ver isso - falo abrindo o notebook.
- Sério? - o Miguel pergunta se espreguiçando no sofá.
- Você não me chamou aqui pra isso?
- Era so uma desculpa pra vocês vim pra ca - fala na maior cara dura.
- Você não tem vergonha não?
- Eu não
- Você me fez vim até aqui, agora a gente vai ver, senta aqui logo.
- Caraca quando é que você ficou mandona assim em?
- Eu sempre fui - respondo.
- Você era fofa e delicada - fala rindo.
- Delicada como uma mula né? - falo e ele rir.
- Eu gosto desse seu jeito bruta - fala e fica me encarando.
- Eu hein Miguel, vem logo - ele vem e senta do meu lado.
- Cadê o papel? - pergunto.
- No bolso do meu terno - a gente olha e o terno está pendurado na entrada.
- Eu não vou lá - falo.
- Nem eu - ele diz também.
- Vamos resolver de um jeito adulto? Como fazíamos anos atrás? - pergunto.
- Vamos.
- Ímpar - falo
- Par - ele coloca 3 e eu 2.
- Ganhei - faço uma dancinha da Vitória.
- Poxa, so me dou m*l - ele levanta sem animação nenhuma.
Depois dele finalmente pegar o terno, estamos procurando as creches.
- Isso parece um prédio
administrativo - comento.
- Sim, se eu fosse criança eu teria medo de ir ai - o Miguel fala.
- E ainda deve ser super caro - falo.
- Mas isso não é um problema Maya.
- Óbvio que é, eu não vou gastar uma grana em uma creche, que ela não vai aprender nada - comento.
- Eu não me importo - Ele diz.
- Você não se importa com nada Miguel,
não vai ser com valor de um hotelzinho que você vai se importar.
- Nossa era pra atingir? Porque consegiu - fala.
- Ah me poupe, olha esse, parece uma dessas cabanas que você tava furunfando com a Carol - falo rindo.
- Credo, descarta esse, eu não tava furunfando com ninguém, mas so de falar isso você ia buscar a Sófia na força do odio.
- E também é muito longe daqui, seria quase impossível.
- Esse - fala apontando pra um
perfeito - uau que lindo, é chique mas parece de criança e não um hotel administrativo.
- Ver onde fica a localização.
- Nossa é pertinho daqui - falo ja empolgada.
- liga pra eles - ele diz .
- Miguel ja é mais de 17:00 horas, não se liga pra nenhuma empresa a partir desse horário.
- E se for 24 horas? - ele pergunta e eu nem preciso falar nada, pela cara que eu fiz acho que ele ja entendeu.
- Vamos enviar um e-mail.
- Mas e-mail não é como se estivesse ligando? Vai incomodar de qualquer forma.
- Eu vou fingir que não foi uma pessoa formada em direito, que me perguntou isso, mas por ver das dúvidas a solicitação de visita deles é por e-mail, ligar não ia adiantar muito.
- Como você sabe?
- Ta escrito aqui - paro e olho pra
ele - tu ta fazendo de pirraça né filho da p**a? - pergunto e ele começa a rir.
- Parei - fala levantando a mão em rendição - eu so queria dormir.
- E você me chamou aqui pra que? Pra vigiar teu sono?.
- Não né, pra me fazer companhia.
- Enquanto você dorme?
- p***a hoje ta difícil viu - fala levantando.
- Mas cê tá brava? - pergunto.
- Eu vou tomar banho, vamos comigo?
- É o que?
- Sabia que ia da falha na sua matrix, eu estava brincando, mas se você quiser convite aberto.
- Se sai daqui - falo jogando uma almofada nele.
Aproveito que ele foi tomar banho e vou enviar o email pra creche, hotelzinho seila como chama isso.
Vou pesquisar sobre essa creche e ver outras coisas relacionadas ao trabalho e acabo dormindo sentada.
Acordo e não tem ninguém aqui, subo as escadas, olho nos quartos e não tem ninguém, entro no quarto do Miguel e me deparo com a cena que seria fofa se não fosse a pose da Sófia, que deixou a cena engraçada.
Está ela e o pai dormindo e a Sófia parecendo uma p******a.
- Fui com Deus agora - falo rindo baixo achando aquela cena muito fofa.
- Vem - o Miguel abre o olho e fala, me matando de susto.
- Quer me m***r menino - falo com a mão no coração e ele rir com a cara de sono.
- Vem - fala e bate na cama - agora vem no lado de cá, que a Sófia ja deixou claro que esse lado ai é dela.
- Depois as pessoas me perguntam porque a Sófia dorme sozinha e não comigo, esta ai o motivo - falo e ele rir.
- Espaçosa igual você.
- Olha a difamação - falo rindo baixo e ele também.
Deito do lado do Miguel e ele me abraça, no começo foi muito desconfortável, mas depois fui me reacostumando ter alguém me abraçando.
- Você deu as costas a sua filha - sussurro pra ele, ja que pra me abraçar ele precisa ficar de costas pra Sófia.
- Sua filha tava com o pé quase na minha cara, acho que ela não vai se importar se eu virar de costas.
- Por que você não me acordou la na sala?
- Você tava com a cara dentro da tela do computador, eu não achei que você estava dormindo, achei que você não tava enxergando as letras e quis ver mais de perto.
- Nossa Miguel, ai você forçou né.
- Eu que forcei? Quem dorme com a cara apoiada em uma tela de computador?
- Eu - respondo simplesmente.
- Depois eu que sou o estranho.
- Mas você é estranho.
- Mas não ao ponto de dormir com a cara apoiada no computador.
- Xiu, olha o bullying - ele rir e me abraça mais forte.
- Eu tava com saudades - fala.
- De abraçar alguém por trás, você abraçava sua noiva não? - questiono.
- Saudades de está assim com você, igual a gente fazia antes de tudo da m***a, so que agora a gente tem mais um integrante na cama.
- Um integrante bem espaçoso - falo.
- Você não sente saudades da gente? - ele pergunta, mas ai você força né Miguel me perguntar isso abraçado comigo, e praticamente falando no meu cangote.
- Eu lembro as vez do que a gente viveu, mas não sei se eu sinto saudades.
- Pelo menos você não teve amnésia da gente - fala e rir e eu dou risada junto.
Ficamos em silêncio, até que eu sinto o sono chegar e apago.