28.

937 Words
Aquele beijo foi diferente para mim. Eu o beijei como eu mesma, sem precisar ficar segurando qualquer coisa que estava presente em mim. Qualquer emoção. Ele me prendeu contra o portão e eu o recebi entre os meus braços quando ele aprofundou o beijo. Ele pressionou o corpo contra o meu e eu o senti, pulsando, contra o meu baixo ventre. O desejo dele era real. Mesmo que as palavras bonitas pudessem deixar de ser. Eu já estava perdida. Condenada a um sofrimento eterno, o que eu tinha a perder, deixando que ele me desse esses momentos de alegria? Ele soltou a minha boca e beijou a minha bochecha, segundo para o meu pescoço. Eu deveria impedir, sabendo exatamente onde aquilo ia acabar… E eu não queria parar. Eu puxei ele pela blusa, tentando deixar ele mais perto. A noite fria entrou dentro do meu casaco quando ele o abriu para me abraçar e encostou o corpo dele de novo contra o meu. A boca dele desceu pela minha clavícula, mordendo e beijando a pele pelo caminho e eu nunca senti nada nem perto disso. Como se o meu corpo pudesse ser desmontado, parte por parte, conforme ele passava os lábios pela minha pele. Revivendo cada célula com o toque. As mãos frias dele encontraram a pele quente das minhas costas e eu estremeci com o toque. Eu não sabia como tocá-lo, o que eu deveria fazer e, ao mesmo tempo, eu precisava desesperadamente que ele continuasse. Ele abaixou, se colocando de joelhos aos meus pés, e na escuridão da noite, a pouca luz que a lua generosamente nos dava, eu conseguia ver o brilho nos olhos verdes dele. Ele me observou, esperando que eu o impedisse. Eu não sabia o que dizer ou fazer e estava completamente hipnotizada pelas sensações que o toque e os beijos dele causavam. Ele subiu um pouco a minha blusa e mordeu levemente a minha barriga, depois beijou em volta do meu umbigo, descendo por um caminho que eu sabia que não teria volta. Eu fechei os olhos e encostei a cabeça no portão frio, me perdendo em sensações. E então, parou. Abri os olhos e ele estava de pé, diante de mim. - Não farei isso aqui… - Ele me beijou nos lábios e o meu corpo reagiu com revolta, e eu mordi o lábio de frustração. - Você seguiu as regras da Corleone, certo? - Eu neguei, sentindo a raiva subir pelo meu pescoço. - As regras não se aplicam a mim. - Eu me defendi. - Faço o que eu quero. - Ele sorriu, fechando o meu casaco. - Eu não tenho dúvidas que você fará o que quiser… Mas, isso significa, que você merece ser amada em um lugar quente e confortável. - A surpresa parou na minha garganta. - Se eu não parasse agora, eu tiraria a sua pureza aqui, no frio e no chão de terra… E eu quero muito mais do que isso para você. Eu não tinha palavras. O meu coração quase deu uma volta completa no planeta enquanto as minhas entranhas queimavam de vontade, vontade que ele fizesse exatamente o que disse que não faria. Ele analisou a minha expressão e me beijou de novo. - Não consigo definir se está contente ou quer me bater. - Eu sorri, ainda perdida nos olhos dele. - Lore, fale comigo. - Um pouco dos dois. - Eu admiti, percebendo o sorriso iluminar os olhos dele. - Eu não queria que você parasse, mas agradeço por ter feito. - Ele me beijou de novo. - Isso não me impede de fazer você sentir… - Ele me deu mais um beijo. - Eu, como um gentleman, jamais deixaria uma donzela merecedora como você, com vontades… - Eu não consegui retrucar. Ele me pegou pela mão e me puxou para fora do terreno, em direção aos nossos carros. E eu me dei conta, que mesmo que eu quisesse fugir dele, não conseguiria. Ele bloqueou o espaço para que eu saísse com o carro. Eu dei um sorriso quando me dei conta, que ele planejou tudo, e que ainda me conhecia o suficiente para saber que eu tentaria fugir. Ele abriu a porta de trás do carro dele e fez uma reverência. - Senhorita, gostaria de se aquecer dentro do meu humilde carro? - Eu dei uma risada, diante da brincadeira. - Seria um praz3r. - Eu respondi, entrando no carro. - Ahhh o praz3r. - Ele falou, entrando logo atrás de mim e fechou a porta. Eu continuei rindo da brincadeira. Ele apertou algumas coisas no painel e o aquecedor ligou. - Agora sim, se quiser tirar o casaco. - Assim eu fiz, deixando o calor do interior do carro me envolver, depois de sair do vento frio. Ele me imitou. E depois paramos de frente um para o outro, ambos sentados, lado a lado. - Eu só não queria que ficasse doente. - Ele falou, parecendo tímido. - Obrigada. - Coloquei as mãos entre os joelhos, ficando imensamente ciente de que estávamos em um local quente e com privacidade. Ele jogou o meu cabelo para trás do meu ombro e apoiou a mão no meu rosto. - Não faremos nada aqui. - Eu assenti, me sentindo envergonhada. - Mentira. - Eu olhei para ele surpresa. - Eu vou te beijar, o máximo que eu puder. Eu vou te beijar até você implorar para que eu pare. - Ele se aproximou e eu joguei o corpo para trás. - Eu vou te beijar até você não conseguir mais viver sem me beijar. - E assim ele fez.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD