boate ( Eliza )

1017 Words
Eliza, vamos garota, temos que terminar o trabalho e logo estamos livres da escola. Olho para Helena toda empolgada pelo fim das aulas. Em breve começaremos a faculdade e ainda não decidi o que fazer. Meus pais querem que eu faça administração ou gestão de empresas. Não me vejo trancada numa sala o dia todo, gosto do ar livre. Fiz alguns trabalhos de publicidade na escola e me encantei com a profissão. Estou pensando em cursar publicidade. Muita coisa tinha mudado nos últimos meses com o retorno de Antônio. Dói ver ele com outra, pareço uma louca o perseguindo. Queria apenas uma chance para mostrar a ele o quanto o amo, mas sou sempre rejeitada. Um dia depois da briga dele com o Carlos, tivemos um jantar na casa dos meus padrinhos. Me arrumei para ele. Queria que Antônio me visse não como irmã, mas como mulher. Como sou sortuda, a Rebeca não desgrudava dele. Algumas vezes vi seus olhos em mim, sorrindo, vendo como me olhava, um misto de raiva e desejo. Raiva pela roupa que estava usando, um vestido preto tomara que caia, colado, não era vulgar, mas sensual. Palavras da Helena, que me arrumou, disse que tinha que ser ousada e fazer com que ele sentisse ciúmes. Não acredito que tenha dado certo, porque ele não se aproximou nem falou comigo. O vi de longe falando com uns amigos e sempre do seu lado a Rebeca. Deixei a mansão e voltei para casa sozinha. Como não era longe, voltei andando uma má ideia para o tamanho do salto que usava. Sentei-me num banco de praça e fiquei admirando a lua. Um tempo depois, caminhei para casa. Ao chegar, tirei a roupa, tomei um banho e me deitei. Pedi a Deus que tirasse Antônio do meu coração. Estava cansada de tanta rejeição. Cada vez que o via com Rebeca, sentia meu peito apertado. "Amiga, tenho uma novidade pra te contar." "Estamos na cantina, eu, Helena, Maria e Júlio – o quarteto fantástico." "Fala logo, deixa de suspense, aff." "Credo, que bicho te mordeu, mulher? Ou melhor, que bicho não te mordeu? Esse mau humor vai passar logo. Ganhei ingressos para uma boate. Soube que é muito bom lá." "Tá maluca! Não podemos entrar em boates, não temos idade, você sabe disso, e...?" "Deixa de ser medrosa. Meu colega vai nos botar para dentro, fique tranquila." Os dias passaram rápido e hoje é o dia que vamos para a boate. Avisei minha mãe e amei que ia dormir na casa da Helena. Olho no espelho e não me reconheço. As roupas da Helena são muito coladas, marcam bem o corpo. Assim como o dela, sou morena, cabelos cacheados, quadris largos e s***s grandes, linda. Não acredito que estamos mesmo dentro da boate. Fico encantada com o lugar, várias pessoas dançando, luzes piscando, música alta. Helena e eu nos sentamos do lado do bar. Tomei um coquetel muito bom e me empolguei com a bebida. Senti meu corpo leve e levantei do banco, chamei Helena para dançar na pista. Saímos agarradas e começamos a dançar. A bebida me deixou tão alegre que dancei sem nenhuma vergonha, tive a impressão de estar sendo observada. Continuei dançando até dar vontade de ir no banheiro. Pensei em chamar a Helena, mas a bonita tava agarrada no pescoço de um moreno lindo. Sai andando desviando das pessoas bêbadas até o banheiro, empurrei a porta e entrei, fui até uma cabine. Saí do banheiro à procura da Helena. Estava tão desatenta que acabei batendo em alguém. Levanto a cabeça para ver quem é e fico sem jeito ao dar de cara com Antônio, lindo como sempre. Sorrio sem jeito para que me deixe passar. Que boca é essa, meu Deus? Que corpo musculoso, seu perfume me faz desejar cheirar seu pescoço e não desgrudar mais. "Ficou louca? Esse não é lugar para você, vamos embora agora", disse ele me puxando pelo corredor cheio de pessoas se pegando. Com os passos apressados de Tony, tentei alcançar, e senti vontade de vomitar, sorte que já estamos na saída. Soltei do aperto do homem diante de mim, me encostei num carro, fechei os olhos tentando controlar a tontura e o m*l-estar. "Onde estava com a cabeça? Garota, ingerir bebida alcoólica mais que inferno, e essa roupa está quase nua", escuto ele rosnar e sorrio ao perceber que Tony está com ciúmes de mim. "Está me levando para onde?" "Para meu apartamento, não posso deixar que seus pais te vejam assim. Ficará de castigo pelo resto da vida." "Não sou mais criança. Só quis me divertir, o que há de m*l nisso?" "Muita coisa, quando o lugar que escolheu é uma boate cheia de homens bêbados e drogados", Tony fala trincando os dentes. Nossa, não pensei que fosse ficar tão com raiva. Tony entra num prédio, e para o carro na vaga. Desço batendo a porta, fico parada ainda dentro do automóvel, olhando ele andar para o elevador. Ele olha para trás e vê que não o segui. Pela expressão que faz, reconheço cada gesto desse homem. Tony abre a porta do carona onde estou, seus olhos caem sobre minhas pernas, ouço sua respiração forte. "Vamos, Eliza, desça desse carro!". Cruzo os braços, não vou descer, quero ir para casa da Helena, se ele está com raiva, também estou, não tem o direito de atrapalhar minha diversão. "Se não descer agora, vou te tirar daí no braço e, quando chegar no apartamento, te darei umas boas palmadas para deixar de ser mimada", falou olhando nos meus olhos. Sinto meu corpo quente com suas palavras, não sei se pela bebida, sorri, o desafiando a fazer isso. Tony me tira do carro, sou carregada como saco de batatas. Começo a rir, ele me põe no chão, seu ogro. "Gosta de me desafiar, pequena? Agora aguente as consequências." Sinto um tapa na minha b***a, solto grito pelo atrevimento dele, o elevador para e as portas se abrem. Tony anda comigo ainda nas costas. Ele abre uma porta, entra e me bota no chão. Sinto uma tontura, tudo fica preto.
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