Antônio Duarte

966 Words
Me chamo Antônio Duarte. Fui adotado por Augusto e Tereza Duarte, meus pais, aqueles que me escolheram como filho. Eles me ensinaram o significado da palavra família, sou grato a eles por terem me tirado do inferno que vivi por quinze anos. Lembrar do meu passado causa um sentimento de raiva e ódio dos meus genitores. Desde o dia em que Augusto me adotou, tudo mudou, menos as minhas cicatrizes. Elas vou carregar até a morte. Acordo por volta das seis horas da manhã, faço minha higiene matinal e saio para correr. Correr me ajuda a pensar e tira toda tensão e estresse. "Que isso! Tony tá muito lento. Bora, acelera os passos, não me diga que ficou preguiçoso!", Olho para Eliza, correndo do meu lado, de onde ela saiu! Como sabia que estava aqui? — O que faz aqui? — Pergunto olhando seu rosto suado, seu corpo marcado pela roupa de ginástica que está vestindo. "Bom dia, pra você também. Gosto de correr pela manhã, me ajuda a controlar minha ansiedade. Bora, corre, grandão, tá muito mole", Inferno, corro para alcançar Eliza. A corrida dura uma hora. Sento no gramado da praça perto de casa e olho de lado. Tenho vontade de rir da cara de cansada. "O que foi, pequena? Cansou tão rápido", falo rindo. Recebo um olhar mortal, seguido de um bico. "Também com pernas desse tamanho, claro que ganharia." "Para de birra, pequena. Deixei que saísse na frente. Vem cá", trago ela para meus braços. Seu cheiro é como uma droga que desperta em mim o que de pior existe, o desejo de nunca soltá-la. Vamos, você tem aula e eu trabalho. Saímos abraçados, deixo minha pequena na sua casa e volto pra minha. Tenho um longo dia de trabalho. Eliza tem o poder de transformar tudo ao redor. Seu sorriso encanta a todos, sua meiguice me domina desde que vi ela pela primeira vez. "O que achou?", falou Sandro, o diretor de marketing. "Perfeito. Pode começar a produção", saio da sala de reuniões. "Você se acha, não?" "Era só o que me faltava dar de cara com o i****a do Carlos", respiro fundo para não perder o controle. "Sei que vai me provocar. O que faz aqui, Carlos? - pergunto sem paciência. "Trabalho aqui. Também sou dono dessa empresa, bastardo." "O que você faz não é trabalho. Só vem aqui na hora que quer, não tem responsabilidade com nada. Tem sorte de ser filho de um dos donos, do contrário, não colocaria os pés aqui." "Tem razão. Sou filho do dono. Por isso faço o que quero. Já você é apenas um bastardo que teve a sorte de cruzar o caminho do tio Augusto e teve a triste ideia de adotar, tudo para agradar a mulher, um p*u mandado da mulher. Tudo porque ela é infértil e não pode dar a ele um herdeiro legítimo." "Cala a boca, seu merda. Fale o que quiser de mim, mas não meta a minha mãe nisso", falo entre dentes, controlando minha raiva. "Mãe! Ela não é sua mãe, i****a. Pobre rejeitado, nem os pais o quiseram." "Chega", parto para cima do filho da p**a com sangue nos olhos. "Para! Antônio, para!", olho para a pequena na minha frente, me impedindo de dar mais socos no desgraçado do Carlos. "Não faça isso, não vale a pena... Vai embora Carlos, se não vou chamar o tio Augusto", Eliza ameaça o Carlos, seus olhos escuros de raiva na direção da minha pequena. "Eu vou, mas grave o que vou falar, Eliza. Isso não vai ficar assim", Carlos diz ameaçando ela. "Quanto a você!", aponta o dedo pra mim. "Essa empresa será minha como deveria ser. E você e Eliza será minha. Vou mostrar a você como um homem de verdade deve tratar uma mulher. Assim, vai parar de se oferecer pra esse bastardo." "Vaza, antes que chame a segurança. Não se esqueça de que sou eu o presidente dessa empresa. Eu mando. Você é só um pedaço de besta." "Deixa eu ver suas mãos!", Eliza olha para minhas mãos vermelhas pelos socos que dei no Carlos. "O que faz aqui?" "Tava aqui perto. Vim te chamar para o almoço." "Observo, ela cuidar das minhas mãos com delicadeza. Obrigado. Não devia se meter no meio de brigas, garota. Podia ter se machucado", falo lembrado do momento que ela entrou no meio de mim e Carlos. Quase a machuquei. Merda, só de pensar, sinto raiva de mim. "Hei, sei que nunca me machucará. Não podia deixar que estragasse sua vida pelo louco do Carlos. Ele é só um riquinho mimado." "Ele me odeia desde sempre. Meu pai vai me odiar. Falo com pesar, pois meu pai gosta muito dele. Queria que Carlos fossemos como irmãos." "Na frente deles, o Carlos é um doce. Por trás, só faz merda. Deixou sempre claro que nunca gostou de mim. Mandava os garotos da escola me bater e me chamar de burro porque não sabia ler e escrever com quinze anos ." "Não fique assim, Carlos não vale nada. Uma hora, todos vão saber quem ele é. Meus padrinhos te amam e eu também. Não ligue pra ele", sua voz doce acalma todos meus demônios. Eliza tem o poder sobre mim que não sabe. "Depois do ocorrido na empresa, almoçar na empresa mesmo", minha pequena falava toda empolgada, que decidiu fazer publicidade, mas ainda estava em dúvida, já que seus pais queriam que ela fizesse gestão de empresas para continuar à frente da empresa da família. Conheço bem para saber que tem algo errado. "O que você tem, pequena? Por que tem esse vinco na testa?", pergunto, tocando seu rosto macio. Nossos olhos se encontram, como um ímã. Sorrio, seu jeito de menina, sua inocência. Eliza é um anjo que ilumina minha escuridão.
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