Sem título

1039 Words
Olho para o pequeno corpo espalhado na cama. Eliza desmaiou no meio da sala e eu a trouxe para o quarto. A raiva transborda, lembro dela dançando daquele jeito, parecia que a música corria pelo seu corpo a cada batida, e aquele pedaço de pano maldito marcando cada parte dela. Ouço ela ronronar como uma gata manhosa. Saio do quarto e vou até o bar, pego uma bebida. Maldita hora que aceitei ir ao convite do Fabrício. Bom dia! — falo para a pequena que está deitada se espreguiçando. Ao ouvir minha voz, ela arregala os olhos. __ Meu deus, onde estou! Ai, que dor de cabeça. __ Não sei se rio da cara de Eliza ou se dou umas boas palmadas pra ver se ela deixa de fazer merda. Você está na minha casa, não lembra do que aconteceu ontem? — pergunto encarando a bela visão de suas colchas. __ Tony! Por que você está aqui? Aliás, aonde estou? __ Que merda está na sua cabeça! Ir para uma boate sendo menor de idade e pior, ingerir bebidas alcoólicas! Eu te trouxe pra cá. Estamos no meu apartamento, droga. Pequena, que roupa é essa! — explodo de raiva e vejo sua cara de espanto pela forma que falo com ela. __ Olha aqui! Antônio Duarte, não te devo explicação da minha vida. Pare de me tratar como uma criança, eu só queria me divertir. Fui e vou outra vez, quem sabe na próxima encontre um homem que queira t*****r comigo. Já que o homem que eu quero não me quer. __ Não fala merda, menina, você é uma criança e eu sou um homem, não um pervertido que fica com crianças. — Digo apertando seu braço e vejo seus olhos se encherem de lágrimas. Droga, solto Eliza que cai sentada na cama se encolhendo. Saio de perto dela. — Ande até a porta antes de abrir, tome um banho, vou te deixar em casa. — aviso sem olhar para ela. Caminho para cozinha e pego um copo de água. Escuto passos, me viro tendo a visão de Eliza com o rosto vermelho. __ Não precisa me levar, chamei um carro de aplicativo, obrigado por cuidar de mim, adeus Antônio. ___ Ouso a porta ser fechada com força, me escoro na pia olhando para o teto, uma dor no peito, pego o copo, jogo na parede. Maldito i****a. Passou-se uma semana desde que não vejo Eliza desde o dia que saiu do meu apartamento, tenho me concentrado no trabalho para parar de pensar nela e na tristeza que vejo no seu rosto. Estou finalizando uma videoconferência, quando Rebeca entra na sala sem bater. Olho pra ela que sorri, jogando o cabelo de lado e caminha até onde estou, afasta a cadeira e senta no meu colo! __ Oi, amor, vim te buscar para almoçar. — Fala, alisando meu peito. Seguro seu pulso e a tiro do meu colo. — Estou ocupado, Rebeca, não posso sair. — falo sem olhar para ela. __ Por que está me tratando assim? Sei que está ocupado, mas não deixa eu te ajudar a relaxar. — Rebeca beija de forma obscena e é impossível resistir, sou homem e ela é uma mulher que sabe o que faz. Puxo ela para meu colo e levanto, e é fácil acesso ao meu objetivo. Arrumo minha roupa enquanto Rebeca está no banheiro, a porta é aberta e viro para ver minha mãe entrar como um furacão, atrás dela está Eliza, a minha pequena. Ela não olha para mim. __ Filho amado, vim te chamar para almoçar! — Fala me dando um beijo no rosto. __ Mãe, que surpresa a senhora aqui! Eliza, como está? — falo, cumprimentando. __ Bem, obrigada. — responde sem ânimo na voz. Sei que magoei minha pequena, mesmo com um aperto no peito por sua frieza, sorrio para ela, que não me olha. __ Amor, vamos! — Rebeca sai do banheiro arrumando a saia. Minha mãe olha para mim e depois para Rebeca, que sorri. Olho para Eliza e vejo que ela me encara. Sei o que ela está pensando, assim como minha mãe, que está com a cara fechada. Dona Tereza não esconde nada. __ Sogra, que surpresa vê-la? __ Não sei porque a surpresa, Rebeca, essa empresa também é minha, além do mais, estou aqui para ver meu filho. __ Mãe, cadê o papai? — intervenho antes que dona Tereza comece seus sermões. __ Augusto está no clube. Nós estávamos no centro procurando o visto para a formatura de Eliza, que será na próxima semana. — explica apontando para Eliza que não fala nada. __ Então, vamos logo almoçar, estou com fome. Fala dona Tereza. __ Claro, vamos. Mãe e Eliza saem da sala e vou atrás dela com Rebeca agarrada no meu braço, paramos em frente ao elevador esperando abrir. Dentro da caixa de metal, o ar parece me sufocar, olho minha pequena de cabeça baixa. __ Madrinha, recebi uma mensagem da Helena, vou encontrar com ela numa loja aqui perto, depois nos vemos. — Mas você não almoçou, filha! — Parados na entrada do restaurante, Eliza vai embora sem se despedir. __ Almoço com minha mãe e Rebeca, que tenta interagir com dona Tereza, mas sem sucesso pela cara dela. Sei que ela está se segurando para não ser rude com Rebeca, desde que a conheceu, minha mãe não simpatiza com ela. __ Bem, senhores, dou por encerrada essa reunião. Três horas em reunião, saio da sala e caminho para minha com a cabeça fervendo, velhos rabugentos. __ Tony! — Ouso meu nome, viro e conheço bem essa voz. Eliza? __ Oi, Tony, toma essa e a chave do quarto que reservei, depois da festa de formatura, estou te esperando lá. Por favor, vá, quero que seja meu primeiro homem. __ Eliza se afasta, me recupero do choque de suas palavras, puxo ela para sala vazia. Ficou maluca, que conversa é essa, pequena? — Já disse, quero me entregar a você, me faça sua , apenas uma noite, só isso que te peço. Tchau, Tony. — Eliza me dá um beijo no canto da boca e se vai. Olho o cartão, ainda sem acreditar no que acabei de ouvir.
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