CAPÍTULO 3

671 Words
3 Eve desceu da carruagem em frente a sua moradia mais ao norte da tribo Ignis. Os últimos momentos no templo do fogo foram libertadores e ele sentia que está cada vez mais próximo de realizar todos os seus desejos. Chegou a hora de provar para todos quem de fato ele é. Caminhando pelo largo jardim a frente de sua casa, ele adentrou pela porta principal dela. A casa estava silenciosa. Eve poderia jurar que estava sozinho, porém não era o que de fato ocorrera. Eme estava à espreita, sentada em uma poltrona no canto mais escuro do cômodo. Com agilidade, ainda sentada na poltrona, a elfa Ignis usou sua manipulação na única vela acessa no lado oposto da sala e rapidamente as chamas voaram para o archote acima de sua cabeça, revelando sua imagem que há pouco estava escondida nas sombras. Eve abriu um sorriso para a filha. Eme Patrício era muito parecida com o pai. Seus cabelos cor de grama seca eram iguais aos do suposto rei. Sua postura também não era tão diferente do pai. Mas não era só a aparência que lembrava a ele. Na verdade, o jeito era completamente igual ao de seu criador. Ela tinha ódio nos olhos iguais aos olhos negros de Eve. O sorriso torto também lembrava muito a Eve, mas Eme ainda conseguia ser – talvez – mais r**m do que o elfo Ignis. Ela crescera ouvindo as reclamações do pai. E igual a ele e outros tantos também achava que seu pai merecia ser o rei de Elf Regnum e ela sua sucessora. Isso era o que mais desejava e estava disposta a lutar no lado do elfo que mais ama em todo reino, somente para cumprir seus objetivos. –– Olá Eme –– disse Eve se aproximando da filha. –– Oi pai. Tudo bem? –– ela se levantou da cadeira ficando frente a frente do pai. Eve puxou a filha para um abraço. –– Tudo sim minha querida e tudo ficará melhor logo, logo! –– Eve soltou a filha, por sua vez Eme voltou a se sentar com a postura ereta, apesar dos ombros um pouco curvos. Novamente ela abriu um sorriso torto para o pai. –– Vamos tomar o reino de uma vez? Chegou finalmente o tempo? –– Eme parecia ansiosa. Eve passou a mão com carinho nos cabelos da filha. –– Sim e não. A elfa mostrou-se confusa por um momento. –– Deixarei isso claro, mais uma vez e espero com sinceridade que esta seja a última. Ela sabia o discurso do pai por completo, porém resolveu não interromper. –– Você ficará aqui. Eu irei lutar pelo que é meu... Nosso de direito e nada mais. Quando eu subjugar meu irmão, serei finalmente coroado rei e você será a princesa e herdeira de Elf Regnum, mas você não lutará comigo nessa guerra. Eu te amo muito para colocá-la em perigo. Eme assentiu mesmo sabendo que não iria conseguir ficar sentada no conforto de sua casa, enquanto o pai corria perigo de vida. –– Quando isso vai acontecer? –– inquiriu ela. –– Mais breve que você imagina minha filha. Mais breve que imagina... –– E quando foi que o senhor mudou de ideia? Eu percebi toda a agitação nos últimos tempos e sei que aconteceu alguma ocorrência... com o senhor. –– Não vamos debater isso. Você ainda é muito jovem para se meter em meus problemas. m*l completou vinte ciclos. Agora vamos comer, pois pelo cheiro que vem da cozinha a refeição deve estar muito gostosa. Ela pensou em iniciar novamente uma discussão. Porém – sabiamente – decidiu esquecer-se de tudo isso por hora. Ela sabia que seu pai era tão teimoso quanto ela, e não queria se estender nessa conversa que, infelizmente, não levaria a nada. Mas não precisava se preocupar que logo ela estaria indo para Aeris e tomar o poder que foi tirado de seu pai, antes mesmo do seu nascimento.
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