CAPÍTULO 2

1208 Words
2 O Templo do Fogo fora construído há milhares de ciclos. As rochas que o formam são compostas de larva fundida que com o passar do tempo ganhou uma rigidez que até a própria larva do lago ao redor do edifício não danificam nenhuma parte da estrutura ao entrar em contato. Usado como uma das principais bases do reino, podendo abrigar inúmeros elfos das outras tribos, junto à família real em seus diversos cômodos espalhados pelos quatro andares que possui; além de ponto de adoração ao divino pela vitória concedida ao reino. O que mais diverge do Templo do Fogo de qualquer outra construção – não apenas na tribo Ignis, como também em todo o reino – são as pedras que formam suas paredes, pisos e tetos. De uma polidez única, com diversas gotículas que refletem a luz trazendo um brilho rubro a toda a construção. Por fim os elfos chegaram ao pátio central do Templo de Fogo. Os seguidores de Eve interromperam seu andar subitamente. Por sua vez o rei virou-se para observar as caras de horror que cada um deles fazia. No momento o pátio central não estava lotado de elfos agradecendo ao divino a vitória que há centenas de ciclos haviam conseguido.  Não! Neste momento o pátio central do Templo do Fogo estava tomado de ogros; criaturas horríveis, com a pele – se é que se pode titular aquela crosta de pele – esverdeada, seus olhos negros como as trevas, a carranca f**a, cheia de verrugas e espinhas que davam ainda mais um aspecto terrível em sua imagem. E que cheiro era aquele? Eles fediam de uma maneira desconhecia de todos os elfos, era o cheiro da morte. –– O que são exatamente essas... coisas? –– Otto perguntou num murmúrio que fez sua voz falhar, dando alguns passos à frente. Suas pálpebras estavam dilatadas e o medo se fazia presente em suas feições. Eve Patrício se divertia ao ver seu semblante.  Um pequeno exército se fazia prostrado por todo o pátio central do Templo do Fogo. Nas mãos dessas criaturas repugnantes havia uma espécie de clava feita de madeira maciça. Poderia descrever essas armas como grandes troncos de árvores. Eles vestiam algo parecido com tecido. Mas não era tecido propriamente dito. Pareciam mais Paus de Ciro que cobriam a maior parte de seus corpos.  –– São ogros. E eles estão aqui exclusivamente para me servir e me ajudar a tomar o poder do meu irmãozinho.  Tudo neles era estranho: suas peles verdes, sua barriga enorme, sua postura curvada, as centenas espinhas e verrugas espalhadas por todo seu corpo estranho, sua carranca f**a e revoltada. Os olhos negros e grandes, impregnados de ódio. –– E de onde eles surgiram senhor? Nunca ouvifalar de criaturas como estas –– perguntou Simis tentando camuflar o medo em sua fala, porém falhando em grandes níveis. –– De onde eles vieram? Isso não importa meus caros. Prestem atenção apenas nisso: eles estão aqui para me servir e é isso o que acontecerá e é somente o que precisam saber. Os três assentiram. –– E o que eles fazem? Quais são suas habilidades, Rei Eve? –– Peep Boxe está tão impressionado e amedrontado quanto Simis e Otto, entretanto ele consegue dissimular seu horror e repulsa melhor que os companheiros.  –– Estão vendo essas clavas? –– disse Eve se aproximando de um dos ogros, este por sua vez bufou e um vapor saiu de suas enormes narinas de porcos. Os seguidores do rei dão um passo para trás com medo daquelas coisas horrorosas.  –– Uma porretada dessas na cabeça é capaz de fazer perder os sentidos qualquer um que almeje entrar na nossa frente. –– ele apanhou a clava de forma ríspida da mão do ogro, porém ele não fez nada para impedi-lo, bufando mais uma vez o monstro permite que Eve pegue sua clava e a maneje, mesmo com grande dificuldade. –– Elas são pesadas –– disse por fim o rei rindo, medindo grande força, agitando com dificuldade para um lado e para o outro, até se cansar e devolver a pesada a**a a seu dono. –– E quem garante que eles são seguros? –– indagou Peep. Sua expressão era de medo e desconfiança. Por trás dos cabelos negros seu olhar permanecia hesitante. Suas mãos continuavam serradas, apesar disso o primogênito conseguia ver o tremor nelas. –– Eu! –– respondeu o rei confiante. –– Agora precisamos organizar todos os detalhes de nosso pequeno embate que ocorrerá nos próximos dias. –– Sim senhor –– disseram os três em uníssono. Observando novamente para os ogros que permaneciam em toda sua volta, ele sabia que aquela ocasião especificamente significava uma mudança drástica, não apenas em sua vida, mas em toda Elf Regnum, todas as tribos, até mesmo, talvez, além dos limites do reino. –– O que devemos fazer agora? Não foi só para mostrar-nos os... ogros que nos reuniu aqui –– constatou Simis desviando sua atenção deles. –– Certamente que não. –– Eve se aproximou de seus seguidores. O sol já estava se pondo depois da tribo Aqua. Do templo eles podiam ver as montanhas ao oeste que formavam a tribo Aeris. E era para lá que Eve olhava sem parar dia após dia, imaginando quando chegaria o tempo de reivindicar todo o poder para si. –– Primeiro, Simis e Peep, vocês são meus seguidores mais leais e já têm um lugar garantido no meu reinado. Agora preciso que vocês reunam todos que acreditam em nossa causa. Levem um ou dois ogros. Por sorte os anciões foram para a tribo Aeris e não estarão aqui para nada dizer, nem contestar. Por causa daquele banquete, não temos nenhuma autoridade para contrapor nossos atos. –– ele parou por um momento. –– Quero que toda a tribo Ignis veja o que aguarda aqueles que entrarem em meu caminho. Quero ver o medo se instalar em todos os elfos, duendes, fadas, encantados e qualquer outro ser de Elf Regnum. Que todos tenham consciência de quando voltar a por meus pés aqui em Ignis, eu não serei mais o príncipe que não assumiu o reino e sim o novo rei de Elf Regnum.  –– Sim senhor –– falou Simis. –– Faremos tudo quanto ordenado, obrigado pela confiança. Eve sorriu. Ele sentia-se mais confiante que nunca. Se por um curtíssimo período de tempo ele duvidou da aliança feita, agora o elfo Ignis estava certo que fora a melhor coisa que já aconteceu em sua vida. Mais perto do que nunca de realizar sua maior ambição, seu maior sonho. –– Obrigado. Agora preciso resolver outras pendências. Otto irei me encontrar com você depois. Aguarde meu contato –– disse colocando a mão de leve no ombro do jovem elfo. –– Sim senhor –– acatou Otto com um leve maneio. Eve olhou mais uma vez para seu exército de ogros e se afastou junto de seus companheiros. Então cada um tomou um rumo diferente deixando o rei sozinho indo até o salão dentro do templo. Ele precisava resolver os últimos detalhes sobre a guerra que estava prestes a iniciar.
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