Danilo Bernardi
— Então..., pronto para a viagem e ver a sua irmã se casando? — Leonardo me pergunta enquanto coloca os pés na minha mesa.
— Normal! Esse dia chegaria e espero que não tome muito tempo meu... preciso voltar e fazer muita coisa. — Respondo, mas decido me corrigir. — Mas... eu espero que esse casamento dê certo! Melina não merece sofrer e quero acreditar que Alek sinta algo por ela.
— O boato é que sente, mas... pela forma que ele a levou... — Ele não termina a frase. — Também espero que dê certo. Ela merece!
Eu lhe observo querendo dizer uma coisa, mas controlo a minha língua. Amanhã, é o dia de viajar à Rússia e os preparativos para o casamento da Melina estão fervendo hoje. O mundo todo sabe que o futuro Don da Rússia estará se casando e tanto a máfia russa é o centro das atenções como nós também.
Por incrível que pareça, até o meu pai recebeu presentes de certas organizações e homens poderosos para mostrar satisfação pela união. Esse acordo de aliança entre nós foi realmente um check mate para alavancar todos os nossos negócios e sei que a Rússia é a mais privilegiada.
Os russos são os mais temidos em diversos aspectos e os únicos que batem de frente são os americanos. Eles nunca se deram bem e essa rixa dura anos. Mas, todo mundo sabe que quando se pensa em máfia, a italiana é a mais famosa. E me orgulho por fazer parte disso.
Tenho crescido vendo de tudo e aprendendo de tudo com os melhores. O meu pai e o meu tio Pietro são os melhores que conheço na organização e com eles não tem meio termo. Eles são firmes e aprendi a ser decidido com eles. É raro alguma coisa me tirar do controle e mais ainda, me dar dúvidas.
Eu sempre sei o que eu quero!
— Isso que é vida boa, em! — Por pensar no meu tio, ele aprece e Leonardo quase pula da poltrona para tirar os pés da mesa. — Que porrä é essa? Que merdä estão fazendo?
— Não fechou a porta, porrä? — Questiono ao Leonardo. — Sabe da regra, caralhö! — Ele apenas sorrir.
— Ah, então vocês se trancam aqui e fingem trabalhar? Paolo é muito mole com vocês, em. — Ele entra e fecha a porta. — É bom descobrir as coisas!
— Eu estou trabalhando, tio. — Mostro o computador. — Quer fazer? Opa... o senhor não sabe... — Faço onda mesmo. — Ninguém aqui sabe nem sair dessa tela.
— Mas eu sei bem cortar essa sua língua fora... — Ele nunca leva nada no humor. — O que tem pra hoje? Vão ficar só aqui? — Ele cruza os braços e nos encara de cara feia.
— Eu praticamente! — Respondo. — Eu estou trabalhando nuns detalhes do sistema que foi mencionado dias atrás. Preciso acabar antes da viagem e quando chegar, começar um novo para a máfia americana. A minha agenda está cheia. — E então, ele encara o Leonardo.
— Não olha pra mim, pai! Eu, acabei de verificar a carga que chegou, então... me sentei quase que agora. — Leonardo se defende. — E o Filippo?
— Ele foi resolver um assunto no centro de treinamento! Paolo teve reuniões e eu decidi vir aqui. — E assim, ele se senta. — Pelo jeito, eu tenho que vigiar até vocês dois... não acham que estão andando muito em festas? — Não falamos nada e fico com um riso na cara em frente ao monitor. — O que me tranquiliza é que vocês tem ainda um pouco de juízo... mas eu espero que não aprontem na Rússia.
Continuo calado aqui e Leonardo sabe o que está passando na minha cabeça.
É claro que tenho planos na Rússia e não saio de lá até comer uma bela russa. Quero também provar certas bebidas já que o Don Alef é dono de uma marca bem autêntica e o resto eu decido por lá.
Essa viagem vai ser mais do que só o casamento da Melina.
O meu tio Pietro fica por aqui e mesmo conversando com eles, eu fico focado na tela. Trabalhar com programação não é rápido e fácil. Muitas vezes eu já gastei um dia todo e não sai do lugar. Fico putö com isso, mas levo como um desafio.
Além de passar o dia hoje aqui, eu ainda tenho que atualizar uns documentos e anexar no sistema sem falta. O meu pai é maluco com isso!
— Paolo vive pensando em mim, não é possível! — O meu tio reclama por causa do seu celular tocando. — O que é, caralhö? — Fico observando. — E eu com isso? ..., não posso..., eu estou ocupado e longe do caminho..., não coloca a Luana nisso! — Agora, o riso é meu e do Leonardo.
É sempre assim! Os dois nunca tem um diálogo mais normal e o meu pai sempre parte para o lado da minha tia para tingir o meu tio. Ele fica putö de verdade! O meu pai sempre fala que ele não vive sem ela e já acredito nisso fielmente.
Ele se despede logo em seguida por força maior e fico com o Leonardo aqui.
— E você, preparado para o casamento da Lilia em poucos meses? — Pergunto me lembrando disso.
— Ainda faltam meses e não quero pensar nisso... — Leonardo se irrita e sai fechando a porta.
Finalmente um minuto de paz e sossego aqui.
{ . . . }
Chego em casa já sendo de noite e por um milagre ainda é cedo. Passando da porta, eu sinto um cheiro de comida e noto que cheguei na hora certa. Eu retiro o meu blazer e vou entrando fazendo o percurso da sala de jantar.
Já consigo ouvir conversas e sons de talheres nos pratos. Vejo o meu pai e a minha mãe jantando juntos e há um prato vazio no meu lugar. Antes que eu diga algo, a minha mãe me vê e abre um sorriso que me faz ir até ela.
— Oi, mãe! — Deixo um beijo nos cabelos dela, mas ela me puxa pela blusa.
— Agora eu aceito o beijo já que está com o seu perfume. — Ela não vai esquecer aquilo e ela beija o meu rosto.
— Oi, pai! — Deixo um beijo também nos cabelos dele e vou me sentando.
— Que bom que chegou! Estávamos querendo uma refeição com você... — Ele toma um gole do vinho. — Fugindo da gente? Porque é o que parece já que as putäs do bordel passam mais tempo com você. — Isso me faz soltar um riso em reação. — Não foi uma piada, Danilo. — O meu pai está bem inquieto.
— Mas pareceu... — Nisso, eu solto um pigarro. — Eu só tenho me ocupado no escritório..., quero deixar tudo no ponto para não me preocupar na viagem. — Respondo e decido mudar o assunto. — Falaram com a Melina?
— Pouco, mas eu falei mais com a Lya. — A minha mãe responde. — Pelo jeito, Alek não contou nada do incidente que ocorreu aqui. Melina não corre perigo e Alek está bem firme.
— Ele gosta dela.... — É a conclusão que eu tenho. — Logo vamos ver isso.
Eu vou me servindo e depois começo a comer. O meu pai comenta um pouco das reuniões que teve hoje e conta também sobre certos contatos que recebeu de alguns líderes que queriam falar sobre o casamento.
Todos querem ver o que vai acontecer de fato quando essa união acontecer e como falei antes, politicamente falando isso vai mudar muita coisa. De brinde, a Rússia também passa a ser mais acessível a nós.
Quero fazer novas buscas!