CAP 18

1110 Words
Irina Ivanov Não consegui ver o médico fazendo os pontos na minha coxa, mas posso dizer que foi uma sensação bem estranha. A anestesia local não pegou bem e senti a agulha entrando e a linha sendo puxada. O remédio que tomei na veia fez um efeito bem rápido, mas eu ainda fiquei um tempo no sofá mesmo depois de todo o procedimento. Ouvi sobre os cuidados, o repouso, a forma de limpar o local e de fazer um curativo novo. Depois que ele foi embora, eu fiquei ainda no sofá revivendo tudo e só subi depois que vi o meu tio Andrei chegando. Com ele aqui foi que me senti mais segura. A minha mãe me ajudou no banho já que eu estava bem suja de sangue e depois eu me vesti e fui para a cama. Mesmo muitos minutos depois, os meus nervos ainda estavam abalados. Foi um susto grande! Estando aqui na minha cama, eu encaro o teto tendo uma bola de neve de pensamentos. Nunca imaginei que um dia isso poderia ocorrer dentro da minha casa. Eu estava pronta para dormir e teria sido bem pior se eu não tivesse ido para o quarto da Melina. Ela foi esperta! Ela conseguiu ver algo de errado e evitou o pior. Eu poderia estar em qualquer outro lugar sofrendo sei lá o quê por causa de um maluco psicopata. Isso dá medo! Nem imagino como o meu pai vai reagir quando chegar e é o meu alívio. Sou muito grata por ter a proteção dele, o amor e o cuidado. Já vi tanta coisa e já ouvi tantas outras piores sobre outras mulheres. Já misturei os pensamentos aqui. — Sente dor? — Ouço a voz da Melina enquanto ela entra no meu quarto. Ela está bem machucada com tudo. — Passou! O remédio ajuda muito e não dá para comparar com antes. — Respondo chateada e tensa com tudo isso. — Com sono? — Eu negö em resposta. — Não muito. — Solto um suspiro. — A minha mente está uma loucura. — Melina chega mais perto e toca o meu braço. — A minha também, mas me sinto cansada... — Não duvido. Foi uma tensão enorme. — Imagino..., deita aqui. — Peço lhe dando mais espaço. Melina se acomoda aqui ao meu lado e continuo tento aquela sensação de que está tudo bem agora. O susto ainda está aqui, mas estou mais calma. Não sei se vou conseguir dormir, mas se conseguir com certeza é ação dos remédios. — Obrigada, Melina..., se não fosse por você eu... — Tento falar antes que uma de nós durma. — Não precisa! Somos família e agora está tudo bem, descansa... — Eu aceno e puxo mais o cobertor. Fecho os meus olhos tentando pensar em qualquer outra coisa e aos poucos, eu vou me entregando. { . . . } Abro os meus olhos lentamente e já me mexo querendo me esticar, mas sinto uma fisgada na minha perna. Ao puxar o lençol, eu vejo o curativo e as lembranças começam a dominar a minha mente. Eu quase fui sequestrada! Lembro de toda confusão e a dor aqui na coxa fica mais evidente. O efeito do remédio passou! Estou sozinha na cama e penso que a Melina acordou cedo. Não faço ideia de que horas são, mas tento olhar no meu celular. É um pouco tarde. — Como se sente? — Mikahel aparece e sorrio largo. — Ainda não acredito no que aconteceu. — É tão bom te ver... — Exclamo mais leve. — Está doendo um pouco, mas vou tomar um remédio. — Eu vi as imagens das câmeras... foi uma loucura. — Concordo com ele. — Não sei o que seria se não fosse a Melina ali. — Concordo com isso também. — Precisa de alguma coisa? — Bom, preciso. Só que você não pode me ajudar. — Ele sorrir. — Como foi a viagem? — Não encontramos muita coisa, mas temos algumas pistas. — Ele se mostra inquieto agora. — Vou chamar a mãe para te ajudar. Mikahel da meia volta e sai sem dizer mais nada. Não entendi essa reação dele! Eu tento me levantar para ir ao banheiro, mas a dor vai surgindo mais. Vou andando me apoiando nas coisas e evitando de colocar peso na perna. Chegando no banheiro, eu faço xixi e depois lavo o rosto e escovo os dentes. Eu volto para o quarto, mas a minha mãe aparece e já vem me ajudar. — Você parece bem! — Nós vamos ao banheiro e ela vem me ajudando. Nem me lembro a última vez que tomei um banho com ela presente. — O seu pai está maluco pela situação e já começou a ver se tem mais algum soldado envolvido. — Ela me conta ainda preocupada. — Eu imagino que tenha. — Ela tem o mesmo pensamento. — Mãe..., isso um dia vai acabar? — Claro que vai, minha filha! O seu pai é o homem mais poderoso da Rússia e por mais que isso leve um tempo, ele vai conseguir. Até lá, nós vamos cuidar e você e o que houve ontem nunca mais vai se repetir. — Ela garante em promessa. — Tenho fé nisso... — Digo uma certa verdade. — Não sei quando eu vou me casar, mas eu quero também conseguir um bom casamento. — Digo pensando nas coisas. — Quando tudo acabar, espero ter um homem especial e bom pra mim ainda. — E tem... vamos achá-lo! — Continuo com o meu banho e não falo mais nada. Depois de encerrar, ela me ajuda a ir para o closet e vou me vestindo com algo bem confortável. Ela passa a escova nos meus cabelos e volto para a cama. Acho que vai ser assim pelos primeiros dias. Só no meu quarto! A minha mãe vai saindo para trazer o meu café da manhã e pouco depois, o meu pai entra. — Oi, minha princesa! — Abro um sorriso ao vê-lo. — Isso nunca deveria ter acontecido. Me desculpe. — O senhor não tem culpa, pai. Aconteceu porque aquele homem é louco... — Afirmo e ele vem entrando. — Mas vou ficar bem. — Eu amo você, Irina. É a minha única filha e eu nunca imaginei que você viveria dessa forma..., mas eu prometo que vou resolver tudo. — Aceno em resposta. Eu amo ouvir essas palavras dele. — Eu sei que vai! — Ele beija a minha mão e conversamos um pouco. Ele dá uma olhada no curativo e mostro também os remédios que devo tomar e pouco depois. Espero que esses dias passem bem rápido.
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