CAP 17

1004 Words
Irina Ivanov Continuo descendo os degraus e pelas lágrimas, tudo fica distorcido na minha frente. Perco a noção de onde pisar e o susto vem quando eu tropeço e vou parar no chão. Só agora é que eu percebo já estar na sala e penso que serei puxada pelos cabelos, mas ele vem tentando fazer diferente. Passo o dorso da mão nos olhos e a surpresa vem de imediato. — Levanta porrä! — O homem quase grita e me pega pelo braço. — Larga a arma! — É a voz da Melina e não sei o que pensar. — Melina... — Sinto uma certa esperança, mas tenho medo de ela se machucar. — Olha só..., sobe as escadas se não quiser que ela se machuque. — Ele ordena mostrando pressa e impaciência. — Eu não vou repetir..., se não largar a arma, eu atiro sem pensar. — Ouço o som de destrava e o meu coração bate como se fosse sair da minha boca. Sou solta por ele e ouço um som de respiração pesada. o som em seguida é pela arma da Melina que vai chão e o confronto começa com ela socando o homem nem no rosto sem parar. Eu não tenho noção alguma de luta ou de auto defesa e a culpa é minha. Sempre me falaram que era importante, mas eu não liguei! Melina mostra bem que entende de tudo e mais um pouco. É tudo tão rápido! Ela lhe dá chutes, socos, é atingida e se mostra mais forte ainda. Esse covarde vai para cima dela sem pena alguma e ela não está diferente. A arma dele também vai parar longe e o jeito deles é em socos. Eu tento saber onde está a arma dela para poder ajudar de algum jeito. Só que não dá tempo. O impacto vem forte e sinto uma ardência enorme na minha coxa que é causada por um tiro silencioso. — NÃO!!! — Melina grita em reação e deslizo com tudo na escada. — Seu desgraçadö! — Ah, drogä... — Exclamo tocando no local e as minhas mãos se inundam de sangue. Melina parece mais enfurecida e a vejo rolar no chão com ele em briga de mais socos e ela para bem em cima dele lhe golpeando sem parar. a minha mãe aparece no alto da escada e o meu sangue aqui começa a jorrar. A dor é gritante. Eu nunca tinha sido atingida assim. A minha mãe aciona o alarme geral da casa e ela vem descendo em pressa. O homem consegue fazer a Melina ir ao chão e ele fica por cima dela pronto para fazer qualquer coisa. O medo aqui é imenso e quase não respiro. Melina já está muito machucada. Tem sangue no seu rosto e ferimentos. Só que, mesmo ele estando por cima dela lhe dando mais um soco, ele agarra o pescoço dela para enforcá-la e penso ser o fim, porém, ela consegue pegar uma das armas ao lá e o tiro ocorre. Vejo uma das cenas mais horrendas que é da bala atravessando a garganta dele e o sangue vai para todos os lados. Melina o empurra para longe e os nossos soldados entram já com ele morto. — Filha, vem comigo... — A minha mãe me ajuda a levantar e vamos para a sala. — Precisamos parar esse sangramento. — Está doendo! — Reclamo pela dor. — Doento muito... — Eu sei..., mas eu te ajudo. — Assim que ela termina a frase, eu sou segurada por dois homens e sou levada para o sofá e um deles, olha bem o ferimento. — A bala saiu, mas precisamos estancar o ferimento. — Um deles diz e o outro corre para procurar por algo. Mesmo concentrada aqui, eu ouço a minha mãe perguntar se a Melina foi baleada e ela negä. Mas, mesmo assim ela está muito machucada. O rosto dela está todo inchado pelos socos e o sangue me assusta. Nunca vi isso! O outro soldado retorna com panos grandes e eu vejo bem o ferimento ser coberto e com força enquanto é dado um nó. Não consigo evitar o grito de dor e ele pega o outro p**o e faz um reforço também firme. A minha mãe tenta ligar para o meu pai, mas não tem resposta dele. Soldados também tentam contato, mas não conseguem também. — Não podemos ir ao hospital? — Melina pergunta antes de mim. — Ela precisa de atendimento! — Sem a autorização do senhor Ivanov, não! É o protocólo. — Isso só pode ser brincadeira e tento revidar, mas não tenho tempo. — Mas já chamamos um médico da organização que chegará em breve. Enquanto isso, a minha mãe tenta ver os ferimentos da Melina, mas ela diz que está bem. Depois, os homens dão uma olhada no corpo morto ali e retiram a máscara. Eu evito olhar, mas a curiosidade é imensa. Eu reconheço ele! Nunca fui de ter contato com soldados, mas eu o via sempre que eu saia de casa. Ele era um dos responsáveis pela minha segurança nos locais. — Ele trabalhava aqui há quase dois anos e pelo jeito se vendeu... — Um deles constata. Se ele se vendeu, será que tem outro no nosso meio? Isso me deixa apavorada! Fico aqui no sofá esperando o médico chegar e a cada minuto a dor parece aumentar. Os panos em volta aqui já estão encharcados de sangue e qualquer movimento meu é um grito que escapa. É, eu sou fraca para dor! Os homens começam a limpar o local depois de retirar o corpo e o médico chega logo depois. É uma tortura vê-lo retirar tudo e mexer no local para verificar. Eu odeio agulhas, mas nesse momento ela é medíocre em relação a dor. Vou pegar pontos e ficar de cama por uns dias para o local fechar. Só espero que o meu pai e os meus irmãos voltem bem, porque isso aqui ocorreu por eles saírem. Por favor, eles precisam voltar bem.
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