Danilo Bernardi
Abro os meus olhos ao ouvir o som do despertador e desligo em irritação. Eu dormi por duas horas depois de passar umas dez horas em frente ao laptop. Como já não tinha dormido bem na noite anterior, eu precisava de um descanso.
E ainda preciso.
Porrä, os meus olhos ardem e a minha cabeça lateja pelo cansaço. Mas não posso dormir agora!
Nunca pensei que eu fosse fazer isso! Eu enlouqueci de verdade.
Pelo menos, antes de dormir, eu fiz um belo preparo e testes antes de invadir o sistema russo e consegui. Para ser exato, eu decidi entrar no sistema geral deles que fica na mansão sede. Eles são como nós na Itália, cada ponto importante é um sistema diferenciado, mas com os mesmos princípios.
Nas minhas pesquisas, eu vi que a sede tem um, a empresa de Alef tem outro, o galpão principal tem outro também e ainda tem a mansão dele. Mas, pelo meu prazo, eu não tinha como entrar em todos como um desesperado. Eu tinha uma chance, apenas uma e usei a minha intuição.
O jeito é diferente em cada um deles e eu perderia muito. Pela minha experiência, a sede é o ponto de ter todas as informações de todos os membrös e por isso eu me arrisquei lá.
E fiz o certo! Se eu tentasse a casa dele, poderia cair numa armadilha e estaria ferrado. É como disse, foi apenas uma chance.
Ao invadir, esperei qualquer armadilha de sistema e fiquei preparado. Mas não ocorreu! Fiz um download de tudo que podia e que me interessava, mas eu só tinha poucos minutos. O resultado, foi uma ficha detalhada sobre os últimos passos de Konstantini e Klóvis.
Era isso que eu queria!
Ah, um detalhe importante, é que a viagem de Alek com a Melina foi um ponto crucial para facilitar a minha entrada. Provavelmente, Mikahel está sendo o único a estar à frente dos negócios e por isso eu não tinha muito tempo.
Se descobrirem, o que acho difícil, vai ser tarde. O máximo que podem saber, é que alguém entrou e não deixou rastros.
— Aqui... — Leonardo me entrega uma xícara. — Nunca pensei que a minha estadia na Rússia fosse ficar preso no hotel com você e por você estar de coleira por uma mulher. — Ele resmunga com a cara toda marcada pelo sono. — E ainda uma virgëm... putä que pariu, em!
— Prometo te compensar, meu caro! Eu sei que vai chegar o dia de você precisar de ajuda, e o que vai acontecer? Eu vou limpar a sua barra... — Digo pleno e certo de que isso vai ocorrer.
— Corta essa... eu nunca faço merdä. E nem quero mulher tão cedo! — Ele resmunga, mas mostra continuar. — Quer dizer, eu não penso em ter apenas uma tão cedo.
— Eu também disse isso até ontem, mas olha como estou hoje... — Tomo uma bela xícara de café forte. — Cuidado, Leonardo... você pode ser o próximo a cadelar.
— Vai se fudër..., essa praga não vai pegar em mim. — Deixo a xícara na mesa e começo a me esticar.
Porrä, eu me sinto cansado. Mas já estive pior, então eu vou continuar.
A cada minuto em frente o laptop, eu só consigo pensar nela. Irina não sai da minha cabeça e quem diria que eu ficaria obcecado por uma nanica que ousou me dar um tapa. Nunca vou me esquecer disso!
Uma coisa que eu também fiz, foi entrar na conta telefônica da Melina e como eu esperava, ela tem o número da Irina. Se Melina souber, ela me mata. Mas, nunca vai saber! Eu tenho jeito para qualquer coisa que eu precisar e agora, eu analiso bem as informações que tenho sobre os dois idiotäs.
Já tenho aqui os dias, horários e pontos em que foram vistos e vou ter que fazer um tipo de mapa cronológico.
Fora isso, eu também tenho outros meios.
{ . . . }
Entro no restaurante com Leonardo ao lado e estou aqui apenas para um propósito. Para colher informações! O lugar não está tão frequentado hoje, mas eu vejo o meu alvo bem ali à mesa sozinho.
— Normalmente, ele vem para ver a amante. Ele é um membrö próximo do conselho e tem uma amizade grande com a família Karlay. — Leonardo vai me dizendo. — Ele também foi próximo de Konstantini e pelo que eu vi, ele treinou Klóvis por um tempo E como sabe, foi reprovado.
— Ótimo! — E assim, vamos nos aproximando. — Com licença, podemos?
— Quem são vocês? — O homem pergunta confuso e olha ao redor se agitando.
— Me perdoe... eu sou Danilo Bernardi e esse é o meu primo, Leonardo. — Eu nos apresento. — Somos da Itália.
— Ah, sim. Lembro do casamento... o que fazem aqui? — Me direciono à cadeira e ele não nos impede. — Algum problema?
— Ah, não! Eu também lhe reconheci do casamento recente e vim aqui apenas saber se o local é bom. — Digo me referindo a esse local.
— É um dos melhores restaurantes da cidade... — Ele me encara curioso e se apoia na mesa. — É o futuro Don, não é? — Eu aceno. — Que honra... aceitam uma bebida? É por minha conta!
Nós aceitamos e invento uma bela perda de tempo para falar do lugar e aos poucos, eu vou entrando no assunto da organização. Ele se mostra confuso em certos momentos, mas conversa normalmente. Eu não vou direto ao ponto, apenas o deixo soltar alguma coisa.
Depois da primeira dose, logo entramos na segunda e citamos o assunto treinamento.
— Eu ensinei por um tempo... eu posso afirmar que era o mais capacitado e os meus testes eram ousados. — Vou ouvindo. — Mas agora, tiveram mudanças e pela idade, eu resolver largar.
— Teve muitos alunos bons? — Ele pensa um pouco.
— Moderadamente... mas depois dos escândalos, complicou. — Mostro uma confusão no rosto. — Famílias... muitas queriam destaques pela temporada, mas se revoltavam ao não ter.
— Eu soube que teve treinos complicados... foi um falatório grande. — Leonardo toma a palavra. — Ouvi algo também sobre Konstantini e o seu filho Klóvis.
— Ah, esses foram a maior dor de cabeça. — Ele tome um gole do conhaque e sorrir sem humor. — Larguei mais também por causa deles. Criaram uma obsessão pela filha do Don Alef e quase me levaram junto. — Fico sem entender. — Tentara dizer que eu ensinei uma forma de invadir a mansão Ivanov para pegar a moça quando já adolescente e quase morri. Foi quando eles criaram um esconderijo saindo da cidade, mas pela cassação não foram mais vistos.
— Pagar o preço pela merdä dos outros é fodä... — Ele concorda comigo.
— A moça é bonita e de ótima família, mas eu concordo com a linhagem correta! Os maiores decidem isso e sempre deu certo, mas... eles queriam cortar a linha de tudo. — O homem diz em negação. — Mas, espero que o peguem... — Ele se inclina na mesa. — Eu soube naquele tempo que eles tinham uma pequena propriedade ao norte, mas nunca confirmaram e nunca me deram ouvidos... na tortura, não me deixara, falar nada. O nosso Don estava furioso e só queria sangue... não tiro a razão dele.
Faço uma nota mental sobre isso.
Tenho mais uma pista importante e tomo o meu último gole.
O velho aqui pede licença dizendo que a sua companhia chegou e ele faz questão de sair da mesa para ir para outra deixando o dinheiro das bebidas na mesa.
— Vai procurar a tal propriedade, não vai? — Eu aceno. — Não tem medo de ele e outros dizerem que você anda fazendo perguntas?
— Bom, a maioria não vai dizer e se dizer, eu já vou ter pego o que quero... — Digo o óbvio. — E depois..., farei do meu jeito. Tem noção de que eu vou capturar um inimigo deles em poucos dias enquanto eles estão há anos nisso?
— Só acredito vendo... — Leonardo tem sorte de eu ter respeito por ele, porque sinto vontade de socá-lo agora por isso.
— Você já está vendo, porque nos relatórios não mencionam essa propriedade... — Eu me levanto e ajeito o meu terno. — Vamos. Tenho que trabalhar!
Sinto que vou encontrar alguma coisa nesse local e não vou perder mais tempo!