DANILO - EU SOU A MÁFIA

CAP 11

Irina Ivanov

Não sei com qual coragem e nem o que passa na minha cabeça no momento, mas logo a minha mão vai de encontro ao seu rosto ecoando alto pelo tapa. Danilo vira o rosto para o lado pelo impacto repentino sem dizer nada ainda e eu simplesmente abro a porta saindo às pressas sem esperar que ele faça algo. Não sei o que ele pode fazer e não quero descobrir aqui.

Eu olho para trás enquanto corro, mas não vejo ninguém e isso me faz se esbarrar em algo duro que quase me faz cair no chão aqui na entrada do salão. Mas eu sou segurada!

— Que porrä é essa, Irina? — É o meu irmão, Mikahel! — Enlouqueceu?

— N-nada, eu só..., e-eu quero ir embora. — Falo de uma vez me tremendo toda por dentro e por fora.

O meu medo aqui é de Danilo aparecer do nada querendo fazer algo comigo pelo tapa que dei e essa possibilidade me faz ficar olhando para os lados.

Por favor, não apareça... por favor...

— Por que isso agora? — Ele questiona me observando. — O que aconteceu com você?

— Eu é..., e-eu estou com dor no estômago... — Invento na hora. — E-eu fui ao banheiro vomitar. — Respondo o que vem na cabeça pondo as mãos na barriga. — Não me sinto muito bem.

— Hum... — Ele me olha um pouco desconfiado. — Vem, eu te levo. — Mikahel ele não faz mais perguntas e respiro aliviada.

Eu dou uma breve olhada para trás e por sorte, Danilo realmente não aparece. Por um lado, é bom, mas eu fico me perguntando como ele deve estar agora. Eu sinceramente, penso que enlouqueci por ter ido até ele no salão. Eu jurava que trocaríamos apenas algumas palavras e fiz isso por lhe achar bonito.

Bom, bonito e eu também fui fato de que ninguém chega para falar comigo. Aqui, eu só falo com os meus pais e com os meus irmãos que vivem sumindo. Então, como a Melina é uma ótima pessoa, eu achei que Danilo também seria e uma conversa simples não quer dizer nada.

Me enganei!

Eu jamais imaginei que ele estava ciente de que eu o observava e mais ainda, que ele fingiria uma situação e depois ele iria atrás de mim. Ele é maluco! Ele me puxou para dentro de uma sala e ninguém ousou fazer algo desse tipo comigo.

Maluco ainda é pouco!

— O que houve? — O meu pai pergunta. — Que cara é essa, Irina?

— N-nada! Eu é..., eu senti um mäl estar e vou embora. — Respondo sendo analisada por ele. Não é fácil mentir para o meu pai, porque parece que ele tem um sensor. — Mikahel vai me levar.

— Um mäl estar do nada? Conta isso direito... — Ele estreita os olhos e me olha toda.

— Amor? Tudo bem? — A minha mãe chega e me olha. — O que foi querida? Você está vermelha... o que houve?

— Nada! Não é nada demais..., mas e-eu vou embora. — Tento fugir dele. — Vamos, Mikahel?

— Depois eu quero saber disso... — Meu afirma. — Tomem cuidado na estrada!

O meu pai é literalmente um homem desconfiado de tudo. Ele sabe quando alguém está mentindo e pela forma como ele me olhou aqui, eu sei que ele não acreditou. Pelo menos, eu tenho um tempo de me preparar para fazer uma bela atuação caso ele questione depois.

E eu sei que ele vai!

Mikahel vai andando na frente e não vejo mais a Melina e nem o Alek. Já devem ter ido embora. Nem acredito que Alek realmente se casou. A próxima será eu e me pergunto se isso realmente vai acontecer.

Não me vejo casada ainda.

Desde pequena, eu sou alvo de um maluco que quer a todo custo me levar para bem longe daqui. Sofri uma tentativa de sequestro ainda criança e foi um susto enorme. Mas não foi o único! Também sofri perseguição na estrada que foi quando eu pensei realmente que seria levada e isso me assombra até hoje. Com isso tudo e mais, eu vivo presa dentro de casa para me manter segura.

O caso mais recente foi quando eu estava num passeio ao shopping. Foram me buscar em peso, porque sabiam onde eu estava e tinha uma emboscada preparada. Então, as buscas com um nome real começaram e isso dura até hoje. Eu virei a obsessão de um maluco e isso me deixa apavorada.

Homens da máfia são loucos e eu não sou preparada para isso. Eu cresci vendo um casamento real entre os meus pais e no mínimo é isso que eu quero para mim. Não faço ideia se isso vai acontecer, porque eu já tenho 23 anos e o meu pai está garantindo a minha segurança já que os que se aproximaram estavam envolvidos em esquemas.

Eu não tenho tido paz!

— Está muito calada... — Mikahel chama a minha atenção no percurso. — Vai me dizer o motivo?

— Não tem um motivo... é só um mäl estar! A minha barriga está revirando. — Respondo com os braços em volta do local.

— Sabe que eu sei quando mente, não sabe? — Ele me deixa mais nervosa. — Nosso pai também percebeu e se prepare para as perguntas. Não somos idiotäs!

— Vocês desconfiam de tudo.... — Resmungo. — Dos homens de fora é uma coisa, mas de mim? Eu não tenho motivos para mentir! É só uma porcaria de mäl estar e pronto..., é difícil de acreditar? — Mostro a minha irritação, mas ele sorrir em deboche da minha cara.

— Eu vou fingir que acredito, mas se mentir para mim outra vez... não vai gostar da minha reação e não te protejo mais. — Engulo em seco e viro o rosto para a janela do carro.

Eu detesto isso, de sempre se mostrarem superiores. Não sei quem é o pior, ele ou Alek. Mas, o meu pai ganha em disparada. Ele realmente sabe quando tem algo de errado e isso não vai ficar em branco, porque eu sempre peço e imploro para sair um pouco de casa. E hoje, eu pedi para voltar!

Espero que Mikahel não fale besteiras!

Eu e ele temos uma relação muito mais próxima. Nós sempre conversamos, ele me apoia em tudo e ele me protege do melhor jeito. Como eu passo muito tempo em casa, ele sempre dá um jeito de me levar para qualquer lugar com a sua proteção e eu amo o Mikahel.

Nós nos entendemos bem e isso desde sempre.

Nós vamos para casa em silêncio, mas eu ainda recebo os seus olhares de curiosidade me mostrando que ele ainda não acreditou em nada do que eu disse. Mas pelo menos não verei mais o Danilo e Mikahel não faz ideia de que tem algo a ver com esse homem.

Eu nunca mais faço algo desse tipo na vida e espero que também não o encontre mais e se ocorrer, que ele esqueça de tudo.

Por favor, que Danilo esqueça da minha existência.

Quero acreditar que, como ele não é daqui, isso possa me ajudar.