CAP 23

1500 Words
Danilo Bernardi Eu passei um pouco tempo ainda na festa já que mais nada chamava a minha atenção. Tive pouca chance de ver a Irina pelo salão, mas ela não ficava mais só. Ela sempre estava perto de sua mãe ou do seu irmão azedo. Ela quis me evitar! Fiquei todo o momento relembrando os poucos minutos que eu tive com ela e nem a bebida me fazia acalmar. Muito menos esquecer o doce sabor da boca dela. Eu tinha enlouquecido e ainda estou maluco. Eu só conseguia imaginar e desejar mais uma vez beijar aquela boca perfeita e inexperiente. Como podia isso? Como que ela conseguiu de fato mexer até com os meus gostos? Nunca me envolvi assim com as mulheres, sempre tive todas que queria sem obstáculo algum e claro, as mais experientes. Sempre gostei de ver do que elas são capazes e ver do que gostam. Enfim, eu tinha um segmento. Mas agora, ela me ferrou com tudo. Leonardo não saiu do meu pé querendo saber mais detalhes e ainda não me deu um minuto de descanso. Tive que ouvir as suas piadas sem graça e ele teve sorte de eu ter ficado tão inerte. Irina mexeu com tudo em mim e só vou descansar quando eu a tiver. — É, uma russa te deixou fora de si... — Leonardo comentou pouco antes de irmos. — Olha só..., me dá um tempo. Eu preciso pensar, porrä! — Pedi desesperado por dentro, porque a confusão em mim estava grande. — Ah, não... — Ele ficou bem na minha frente. — Esse momento é precioso demais para eu fingir que nada aconteceu... — Ele queria me ver putö. — Você nunca ficou com essa cara de bundä... quem diria que esse dia chegaria tão rápido. — Quando chegar a sua vez, saiba que eu vou rir muito da sua cara... — Falei desejando que fosse rápido. — Mas eu posso rir agora, bem antes de você... — E ele gargalhou. — A vida me deu essa satisfação..., Bernardi foi enfeitiçado e quer se casar. Caralhö, eu jurava que isso nunca iria acontecer por escolha sua... — Eu só conseguia pensar que nem eu imaginei essa possibilidade. Nem nos meus maiores sonhos ou pesadelos isso acontecia. O meu sonho era ter a minha liberdade para fazer o que bem entender sem ter empecilhos. Mesmo que fosse as escondidas. E o meu pior pesadelo, era fracassar e ser condenado. Para alguém na minha posição, isso é pior que a morte. Já é difícil nós admitirmos um erro e na máfia isso custa caro. É preço de sangue. Eu tenho um legado! O sangue da maior família italiana corre nas minhas veias e falhar sempre esteve fora de cogitação. Depois das palhaçadas dele, nós decidimos ir embora, mas eu fui chamado pelo meu pai. — Eu e a sua mãe vamos ver a Melina agora. — O meu pai disse praticamente me chamando. — A essa hora? — Olhei o relógio e fiquei sem entender. — Por quê? O que aconteceu? — Quero saber como ela está. Não falamos muito com ela e Alek a levou embora repentinamente. — Meu pai falou preocupado. — Eu só... preciso falar com ela. — E eu também. — A minha mãe diz e pega a sua bolsa. Ela diz que tem algo para entregar a ela, mas eu dei uma desculpa para não ir. Afinal. O voo é só amanhã e eu poderia me despedir dela no dia seguinte. Por isso, eles foram e eu voltei para o hotel. Eu passei a noite em claro usufruindo de cafeína enquanto estava vidrado em buscar mais informações sobre a Irina. Eu já tinha decidido. Ela seria minha! { . . . } Acordo com uma luz na minha cara e me movo já me arrependendo. Eu dormir na mesa com o laptop e sinto uma dor nas costas e no pescoço. — Cacetë... — Exclamo pela dor. — Que merdä... — Nisso, o meu celular começa a tocar e vejo ser o meu pai. — Oi, pai. — Estamos indo ver a Melina. Não vai com a gente? — Tinha me esquecido disso. — Ah, é... vou, sim. — Eu vou me levantando. — Eu vou só tomar banho. — Encerro a ligação e vou me ajeitar. Eu vou direto para o banho e coloco a água bem fria para me despertar. Funciona um pouco e um pouco é melhor do que nada. Vou me vestindo rapidamente e ao sair do quarto, eu vejo a porta do quarto do Leonardo fechada. Ele ainda dorme! Eu deixo apenas uma mensagem para ele e saio do apartamento. No caminho, eu compro um café forte para mim e espero o meu pai. O carro dele chega em poucos minutos e recebo olhares curiosos deles dois. Principalmente da minha mãe. — Passou a noite toda com putäs, Danilo? — Ela vem com sermão. — A sua cara está péssima... — Eu não passei a noite com ninguém. — Respondo. — Eu só não dormi, porque fiquei a noite programando o sistema. — Invento uma desculpa. — Eu tenho um prazo e me empolguei... não fiz nada. — Assim, eu espero. — Ela se vira para frente. — Quero muito que você mude esse seu jeito liberal com as coisas. Você precisa já se preparar para um casamento e só porque você não foi prometido a ninguém ainda, não quer dizer que pode fazer tudo. Quando ela começa, não para mais e o meu pai fica me observando o caminho todo pelo retrovisor. Fico apenas tomando o meu café e minutos depois, chegamos na propriedade de Alek Ivanov. Tenho que admitir, esse lugar é uma fortaleza e é de grande altura. — Vem aqui... — O meu pai me puxa pelo ombro e passa o seu braço por cima. — Até hoje, eu mostrei que você sabia me enganar e até me fingi de cego. — Acho estranho essa conversa. — Então, eu sei exatamente quando você mente para mim e foi o que fez no carro com a sua mãe... eu só espero que seja algo que tenha valor. — Mas, pai... — Tento falar, mas ele não deixa. — Mais nada! Boca fechada e nem ouse tentar mentir... — Ele vai na frente e engulo em seco. Ele não deixa nada passar! Somos recebidos pela Melina. Dá para ver a felicidade dela em nos receber e vamos entrando. Eu observo o lugar com atenção e vejo bem que Alek gosta de mostrar luxo. Não sou tão diferente dele. Melina e a minha mãe se afastam para conversar e fico aqui na sala com o meu pai e o Alek me sentindo fora de órbita. Só consigo pensar na Irina e na pesquisa que eu fiz. Eu preciso de mais respostas, preciso de mais pistas e de uma saída para ter um bom plano. Sinto um mäl cheiro horrendo, mas fico calado tendo a mente já cheia. Alek revela que o tal cheiro é de álcool e ignoro enquanto eles dois conversam. Só consigo pensar aqui se seria muita ousadia minha tentar invadir o sistema de arquivos deles. É, seria. Mas eu teria as respostas que preciso e isso me faria bolar um plano. Tendo isso em mente, eu vejo claramente que voltar para a Itália agora atrapalha tudo. Eu tenho que ficar, mas como? A minha mãe e a Melina retornam minutos depois e todos conversam. Decido dar mais atenção para não ser o único perdido. — Vão passar quantos dias no Caribe? — A minha mãe pergunta a Melina e eu nem ouvi sobre essa viagem. — Acho que três e quando voltar, eu vou começar a treinar a Irina. — Ouvir o nome da Irina me faz engasgar. — Desculpa. Um mosquito entrou na minha boca... — Eu começo a tossir em reação e faço uma cara de demência. Para quererem treinar a Irina, só pode ser pela tentativa de sequestro dela. Faz sentido! — Vai treinar ela? — O meu pai pergunta curioso e fico mais ainda. — Sim! Depois do ataque, me pediram para ajudá-la... — Melina responde. — Vai ser bom tanto para ela como para mim. — Isso é ótimo! Você tem muito o que ensinar a ela. — A minha mãe conclui. — A situação dela melhorou, Alek? — Essa é a pergunta do momento e prendo até o ar. — Está melhorando! Estamos perto de encerrar esse caso e Irina poderá se casar e começar a sua vida. — Ouvir isso me faz tossir mais uma vez e tenho a atenção de todos. — O que é isso, meu filho? — A minha mãe não me ajuda. Invento qualquer coisa, mas o que me prendo aqui é que eu preciso ser mais rápido. Se eu quiser a Irina, terei que fazer bem por onde e tenho que começar agora. É hora de realmente conseguir qualquer informação de qualquer jeito. Irina será minha!
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