CAP 14

1702 Words
Irina Ivanov Alguns dias se passaram desde aquele fiasco no casamento da Melina com o Alek e posso dizer que me sinto mais calma. Passei esse tempo todo até ontem com um certo nervoso toda vez que me lembrava e estava inquieta. Mas estou controlando. O que mais me demorou a ficar normal, foi o meu pai. Ele voltou a perguntar o que realmente tinha acontecido e outra vez, eu tive que mentir. Mas eu vi que ele não acreditou em nada e deixou de insistir para não se irritar. Mikahel foi outro que veio querendo saber mais também, mas fugi dele. Esse é o problema de ser a única filha mulher e ainda a mais nova. Os homens da família são ciumentos, desconfiados e todos eles tem um detector de mentiras. Só a minha mãe escapa e não faço ideia de como. Hoje nós temos um evento para ir e só vou por saber que é seguro e claro, por saber que Danilo não está mais aqui. Hoje tem uma apresentação de membrös da organização e outr motivo de eu ir, é que terei um tempinho com a Melina. Pelo menos uma mulher nova na família! — Já vai se preparar? — Mikahel aparece. — Vocês mulheres inventam de mais só para sair. E ainda é cedo! — Bom, eu já fico de qualquer jeito em casa e se arrumar uma vez e outra é um privilégio. Não acha? — Comento com as mãos na cintura. — É a chance que eu tenho. — Pode ser! — Ele vem e entrando. — Encontramos algumas pistas sobre o Klovis... em breve te passamos mais detalhes. — Isso me faz tensionar. — O que eu mais espero é ouvir de vocês que ele está morto... só isso! — Digo fechando a cara. — Eu quero paz, Mikahel e quero poder sair de casa sem o sentimento de que posso ser morta. — Isso vai passar! Teremos segurança reforçada e eu te prometo uma dança hoje. — Abro um sorriso largo por isso. — Maravilha! — Ele deixa um beijo longo na minha testa e dá meia volta. Mikahel me entende bem e eu amo essa nossa relação mais próxima assim. Queria ter o mesmo com o Alek, mas ele é mais fechado. Na cama, eu deixei já o vestido separado para eu dar uma olhada e acho que ele será perfeito. A minha mãe já contratou maquiador e manicure para hoje e vou me ocupar para não ter tempo de pensar em besteira nenhuma. Hoje o dia vai ser bem corrido! { . . . } A noite chegou e fiz uma bela escolha nesse vestido rosa. Queria usar um vermelho ou um preto, ou algo nessa tonalidade. Mas não posso! São as regras. Tudo se tem regras e por mais que eu seja maior de idade, não conta. O que vale é o casamento! Enfim, a maquiagem está perfeita e fico namorando a minha cintura bem marcada nesse vestido. Como eu já estou pronta, eu vou saindo do quarto e desço as escadas. Eu vejo o me pai na sala e eu sei que está esperando a minha mãe. Ela adora fazer uma descida triunfal para ele. — Está linda, minha filha. — O meu pai diz me olhando toda. — Cada dia que passa e parece mais com a sua mãe. — Obrigada, pai! — Vou chegando perto. — O senhor está tão elegante... como sempre! Eu tenho um pai bonito. — E tenho mesmo! Meu pai poderia ser modelo se não fosse o chefe da máfia russa. — Obrigado! A sua mãe fica maluca quando se escuta isso... — Eu sei bem disso. — Tudo bem? — Sim! Eu vou esperar lá fora. — Vou saindo para deixá-lo com a minha mãe, porque eu já ouço passos de salto. No lado de fora, eu já vejo o Mikahel encostado no carro enquanto fuma um cigarro. Ele sabe que detesto isso. O cheiro é péssimo, mas eu sei que ele não faz sempre aqui. É como se ele só fumasse quando tem algo lhe incomodando e pela sua cara, eu estou certa. — Vem, eu te levo! — Ele solta a bituca fora e abre a porta para mim. — Você está linda e vou ficar de olho em você hoje. — Eu não tenho 10 anos! — Afirmo o óbvio querendo que ele pare com isso. — Mas ainda é a caçula da casa. Eu vou ficar de olho em você! — Reviro os olhos e vou entrando no carro. Ele dá a volta e assim que dá a partida, eu vejo os meus pais saindo de casa. Saímos da propriedade em pressa e Mikahel não diz um apalavra. Alguma coisa aconteceu para ele estar assim! Penso que deve ser algo de trabalho e por isso fico quieta. Eu já ouvi certas conversas de homens da máfia e sinceramente, foi como fazer a minha cabeça girar. Eu nunca entendo nada! A única coisa que consigo ouvir bem e até falar algo é quando tem eventos beneficentes das ONG’s que a organização faz parte. A minha mãe comanda tudo em relação a esse assunto com a minha tia Sônia. Acho interessante, mas não é sempre que eu participo. Quando chegamos no local, Mikahel leva o carro para o estacionamento lateral e deixa o carro bem visível. Eu saio na mesma hora que ele e vou dando um jeito no vestido. O local já mostra estar bem cheio e vamos entrando vendo bem isso. Melina e Alek ainda não chegaram, mas já estão servindo champanhe e vou pegando. Pelo menos eu posso beber! Somos cumprimentados por algumas pessoas já conhecidas e as mesas já foram bem separadas. Sempre que eu venho nesses poucos eventos, eu me pergunto se é aqui que eu vou conhecer a pessoa que eu vou me casar. Não tenho outra forma de pensar além de que, o meu pai que vai escolher. Isso sempre me deixa nervosa. — Vem, vamos dançar antes de começar! — Mikahel me chama um tempo depois. Gosto de dançar com ele e nos passos aqui, eu olho ao redor. Nada da Melina ainda e eu sei que ela vem. Nem ela e nem o Alek podem faltar. Vamos dançando aqui e conversando um pouco até que eu os vejo. Eles são rodeados de membrös que querem falar com o casal do momento e do futuro e por isso, não tenho chance. Tenho que esperar. Depois, eu vou à mesa e bebo um pouco. Estou tomando esse champanhe como água. Os meus pais estão lá em cima como sempre e Mikahel já sumiu. Ele sempre some! Fico aqui esperando o tempo passar e depois, eu vejo os meus tios chegando e os meus primos não vieram. É, eu deveria ter ficado em casa. { . . . } — Que bom que veio! Isso tudo aqui não seria tão bom... — Melina comenta. — A comida estava boa. — Concordo com ela e bebo o último gole de champanhe. O jantar foi servido, já houve a apresentação e estamos aqui apenas conversando e rindo na mesa. Alek está ao lado dela conversando com Mikahel e o salão todo está aproveitando o jantar. — Melina, vem no banheiro comigo? — Peço sentindo a minha bexiga cheia. Bebi muito! Ela vem comigo e vou andando apertadíssima pelo salão. Parece que ficando de pé a vontade aumenta mais ainda. O banheiro fica no corredor e ao entrar, vou direto para a cabine. Sinto como se a minha alma saísse do meu corpo aqui pelo alívio e relaxo toda. Mas, eu ouço vozes ali e tento identificar. — O que quer? — É a voz da Melina e ela parece irritada. — Nada! Eu já tive o que queria..., fiz muito bom proveito e sei que se eu quiser novamente conseguirei. — Não consigo identificar de quem é e fico bem quieta ouvindo. — Boa sorte com isso..., agora sai... — Melina fala em ordem. — Calma..., isso está interessante. Eu faço parte da organização, então, não pode me expulsar... — Continuo sem identificar e tendo olhar pela brechä. — Depende..., mas como sei do seu interesse, eu posso garantir que não vai gostar da minha reação. — Tento me ajeitar aqui e tento ouvir mais ainda. — Querida, você é muito nova nesse mundo, tem muito o que aprender ainda e eu, sou muito bem preparada para tudo antes que você... — Finalmente eu consigo ter uma certa visão por menor que seja e agora eu sei. Não acredito nisso. Essa mulher outra vez? — Não, não está..., afirmo a você que estou preparada até os dentes da forma como não imagina, bem diferente de vocês que são usadas onde só sabem preparar a bucetä... — Melina revida e vou me ajeitando aqui para sair. Mas, esse vestido não me ajuda muito e vou ouvindo o debate e claro, a ameaça da Melina com ela. — Você é louca? — Ouço sons de passos e o meu vestido está me dando um trabalho enorme. — Quer descobrir? Posso ser uma se quiser..., me importune mais uma vez que a moça novata aqui mostra do que é capaz... — Respondo firme e prendo os seus cabelos na mão continuando. — Agora sai! A vagabundä é expulsa do banheiro e só consigo sair na hora que a Melina está sozinha. — Você ouviu tudo? — Eu aceno. — Eu sei quem é ela e..., sempre foi louca no Alek e... — Falo sem querer e ela me olha curiosa. — Continua... — Tento negär, mas ela vem mais perto. — Irina, sou uma pessoa extremamente curiosa, só continua. — Não tenho saída. — Ela queria ter casado com ele... — Engulo em seco. — Eu ouvi dizer que até tentou dizer que estava grávida, mas era de outro e teve que se casar forçadamente... — Melina dá meia volta e já imagino a sua raiva. Alek vai me matar se souber que eu contei e nem quero imaginar o susto dele. Tenho medo do Alek, isso eu não negö. Mas, Melina me garante que não vai me colocar nisso.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD