CAP 3

1403 Words
Danilo Bernardi O meu escritório no galpão é todo equipado com tudo que eu preciso e mais um pouco. Eu fiz questão de construir uma nova sala toda adaptada para o meu trabalho e ninguém entra aqui sem a minha autorização. Além de estar à frente das novas cargas e das separações depois da análise, eu ainda preciso dar continuidade aos meus trabalhos em softwares. Eu tenho focado muito em novos sistemas impenetráveis para qualquer lugar e já comecei a aumentar a minha lista de sucesso no ramo. Todo o sistema do galpão foi modificado por mim há um tempo e nunca tivemos problemas. Na verdade, tivemos melhoria. O antigo era uma merdä por ser ultrapassado e como sou eu que faço, sempre consigo me superar. Ainda falo na modéstia! Eu deixei o Leonardo de olho nas caixas mais delicadas de mercadorias e estou tentando correr contra o tempo. Boa parte de tudo que chegou já está comprometido com a máfia americana. É um dos motivos de Davon estar por aqui e como o casamento da Melina é nesses dias, eu estou responsável pelo despacho de cada item comprado. Quero ir deixando as minhas programações feitas e não ter com o que me preocupar. Eu gosto de organizar todas as minhas coisas para ficar livre. A mercadoria para a Rússia já foi concluída e por sorte, não tive que ver a cara do Mikahel. Na verdade, nem do Alek já que vieram de surpresa. Fiquei sem entender e quando soube, já estavam aqui e Alek já estava no chalé da Melina. A minha rede de acesso me dá caminho a diversas localidades que muitos não sonham. Em certos momentos, eu busco um desafio para eu poder tentar me superar, mas as vezes isso não chega perto. Às vezes é um saco saber demais! Enquanto faço a minha programação pessoal de um sistema de segurança novo, eu ouço o som da impressora ao lado e verifico para ver o que é. Leonardo enviou uma documentação que precisa da minha assinatura e dou uma olhada básica. — É..., isso aqui até que vai render bem para ele. — Nisso, o meu celular toca. — Fala! — Onde está? Você sumiu e não apareceu mais! — Reviro os olhos de imediato largando tudo na minha mesa. — Olha só, porrä, eu não sou sua namorada, não! Eu tenho que trabalhar e uma das coisas é a sua mercadoria. Ficou maluco? — Questiono me jogando na poltrona. — Já fez o p*******o, pelo menos? — Eu vou fazer! A maleta está separada bem aqui e vou lhe entregar em mãos... como é a qualidade? — Ele sempre faz essa pergunta imbëcil. — A melhor que se possa imaginar! Eu tenho um vínculo com um fabricante que você nem imagina... então, como vai ser? — Nunca revelo as minhas fontes e muito menos a minha mina de ouro. Tem coisas que somente eu sei e pretendo que continue assim. — Estou hospedado na cidade e te passo o endereço... tem algum compromisso? — Sempre aparece alguma coisa. — Eu sempre tenho compromisso, esqueceu com quem está falando? — Ele rosna em irritação do outro lado. — Isso é saudade de mim? Já? — Ele fica putö quando falo isso. — Vai se fudër, Danilo! — Não falei? — Então? — Tenho tempo para um drink e só..., sinta-se privilegiado, Don Alfa! — Ele que não reclame. — Babacä! — Ele até tenta disfarçar. — Quero conversar com você para te atualizar sobre umas coisas e..., eu preciso de uma coisa. — Todos precisam de mim, mas conversamos mais tarde. — Pouco depois, encerramos a ligação e largo o celular. Ouvir que ele precisa de alguma coisa só me diz que tem algo a ver com o irmão dele. Essa rixa já se arrasta por anos e não sei como ele ainda não seu um fim nisso. Eu já teria me livrado! Davon comanda uma das maiores organizações do mundo, mas corre um grande risco de perder tudo se não agir. Mas não sou eu que vou me meter nisso! Eu já tenho os meus problemas e compromissos aqui na Itália. — Abre aqui, porrä! — Leonardo bate na porta e destravo com o controle. — Verificou? — Quase, me dá um minuto! — Leonardo se senta no sofá ao lado e pego o relatório outra vez. Vou dando uma conferida nas quantidades correspondentes e nas análises que ele deu. Eu sempre coloco o Leonardo no meio disso e me ocupo com algo maior. Já virou rotina e como ele não entende nada do que eu faço, isso só contribui. Depois de ver tudo, eu assino em baixo liberando todas as caixas correspondentes e entrego a ele. Provavelmente, o meu pai não vai pisar aqui hoje por ter algumas reuniões com o conselho. Com o casamento da Melina nesses dias, eles vão debater os pontos coligados nessa união e fazer certas alterações e isso é de ambos os lados. Eles ainda vão fazer uma reunião por videoconferência com o conselho russo para mais detalhes e nem quero pensar em como deve estar a cabeça da Melina agora. Tenho que ligar para ela ainda hoje. — Filippo está chegando... — Leonardo comenta. — O meu pai quer que ele faça o armazenamento dos lucros que ele pegou nos bordéis da região. — Pelo menos um está trabalhando. — Declaro ao lhe ver deitado no sofá. — Não deveria estar fazendo algo? — Ainda não! — Tem dias que o Leonardo é um folgado. — O que vai fazer hoje à noite? — Vou receber o p*******o com Davon. Ele vai pagar tudo em espécie e não esqueça de colocar isso na nota do despacho. — Eu lhe entrego o documento. — Daqui pra frente, vamos pedir uma porcentagem a mais de mercadoria, porque algo me diz que Davon vai pedir mais coisas em breve. — Ele te disse isso? — Leonardo pergunta parecendo curioso. — Não exatamente..., mas guarde o que estou dizendo! — E assim, eu volto ao computador. Com os códigos específicos, eu tento criar uma nova aba de funcionalidades com o intuito de deixar alguns registros específicos. Na janela seguinte, eu invado a câmera minuciosa que coloquei na sala geral de reuniões da Sede e assim, eu e Leonardo vamos assistindo enquanto eu ainda trabalho aqui. Já faz um tempo que eu acompanho todas as reuniões dessa forma. Eu sinto que antes, o meu pai não me falava tudo por achar que não era algo para mim ainda, mas eu não concordo. A minha câmera lá, é uma segurança para não saberem que eu usei o sistema geral. Ou seja, eu uso o meu e ninguém sabe de nada. Fico invisível e sabendo de tudo! Não é uma forma de espionar o meu pai, mas é uma forma de eu estar sabendo de tudo. Afinal, um dia eu estarei lá e preciso saber o que me espera. O meu pai sabe bem como comandar e fazer uma bela negociação e vou dominar isso também. { . . . } — Melina? — Ela atende de imediato. — Oi, Danilo! Como é bom ouvir a sua voz... — Ouço-a suspirar. — Como estão as coisas aí? Papai não falou muito e percebi a voz dele bem murcha. — Eles estão preocupados, mas não sabem de nada ainda... e Alek? — Isso que quero saber. — Os preparativos começaram e a tensão aqui é grande..., ele quer me colocar medo, mas não vai conseguir. — Conheço a Melina e sei que há algo a incomodando. Infelizmente, não tem como fugir! — Bom, pelo menos sabemos que lhe machucar ele não vai e..., é mais fácil ele morrer depois. — Ela sorrir. — Pronta para se casar? — Não sei, mas não tenho saída! Pelo menos eu estou sendo bem recebida pelos outros..., Lya é adorável, Irina é bem agitada e não fico sozinha. Elas estão me ajudando com tudo..., só Alek que complica mesmo. — Pelo tom de voz, imagino a sua indiferença. — Não se esqueça, ele tem sorte de se casar com você... — Afirmo com sinceridade. — Você não é nada como as outras. — Ela agradece. — Nos veremos em breve. Encerro a ligação indo ver Davon e eu espero que não seja nada complicado e mais ainda, que não tome muito o meu tempo.
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