5

4924 Words
Yoongi preferiu ficar mais afastado da fogueira. A música não estava muito boa mesmo, mas o ambiente era bom. Ele comprou um engradado de cervejas e sentou na areia, olhando para o céu noturno, estava aberto e cheio de estrelas. Yoongi bebericou mais da cerveja e pensou que talvez Seokjin e Namjoon tivessem razão, afinal. Ele era sim meio solitário. Por mais que gostasse de passar seu tempo com o filho, sentia falta de alguém para conversar sobre coisas de adulto, para beber uma cerveja com ele no final do dia, para admirar YeJun também. Ele ouviu um pigarro e olhou para o lado, um pouco assustado, vendo uma pessoa completamente coberta, dos pés à cabeça. Achou estranho e analisou o recém-chegado imediatamente. — O quê? — perguntou de imediato, estranhando a forma como estava sendo observado. Jimin congelou, sem saber exatamente o que fazer. Deveria mudar sua voz? Agir de uma forma diferente? Céus, era melhor esquecer aquilo. — E-eu estava andando — disse, finalmente, com a voz trêmula e indicou a fogueira atrás de si. — Mas não conheço ninguém dali. Desculpe, também não conheço você. Foi m*l, isso ficou estranho. Yoongi continuou desconfiado, principalmente por ver o rapaz de máscara e boné, moletom e casaco, como se estivesse frio ali. Jimin estava completamente desconfigurado, pois não achou que o homem seria tão mais atraente visto mais de perto. Era bem simples, estava tranquilo e parecia um pouco cansado, mas era tão normal que ele achou agradável. — Eu só… — Senta aí — Yoongi falou, notando como o outro homem estava desconcertado, mas não parecia agressivo ou drogado. Jimin não recusou, então se sentou ao seu lado, mas a uma distância considerável dele. Yoongi tirou uma das cervejas do engradado e deu a ele. — Oh, obrigado — agradeceu e olhou para a marca que ele não lembrava de já ter visto. Normalmente não bebia coisas como aquelas, mas tudo bem, era só por um dia. — Aqui. — O moreno usou a ponta de sua camisa para abrir a garrafa para ele. Jimin abaixou a máscara sutilmente, mas continuou com o rosto encoberto pela aba do boné. — O que tá fazendo todo coberto desse jeito? Está doente ou coisa assim? O idol negou, subindo a máscara novamente, depois de engolir e fazer careta. — Ugh, essa cerveja é horrível! Yoongi piscou, olhando para ele. Estava sendo gentil com ele e ainda era m*l agradecido. — Me devolva, então — disse, tentando alcançar a garrafa da mão do estranho, mas ele a afastou. — Eu estava brincando. É boa, valeu. Yoongi não gostou daquilo, mas voltou a olhar o céu, sem dar muita atenção a ele. Jimin, no entanto, espiava o rosto levemente corado pelo que parecia ser exposição ao sol, ou talvez fosse pela bebida que o outro homem tomava. — Está aqui sozinho? — perguntou, vendo o moreno negar. — Com meus amigos. Se tentar fazer alguma coisa, eu quebro a sua cara — alertou, fazendo o idol arregalar os olhos e rir nervoso. — Yah… por que eu faria algo com você? Nem me conhece e me deu uma cerveja. Yoongi concordou, mas só tinha oferecido porque não beberia as seis sozinho e não levaria para o quarto, pois YeJun veria as garrafas e ele não queria que o filho visse aquelas práticas como algo natural, não até ter mais idade para entender os motivos e as consequências de beber aquilo. — E você? Está sozinho? Jimin negou com a cabeça, bebendo mais um pouco. — Não. Também estou com meus amigos. — Uma grande mentira, na sua casa só estavam os staffs. — Por que não está com eles? — Estão no hotel, eu vim dar uma volta antes de ir dormir também. — Ah, e você gosta de olhar… para o nada? Yoongi ouviu a risadinha que veio dele, mas quando olhou novamente, o homem já bebia mais um pouco. — Não estou olhando para o nada. — Apontou para o céu. — Quantas chances você tem de ver isso na cidade? Jimin olhou para cima, sem notar que estava com a máscara abaixada. Pensando bem, realmente, não via o céu tão limpo daquele jeito há muito tempo, ainda mais com tantas estrelas. As únicas estrelas que via eram os lightsticks ligados durante seus shows. — Você é bonito pra caramba — falou Yoongi, desviando o olhar em seguida, então Jimin olhou para ele. O moreno riu e cobriu a própria boca. Estava perdendo o jeito com a bebida. O álcool entrava e a verdade saía. — Foi só um comentário. O idol ia subir a máscara novamente, mas percebeu que o homem apenas bebeu um pouco mais e o ignorou, ou não tinha lhe reconhecido. — Você acha? — perguntou sorrindo e Yoongi assentiu. — Bom, então eu acho que vou ficar sem isso. — Tirou a máscara e umedeceu os lábios. — Você mora em Seul? — Não, Daegu. Mas você parece ser de Seul. — Pareço? — O sotaque. Sua voz é bonita também, parece que fala cantando. Jimin riu, empurrando o ombro do moreno ao seu lado com o seu próprio. Estava na cara que ele estava gostando da sua companhia, mas precisava saber se ele também gostava de homens. — Você está flertando comigo? — perguntou num tom de brincadeira, mas o moreno não negou e ele ainda estava surpreso do homem não tê-lo reconhecido. — Eu vou ser direto. Vim até aqui porque gostei de você. — Você não me conhece — Yoongi retrucou, mas não deixou de sorrir também. Estava enferrujado, não sabia mais flertar. — Mas eu gostei de você também. — Certo, então… me fale sobre você — Jimin pediu, e seu corpo já estava quase virado totalmente para ele, o boné ainda estava sobre seus cabelos, mas o rosto estava exposto. Apesar de que sem maquiagem ele parecesse um pouco diferente, estava contente de ter agradado o moreno. Não era a primeira pessoa que falava aquilo, ele sempre era muito elogiado por ser bonito, mas ele tinha se interessado por ele também. Não havia dito, mas o moreno tinha uma beleza que lhe cabia. — Não tenho muito o que falar. Sou bem comum, pra falar a verdade. — Adoro coisas comuns. Que tipo de música gosta de ouvir? — Rock, rap, blues… — Yoongi bebeu mais cerveja e olhou para ele, vendo o sorriso murchar um pouco. Agora Jimin compreendia. Um homem como aquele não ouviria música pop, pelo menos não por vontade própria. — O quê? Falei algo errado? — Não! — Jimin se apressou em dizer. — Não, é que eu ouço tudo, coisas bem variadas. O idol bebeu mais, então Yoongi aproveitou a deixa. — E você? Não vai me dizer nada? — Sobre mim? — Sim, claro. Jimin limpou a garganta, vendo que o moreno o esperava. — Bem, eu moro em Seul, mas nasci em Busan. Gosto de vir aqui quando consigo alguma folga do trabalho, mas as pessoas não podem saber disso. — Você é algum agente secreto ou algo do tipo? Jimin riu, fazendo seus olhos fecharem e Yoongi quase engasgou com a cerveja. Ele era MUITO bonito, talvez o cara mais bonito que ele já tinha visto, mas estranhamente familiar. — Na verdade, eu sou bem famoso. As pessoas não podem me descobrir porque senão estariam todas em cima de mim. É uma bagunça. Ele esperou, tentando ver se o moreno entenderia finalmente, mas Yoongi bufou, balançando a cabeça. — Famoso, é? Eu sou o presidente da Coreia, então. Ele não acreditou. Jimin mordeu o lábio, ficando mais perto dele. — Ok, você me pegou, era mentira. Mas eu fiz você sorrir. Então já tenho alguma coisa a meu favor. — Yoongi olhou para ele, especialmente para sua boca que parecia tão macia. — Vou ter que ir daqui a pouco… podemos encurtar nossa conversa? O Min umedeceu seus lábios também, sentindo seu rosto aquecer à medida que se aproximava do rapaz à frente dele. Não tinha tempo para perder, ele estava certo. Só queria sair para caminhar antes de voltar para o quarto, mas aquela noite estava saindo melhor do que a encomenda. — Você quer que eu beije você? — perguntou, e Jimin sorriu, dando de ombros. Ele parecia tímido e era fofo, bem diferente dos caras que davam em cima dele. — Você me beija, eu te beijo… a ordem não vai alterar o resultado. Yoongi concordou e, com certa pressa, buscou os lábios carnudos para si. O beijo era gostoso, como imaginava, o outro homem sabia o que fazer. Jimin deu apoio à mão larga que segurava seu rosto, sem deixar de aproveitar bastante daquele momento. Há tempos não se sentia atraído por alguém assim, que fosse tão natural para ele. Normalmente, levava algum tempo até ceder para outra pessoa, afinal, ele era Park Jimin, o idol. No entanto, ali na areia, sentado sob aquele céu estrelado, ele não se sentia como um idol, mas ainda assim, desejado e bem quisto. Aquele homem nem o conhecia, mas estava tão interessado quanto ele. A boca pequena se movia na sua com um ritmo gostoso de acompanhar. Os dentes dele o puxavam para si e Jimin deixava que ele fosse mais ousado, tocando a língua com a dele, segurando a camisa que o outro homem vestia. Eles não precisavam dizer o que sentiam, os minutos que passaram daquele jeito falavam por si só. Dez, vinte, quase meia hora apenas se deliciando naquele contato morno. Jimin notou seu coração acelerado, assim como o afago dos dedos do homem em sua cintura. Pensou se deveria chamá-lo para sua casa. Eles poderiam passar a noite ali, mas o telefone do moreno tocou, fazendo-o desviar seu olhar e procurar o aparelho no bolso, um pouco afobado. — Desculpe, eu preciso atender. — Ah… claro. O idol sorriu um pouco desconcertado. O que havia sido aquilo? Ele bebeu um pouco mais, mas queria mais daquele beijo, daquele homem em específico. Yoongi falou com Seokjin rapidamente, apenas avisando que já ia voltar. YeJun havia acordado e, pela primeira vez em muito tempo, teve um pesadelo e estava choroso. Justo naquela noite, ele pensou, mas não tinha que praguejar, mas sim ir ver seu filho. — Eu vou ter que ir — disse, com certo pesar na voz. Queria mesmo era continuar beijando o carinha bonito, mas YeJun precisava dele. — Seus amigos estão chamando? Eles não podem vir também? Eu posso liberar minha casa e— Jimin tentava de toda forma não deixá-lo ir embora, mas Yoongi o beijou mais uma vez, mais intenso, pegando-o desprevenido. — Desculpa. O idol suspirou, negando com a cabeça. — Ok, só me passa seu telefone. Não quero ficar só nisso aqui. Yoongi sorriu, ele era bem seguro e direto. Jimin estendeu seu telefone para ele e Yoongi digitou seu número. — Pode salvar como Min Yoongi. Aliás, qual o seu nome? Jimin soprou uma risada. Ele não sabia mesmo. — Me chame de J. — Oh, certo. Então… obrigado? Boa noite, J. — Ele o beijou de novo, desajeitado, já que o rapaz estava sentado na areia e ele de pé. — Queria ficar mais… mas tenho que ir. Me liga. — Vou ligar. Yoongi se afastou, olhando para trás mais algumas vezes. Jimin acenou para ele, suspirando. Por que sua vida tinha que ser assim? Até quando encontrava alguém com uma boa conexão, não podia ficar com a pessoa por muito tempo. Pegou o engradado das cervejas que Yoongi deixou ali e recolocou a máscara, voltando para casa. Yoongi entrou no quarto e viu YeJun enrolado na coberta, com Seokjin ao seu lado. — O que houve? Vim o mais rápido que pude. — Ele já subia na cama, mas YeJun já estava mais calmo. — Tive um pesadelo… tio Jinie disse que você estava lá fora, mas eu fiquei com medo de terem te sequestrado de verdade. — Eu?! — Yoongi perguntou, puxando-o para perto. — Acho que você tem que parar de assistir tantos casos criminais, garotão. — Vou deixar vocês dormirem. Eu também preciso de um colinho. — Obrigado, hyung — falou o Min, olhando para YeJun. — Ninguém me sequestrou, eu estou aqui. — Pai, você bebeu alguma coisa? Está com cheiro de… — YeJun fungou o nariz, tentando identificar. — Bebi uma cerveja. Foi por isso que fui lá fora. Agora vamos dormir, tá bem? — Não é isso. Seu perfume tá um pouco diferente. Cheiro de perfume caro, daqueles que sempre mostram nas lojas, os que fazem meu nariz coçar. Yoongi pegou sua camisa e sentiu o cheiro nela. Ele não costumava usar perfumes tão fortes, justamente por YeJun ter certa alergia, mas realmente, o cheiro do rapaz que beijou na praia tinha ficado em sua roupa. — É mesmo. Tem cheiro de perfume caro. — Não sabia que tinha lojas de perfumes aqui. — Vou tirar a camisa antes que você espirre — disse e o fez, largando-a ao lado da cama. Yoongi lembrou do comentário feito sobre a cerveja e pensou se aquele era mesmo um perfume caro. Talvez o estranho fosse mesmo alguém com dinheiro, mas não era hora para pensar naquilo. O gosto do beijo dele ainda estava em sua boca e Yoongi só pensava que nunca mais o veria ou falaria com ele. Aquelas coisas eram uma droga. Abraçou mais YeJun, apoiando seu queixo no topo do cabelo do filho, assegurando-se de não deixá-lo mais sozinho para que não tivesse pesadelos, enquanto ele revivia em seus sonhos os beijos quentes do homem que havia beijado na areia. [?] Fazia uma semana que Yoongi tinha voltado para Daegu. Ele passou na escola de YeJun para deixar o filho e voltou ao restaurante, para tomar um café antes de cobrir o turno da tarde. O cara que tinha encontrado na praia não havia ligado. Ele achava que ligaria? Não. No entanto, passou a semana esperando, como se fosse realizar uma fantasia. Às vezes, estava ajudando YeJun com a lição de casa, ou lavando o cabelo do filho, e isso sempre resultava em um “Pai, tá me ouvindo?” vindo do garoto. YeJun chegou a perguntar a ele se estavam com algum problema e Yoongi sorriu negando, bagunçando suas madeixas. YeJun era tão prestativo que estaria disposto a ajudar mesmo sem entender do que se tratava. — Por que você não pegou o telefone dele? — Namjoon perguntou, e ele suspirou, esticando as costas. — Sei lá, eu saí apressado. E também, eu pensei no YeJun. A gente ia se ver mais algumas vezes e aí? Quando ele descobrisse que eu tenho um filho, ia deixar de ligar também. — Você é muito amargurado, Yoongi — Seokjin disse enquanto tocava seu ombro. — Sou realista, Jin hyung. Ele parecia bem jovem, mesmo sem maquiagem. — Você fala como se fosse velho, Yoongi. Namjoon riu, sendo acompanhado pelo marido. — Às vezes é assim que eu me sinto. — Bom. Você pegou um garoto na praia — Seokjin falou. — A não ser que ele tenha uma queda por caras mais velhos, ele não te achou tão acabado assim. Yoongi soprou uma risada. Ele não se achava acabado, apenas cansado pelas obrigações do dia-a-dia. Ele seguiu tomando seu café quando seu telefone começou a tocar. Era um número de Seul e ele estranhou, mas aceitou a ligação. — Sr. Min Yoongi? — alguém perguntou na outra linha, uma voz feminina. — Sim, sou eu. — Aguarde um momento, por favor. — Ouviu novamente e achou que era algum retorno de trabalho, mas uma risadinha surgiu pouco antes dele ouvir outra voz no telefone, a voz melodiosa que ele tinha escutado na praia. — Yoongi! Até que enfim. Aqui é o J. Como você está? O Min piscou, incrédulo. Estava falando dele há pouco tempo e agora estavam no telefone. — Alô? Tem alguém aí? A ligação caiu? — E-estou aqui! Estou aqui! — respondeu imediatamente. — Oh! Aí está você. Tudo bem? — Sim — Yoongi respondeu, ainda sem acreditar que estava realmente falando com o rapaz da praia. — Por que pediu para que alguém ligasse por você? — indagou, e o idol riu. — Eu também estou bem, obrigado por perguntar. Mas que bom que o número estava certo, me desculpe por fazer você esperar mais de uma semana. — Não estava esperando — disse logo, mas pegou seu café e foi se sentar em outra mesa, longe de Namjoon e Seokjin. — Então é por isso a minha surpresa. — Certo, então. Mas eu confesso que estava ansioso para falar com você de novo. Podemos nos encontrar? Eu pago a cerveja dessa vez. Yoongi sorriu e coçou sua orelha, um pouco corado. — Você está em Daegu? — Não, mas posso ir. — Está brincando comigo, levou uma semana pra ligar. — Eu estava ocupado com o trabalho! Também não conseguiria ir imediatamente, mas este final de semana, eu estarei em Daegu… coincidentemente. — Não acredito em coincidências. — Pode chamar de destino, então. Mas o que importa é que eu quero encontrar você. Me responda, nós podemos? Yoongi achou estranha a forma como ele estava falando. Parecia ainda mais prepotente do que naquele encontro. — Não posso. Vou estar ocupado. — Com o quê? Eu posso saber? — Não, você nem me conhece, por que eu diria? — Não conheço?! Nós nos beijamos! — Isso não é conhecer alguém. — Eu conheci sua boca, você conheceu a minha, isso já é muita coisa. — Jimin riu. — Esta é a chance que teremos de nos conhecer, então. Eu arrumo tudo, juro que vai ser por minha conta. Nós saímos, conversamos… Yoongi umedeceu os lábios, já imaginando que o outro não queria apenas aquilo. — Não precisamos fingir ser tímidos. Eu sei o que você quer, e o que você quer, eu também quero — o Min falou, ouvindo um riso abafado vindo do outro. — Somos adultos e podemos lidar com isso. — Ótimo, então podemos nos ver, certo? O Min mordeu o lábio, negando com a cabeça, ainda que o outro não visse. — Bem que eu gostaria, mas não posso mesmo. Não tenho como. Aos finais de semana, Yoongi fazia alguma coisa com YeJun. Mesmo que fosse um simples passeio no parque, ou levava o menino para jogar basquete em uma quadra próxima, Yoongi não deixaria de ter seu tempo com a criança para se encontrar com um desconhecido. Seokjin olhava para ele, de longe, tentando decifrar o que era pelas expressões do amigo. Yoongi queria vê-lo, mas estava dividido entre seu dever de cuidar de YeJun e sua vontade de ir se encontrar com ele. Na outra linha, em Seul, Jimin estava em um camarim, após o fim de uma entrevista. Chateou-se ao ser dispensado; era divertido que Yoongi não tinha se dado conta de quem ele era. Talvez pela cerveja que já tinha bebido, talvez Jimin ficasse realmente muito diferente sem maquiagem e as suas roupas de grife. — Qual é, Yoongi… estou dizendo que vou para Daegu. Você só precisa… querer me ver. — Eu quero — Yoongi respondeu mais rápido do que queria. — Só que eu já tinha um compromisso marcado. — Eu também tenho, mas estou movendo toda a minha agenda pra ficar com você — Jimin reclamou, manhoso. — Sua agenda? — perguntou, e ouviu outra risadinha como resposta. — Faz um esforço, vai. Eu resolvo todo o resto, você só precisa estar lá quando for a hora. Pode ser? Yoongi mordeu o polegar, pensando. Ele era insistente, não tinha como negar. — Posso retornar pra você mais tarde? — perguntou, já imaginando quais as possibilidades que poderia conseguir para arranjar algum tempo para sair com ele. — Você vai bloquear meu número e fingir que não nos falamos? — Não, só vou tentar arranjar uma forma de mudar o meu compromisso. — Oh! Ótimo. Você pode ligar a hora que quiser. Jimin comemorou em silêncio quando ele se despediu, entregando seu telefone para uma staff. — Atenda se a ligação vier do mesmo número novamente. E prepare o contrato. — Ok, senhor. Nada na vida do idol era tão simples assim e mesmo um encontro casual como o que teriam precisava de segurança e todo um aparato para que não fosse encontrado por paparazzis, mas Jimin tinha passado uma semana inteira pensando em como queria encontrar aquele homem novamente. Ele só não ligou porque realmente m*l tinha tempo para dormir, quanto mais para se encontrar com alguém. Yoongi, todavia, tinha outro tipo de problema quando se tratava de se encontrar com alguém, então foi para o balcão em que os amigos estavam. — Você parece pálido. Tem a ver com YeJun? — Namjoon perguntou primeiro, mas o Min negou. — Não e sim. Hm… tem uma pessoa que quer me ver esse final de semana, mas eu tinha combinado de levar YeJun ao stand de tiro com o arco. Agora estou pensando no que eu faço. — Se for bonito, você vai. Pode levar YeJun mais cedo para brincar e de noite eu fico como babá dele — sugeriu Seokjin. — Não sei… já fiz isso na viagem e precisei voltar logo. — A diferença é que na praia ele não sabia que você tinha saído. Jun vai entender se você explicar pra ele. Ele sempre entende. — Eu pedi um tempo pra poder retornar com uma resposta pra ele, justamente pra que eu tivesse tempo de falar com YeJun. — Oh, então é “ele”? — provocou Jin. — Espera. Ele é o cara da praia? Que estávamos falando agora? Yoongi assentiu com um sorriso. — Você disse que ele era Seul. — Mas ele vai estar na cidade. — Eita, e quer ver você? — indagou Namjoon. — Ao que parece, quer sim. — Bom, então aproveite a chance. Duvido que YeJun vá reclamar. — Eu não vou contar pra ele… — Yoongi — Jin o repreendeu. — É só um caso! Se o que vocês falaram for verdade, se eu disser que vou ver alguém, ele vai ficar encanado. Eu sei como é, ele é o meu filho. O Min esperava o mesmo que YeJun não ficasse chateado. Sendo assim, viu quando o garoto passou pela porta do restaurante, com a mochila nas costas. Normalmente a van escolar o deixava ali, esperava que YeJun entrasse e depois partia. — Falando nele — Jin disse, acenando para o menino, que corria até eles. — Fale logo, vou preparar um lanche pro meu sobrinho. — Obrigado, hyung — Yoongi agradeceu e abraçou o filho. — Ei, tudo bem? Como foi a aula? — Chata, como sempre — YeJun respondeu, deixando que Yoongi pegasse sua mochila e o ajudasse a subir na banqueta. — Mas nós montamos um robô que luta, então eu gostei. — As escolas estão bem diferentes hoje em dia… Seokjin colocou um sanduíche natural e um suco sobre a bancada para que YeJun comesse e Yoongi preferiu conversar com o filho quando voltassem para casa. YeJun contou para o pai o que tinha feito na escola enquanto eles conversavam com os Kim também, entre um atendimento e outro. Quando o expediente terminou, Yoongi foi para casa de metrô e estava fazendo o jantar do filho quando resolveu que era a hora de contar sobre o final de semana. — Filho, você lembra que combinamos de ir para o stand de arco no sábado? — Sim. Vamos apostar quem acerta mais pontos no alvo! Yoongi sorriu, sentando-se ao lado dele, olhando para o garoto. — Você está bem animado, né? — Eu vou ganhar de você, por isso estou assim. — Oh, então está confiante, hm? YeJun assentiu com a cabeça. — É o primeiro passo para uma boa competição. — Muito bem. — O pai bagunçou os cabelos dele. — Ahn, mas eu queria saber se você ficaria chateado de ficar um pouco com tio Jin e tio Nam quando voltarmos. Um… amigo meu vai estar na cidade e estava querendo me ver. Tudo bem se eu for me encontrar com ele? O garoto piscou, pensando, mas mordeu um pedaço de brócolis em seguida. — Vocês vão a algum lugar que eu não posso ir? Yoongi soprou uma risada, desconcertado, e limpou a garganta. — É. Acho que vamos comer alguma coisa, mas em lugares que não são recomendados para crianças. — Nem crianças com a minha altura? — indagou, como uma última tentativa. YeJun gostava de sair. — Nem com a sua altura, espertinho. O menino concordou, enfiando o resto do vegetal na boca. — Então eu topo, já que não posso ir. Posso baixar aquele jogo que eu pedi da outra vez para jogar enquanto isso? — Mais um? — Yoongi perguntou com a sobrancelha arqueada. — Por favor — YeJun pediu manhoso, com um sorriso, e Yoongi revirou os olhos. — Tá bom. Agora coma, já está quase no horário de ir para a cama. Ele acompanhou o filho durante a refeição e depois assistiram um pouco de desenho juntos. Yoongi desligou as luzes e deu um beijo em YeJun, cobrindo o menino e ligando a luminária para ele. Fechou a porta do quarto e foi para o seu, onde pegou o telefone e ligou bastante ansioso para o rapaz que queria encontrar também. — J? — perguntou quando a ligação foi aceita, depois de chamar um bocado. — Oi, você. Então, decidiu se pode se encontrar comigo? Yoongi sorriu, sentando-se na cama. Há tempos não se empolgava como estava empolgado para isso. — Sim, mas já adianto que não posso voltar muito tarde e nem bêbado, então vamos fazer algo que caiba nisso. — Uau, parece que estou no ensino médio novamente. Devo te deixar antes das dez em casa? — É isso ou nada. Aliás, eu ainda nem sei seu nome. Você se chama J? J do quê? — Hmmm… — Ele ouviu uma risada nervosa e depois o homem continuou. — Jaemin, meu nome é Jaemin, mas me chama só de J mesmo. — Ok. Então… podemos nos falar durante a semana? Não quero ser sentimentalista, mas eu sou cuidadoso. — Está achando que eu vou te sequestrar? — Hm, é uma possibilidade. — Certo, pode mandar mensagem para esse número, talvez eu só demore um pouco para responder. Assim você perde o medo que está de mim e combinamos tudo. — Não estou com medo, é só cuidado — disse, pensando que ele não podia ser imprudente, ele tinha um filho bem novo para criar. — Ok, agora eu preciso ir. Até outra hora. — Até mais, Yoongi. Estou ansioso por sábado. Yoongi corou apenas ao ouvir o tom de voz profundo dele. Ele desligou, mas ainda ficou pensando sobre. Jimin precisava arrumar tudo para seu encontro com o gatinho da praia e isso incluía planejar sua saída com segurança. Estaria em Daegu para um evento e precisava de cuidado, pois seus fãs podiam ser bem invasivos quando queriam. Ele precisava contar para Yoongi quem ele era, mas o fato do Min não saber o deixava confortável, pois sentia que estava saindo com ele por ser um idol famoso, mas sim por ter se interessado por ele, coisa que desde seus dezesseis anos, quando debutou, Jimin não sabia o que era. Porém, Yoongi não descobriu por ele, como gostaria de fazer. Estava no restaurante, mexendo no telefone, quando Namjoon apontou para a TV e chamou Seokjin. — Ei, amorzinho. Olha só, aquele cantor que você gosta vai estar na cidade. — Qual deles? Eu gosto de tantos… — Seokjin se aproximou para olhar a TV e Jimin apareceu em um anúncio. — Ah, Jimin, tão lindinho. — Você fala desse jeito e eu fico com ciúme — Namjoon soprou numa risada, e Yoongi olhou para o amigo, mas Seokjin o abraçou. — Ele é fofo. Eu não gosto de caras fofos. Mas é um ótimo cantor. Pena que Yoongi não gosta desse estilo, senão poderia mandar algo para ele. — De quem estão falando? — Yoongi perguntou, olhando para a TV também e seu queixo desceu no mesmo instante. Ele poderia estar muito enganado, mas o cantor de pop romântico era simplesmente idêntico ao cara com quem ficou na praia. Estava bem mais arrumado, com maquiagem e roupas bonitas, mas Yoongi tinha um ótimo ouvido e, caramba, como ele não percebeu antes? Era a mesma voz! — Acho que o Jiminie conquistou mais um fã — Seokjin comentou, rindo em seguida. — Como é o nome dele? — Jimin. Só coloca no Google, ele é um reizinho na internet. Yoongi fez exatamente isso, olhando as fotos, uma atrás da outra. Seu coração estava acelerado. Certo que haviam cerca de seis pessoas idênticas no mundo, mas quais as chances de terem a mesma voz? O mesmo sorriso e jeito requintado. Yoongi se afastou, indo para fora do restaurante e ligando para o carinha com quem vinha falando. Jaemin sempre se esquivava de responder certas coisas de sua vida, querendo saber sempre mais de Yoongi e sua normalidade. Fazia sentido, cada vez mais. Jimin estava com uma máscara hidratante no rosto quando viu o telefone reserva tocar. Sabia que era Yoongi, então atendeu imediatamente. — Jaemin ou Jimin? — Hm? — Jimin perdeu o fôlego. — Você é o idol ou não? Só me responda isso, por favor. [?]
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD