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4032 Words
— Jimin… Jimin… — Só mais 5 minutos… — Você entra no palco em 10. Já chega, está na hora de acordar. O staff bateu palmas ao lado de seu rosto e Jimin se assustou com o barulho. Estava sentado na frente do espelho, com três pessoas se revezando entre fazer sua maquiagem, pentear seu cabelo e arrumar seu figurino. Todo dia de show era assim. — Quanto tempo eu dormi? — perguntou, depois pigarreou, procurando uma garrafinha de água para limpar a garganta. — Uns três minutos — a maquiadora respondeu, apertando uma esponjinha com pó compacto em seu rosto. Ele olhou para o reflexo à sua frente, estava quase completamente pronto para o trabalho. Jimin estava viajando há quase dois meses, sem pausas, numa tour que arrecadava milhões por cada lugar que passava. O solista de Pop coreano estava em seu auge e queria aproveitar cada momento daquilo, mas tudo tinha seu preço. Seu sono estava desregulado, ele normalmente só parava para perguntar as horas antes de alguma entrevista ou quando descia de um avião. Tudo estava indo tão rápido, que ele precisava se esforçar mais do que nunca para dar conta do recado. Jimin levantou, arrumando a jaqueta que vestia e verificando se estava tudo em ordem para começar seu último ritual de aquecimento. — Ainda faltam muitas cidades? Estou esgotado. Dá pra ver na minha cara? Os staffs negaram. — Você está perfeito como sempre — alguns disseram, entre risadinhas. E Jimin sabia que aquilo deveria ser encorajador, mas ele estava cansado. Essa era a verdade. Precisava de um pouco de descanso e paz. — Cinco minutos! — o produtor anunciou na porta do camarim e eles começaram a se mover. Jimin devia chegar até onde ficava o palco e seu nervosismo tinha que se dissipar até que a plataforma subisse. Girava seu microfone na mão e recebia alguns tapinhas nas costas, sua equipe sempre presente. — Ok, são duas horas e meia, e menos um show na conta. Pense na recompensa, na brisa, na luz do sol, nas férias que vai ter quando isso terminar. — Certo. Vamos, vamos — respondeu, de olhos fechados, mas abrindo-os em seguida. Ainda faltavam cerca de dez shows, mas Jimin estava sempre positivo. Quando pisava no palco, ele dava o seu melhor, independente do que estivesse acontecendo por fora, nos bastidores. Ninguém o via doente, ninguém sabia de suas frustrações internas. Tudo o que sabiam dele era o que Jimin queria mostrar: seu brilhante sorriso fofo, combinando com os cabelos rosados que adornavam seu rosto, ou o rebolado sexy e os movimentos coordenados de suas danças sempre impecáveis. Jimin interpretava músicas com uma destreza descomunal, num timbre único e que soava diferente de qualquer outro. Os fãs o amavam, alguns idolatravam, mas ele se sentia pleno mesmo quando ouvia as vozes se juntando à dele, compartilhando seus sentimentos ao entoar suas canções, gritando seu nome. Ali, valia cada gota de suor, cada coreografia que repetia na sala de práticas. Jimin entrava em êxtase e só sentia o cansaço quando tudo terminava. Quando o carro deixava os estádios ou arenas, quando ele chegava ao hotel, esgotado, mas satisfeito com o trabalho que havia feito. Jimin sempre dava seu máximo em todos os shows, porque por mais que ele estivesse cansado, o homem gostava de fazer seu público vê-lo como se aquele fosse o primeiro show da turnê. Ele ia com a mesma empolgação, a mesma energia, ainda que mais tarde, depois de tudo, seu corpo o cobrasse e exigisse o descanso. Ele finalmente tirava toda aquela maquiagem, lavava o fixador do cabelo, sentava na cama e comia o seu pedido, saboreando cada momento como se fosse o último. Apesar da grande fama, Jimin, no entanto, possuía uma vida solitária. Ele não tinha tempo para manter um relacionamento, e nas vezes que conseguiu, a mídia havia ficado tão em cima dele que m*l conseguiu desfrutar daquele sentimento. Aceitou, por várias vezes, que o único consolo que tinha eram as vezes que ficava com alguém sem pretensão nenhuma. Às vezes ele nem se dava ao trabalho de conhecer a pessoa direito, pois só se veriam uma vez, então não valia a pena. Era mais seguro, para não correr o risco de se apaixonar. Jimin havia se acostumado a apreciar sua própria companhia e não via problema nisso, afinal, sendo um idol mundialmente famoso, o que não faltavam eram oportunistas esperando qualquer chance de ter algo com ele. Fosse uma manchete, ou até mesmo um filho. Ele optava por se preservar e continuar naquela condição, solteiro, até que sua carreira estivesse menos agitada, pois ele gostava do que tinha e lutou muito para ter tudo aquilo. Não era justo que perdesse aquele momento por conta de um affair comprometedor. Do outro lado do mundo, numa cidade da Coreia do Sul, Min Yoongi pegava a mochila de seu filho, depois de mais um dia inteiro de trabalho na cafeteria. Seus melhores amigos, Kim Seokjin e Kim Namjoon haviam inaugurado uma nova parte do bar que já tocavam. Yoongi trabalhava pela parte da manhã numa fábrica de móveis projetados e sempre que sobrava algum tempo de tarde, ele tocava violão no bar, restaurante — e agora cafeteria — dos amigos. Era um dinheiro extra, que Yoongi já começava a reservar para os estudos de YeJun. YeJun tinha sete anos e passava a maior parte do tempo na escola. Entre lições de casa e algum tempo no videogame, o garoto não dava muito trabalho, ele entendia desde sempre que eram apenas os dois naquele mundo inteiro. Mesmo que tio Nam e tio Jinie — como ele chamava — estavam sempre dispostos a ajudar, eles também tinham sua própria vida. Assim, YeJun cooperava. Yoongi e ele conversavam muito, dentro do que era possível conversar com uma criança daquela idade, e ele procurava não ser um peso para o pai, mesmo que Yoongi sempre tenha deixado claro que YeJun era tudo para ele. Sua motivação e seu gatilho para querer sempre crescer como pessoa e como pai. YeJun se orgulhava de ter alguém como Yoongi para se inspirar, nunca tinha sentido necessidade de outra pessoa entre eles para se sentir amado, mas o garoto também observava a forma como todas as outras pessoas — adultas e com filhos — ao seu redor continuavam a viver, tinham seus paqueras e até se casavam de novo. Yoongi, no entanto, gastava todo seu tempo livre apenas se dedicando a YeJun. O garoto já tinha perguntado por que o pai também não arrumava uma namorada, já que sua mãe o tinha deixado tão cedo, mas o Min sempre desconversava, dizendo que não estava pensando naquilo por agora. YeJun não insistia, respeitava o espaço do pai porque quando ele precisava do seu próprio, Yoongi também o respeitava. Naquela tarde, em específico, YeJun passou a maior parte do tempo lendo e resolvendo suas lições escolares enquanto Yoongi tocava no palco improvisado do restaurante. Ele gostava de ouvi-lo também, e assim como o pai, adorava rimar. Yoongi tinha estudado música, mas nunca trabalhou na área. Com um YeJun pequeno para criar, ele precisava de um trabalho fixo e de salário razoável. Então, deixou mais aquele sonho no porão. — Yejun, recolha suas coisas enquanto eu vou falar com Jin hyung, ok? Você comeu alguma coisa? — o homem de cabelos escuros e olhos pequenos perguntou ao filho, olhando para os cadernos abertos sobre uma das mesas. O restaurante nunca ficava completamente lotado, então sempre sobrava algum espaço para o garoto ficar. — Tio Nam me deu chocolate e biscoitos. Eu não comi tudo, guardei alguns pra depois do jantar. — Ele mostrou um saquinho que havia enfiado na mochila e Yoongi sorriu, orgulhoso. — Muito bem, garoto. Já volto. Ele se afastou. YeJun era tão responsável que ele até questionava como poderia ter tido um filho tão bom assim. Lembrava que quando tinha a mesma idade, ele só queria brincar no parque, correndo e jogando lama nos outros garotos. Talvez fosse um reflexo de quanto Yoongi tinha mudado. Desde que sua ex-namorada apareceu em sua porta, entregando a ele um bebê que era sua cara xerocada, dizendo estar viajando para a América do Norte, Yoongi havia amadurecido rápido demais. Na época, ele havia registrado o bebê, mas a garota morava na casa da mãe. De repente, ela estava indo embora e deixando o menino para Yoongi. Filho não era algo que se deixava sozinho, então o Min deu seu jeito de se ajustar. Aos trancos e barrancos, Yoongi tinha criado YeJun como podia, mas tinha dado certo, até então. — Nós não vamos abrir na semana do feriado. Vamos aproveitar e descansar um pouco — falou Namjoon, servindo um pouco de chocolate para ele. Yoongi desejou que aquele chocolate tivesse conhaque, ele estava cansado. Olhou por cima do ombro e viu YeJun guardar suas canetas e lápis de cores. — Sem extra, então. — Vocês podiam vir com a gente — sugeriu Seokjin. — É feriado, a escola de YeJun não vai funcionar. — Você perguntou a ele? — Yoongi questionou e Seokjin assentiu. — São só duas horas daqui. Vai ser bom sair um pouco. Eu acho que ele convive com adultos demais. Nesse idade, ele devia estar comendo terra ou algo do tipo, não? Não ajudando os comediantes a fazerem o roteiro do stand up. Namjoon apertou a bochecha dele. — Só você comia terra com essa idade. — O quê?! Talvez por isso eu seja o único bonito aqui! Yoongi riu, olhando para os amigos. YeJun nunca tinha questionado sobre o relacionamento deles, mas ele tentou explicar um dia. YeJun quase o fez morrer de vergonha ao perguntar o que tinha de mais em duas pessoas que se amam. Talvez Seokjin estivesse certo, ele convivia com adultos demais, entendia mais do que era esperado para sua idade. Ele mesmo não falava sobre sua sexualidade com o filho. Ainda não se achava pronto, nem considerava ser o momento para fazer aquilo. Yoongi falava com ele sobre educação s****l, sim, mas respeitando os limites etários do garoto. Talvez fosse bom levar o filho para um passeio na praia, deixá-lo brincar com outras crianças e fazer algumas amizades. — Podem dar uma carona no carro? — perguntou, e os dois concordaram. — Claro! E nos responsabilizamos pelo aluguel da casa também, não precisa se preocupar. Eles eram bons demais para serem de verdade, porém Yoongi concordou. — Mas vou ajudar com a comida. — Do que estão falando? Comida de quê? Alguém vai fazer aniversário? YeJun havia chegado ao lado deles e Yoongi o abraçou pelos ombros. — Quer viajar para a praia no feriado? Os olhinhos de YeJun brilharam e ele assentiu, fazendo todos rirem. Ele era um ótimo garoto e Yoongi se sentia sortudo ao saber disso. Dias mais tarde. Jimin desceu as escadas de acesso ao espaço abaixo do palco depois da última música e sentou ali mesmo, sendo amparado pela equipe de staffs. — Terminamos, Jimin! Foi uma tour e tanto! Parabéns! Essas e outras felicitações não eram nada perto do alívio de saber que completou todos os shows que sua agenda marcava. Ele saiu do estádio e foi para o hotel, cansado, e olhou as notícias sobre o fim de sua turnê mundial. Estava terminado. Havia feito um trabalho excelente e precisava de descanso imediato. Pegou o telefone e ligou para seu produtor. — Precisa de algo? Não deu tempo do homem responder, não estava aberto à discussões. Ele precisava de descanso e teria. Não queria saber da mídia no pé dele, nem de trabalho naqueles dias. Apenas paz e o mar. [?] A viagem de Yoongi até a praia foi animada, com YeJun ao seu lado, com fones nos ouvidos enquanto assistia desenho animado. Seokjin e Namjoon estavam animados também, pois desde a a******a do restaurante não tinham conseguido nem dois dias de férias. Os amigos conversaram o caminho todo e quando Yoongi se deu conta, já estavam no litoral. — Uh! Ale é a casa em que vamos ficar — Jin falou, animado. Yoongi olhou pela janela do carro e percebeu que não se tratava de uma casa, mas sim de um hotel pequeno e muito bem arrumado. — Nam… — Nem olhe pra mim, foi ele quem escolheu ficar aqui. — Nós merecemos, Yoon. Nós merecemos. YeJun olhou pela janela também, chamando o pai com tapinhas fracos. — Aquilo ali são barcos de pesca? — perguntou, e Seokjin assegurou que sim. — Nós podemos ir lá, tio Jin? — Em alto-mar? Não — Yoongi falou, vendo o garoto sentar, com um biquinho. — Não dessa vez. Mas prometo que em breve faremos isso, ok? — Tá bom! — YeJun concordou. Yoongi o alertou para ficar na cadeirinha, pois ele já tinha soltado o cinto de segurança. Fizeram o check-in e entraram, indo para seus determinados quartos. Yoongi e YeJun teriam um só para eles, claro, pois o casal queria aproveitar a viagem como deveriam, então tinham uma suíte enorme apenas para eles também. YeJun estava animado, fotografando tudo o que via de novo. Não costumava sair daquele jeito com o pai, no máximo ia para a piscina, mas era a primeira vez que estava realmente na praia. Estava cedo, então Yoongi entregou a ele o calção de banho e uma camisa de proteção ultravioleta. Queria deixar o filho brincar à vontade, mas sem deixar de protegê-lo. Logo após o almoço, os quatro foram para a praia, onde YeJun encontrou algumas crianças para brincar na areia. O ambiente era bem familiar, apenas algumas poucas pessoas passeavam por ali, a maioria fugindo das vidas agitadas da cidade, então tudo estava tranquilo. Yoongi bebia um drink leve enquanto observava o filho no sol, pois assim como ele, YeJun quase nunca saía de casa. — Obrigado por nos convidarem, YeJun está se divertindo — disse, enquanto observavam o menino mais ao longe. — Sabe que não é dificuldade pra gente. — Amamos ver YeJun contente e amamos sair com você. Nos lembra dos tempos da faculdade — Namjoon completou a fala do marido. Yoongi riu. — Ah, claro, os tempos que eu já era uma vela. — Você nunca se importou — retrucou Seokjin. — Não mesmo. Contanto que não fiquem se beijando na minha frente… Namjoon olhou para o marido porque sabia que Seokjin estava a ponto de falar o que não deveria, mas não o segurou. — Sabe, Yoon, eu acho que está na hora de encontrar uma pessoa. O Min olhou para ele, erguendo uma sobrancelha. — O quê? Pra quê? Eu estou bem do jeito que estou. — Você não sente falta de ter alguém para dividir as coisas? — Alguém para dar uma metidinha? — Seokjin completou e os outros dois riram. — Seokjin, eu transo, ainda que você não acredite — Yoongi assegurou, bebendo mais um pouco e olhando para o filho. — Eu só não quero apresentar uma pessoa nova na nossa vida e isso se tornar um caos. Yoongi já havia tentado algumas vezes. Saiu com algumas pessoas e até se encontrava por um espaço de tempo, mas quando ele contava que tinha um filho, normalmente a pessoa recuava. Não tinha como julgar, ele sabia, afinal, aquela geração estava mais preocupada com trabalho do que com uma família. Ele amava YeJun, mas precisava abdicar de muito porque tinha que cuidar do menino. — Talvez aconteça, eu só não estou com pressa. YeJun já está com sete, daqui a pouco ele é quem vai estar namorando, saindo de casa, eu não quero perder o crescimento dele. — Você pode ver seu filho crescer e ser feliz ainda assim — Seokjin falou, mais afetado pelo álcool. — Eu sou muito feliz com ele — Yoongi respondeu. — O que Jin quis dizer é que talvez YeJun também precise disso — Namjoon comentou. Yoongi deixou seu drink sobre a mesa e olhou para o garoto que corria atrás dos outros agora. — Ele disse isso pra vocês? — Não desse jeito. Não disse que sente falta da mãe, mas ele está crescendo, está começando a entender as coisas. — Namjoon suspirou antes de continuar. — Ele observa a pessoas, observa Jin e eu, observa você, e é claro que ele sente que falta algo. Não entre vocês, mas para você, em específico. Yoongi conhecia bem seu filho e sabia que aquilo era completamente possível, pois YeJun já havia perguntado para ele se o pai tinha intenção de se casar algum dia. — YeJun não é bobo — Seokjin falou, olhando para ele. — E qualquer pessoa a metros de você percebe o quanto está solitário. Qual é, Yoon… não estou falando dos seus encontros no Tinder. É sobre alguém para reclamar, alguém dormir agarradinho, essas coisas cafonas que amamos fazer. O Min riu, assentindo. Ele sentia falta de algo assim também, apesar de nunca lembrar de ter tido. Yoongi foi pai antes de construir uma família e naqueles sete anos, só teve casos eventuais, nada muito sério. — Isso não depende só de mim. YeJun já sabe dizer do que gosta e do que não gosta, minha prioridade sempre vai ser meu filho — afirmou. YeJun cansou de brincar e correu até ele, então Yoongi o abraçou e afastou seus cabelos de seu rosto. — Água? — perguntou, vendo-o assentir. — Sim, por favor. Yoongi não queria quebrar aquilo que tinham, não queria colocar outra pessoa numa posição que apenas YeJun conseguia ter. Ele podia viver sozinho até o dia que o filho o deixasse, não fazia m*l. O que ele não queria era que o garoto se sentisse desconfortável ou pressionado por aquilo. Mais tarde, já de noite, Yoongi o ensinava a passar hidratante para cuidar da pele bronzeada. YeJun repetia suas ações, cuidando de alcançar toda a parte queimada. — Você se divertiu? — Yoongi perguntou, e ele deitou na cama, cansado. — Tanto que ainda estou cansado. — Sério? Nem o jantar fez com que se sentisse mais revigorado? Yoongi fez cócegas na barriga dele, e YeJun se protegeu, rindo. — Só me deixou com mais sono — disse em meio a um bocejo. — Bom, então é hora de apagar as luzes. — Tio Jin disse que ia pro bar com tio Nam. Você não vai com eles? — Hmmm… acho que não. O sol também me cansou. — Você nem ficou no sol, pai — retrucou o menino. — Por que não vai se divertir também? O quarto tem câmeras de segurança. Yoongi olhou para os cantos do quarto, estranhando, já pensando em avisar os amigos, mas escutou a risada do filho. — Do lado de fora, bobo. — Ainda bem — respondeu para YeJun. — Seus tios iam ter um processo a caminho… O menino franziu as sobrancelhas, mas Yoongi se deitou ao seu lado e o cobriu. — Estou realmente cansado, não só de hoje. Ainda temos mais alguns dias. Hoje eu quero dormir. YeJun não contestou, fechando os olhos quando o pai mandou, deixando um beijo em sua testa e o abraçando. Em poucos minutos, o garoto já estava dormindo, mas Yoongi ainda estava pensando no que havia conversado com o casal de amigos na praia. YeJun estava mesmo preocupado consigo e não queria que o filho se sentisse m*l por achar que estava atrapalhando sua vida amorosa, então conversaria com ele quando voltassem de viagem. Os dois outros dias que passaram ali, foram regados a diversão e calmaria. Yoongi estava aproveitando o tempo livre para curtir o filho, chegou até a entrar no mar, apesar de achar que estava muito gelado. Jogou futebol e fez castelos de areia, ensinou YeJun a subir pipa e tomaram sorvete até não aguentarem mais. Era a última noite deles ali, Seokjin e Namjoon tinham bebido bastante nas noites anteriores e como iam dirigir, preferiram deitar mais cedo. Yoongi já estava indo para o quarto também quando Namjoon o chamou na recepção. O Min ainda estava de bermuda, camisa florida e sandália. — O que foi, Joon? Algum problema? — perguntou ao se aproximar mais dele. — Não, só estava adiantando nossa saída. Jinie já foi dormir, eu ia chamar você pra uma cerveja, mas meu marido já mandou mensagem me proibindo de ir. — YeJun já dormiu também, eu vou em seguida. Namjoon olhou para ele e pressionou os lábios numa linha fina. — Yoon, sei que o hyung às vezes fala umas coisas sem sentido, mas dessa vez eu acho que ele tem razão. Não sobre você se casar, mas sobre pensar em você também. — Ele olhou seu telefone. — Está cedo. É a última noite. YeJun está cansado e não vai acordar agora. Deixe a chave do quarto comigo, eu vou verificar de vez em quando. — Não precisa fazer isso, Jin vai querer trepar, é o último dia das férias de vocês. Namjoon riu. — Ele está acabado. Já fizemos mais vezes do que ele normalmente aguenta. Vamos ver um filme. Vai beber alguma coisa, tira um tempo pra você. A gente cuida do YeJun, não precisa se preocupar. Yoongi mordeu o lábio, pensativo. Uma parte dele não queria se afastar, mas outra sabia que ele merecia. — De uma em uma hora. Por favor, Nam, não esquece, não quero que ele acorde e pense que eu o deixei sozinho. — Duvido muito que ele chore se acabar acontecendo. No máximo vai ligar a TV ou jogar até ter sono outra vez. Yoongi sorriu. Era verdade, então assentiu. — Não vou demorar, de qualquer forma. — Aproveita — Namjoon frisou, dando tapinhas em seu ombro e pegando a chave de sua mão antes de seguir para a suíte em que estava. Yoongi apenas saiu como estava em direção a um pequeno luau que acontecia na praia. [...] Jimin chegou ao litoral e uma casa completamente mobiliada já estava à sua espera. Ele tinha desbotado o cabelo, para não ser facilmente reconhecido, e fez tudo o que queria fazer naqueles dias antes da tour terminar: dormir. O idol quase hibernou por dias seguidos, acordando apenas para comer e postar alguma coisa em suas redes sociais, fingindo ainda estar na cidade. Seus seguranças e staffs o mantinham informado acerca de tudo o que precisava saber, mas no geral, ele estava finalmente em paz. Pegou sua xícara de café e observou o nascer do sol do último dia que ficaria ali. Comeu chocolate na hidromassagem e assistiu alguns filmes que sempre via quando tinha algum tempo livre. Ainda não queria dizer adeus àqueles dias, mas precisaria voltar em breve. Naquela noite, viu uma fogueira, ao longe e decidiu que iria até lá. — Não é seguro você ir sozinho — um staff alertou. — Só tem idosos aqui, basicamente. Eu vou de máscara e óculos, ninguém vai me reconhecer. — Óculos escuros à noite? Melhor colocar um boné. — Boa ideia! — exclamou, pegando a peça da mão do homem que sorria para ele. — Só lembre de não beber demais e voltar no horário. Temos compromissos amanhã, então não seja exagerado. — Ok, ok. Podem deixar comigo. Quando eu decepcionei vocês? Nunca. Não vou demorar, qualquer coisa eu corro e ligo para irem me buscar. Todos torciam para que não precisasse, mas era algo que podia acontecer. Jimin estava “disfarçado”, com roupas simples e sem a maquiagem. Embora ainda estivesse com um pouco de medo de ser reconhecido, sua vontade de curtir o fez caminhar pela areia, chegando até perto da fogueira. Não havia tanta gente assim. Aparentemente, estavam tão entretidos que nem percebiam quem passava. O idol, porém, analisava cada um, pensando que talvez aquilo fosse tão natural para eles, sentarem na praia, assistir o sol se pôr, enquanto ele precisava de todo um aparato para aquilo. Mas o que chamou sua atenção de verdade, foi um homem que bebia, assim como ele, a uma distância razoável de tudo aquilo. Parecia tranquilo, degustando de uma cerveja, olhando o céu, no entanto. Parecia estar mais interessante do que tudo ali. Jimin sentiu vontade de perguntar o que ele estava admirando e, sem pensar demais, foi até ele. [?]
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