A bagagem era pequena porque Potira tinha roupas na casa do Brasil, o lugar era quente e poderia pegar sol de biquíni ou maiô.
No aeroporto, Potira ganhou um abraço caloroso de Laura.
Laura não sabia qual era problema com o amigo e compadre, mas sabia que algo sério acontecia. Já Marco estava a par dos acontecimentos, mas não daria a informação à sua mulher , porque era ínttimo, e não abriria margem para que curiosidades desnecessárias surgissem em Laura, era possessivo.
Quando os noivos embarcaram em direção à lua de mel, Marco estendeu a mão para Laura.
_ Venha, honey, vamos passar algumas horas em um hotel. Estou com saudades de você.
Laura riu, Marco não perdia uma oportunidade de ficar sozinho entre quatro paredes com ela. Ed estava seguro em casa e tinha a companhia do amigo inseparável.
…..
Pedro observou a sua mulher dormir, no assento ao lado do seu. Finalmente estavam casados, tinha aguardado ela aproveitar a vida, viajar, cursar a faculdade de veterinária. Quando descobriram a real idade dela, ele não teve coragem de se casar com uma adolescente, além ser contra todos os princípios dele. E naquela idade Potira não o deixaria construir uma ligação entre eles, para só depois revelar os seus segredos, mas no fundo ele não sabia se estava pronto para tudo aquilo, a amava, mas era muito tempo sem companhia feminina e sem precisar trabalhar com delicadezas e romantismo,, mas agora viveriam sobre o mesmo teto, teria que se ajustar. Passou parte da viagem á observando, mas depois acabou sendo vencido pelo sono. Ele riu antes de fechar os olhos, era um homem casado agora e precisava lidar com o ônus e o bônus desse presente.
Dez horas do Texas para o Brasil, fizeram uma espécie de conexão.
Pararam para lanchar no aeroporto , e Pedro ofereceu um sorriso tão genuíno enquanto ela contava uma piada sem graça. que Potira se sentiu mais calma, resolveria o que quer que fosse o problema. Podia ter sido mimada, mas tinha aprendido muito também. Não se deixaria vencer tão fácil, mas Pedro também era obstinado, ela nem sabia o quanto.
Desembarcaram em solo brasileiro com a presença das estrelas no céu, imediatamente Potira sentiu a mudança climática, o local era mais quente que o Texas.. Ficariam na casa que Estefano tinha no litoral do Paraná. Potira se desfez da camisa de botões que vestia, agora estava com um cropped de manga longa e calça.. Sentiu os olhos do marido deslizar em sua pele, Pedro foi apresentado ao desejo supremo e ao ciúmes no mesmo instante.
Um carro os esperava, mesmo dormindo no avião o efeito Jet Lag deixou Potira cansada. O cansaço a nocauteou no carro, Pedro a pegou nos braços quando o homem de Estefano estacionou no jardim da casa. E o noivo aproveitou para sentir o cheiro dela mais uma vez antes de depositá-la na cama.
Dormiram juntos,mas Pedro manteve a sua calça jeans e o cinto, queria se certificar de não ser pego desprevenido pelas mãos curiosas de Potira.
Potira acordou na cama sozinha, encontrou Pedro, o homem que agora era o seu marido na janela e de costas, ela gostava do tom mais escuro da pele masculina, o abraçou por trás.
O dia lá fora era maravilhosamente quente, tinham dormido a noite toda. Mesmo de costas Pedro sentiu o cheiro do condicionador próprio para cabelos ruivos que ela usava, sabia do condicionador porque ele costumava comprar para ela, era mais fácil de achar pelos locais que ele passava. O cheiro era a marca registrada dela, mesmo de olhos fechados a reconheceria.
_ Fome?
_ Pouco.
Ele se voltou, e a beijou, mas se arrependeu, não podia ir além, primeiro tinha que a preparar sobre o que encontraria como esposa dele e não estava pronto para essa conversa. Deveria ter contado antes que subissem ao altar, assim ela teria tido a chance de desistir. Não podia.
Assim a afastou, antes que a excittação crescesse e não pudesse disfarçar.
Passou a mão nos cabelos. Os meses de namoro foram difíceis, ela era jovem e curiosa, gostava de o tentar, tinha que se controlar, e ela não ajudava.
_ Pedro? Não me deseja?
Ele fechou os olhos.
_ Não é isso. Precisamos esclarecer algumas coisas, mas não ainda.
_ O que acontece?
_ Vamos nos divertir, conversaremos em nossa casa.
Ele encostou a cabeça na dela.
_ Porque se casou comigo?
Não podia evitar a pergunta.
Ele tinha sido terno, a feito se sentir especial, mas homens traem, a tristeza dela podia denunciar os pensamentos equivocados.
_ Não a enganei, estávamos noivos e tenho honra.
Ela buscou vestígios do problema nos olhos dele, mas não encontrou nada, precisava descobrir se ele só havia subido ao altar e a recebido como esposa justamente por honra.
Mas decidiu resolver os problemas na casa deles. Ele disse que não falaria ali, e se havia uma coisa que aprendeu no convívio com o marido, foi que Pedro não voltava atrás com uma palavra. A palavra dele era uma só, não importava o que acontecesse.