CAPÍTULO 3 – A noiva prometida.

1819 Words
Meu aniversário de 18 anos chegou e não sei dizer se estou feliz ou apenas assustada com tudo que o meu futuro me reserva. Eu sei o meu destino e o aceito, não sou revoltada com ele ou i****a de achar que não o mereço e que posso fugir dele, quanto a isso minha mãe me preparou desde cedo para aceitá-lo, pois nasci na máfia, pelo ao menos até quando ela pode, pois a perdi quando tinha apenas 11 anos. Desde então vivo com o meu pai, meus 2 irmãos e os funcionários da fazenda, a única presença feminina nesta casa desde que minha mãe partiu é a Maria, nossa cozinheira. Na verdade, ela é quem governa a casa. E é a única com quem tenho permissão para ter contato de verdade. Meus estudos foram de forma remota, logo depois que minha mãe morreu meu pai determinou que fosse assim. Não tenho contato com muitas pessoas, mesmo os soldados do meu pai não se aproximam de mim, estão sempre de guarda, porém a uma distância preestabelecida. Faz alguns meses que não vejo os meus irmãos, eles foram para o campo de treinamento outra vez e de lá foram para capital assumir seus postos na máfia e desde então não vieram mais me visitar. Ah esqueci-me de falar, sou filha de mafioso e por isso meu destino já está escrito, pelo meu pai e pelo pai do meu noivo, homem que nunca vi pessoalmente, na verdade nem por fotos direito. Eu o vi apenas uma vez, em uma foto num site de notícias, meu irmão Vicente estava no computador e cheguei de repente e consegui ler o título da reportagem e ver a foto dele. O que já faz uns 6 anos. Por isso não me lembro bem da sua fisionomia. Mas recordo que era um jovem bonito de cabelos lisos e olhos escuros. Às vezes me pergunto se sou feliz? E sempre baseio a minha resposta no que o meu pai sempre me diz. Primeiro estou viva, segundo tenho saúde, terceiro tenho uma casa e uma família que sempre cuidou de mim e tenho praticamente tudo que quero. Sei que não tenho a vida de uma jovem comum, até porque não sou uma. A Maria sempre me diz isso, sou filha de mafioso, e em breve serei esposa de mafioso, do Dom. Isso é tão louco que me assusta de tantas formas, já ouvi histórias terríveis sobre os casamentos na máfia. O casamento dos meus pais era tranquilo, até porque meu pai escolheu a minha mãe. Ele se encantou por ela que o aceitou e viveram bem. Não era um amor de cinema, mas se respeitavam e nunca me deixavam perceber nenhuma briga ou discussão. Apesar de que minha mãe sempre me disse que a mulher de mafioso deve ser sábia e serena mesmo quando ele estiver como uma tempestade, pois eles já são fúria demais para um lar por si só. Hoje meu dia será “agitado”, Maria me avisou que chegaram alguns presentes para mim logo cedo, a maioria foi enviada pelo Dom Hugo, meu futuro sogro e sua esposa. Acredito que isso por que sou a futura esposa do Dom, não sei bem como, mas a esposa do Dom também é poderosa. É o que dizem. Creio que a influência que terei na vida dele seja mínima, entretanto há quem acredite que poderei conseguir muitas coisas com ele, inclusive meu próprio pai acredita nisso. Sei que os ganhos financeiros acontecerão e também as posições dos meus irmãos foram elevadas dentro da máfia (não que eles não sejam merecedores, pelo contrário eles são tão bons que poderiam ser Dom, foram muito bem treinados e são inteligentes acima da média, é algo de família), e só por isso já fico feliz uma vez que agora eles estarão menos em perigo no campo, logo que são futuros conselheiros. Meu irmão mais velho Valentim, antes de partir para assumir o seu novo cargo na máfia, me disse para ser a “Melhor” para o Dom. Não entendi muito bem na hora, mas quando chegou a vez do meu irmão do meio Vicente ir para o treinamento, ele me disse para não ser apenas mulher do Dom e sim para fazer do Dom meu, o meu esposo, “O MEU DOM”. Pois nossa família depende disso e ele acredita em meu potencial. Preciso dizer que tenho muitos medos, mas desejo do fundo da minha alma gostar do meu futuro marido. Não quero uma vida de sofrimento a ser massacrada pelo dinheiro e luxo. Sinto-me muito ingênua nos assuntos de um casal, mas não poderia ser diferente uma vez que minha mãe se foi quando ainda era uma criança e não teve tempo para me instruir. Dona Maria é uma senhora de idade já e sei que meu pai a proíbe de falar desses assuntos temendo que eles despertem minha curiosidade ou que eu perca a inocência no olhar e o Dom acredite que sou uma desfrutável. Meus estudos mesmo remotos sempre foram supervisionados pelo meu pai, então nunca pude fazer pesquisas e conhecer certos assuntos, até mesmo os livros de romances que já li são os clássicos românticos que eu amo como Romeu e Julieta, acho que por isso que sou tão romântica. Fui educada para ser uma Dama da máfia, aprendi várias línguas estrangeiras, estudei estratégias e as regras da máfia, e etiqueta, porém nunca recebi treinamento de luta, armas ou algo assim, por assim dizer sou uma dondoca, uma princesinha que sabe cuidar do lar, muito bem educada, até mesmo só aprendi cozinhar por que sempre fiquei muito tempo com a Maria na cozinha. As minhas malas já estão prontas, estou com tudo arrumado, também não vou levar praticamente nada, a minha futura sogra, a madrasta do Dom fez questão de comprar absolutamente tudo para mim com intuito de agradar o Dom, eu apenas pude citar as minhas cores favoritas. Espero que ela tenha bom gosto, apesar de viver reclusa tenho muitas revistas de moda feminina e adoro me imaginar bem vestida com os modelos que me encantam. Preciso dizer que tenho uma pasta com vários modelos que sonho um dia vestir. Nem de longe é nada decotado, apesar de ter um corpo esbelto nunca gostei de atrair os olhares para ele. Nem acredito que irei só com a roupa do corpo, vou sentir falta das minhas coisas. Estou me despedindo de cada canto da fazenda, até dos meus guarda costas (acabo sorrindo da minha ingenuidade), porém eles não sabem disso, eles estão sempre a uma distância de 3 metros de mim. O máximo que consigo deles são alguns acenos de cabeça e gestos. Não sei se eles temem ao meu pai ou ao meu noivo, só sei que nenhum deles se atreve a me olhar nos olhos. No início quando meu pai impôs essa regra a pedido do meu noivo eu achei estranho, um exagero, mas como ele me explicou não há porque eu querer contato com os soldados e isso é para a minha segurança. Passo pela cozinha e falo com a dona Maria, ela está fazendo o meu prato predileto para o almoço: Lasanha bolonhesa. Pergunto pelo meu pai mesmo já sabendo onde ele está. — Dona Maria sabe onde meu pai está? — Ele está no escritório, menina. — Ela me responde, lhe agradeço e vou falar com meu pai. O sr. Vitor Ducad é um homem sério, mas sempre me tratou com carinho. Ele sente até hoje a morte de minha mãe, e temo por ele agora que ficará sozinho nessa propriedade, porém sei que aqui é o seu lugar. Ele sempre foi muito amigo do Dom Hugo e por isso eles fizeram este acordo de casamento, no início foi desejo de minha mãe, mas logo se tornou uma ‘Promessa de sangue’. — Pai! Posso entrar? — Claro, minha filha, venha até aqui. — Me aproximo do meu pai olhando em seus olhos e depois abaixo a cabeça em sinal de respeito (na máfia é assim). Ele segura em minhas mãos e as beija. E começa a falar. — Filha amanhã seus sogros virão lhe buscar, ficará na casa deles até o dia da cerimônia do seu casamento. Eu e seus irmãos iremos apenas no dia do seu casamento, espero que o seu esposo seja bom para você, sei que ele irá se encantar por você. Espero que meu pai esteja certo. — Você foi educada para se tornar a esposa ideal para o Dom além de ser uma bela “ragazza”. Sinto lhe dizer que a partir de amanhã nem eu ou os seus irmãos poderemos mais lhe proteger. Concordo com uma balançada de cabeça. Mesmo assustada com essa afirmação. — Apesar de que sei que os seus irmãos mesmo contra minhas ordens tentaram lhe ensinar a se defender e a ser sagaz e observadora, tenha cuidado filha, no 1° ano de casamento você será tão importante quanto o seu marido, e quando estiver grávida será a maior fraqueza do Dom e muitos poderão tentar lhe fazer m*l. — Entendo papai, farei de tudo para ser uma boa esposa, e não deixarei o senhor e os meus irmãos serem prejudicados. Ou passar vergonha. Guardarei os seus conselhos e prometo ter cuidado. Tento passar confiança e tranquilizar o meu pai. — Vou subir e me arrumar para almoçarmos. — Me despeço do meu pai e vou para meu quarto desejando no meu íntimo que meu marido realmente se encante por mim. O dia passou tranquilo, à noite jantamos e a Maria fez um bolo para comemorar o meu aniversário. Meu pai me deu um colar que pertenceu a minha mãe, era um colar de prata com um pingente em formato de cruz cravejado com rubis. Fiquei emocionada com meu presente, esse irei usando, pois nem as minhas joias poderão ser levadas. Recebi ligações dos meus irmãos me parabenizando, estou feliz que em breve irei revê-los. Logo deito em minha cama e fico pensando como é o meu noivo, se ele é bonito, se gostará de mim. Sou alta, tenho 1,80 de altura, magra, mas tenho curvas nos lugares certos, meus cabelos são bem longos e pretos, tenho olhos azuis, traços harmônicos e segundo Maria tenho o sorriso mais lindo do mundo. Mantenho meus cabelos longos desde sempre e agradeci quando meu pai disse-me que era uma preferência do meu noivo. Mas nos últimos anos passei a usá-los presos para surpreender ao Dom no dia nosso casamento, quero um penteado magnífico, isso eu poderei escolher, eu acho. Sou muito decidida, sei bem o que quero ou não, o que gosto e não gosto. Adoro ler e sonho em viajar para vários lugares ao redor do mundo. Adormeço em meio aos meus pensamentos. Logo conhecerei o meu noivo, o meu Dom. Mal posso esperar por esse dia!
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