Desculpas.

1021 Words
Isabella narrando. Eu estava cansada de ser humilhada em casa e em locais públicos, alguma coisa dentro de mim despertou e eu entendi que não preciso de ninguém, muito menos de pessoas que me fazem passar por essas situações. A minha prima desde criança sempre deixou claro o quanto ela não gostava de mim e isso só foi se intensificando quando o pai dela perdeu tudo e o meu pai assumiu a Máfia e os negócios da família. Eu nunca me envolvi, sempre fiquei ao lado do meu pai e sempre evitei procurar saber sobre as coisas que eram relacionadas a negócios de família. Eu era muito nova e não tinha interesse algum nas posses da família e eu fui criada muito bem pela minha mãe, sempre recatada, procurei estudar e ter um bom futuro, sem depender de nada. As coisas só pioraram depois que eu me casei com o Martin e logo em seguida o meu pai veio a falecer, foi aí que a garota passou a me odiar ainda mais, eu assumi tudo por direito e eles ficaram com a minoria, mas não por culpa minha e sim por ser m*l administrado. Naquele momento eu perdi toda a paciência e classe que eu tinha e simplesmente dei um tapa na cara dela, eu não medi as consequências do que poderia acontecer com essa minha atitude, eu só sei que saí do banheiro igual um furacão, deixando aqueles dois idiotas lá, Martin que se vire com aquela mulher e dê uma boa justificativa para os anfitriões da festa, já que quem procurou foi ele. Eu fui em direção a saída do salão de festas e procurei o carro que eu vim, mas só então eu me lembrei que o Martin dispensou o motorista... eu tinha duas opções, esperava ele ou simplesmente chamava um táxi para poder chegar em casa ante dele e evitar confusão. Eu ouvi passos atrás de mim, senti um arrepio dos pés a cabeça e com um medo terrível, olhei para trás e me surpreendi com o Martin chegando perto de mim. Para a minha surpresa ele não estava com cara de bravo ou sei lá... - Quer ir para casa? - Ele perguntou no mesmo tom seco de sempre e eu apenas assenti com a cabeça. Ele concordou e passou o braço pela minha cintura, me conduzindo até o carro, Martin abriu a porta do passageiro e eu entrei, ele deu a volta e entrou, ligando o carro em seguida. O caminho inteiro foi silencioso, ele as vezes me olhava pelo canto dos olhos, mas eu fingia que não estava vendo e permaneci com a minha cara de brava... Eu só queria que ele notasse a minha insatisfação e que pelo menos uma vez na vida ele se importasse com o que eu estava sentindo. Assim que chegamos em casa, eu abri a porta do carro antes que ele fizesse as honras, na boa, eu estava achando esse homem muito esquisito... mas não vou reclamar, melhor que ouvir gritos e ser esmurrada. Eu entrei em casa e subi as escadas sem esperar por ele, entrei no meu quarto e fechei a porta, até esqueci de trancar... Eu fui correndo para o banheiro, queria tomar um banho e tirar aquela raiva que eu estava sentindo. Assim eu fiz, tirei o vestido e liguei o chuveiro, entreo e fiquei um bom tempo ali, deixando a água cair pelo meu corpo, só assim para relaxar. Depois de um longo tempo, eu saí do banho e vesti o roupão, passei desodorante e hidratante no corpo e quando abri a porta do banheiro, levei um susto, não esperava que o Martin fosse entrar no quarto e muito menos ficar me esperando com essa cara de cachorro sem dono. - Que susto... - Eu falei passando as mãos no rosto. - Se perdeu no meio do corredor? - Não, eu bati na porta, mas... - Ele apontou em direção ao banheiro. - Obviamente você não ouviu. - E o que te trás aqui? Veio gritar comigo por causa do que aconteceu? - Ergui uma sobrancelha. - Não. - Ele suspirou. - Eu vim me desculpar, não esperava que ela fosse aparecer... - Era meio óbvio, você não a chamou, então ela iria para me provocar. - Eu cruzei os braços e o Martin me olhou, ele estava diferente, realmente parecia que ele estava se sentindo m*l. - Eu não quis falar com ela hoje, mas eu vou resolver isso. - Ele continuou me olhando. - Tranquilo, eu só espero que não precise participar de reuniões como essa, eu me sinto mal... não somos um casal. - É apenas uma vez no ano... - Ele deu um leve sorriso. - Não se preocupe, só te incomodo no ano que vem, a não ser que tenha alguém assumindo a liderança de alguma das máfias aliadas... - Entendi. - Dei de ombros. - Agora você pode sair para eu poder me trocar? Se você não se incomoda, eu estou bem cansada... - Tudo bem. - Ele passou uma das mãos pelos seus cabelos completamente alinhados e se levantou. - Eu vim apenas te pedir desculpas. - Desculpas aceitas. - Respondi e levantei a mão em direção a porta do quarto. Martin, sem dizer uma só palavra abaixou a cabeça e foi andando em direção à porta do quarto e abriu. Eu não queria ter sido dura com ele, mas ele já me fez passar por muitas coisas, eu não podia voltar atrás e abaixar a cabeça mais uma vez. Pela primeira vez na vida consegui chamar atenção dele de alguma forma quanto ao que eu estava sentindo de verdade e pela primeira vez ele pareceu se importar com isso. É estranho, mas eu fiquei com pena dele... parecia que ele queria algo mais do que pedir desculpas. A única coisa que eu tinha que fazer era vestir uma roupa e descansar, eu iria colocar uma pedra em cima do que aconteceu hoje e fingir que esse dia não existiu, só assim para eu não ficar pensando noa motivos que levaram o Martin à se desculpar.
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