5- Tamara

1630 Words
Capítulo 5 Tamara narrando Estou muito ansiosa. Amanhã vou visitar o tubarão. Não sei como, mas a Manu descobriu até o nome dele: Marcos Henrique dos Santos. Ela conseguiu fazer uma carteirinha pra eu poder fazer a visita. Estou morrendo de medo da reação dele, mas também não posso ficar com essa dúvida que está me matando. Depois que a Esther saiu da casa da minha tia, a Rebeca foi comigo à loja do morro. Comprei uma camiseta, um conjunto de lingerie nude e uma calça de moletom, que é o que aceitam pra entrar vestida. Voltamos pra casa e minha tia já tinha preparado o jantar. Nos sentamos e jantamos com ela e meu tio. Não contei nada pra eles porque os dois vão sair de viagem na madrugada e não vão me ver sair. A Manu ia preparar a comida na casa dela pra eu levar, na verdade, ia pedir pra empregada dela. Vou levar algo pra gente comer lá, dizem que é só isso que entra no dia da visita. Fui pro meu quarto na hora de dormir e quem disse que o sono vinha? Ajoelhei e orei bastante pra Deus me dar forças. Dependendo do que ele me falar lá, eu nunca mais vou atrás dele, vou tomar outro rumo na minha vida e vou largar ele de mão. Terminei a minha oração e me deitei, fiquei ali olhando pro teto, até que, enfim, peguei no sono. Acordei escutando o barulho dos meus tios na cozinha. Eles estavam saindo pra viajar. Olhei no meu celular e já era quase cinco horas da manhã, e a gente ia sair daqui às 5:40. Levantei e fui até o banheiro, tomei um banho e sequei meu cabelo. Passei um hidratante no corpo, vesti aquela roupa horrível, mas até que ficou bom no corpo. Fiz uma maquiagem bem discreta, passei o meu perfume e deixei o cabelo solto mesmo. Calcei um chinelo Havaianas, que é o que pode. Escutei a buzina e vi a Manu de carro lá na frente de casa. Desci levando só o meu celular. Cheguei na frente de casa e entrei no carro dela. — Bom dia, loira — eu digo, dando um beijo no rosto dela. — Bom dia, meu amor! Tá cheirosa, hein? Vai acabar com o coração do tubarão — ela diz, me zuando, e eu n**o, sorrindo. — Para com isso — eu digo e ela sorri. — Tive que pagar um extra pra dona Vera. Veio de madrugada cozinhar pro teu boy. Eu até comi pra ver se estava bom, tudo uma delícia — ela diz e eu dou risada. — O que ela fez de bom? — eu pergunto. — Fez costela assada, purê de batata e arroz. Ela tem um filho preso, então sabe como entram as coisas. Já arrumou tudo em potes transparentes e também fez um pudim. A dona Vera vale ouro — ela diz e eu concordo. — Vale mesmo! Pode deixar que eu vou pagar o extra dela — eu digo e ela n**a. — Eu já paguei, fica suave que agora estou ganhando bem — ela diz e eu encaro, vendo suas motos atrás da gente. — Tem duas motos atrás da gente — eu digo, assustada. — Fica suave que são nossos seguranças — ela diz e eu me sinto mais aliviada. Depois de uns quarenta minutos, chegamos em frente ao presídio. Meu coração acelerou e minhas mãos estavam suando; eu estava tremendo também. — Chegamos — ela diz e eu concordo. — Vou descer com você e esperar você entrar. Vou te esperar aqui uma meia hora. Se você não sair, venho só na hora que acaba a visita — ela diz e eu concordo. — Muito obrigado, prima. Eu nunca vou esquecer o que você está fazendo por mim — eu digo, me segurando pra não chorar. — Nós somos uma pela outra, não se esqueça disso — ela diz e eu concordo. Descemos do carro e ela pegou a sacola com a comida. A fila estava enorme. — Nossa, até chegar na minha vez… — eu digo, vendo a fila imensa. — Tu acha mesmo que a gente vai enfrentar fila? Eu paguei uma mina pra pegar a senha pra tu. Daqui a pouco já vão começar a chamar — ela diz e eu concordo. Essa minha prima é incrível! Ela vai lá na frente, conversa com uma mulher que estava na fila e me dá a senha de número 6. As mulheres que estavam na fila ficaram me olhando de cara feia, mas ninguém disse nada. — Ela vai visitar quem? — uma senhora pergunta pra Manu. — Ela vai visitar o Tubarão, o sub do morro do Jacarezinho — a Manu diz, e uma louca lá da fila vem pra cima da gente. — Como é que é? Eu que vou visitar ele! — ela diz, me encarando dos pés à cabeça. – Eu sou a fiel dele! Você pega essa mina aí e sai agora daqui! Tá ficando louca de vir visitar o meu homem! – ela diz, me encarando, e eu fico sem chão, sem saber o que fazer na hora. – Quem vai sair daqui agora é você! Eu já te vi e sei muito bem quem vive com ele, e você não é fiel dele, que eu sei. Mete o pé daqui ou quer ir pro desenrolo, sua p*****a! – a Manu responde, erguendo a voz. Quando a mulher vai responder, um dos seguranças que veio fazer a nossa segurança se aproxima. – Algum problema, Manu? – ele pergunta. – Não, j**a. Essa mina aqui já tá voltando pro buraco de onde saiu, não é mesmo? – ela diz, olhando pra ela. A mulher me lança um olhar cheio de raiva e sai. Tava todo mundo olhando pra gente, e a minha cara queimava de vergonha. – Meu Deus, que vontade de sumir daqui! Já me arrependi de ter vindo! – eu digo, morrendo de vergonha. – Que isso! O trabalho que eu tive pra conseguir tudo pra ti! Você vai entrar sim e esclarecer as coisas! Não vai ser uma p**a nenhuma que vai estragar isso! Então para de pensar besteira, porque essa mina é uma marmita lá do morro dele. Ele não tem fiel, se tivesse, eu saberia! – ela diz, e eu concordo. Ela fica na fila comigo mais uma meia hora até que começam a chamar as senhas. – Vou ficar aqui fora te esperando. Se você não estiver se sentindo bem lá, pode pedir pra sair – ela diz, e eu concordo. – Luiza! – ela chama a moça que está na minha frente. – É a primeira visita dela, dá uma força pra ela lá dentro! – ela diz, e a moça concorda. – Pode ficar tranquila, Manu. Ela entra comigo – Luiza diz, fazendo um toque com a Manu. Chamaram a minha senha e a da Luiza. Nós entramos e passamos pelo portão, indo até uma sala. Ela colocou a bolsa dela na esteira e falou pra eu colocar a minha também. Coloquei e entramos em outra sala. Tinha duas policiais lá. Elas pediram o documento e a carteirinha. Eu entreguei, morrendo de medo. Uma delas marcou alguma coisa no computador, me devolveu a carteirinha e o meu documento, mandando a gente pra outra sala. Luiza já estava tirando a roupa e mandou eu tirar também. Ficamos nuas e tivemos que nos agachar em cima de um espelho. Pensa em uma humilhação que passamos, só o sangue do cordeiro! Uma policial passou a mão nos meus cabelos, parece que procurando se eu tinha alguma coisa ali. Ela olhou minha roupa e depois jogou tudo no chão, mandando eu me vestir. Tratam a gente como se fôssemos nada. Entramos em outra fila e nos entregaram nossas bolsas. – Vem atrás de mim que ele está na ala do meu marido – Luiza diz, e eu concordo. Saímos caminhando, entramos em um corredor que dava em um pátio. – Você vai pra lá agora, eu tenho que ir por esse lado – ela diz, e eu concordo. – Muito obrigado, Luiza! – eu digo, e ela concorda. – Até depois – ela diz e sai. Eu vou até o fim do corredor e chego a um pátio. Tinha muitos presos lá, encostados na parede. Fiquei sem saber pra onde ir, até que meus olhos cruzaram com os dele. Quando ele me viu, arregalou os olhos e veio andando rápido na minha direção. Eu parecia que tinha perdido até o jeito de andar de tão nervosa que estava. As minhas pernas estavam bambas e eu tremia. – Tamara, tá fazendo o que aqui, mano? – ele diz, pegando a bolsa que estava no meu braço e segurando minha mão. Ele sai me arrastando até uma cela, puxa a cortina e ficamos só eu e ele ali. – Eu precisava te ver, Marcos – eu digo, encarando ele. – Tu é f**a, Tamara! Eu nunca ia imaginar que era você que tava aqui! Como conseguiu entrar? – ele diz, olhando nos meus olhos. – Foi a Manu que conseguiu tudo – eu respondo, e ele concorda. – Eu já imaginava – ele diz, dando um sorriso. – Aqui não é lugar pra você, princesa – ele diz, passando a mão no meu rosto. – Eu não me importo com o lugar. Eu só queria te ver e saber se você não quer mais mesmo me ver – eu digo, olhando pra ele. Ele me abraça forte, eu olho em seu rosto e ele encosta os lábios dele nos meus. Iniciamos um beijo lento e gostoso, cheio de sentimentos e saudades. Continua..... Bora comentar e deixar um bilhetinho pra nossa Tamara 📚
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