Cap 3

1808 Words
Ventania A coisa no morro não era nada desorganizada e todo mundo sabia disso, principalmente a tia Laura já que ela morava na minha casa e sabia de tudo e mais um pouco sobre a minha vida Aquela mulher praticamente me salvo do fundo do poço, eu não posso negar, mas eu ainda fiquei mais para o lado da escuridão do que da Luz, isso era principalmente em casa, quando eu era obrigado a olhar para carinha daquelas crianças Pensa mermão, eles saíram cuspido e escarrado a Camille, tanto o Miguel, o meu guri, quanto a Débora. A minha n**a era muito religiosa sabe, mermo vivendo no meio do meu mundo quebrado, ela encontrava tempo para olha para cima e encontra o olho de Deus fitando a gente, cuidando da gente O nome do meu filho ela teimava em dizer que vinha de Arcanjo, um que ia fazer diferença no final de tudo e da minha princesinha, se eu não me engano, era coisa de profetiza. Eu mermo só acreditava, nunca tive tempo de pegar na p***a da bíblia para poder conferir Só que agora, eu não conseguia mais olhar nos olhinhos dos meus presentes de Deus, eu ainda não entendia o motivo de o cara lá de cima tire justo o meu fôlego de vida e tomar para Ele e ainda deixando um par de cria para ver crescer com todos os trejeitos da Camille Eu cheguei em casa naquele final da tarde, mas entrei pela porta lateral que eu tinha feito depois da minha n**a morrer, tudo aquilo tinha um motivo e era não ter que trombar com as crianças correndo para lá e para cá sabe, meu coração ainda não aguentava, a minha ventania ainda estava muito próxima da tempestade e por isso eu tinha medo de acabar maltratando aqueles que simplesmente eram a minha razão de viver Naquele dia não foi diferente, a Débora não falava palavra feita ainda não, mas o Miguel sim e sabia a hora exata que eu pisava os pés dentro da minha goma, aquele menino era esperto, a malandragem pego ele logo no dia que nasceu A casa ainda não ficava com a claridade lá de fora, as cortinas ainda ficavam fechadas, eu não gostava de mostra para o mundo o que estava guardado aqui dentro e não permitia que a mina que ficava de babá com meus bacuris abrisse aquilo lá de jeito nenhum Falando nisso, a filha da p**a me disse que vai ter que saí do emprego, e eu até estava entendendo sabe, cada um tem seus problemas e precisa arruma um jeito de resolver, o problema foi que o p*u torou na hora que ela me disse que estava saindo porque eu não conseguia sê um bom patrão, que um ogro era muito mais simpático comigo do que o dono do morro e que não aguentava mais fica escutando os meus desaforos pra cima dela, fora que a mina ainda me acuso de maltrata os meus bacuris, aonde já se viu, eu quase nem fico com eles, como eu vou maltrata desse jeito Ali eu tinha outro problema, o de acha uma guria nova para poder ficar no lugar daquela mandada ali. Está certo que a n**a cuidava muito bem das minhas crias, eu não tinha o que reclama não, só que aquelas roupas que ela usava, Gzuis, não dava não, nem pano tinha ali, era só osso e ** seco aparecendo mermo Eu consegui escutar a caçoada de das crianças lá na sala, a Déby falando alguma coisa que parecia mais um som de sei lá o quê e o Miguel tentando tirar ela de algum lugar. O espaço era grande, só com um sofá em L, de couro marrom e um tapete felpudo, para a deixa mermo eles solto e não tê que fica se preocupando em saí para a procura diversão, fora que a casa tinha um quintal daora e uma parte enorme de lazer lá na laje Mas passei direto e fui lá para o cômodo que eu chamava de escritório para a espera a tia Laura entra lá e me passa a fita do que estava acontecendo. Aqui no meu morro eu fico sabendo de tudo e ela ainda deu azar que eu estava coçando na boca, sem fazer nada e por isso, pude ficar prestando atenção nos corre de toda a comunidade Na real, ela tinha chegado de manhã, com uma bagagem extra que tinha dois braços, duas pernas, pensava e segundo os menor, era gostosa pra carai, e eu pedi para ela subi para a boca daquela merma hora, só que sabe comé né, a tia Laura sabia muito bem como me ludibria, ela deu uma desculpa esfarrapada lá e subiu para a goma dela com a encomenda, me prometendo que ia me vê no final da tarde e me explica tudo Exceção não era uma coisa que eu saía distribuindo né, isso era óbvio, mas aquela dona ali era muito importante pra mim, foi ela que seguro a minha cabeça no colo quando as lágrimas não paravam de caí de jeito nenhum, me fez cafuné, me disse que ia fica tudo bem, que tudo passa e ia passa na minha vida também, que me fez me toca que eu ainda tinha semente pra germina na face da Terra e que era a minha responsabilidade dá suporte pras duas crianças Não foi exceção, foi consideração mermo, ela pediu e eu cedi, mas ali estava eu, já na minha goma, naquele quartinho pequeno, com uma mesa simples, cadeira estofada, tipo presidente, com um barzinho particular do lado esquerdo do cômodo que também era iluminado por luz artificial e nada mais, ne ali, no meu canto, eu conseguia ver o sol de queima Ela chega devagarinho, só deu dois toques na porta, mas já foi entrando, com toda a liberdade que eu mermo tinha dado e com cara de “já sei o que tu vai dizer” Ventania - Tu já sabe o que eu tenho para te dizer né tia? p***a véi, quem é a mina? Porque tu nunca me disse que ia trazer um pacote contigo quando voltasse para o morro Laura - A menina estava toda amuada dentro do ônibus, chorando horrores, precisava de ajuda meu filho e não tinha com quem conta, pelo que eu entendi o problema é grande, mas ela não solta tudo, é só na base da prestação sabe, o meu coração pediu para a ajuda ela e eu só cedi mesmo, não fica brava comigo não Ventania - p***a tia, como eu não vou fica bravo, tu nem conhece a mina, os menor tudo falando que a mina tem cara de granfina, que veste com pano de marca, até que olha diferente, isso aí é problema tia, e eu não estou a fim de tê que me preocupa com isso não Laura - Não é problema Bruno, pelo amor de Deus, a menina não está sabendo nem o que é lé com cré e tu fica aí soltando coisa sem cabimento. Aconteceu alguma coisa, dá para ver no olhinho dela, e não foi qualquer problema não porque nem para onde ir ela tinha, fui eu que acomodei ela lá no quartinho de reserva que eu tenho lá em casa, é pequeno, mas já que ela nem tem tanta coisa assim, até sobra espaço Ventania - Tu e essa tua mania de ficar vendo coisa no olhar dos outros, tu nem conhece ela e já trouxe ela aqui para o meu morro, eu espero mermo que não dê nenhum problema Laura - Mas se der, eu me responsabilizo Ventania - Também não é para tanto Laura - Sei… e as crianças, tu já foi dar um beijo neles Aquilo chegava a me doer, eu não conseguia nem olha para eles, um beijo então, estava fora de cogitação. Eu ainda tive que ficar escutando o sermão da tia Laura sobre a vida, que ninguém tinha culpa de nada, que a Camille fez a parte dela aqui na Terra e que estava na hora de eu segui o meu caminho, pensando nela, lógico, mas me recuperando, aceitando o destino que Deus tinha coloco na minha frente Mas era difícil e parecia que ninguém estava a fim de ver isso, a dor estava comigo e não com eles, ninguém podia medir não, então minha resposta sempre era não… “não, eu não vi minhas crias hoje, não, eu não beijei eles, não, eu não sei se o Miguel foi pra aula, eu não sei se a Deby falo a primeira frase, deu os primeiros passos, não, não e não” Laura - Tu precisa começar a vê a vida como ela realmente é menino, não deixa o tempo passa assim não, porque depois, o arrependimento não paga o tempo que tu perdeu Aquelas frases faziam parte do meu dia toda vez que eu me trombava com a tia Laura, ou seja, todo o dia. Era verdade, eu sei, mas também não conseguia, eu ainda não estava pronto para segui em frente ou não tinha encontrado o meu motivo para isso, pra mim, o Miguel e a Deby ainda não eram o meu motivo, eu não conseguia enxerga eles assim, pode sê até pecado, mas eu não conseguia Nem quando eles estavam gostando de sono sabe, eu tentava chegar perto, mas a imagem da Camille vinha comigo, junto com toda aquela culpa de eu não tê conseguido fazer nada, também com todos os questionamentos de o porquê deus fez isso comigo, me deu o mundo pra depois me tira Ela saiu do escritório e foi direto para a sala dá uma de tia babona para cima dos bacuris e eu fiquei fitando de longe, sem chama muita a atenção sabe. O coração daquela mulher era e abrigo mermo, só bastava ela cega perto que todo mundo corria pro seus braços. A brincadeira ainda durou alguns minutos, mas depois ela decidiu ir embora, levando o meu aval para abriga a menina que eu ainda nem tinha metido o olho, junto Laura - Ah meu filho, deixa eu te perguntar, tu já tem outra menina para substitui essa aqui? O dedo dela apontava pra Juliana, a menina que tinha me tacado aquele monte de bosta na cara e que eu me segurei para não dá um sossega, pelo visto, a tia Laura não suportava a mandada Ventania - Ainda não, por quê? Laura - Porque eu tenho uma pessoa que se encaixa direitinho nessa função aí, aguenta a mão que eu já volto Pensa se a n**a não era abusada? Na minha mente já estava a ideia de que a mina ia baixar lá na minha goma, grudadinha com a tia Laura, agora era vê se ela se encaixava em cada coisinha que a mulher tinha me dito
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